Como Treinar o seu Dragão Interior escrita por Kethy


Capítulo 15
Não sou mais eu


Notas iniciais do capítulo

É... Agora é pra valer!
Foi isso o que aconteceu antes do prólogo.

Será que posso contar um segredo?
(Olhando para os lados)
Joguei a Jaguadarte do nada. Eu não via mais como continuar, então taquei ela no meio da história. kkkkkkkkk



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Acordei não sei onde, apenas que era escuro, úmido e frio; parecia um porão. Tinha uma coberta em cima de mim, porém era tão velha que não adiantaria nada continuar usando, quando fui tirar, percebi que eu estava presa, eram algemas com correntes compridas pregadas no chão. Minha primeira reação foi levantar em um pulo, ir até o final de onde eu estava e começar a puxar. Não fiz nem uma rachadura se quer, e o pior era que eu já estava ficando com medo.

– Olá?! – Gritei para uma passagem pequena que vi perto do teto. – Me tirem daqui! Olá?!

– Não precisa gritar, meu bem... – Era uma voz feminina, pensei que já tinha olvido-a antes, me virei na direção do som e vi uma mulher de cabelos loiros creme e vestido romano, esse de duas alças que sustentavam os seios e predarias embaixo do colo e nos ombros, também parecia estar rasgado propositalmente exibindo as pernas na parte da frente e dando um efeito de capa atrás.

Ela olhava pra mim de um jeito que parecia querer me seduzir, e ainda assim debochada, estava encostada na parede com as mãos nas costas e tinha um sorriso, a meu ver, nojento. Tentei reconhecê-la, e foi quando me lembrei da última pessoa que vi antes de desmaiar.

– Você?! Quem é você?

– Não sei se fico grata, ou ofendida. Faz alguns minutos que você me chamou de vadia...

– Você é a Jaguadarte?! – Gritei ao mesmo tempo em que fui tentar chegar até aquele demônio, mas ela foi esperta e calculou direitinho a distancia segura das correntes até a porta: o suficiente para se chegar perto, não para toca-la e o bastante para ela zombar à vontade.

– Sou sim, – Ela segurou meu queixo como se pedisse para eu beija-la. – e você seria a única pessoa que podia nos atrapalhar, por isso não pode sair.

– “Nos”...?

Uma risada doce e ainda arrogante.

– Sim, eu e Dazbogur, o novo líder da tribo do Hooligans.

Não sei porque, mas fiquei surpresa por um minuto, depois veio a raiva e a revolta.

– Aquela cobra...! – Assim que terminei de falar, levei um tapa que me fez cair no chão e sangrar um pouco.

– Não fale assim dele! Ele é meu protegido e meu amado! – Ela se acalmou, abaixou-se e segurou meu queixo, virando meu rosto para todos os lados como se quisesse ter certeza de que não me machuquei. – Com o tempo vai aprender a nos amar... Se depender de mim, será em uma semana.

Ela se levantou andando até a porta, olhou para mim uma última vez antes de me trancar. Eu nem lutei ou retruquei, apenas jurei que sairia dali de algum jeito e faria aquela mulher e seu namoradinho pagarem pelo que fizeram.

E quando eu prometo alguma coisa, não paro até cumprir.

***

Passei o resto das horas tentando me libertar com um prego solto que achei na parede embaixo da cama, forçando um dos anéis das para deformar e arrebentar. Minhas mãos já estavam bem feridas quando tive que jogar para o lado assim que ouvi a porta abrindo; era Olavo, que foi jogado no chão por um homem.

Fui até o garoto e comecei a sacudi-lo quando percebi que estava desmaiado. Ele acordou apavorado, olhando para os lados se protegendo.

– Calma, Olavo, sou eu! – Segurei seus braços e o fiz olhar para mim. Ele pareceu mais tranquilo e me abraçou.

– Me diz que não viu aquilo! Se você viu, aquele não era eu! Fui fraco e deixei aquele monstro me controlar, desculpa...

