Midnight Dreamers escrita por Aimée Uchiha


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Bom, cá estou com mais um capítulo e serei breve por aqui: desanimei total com essa fic pelo número dos reviews. A história tem um enredo bem legal, mas não tenho vontade de desenvolver e isso é muito triste! Trouxe mais um na esperança de algo, então lá vamos nós. Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/513228/chapter/8

A tarde passou num piscar de olhos, não sabia dizer o porquê de tanta tensão. Sasuke não retornou para casa de Karin, não sabíamos o que viria agora. O que quer se seja que esteja atrás de nós, poderia “atacar” a qualquer momento. Eu me sentia como uma mãe querendo proteger seu filho, não queria que nada de ruim acontecesse com Karin. Eu me sentia responsável pelo passado, me sentia responsável por tê-la deixado para trás. E tinha certeza absoluta que faria de tudo o que estivesse ao meu alcance, pra nada nesse mundo nos separar novamente.

O relógio marcava nove e quinze da noite. Estava sentada na mesma sala, com todas as luzes apagadas e a única coisa que iluminava, era a TV. Karin estava tão exausta que adormeceu em meu colo. Aconteceu algo naquele incêndio que a deixou traumatizada, e eu iria descobrir o que era! Passava meus dedos entre os fios avermelhados de Karin, eles eram tão macios que dava gosto de repetir diversas vezes a ação. Ela dormia serena, sorri em saber que nesse momento nada a perturbaria.

Minha atenção foi roubada pelo barulho do toque de meu celular, com a minha mão livre peguei-o, vendo um numero desconhecido, mas aceitei a ligação, colocando-o em minha orelha. Pronunciei o “alô" e tudo o que recebi foi uma respiração pesada junto de um sussurro: “não tem como fugir”. Não consegui identificar se era uma voz feminina ou masculina. Alarmei e comecei a olhar ao redor, sem movimentos bruscos para não acordar Karin. Repeti o “alô” e dessa vez recebi um murmuro baixo, e a ligação foi encerrada. Afastei o aparelho do meu rosto e encarei-o com espanto, como se esperasse que fosse explodir em minha mão. Em menos de segundos, o celular retomou a tocar novamente com um número desconhecido e sem hesitar, atendi.

– Olha aqui, para com essa brincadeira sem graça! Vou chamar a policia se continuar. – Disse sem pausas.

Alo? Sakura? – Era uma voz masculina, apresentava espanto. – É o Naruto, está tudo bem?

– Naruto? Você que estava me ligando? Como é que conseguiu meu número?

Não! Eu tomei coragem para ligar agora. Consegui seu número com o porteiro... Fiquei preocupado, fui até seu apartamento pra ver se estava tudo bem, mas você não estava lá. Desculpe se fui intrometido.

– Nossa, me desculpe; não quis parecer grosseira. Minha amiga está com uns problemas e irei ficar aqui com ela. – Suspirei baixo. – Obrigada por ter se preocupado.

Alguém está lhe passando trote? É que você atendeu quase ameaçando a me chamar a policia.

Enquanto escutava Naruto conversar comigo, senti meus dedos ficarem melados ao acariciar os cabelos de Karin, percebi um tom vermelho escuro em meus dedos ao afastar e minha mão toda estava suja. Ignorei as perguntas de Naruto e respondi:

– Naruto, eu te ligo mais tarde. – Desliguei o telefone.

Com a outra mão, enfiei meus dedos nos fios de Karin e manchando-os também. Desci meu olhar para Karin e seu rosto estava inteiramente ensanguentado, seus olhos abriram para se fixar nos meus. Seu sangue escorria pelos olhos, nariz e boca. Sua expressão era de tristeza e me levantei, dando passos para trás.

– Por que fez isso? Eu confiava em você. – Ela sussurrava.

– Eu não fiz nada, eu juro! Eu só estava...

– Eu te amava tanto. – Em sua mão tinha uma arma negra, ela subiu e posicionou em sua têmpora, suas lágrimas deixavam um rastro em meio do sangue. – Adeus, meu amor.

Arregalei meus olhos, pronta para soltar um grito agoniado, mas fui impedida por uma mão, que cobriu meus lábios. Fechei meus olhos e me entreguei ao choro preso enquanto aquela mão segurava meus soluços. Ao abrir meus olhos novamente, Suigetsu estava em frente do sofá prestes a pegar uma Karin adormecida, e totalmente segura! Sem sangue, sem arma e sem tristeza. Ainda em seu sono profundo. Levei minhas mãos até a mão estranha em minha boca, virando meu corpo para ver quem se encontrava ali. Sasuke me olhava fixamente, da mesma forma de anos atrás quando todos me julgavam por ser louca.

Eu não contive, continuei a chorar alto ao saber que Suigetsu já havia levado Karin para seu quarto. Peguei minha bolsa assim como meu celular jogado, pronta para sair daquele apartamento sem ao menos dizer uma palavra ao Sasuke. Passei por ele, mas meu braço foi segurado por sua mão. Meu rosto foi direto para o seu peito e seu braço me envolveu num abraço reconfortador. Deixei toda minha magoa de lado, e respondi ao seu abraço com toda força que eu tinha.

– Se acalme. Está tudo sob controle. – Ele afagava minhas costas ao dizer.

Ficamos naquela posição até eu me acalmar e controlar meu choro. Senti minhas lágrimas secarem e afastei meu rosto do peito de Sasuke, me desvencilhando de seus braços em seguida. Sua expressão continuava enigmática e assim que me afastei, ele colocou suas mãos em seu bolso.

– Obrigada. – Foi o que eu disse. Ele acenou com a cabeça. – Eu já vou indo, disse a Karin que ficaria aqui até você chegar.

– Sakura. – Dei-lhe minha atenção. – O que foi isso?

