“- O que significa para você a eternidade? – ela pergunta serena, como sempre. Seus cabelos negros voavam para trás, enquanto seus belos olhos azuis encaravam o horizonte a frente.

– Viver para sempre, da maneira que quiser, ser quem quiser e sem se importar com o amanhã. – ele respondeu, seus olhos azulados, quase verdes registravam cada movimento dela.

– Você deve ter medo do amanhã. – ela diz e seus olhos se voltam para ele – Afinal, ele é apenas um mistério.
Ele sorriu e sua mão cobriu a mão dela.

– A vida é uma grande aventura, da qual sempre temos que viver o hoje como se não houvesse amanhã, love”

✞✞✞

– O governador tinha muitas salas secretas – diz Rebekah Mikaelson sendo seguida pela garota lobo, grávida de seu irmão. Ambas desciam as escadas que estava sendo iluminada pelas fracas lanternas das garotas. Rebekah mantinha sua postura durona, enraivada pelo seu irmão ter novamente feito aquilo com Elijah – Vou lhe mostrar a sua favorita.

Elas chegam no subsolo. Hayley sente-se de uma maneira desconfortável, principalmente quando Rebekah ilumina outra parte da sala secreta. Caixões empoeirados são revelados e a garota lobo se assusta.

– Você acha que Klaus o matou? – ela pergunta descrente na atitude do pai de teu filho.

– Nós não podemos ser mortos, bobinha. – diz a loira original revirando seus olhos pela ignorância. Ela caminha entre os caixões e suspira pesado – Mas isso não impede que Klaus encontre maneiras de nos torturar. Ele tem adagas prateadas. Quando cravadas em nossos corações, nos deixam adormecidos. Klaus nos deixa em caixões por quanto tempo ele ache que merecemos. – deu de ombros e iluminou os caixões – Ele deve ter feito isso com Elijah. Este é o meu.

Hayley ficou enojada – Ele deixa seu caixão em modo de espera?

– Ele fica preparado para o caso de seus familiares o desapontarem. – Rebekah explica sem meras delongas – Elijah não está aqui.

Sua lanterna revira pela sala de paredes de pedras. Hayley pensou que vomitria naquele momento, não por causa de enjoos de grávida, mas de nojo de Klaus.

– Eu estou enojada

– Bem vinda à família, querida. – a luz de Rebekah foi à direção da parede atrás de Hayley – Deveria ter fugido assim que Elijah sumiu.

Rebekah encontrou algo que lhe chamou atenção e caminhou na direção da garota lobo.

– Sim, mas as bruxas me lançaram um feitiço. Enquanto eu estiver grávida, eu não posso sair. Se eu sair, elas me matam. – Hayley explicou com certa angustia. Ela se odiava por ter entrado numa enrascada tão grande, tudo por consequência de alguns Bourbons numa noite refugiada com um híbrido.

– Conhecendo Klaus como conheço, ele irá te matar logo que der a luz a seja o que lá que esteja carregando. – Rebekah soprou desinteressada no bem de Hayley. A verdade, ela não se importava com Hayley.

Hayley olhou para o chão com medo. Era o velho ditado: Se correr o bicho pega e se ficar o bicho come. Ela não tinha escolha, sem saídas e sentia que Rebekah não estava mentindo. A loira naquele momento batia com suas mãos na parede. Sorriu em ter a resposta que queria.

– O que você... – foi tarde. A imensa força da Original, com as mãos, derrubou aquela parede falsa, mostrando que estava certíssima.

– Este é o problema de Niklaus. – diz a loira balançando suas mãos a sua frente a fim de espantar a poeira que a parede deixara no caminho – Ele não sabe ser discreto.

Outra sala secreta foi revelada e, assim como esta, escondia algo assombro. Outro caixão. Hayley no mesmo momento deu um passo até onde Rebekah estava, a loira permaneceu com o corpo alí parado, confusa e de ombros caídos.

– Elijah...

Rebekah negou. Deu seus passos até onde o caixão se encontrava. Era branco e diferente dos outros da outra sala. Tinha pouco pó, o que significava que alguém tinha o mexido recentemente. Rebekah ousou em tocá-lo, sentiu um leve medo e tomou coragem para abri-lo. Estava lacrado, mas a força da original não meditou e arrancou a tampa do caixão.

– Oh, meu Deus – Rebekah estava perplexa. Seus olhos só podiam estar lhe causando uma pegadinha.

Rebekah coçou os olhos para ter a certeza do que via alí dentro. Hayley tentava desvendar as expressões da loira, mas eram tantas que ela ficava confusa, então apenas deu dois passos mais adentro da sala recém descoberta e viu o que estava alí dentro do caixão. Viu quem estava alí dentro.

A loira quis surtar. Era o assunto proibído. Era aquele assunto que por muitos séculos se negou em pensar, se negou a falar. Klaus a mataria se ouvisse o nome do assunto proibído. Kol ficou preso no caixão, não por ousar em traí-lo, sim por ousar em dizer o nome do assunto proibído. Rebekah não quis ser a próxima e apenas assistiu ao irmão entregando-se à vida amargurada pela perca do assunto proibído durante todos aqueles séculos.

Agora, aquele assunto estava alí. Deitada solenemente com uma adaga dourada em seu coração. Trajada com um vestido branco, já amarelado pelo tempo. Os cabelos eram negros, mas já sem o brilho de 600 anos atrás, compridos numa trança até a cintura. Rebekah cobriu sua boca com a mão direita e negou em silencio.

Hayley se cansou, se cansou de ver aquilo e não ter explicações. Só queria entender quem era aquela mulher de rosto envelhecido no caixão branco. Outra Original?

– Quem é ela? – pergunta a garota lobo.

Rebekah custou, custou muito em dizer, já fazia séculos que não ousava em dizer tal nome.

– Cassidy