– Vi, o que? – Comecei a ficar nervosa outra vez, queria que o Olavo me explicasse logo o que estava acontecendo. – Me conta, pois nossas vidas podem depender disso.

Olavo engoliu seco antes de falar.

– A Jaguadarte tem um poder parecido com o das sereias, ela pode hipnotizar os homens, e algumas mulheres, usando charme e sedução, ela usa sua voz e linguagem corporal e... – Suspiro.

–... E ela usou em você? – Olavo olhou para mim confirmando, parecia que estava pedindo desculpas por ter sido tão fraco.

– A Jaguadarte falou comigo, eu a reconheci num instante, mas ela me calou. Ela chegou muito perto e... Ela me seduziu, pra não entrar em detalhes, e me convenceu a atacar a vila. Quem fez aquilo foi o meu corpo, mas eu não estava lá. Tenho tanta vergonha de contar o que fiz... O Soluço viu tudo, foi um plano para convencê-lo a revelar o segredo e para que todos tenham ainda mais raiva dos dragões. Agora a Jaguadrte deve estar convencendo todo mundo de que qualquer dragão deva ser morto... Ela está traindo seu próprio povo por aquele maldito Dazbogur! – Olavo deu um murro na parede e chegou até a fazer um buraco.

– Ele sempre quis ser o líder, sempre foi invejoso, era uma questão de tempo até acontecer algo assim... Temos que sair desse lugar, antes que seja tarde. – Fiquei calada, até que tive uma ideia. – Ela bloqueou seus poderes?

– Não, que eu saiba.

– Derreta essas correntes! – Ordenei, mostrando o que me prendia.

– Ficou maluca?! Mesmo que fosse dois contra uma, a Jaguadarte é poderosa demais.

– Temos que tentar! – O confrontei para fazê-lo ter coragem.

Ficamos os dois em silêncio, eu com as correntes esticadas e Olavo encarando-as. Ele hesitou, mas logo cuspiu fogo e me libertou. Levantei-me e Olavo arrombou a porta. Como era minha única arma, peguei aquele mesmo prego de antes e saímos. Brigamos com alguns dos “brinquedos” da Jaguadarte - pessoas controladas - e consegui a espada de um deles. Lutamos até conseguir sair da casa onde estávamos, que por sorte era bem longe da vila, porém éramos esperados por alguém.

A Jaguadarte parecia aguardar paciente com mais criados atrás dela.

– Peguem esses monstros!

– Vocês são os monstros! – Olavo não conseguiu se segurar. – Os vikings por nos caçarem durante tantos anos e você por se aproveitar das pessoas assim!

Jaguadarte riu e olhou Olavo de forma predatória.

– Pena que ele é bonitinho... Tanto faz, ataquem! – Ela pegou uns bonecos de palha, e como se fosse uma criança brincando, começou a controla-los.

Tudo o que ela fazia com os bonecos, acontecia com os homens. Olavo se viu forçado a lutar na forma de dragão e eu fiquei na luta básica com a espada, mas recebi um golpe de calda tão forte que voei e cai em cima de um arbusto, percebi que Olavo queria que eu fosse logo embora dali e encontrasse o Soluço, então sai correndo, mas fui agarrada pela Jaguadarte.

Ela usou o mesmo truque dos olhos de Soluço.

– Vou deixar você ir até lá, mas você não vai fazer nada... Vai apenas assistir e dar apoio ao seu amigo... Melequento também está lá e já sabe de tudo... Nenhum de vocês vai fazer nada... Ouviu?

Eu queria socar o rosto dela, tentei xingar alguma coisa, mas os movimentos e as palavras não eram mais meus. Meu corpo apenas se mexeu e começou a andar até a arena. A única coisa que ainda eram próprias eram minhas lágrimas.

Quando cheguei, Melequento estava mesmo lá, também chorando e se esforçando para ter controle sobre o próprio corpo para poder avisar o primo sobre o perigo, assim como eu, mas tudo o que podíamos fazer era rezar por algum milagre.


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Notas finais do capítulo

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Esse é o endereço da minha página no Pinterest, criei para ilustrar minhas fics. Avisem aos outros! :*



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