Como Treinar o seu Dragão Interior escrita por Kethy


Capítulo 11
Valka


Notas iniciais do capítulo

Desculpa!
Percebi um erro terrível no cap, mas agora já está melhor...
Acontece, não é?



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Acordei muito cansada ― também, só cai no sono quando o céu estava em crepúsculo ― o sol na minha janela não me deixou dormir direito.

Se não fosse outro dia de aula eu teria ficado na cama, mas foi quando me lembrei do plano. Aquele em que faríamos com que Soluço fosse o melhor na academia, fosse o escolhido e revelasse seu segredo.

Eu não tinha muita certeza disso, mas se tudo fosse contado não haveria mais segredos, poderíamos ter paz com os dragões e eu poderia ficar com ele como eu queria. O motivo inicial foi meu sentimento, mas com certeza iria trazer mais para nossa causa.

Acordei tão depressa e ansiosa que quase me esqueci de me vestir direito. Lavei o rosto com uma água bem fria quee acabou ensopando meu cabelo este que grudou em minha testa. Peguei uma fruta da cozinha e comi no caminho.

Corri para a academia e cheguei até um pouco adiantada. Lá, Soluço não parecia nem um pouco cansado. Apenas o seu primo estava bocejando e com olheiras enormes.

O meu... Vamos chamar de “namorado”. Ele foi o primeiro a me cumprimentar.

― Qual era mesmo o seu plano?

― Você precisa ser o melhor nas lutas. Assim ganhará o prêmio máximo e pode mostrar o seu segredo para todos.

Melequento pareceu despertar de uma hora para outra, ele entrou no assunto.

― Será que é uma boa ideia? Pode acontecer de tudo durante esse plano.

― Você tem uma ideia melhor que essa? ― perguntei olhando estreito. ― Se tiver, sou toda ouvidos.

― Não, mas o que eu quero dizer é: não devíamos pensar um pouco melhor? Contar para a vila inteira?

― Minhas malas ainda estão do mesmo jeito. ― Soluço tentou amenizar a situação, mas percebi que ele falava sério.

Pensei um minuto nisso. E se eles não entendessem? E se ele perdesse o controle? Soluço já não era o mais querido da aldeia, ele ser um dragão poderia despertar o ódio neles e começar um massacre sem fim.

"Tudo o que um ser humano desconhece, ele teme."

Soluço podia ser temido por eles, e essa seria a última coisa que eu iria querer. Ele sendo marginalizado, proscrito, renegado... Fugir talvez fosse nossa melhor chance...

Mas o que estou dizendo?! Chega! ― pensei balançando a cabeça sem me importar com os olhares, depois eu tive que falar:

― Sem fugir. Sem ter medo. E sem desistir, ponto! Ponto de exclamação.

Soluço começou a rir tentando abafar, me irritei e quase gritei:

― O que é tão engraçado?

― Nada, é que me lembrei do porquê de termos brigado por você.

Fiquei corada. Ia dar um beijo nele, mas lembrei de quem mais estava lá. Soluço também não me beijou, como vi que ia fazer, ainda se lembrava da antiga amizade, contentou-se com uma piscada de olho.

― Agora, o mais importante: como transformamos isso no melhor guerreiro em apenas uns meses? ― Melequento perguntou sem perder a chance de implicar mais uma vez com seu primo que só o olhou torto.

Sorri e respondi zombando:

― Você realmente perdeu muita coisa...

***

Sentindo-se muito melhor, Stóico decidiu continuar com o ataque ao ninho. Armou um novo plano em que quebraria as paredes que sustentassem a caverna e deixar o destino decidir todo o resto.

― Você tem certeza disso? ― perguntou um curioso meio arrogante, o mesmo recebeu um olhar repreendedor do líder.

― Absoluta.

O principal motivo de tanto ódio de Stóico dos dragões era ele pensar que foi um ataque dos animais contra sua casa que provocou a morte de sua amada Valka, afinal ele nunca soube da verdade: Dazbogur a tinha matado por acidente, com a intenção de atingí-lo no lugar dela.

Seu coração havia escurecido desde aquele dia, custava muito para ele sorrir e, apesar de nunca demostrar, seu único consolo e força era seu filho, seu “primogênito”.

Na verdade ele sabia que Olavo existiu um dia, mas o líder sempre pensou que seu primeiro filho havia morrido e isso era doloroso, então nunca mais foi dita uma palavra sobre ele. Nem para o restante da família.

Antes de concluir seu plano, Stóico decidiu procurar uma fonte de água, e infelizmente, não encontrou. A ilha era tão carente de tudo, que só achou uma fenda com certas gotas e só depois de uma hora de procura.

― Pelo menos, agora eu sei o porquê de roubar nossas fazendas ― refletiu quase rindo depois que finalmente encheu sua concha.

Algo o incomodava. Sentia como se fosse observado e até chegou a ver um reflexo distorcido na água. Fingiu que não notou e foi seguir seu caminho. Entrou dentro de uma caverna e se escondeu, ouviu passos afastando as pedrinhas e esperou o momento certo, sacou uma faca e andou sem fazer nenhum barulho até quem estava agachado atrás de uma pedra. Quando estava prestes a esfaquear a figura, percebeu quem era:

Cabelo trançado, olhos verde-oliva, pele um tanto bronzeada e com certas cicatrizes; já não era mais uma moça, mas também não era uma senhora e ainda tinha aquele olhar que assombrou a infância do homem e o fez amá-la desde o primeiro dia: Valka.

― Impossível... ― murmurou ele impressionado.

A mulher não disse nada, mas fez seus olhos mudarem para aquele olhar de dragão hipnotizante. Não tinha a intenção de provocar medo, mas sim, desejo. Sua mão se esticou e acariciou sua face, enxugando uma lágrima que escorreu do rosto dele.

Mas depois disso, ela se tornou um vulto e sumiu de vista. Stóico a procurou frenético, mas não a viu mais. Então decidiu ir embora, sem saber que ela estava em cima de uma beirada o olhando caminhar. Ela começou a se lembrar.

Ela sussurrou ao vento:

― Meu amor...

***

― Para trás! Para trás! ― Soluço indicava para onde o dragão-serpente deveria ir, ambos se esforçando para não caírem na gargalhada só e olhar para o espanto estampado no rosto de todos que não sabiam o que estava acontecendo. ― Fique aí e reflita, ok? ― Ele pegou sua parte do trato: um salmão que ele mesmo preparou e jogou na gaiola. ― Gratias, amice. {Grato, amigo.} ― agradeceu baixo e fechou o portão, mas não a tempo de ouvir a resposta:

― Bonus fortuna. Et eduxisti nos in pace volo. {Boa sorte. Que você traga a paz que tanto queremos.}

Ele sorriu e trancou o animal com sua comida, depois se virou para a multidão. Todos eles estavam com a boca semiaberta e parecia que iam ter um ataque, ele não resistiu a uma brincadeira:

― Bom... Se já acabou, tenho que ir. Até logo!

Fui até um canto isolado e tentei não rir alto abafando com minhas mãos.

Será que foi boa ideia? ― pensei comigo mesma ainda tentando me recompor.

Aquilo iria ser bem complicado.


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Notas finais do capítulo

Desculpem de novo.

Ando cometendo muitas mancadas nessa fic. Sei que vocês andam reparando.
Mas apartir de agora serei mais atenta, prometo!



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