Sei do que ele se referia, era do surto de minutos atrás. Mas como eu iria responder se nem eu mesma sabia? Encarei minhas mãos, notando que ambas estavam limpas e sem nenhum resquício de sangue. Balancei meus ombros, como se isso respondesse sua pergunta. Dei de costas, pronta para ir embora, mas novamente fui impedida.

– Eu quero que fiquemos unidos. Nesse momento é importante. Não faça isso por mim, faça por Karin. – Ele disse firme.

– Quando partimos? – Interrompi, mudando o assunto.

– Gostaria que fosse amanhã mesmo, vou conversar com Karin. – Ele soltou meu braço e eu concordei.

– Boa noite, Sasuke.

E saí daquele apartamento de vez, senti meus ombros mais leves e aquele aperto diminuir. Era um grande passo para tudo voltar a ser como era antes, como eu queria que isso fosse verdade mesmo. Mas nesse exato momento, tudo o que eu queria era um bom banho e um ótimo descanso.

...

Acordei com sons de batidas em minha porta, levantei contra gosto e me dirigi até lá. Deveria ser o carteiro, essa semana ele não apareceu e eu tinha certeza que tinha muitas contas para pagar. Gritei um “já vou” e nem tratei de me arrumar, abrindo a porta com a preguiça em pessoa. Surpreendi-me ao encontrar Naruto com um bolo de chocolate em mãos, olhei para os seus trajes para em seguida olhar os meus, um micro short com um blusão amarelado e todo rasgado. Corei violentamente ao perceber seu olhar interessado.

– Nova moda em Paris? – Ele disse divertido.

– Ai meu Deus, nem escovei os dentes! – Disse e ele riu alto. – Por favor, entre. Se sinta em casa, mas eu vou me trocar pra ficar apresentável.

Deixei Naruto na sala enquanto fui às pressas para o meu quarto, fazer minha higiene matinal e trocar de roupa. Vesti uma roupa confortável e borrifei um pouco de perfume em mim. Arrumei rapidamente a bagunça do meu quarto para logo sair dali. Fui de encontro ao Naruto, para encontrá-lo fechando uma das minhas gavetas; chamei-lhe a atenção e ele me olhou como um garoto pego fazendo suas travessuras.

– Eu realmente me segurei muito, mas a curiosidade falou bem alto. Desculpe se eu encontrei uma calcinha sua na gaveta. – Ele disse rapidamente.

– O que? – Abri a gaveta, encontrando uma calcinha branca. Corei novamente. – Naruto! Eu devia estar muito bêbada sabe... Não que eu beba muito, só que eu sou muito fraca com álcool e sobe rápido demais. Devo ter colocado ali e esquecido.

– Tudo bem. – Seu riso era contagiante, e lhe acompanhei. – Bom, minha visita se deve porque fiquei preocupado pelo seu sumiço de ontem a noite, até trouxe um bolo. Aliás, está tudo bem? - Eu concordei e ele continuou: - E o carteiro ao me ver subindo, pediu para te entregar essa carta. Prometo que não li! – Me entregou uma carta branca.

– Obrigada Naruto, mas não precisava se incomodar. Venha comer um pedaço de bolo...

– Não posso, eu já estava de saída. – Ele se aproximou e me deu um beijo no rosto. – Até mais!

Acompanhei Naruto até a porta, ao me encontrar totalmente sozinha em casa, me joguei no sofá com um pedaço de bolo em uma das mãos. Com a outra, peguei a carta e estranhei por não haver nenhum tipo de informação no envelope. Tirei o papel de dentro e o abri, era de Sasuke. Sua letra impecável dizia:

“Sakura.

Nesse caso não podemos nos dar o luxo de ficar conversando por telefone, se alguém escutar, poderia nos mandar internar. Mandei um rapaz confiável como carteiro, que trabalha comigo e espero que ele te entregue pessoalmente. Seguinte: você terá que trazer uma mala de roupas para casa de Louise, ficará aqui até resolvermos alguns assuntos que tratarei contigo assim que chegar aqui. Diga para seus amigos ou qualquer pessoa do seu meio sociável que irá visitar seus pais adotivos e ficará fora por alguns tempos, estamos contando e esperando por você!

S.”

Terminei de ler com o meu cenho franzido, isso era sério? O caso era tão grave que precisaremos ficar todos juntos? Isso não daria certo. Bufei baixo, levantei do sofá e fui direto para meu quarto arrumar minhas malas, se eu recebi uma ordem tão educada, quem seria eu provocar a fúria do leão?

&~&

Depois de avisar Ino sobre minha repentina viagem ao interior – claro, desmarcar todas minhas consulta, ela insistiu que eu levasse mais um frasco de remédios por garantia – pensava na possibilidade de me despedir de Naruto. Enquanto eu pensava o que lhe diria sobre a viagem, imaginei seu olhar preocupado, e desisti de dizer qualquer coisa a ele, partindo sem dizer tchau.

Suspirei derrotada ao olhar o apartamento de Karin. Agora era a hora, iria finalmente descobrir sobre meu passado e por mais que ficasse ansiosa, algo dentro de mim estava com medo. Segurei firme minhas pequenas malas de mão e fui de encontro ao elevador. Mal toquei o botão e as portas se abriram, revelando nada mais e nada menos que Sasuke.

– Estava te esperando. – Disse, pegando uma das malas de minhas mãos.

– Pode deixar que eu levo. – Segurei firme a única que me restou.

– Como quiser. – Silencio prevaleceu.

Após alguns segundos, estávamos no andar de Karin. Adentramos ao apartamento, encontrando Suigetsu ereto e prestativo como sempre ao me ajudar com as malas. Karin me cumprimentou com um abraço mas logo correu para os braços de Sasuke, enchendo-lhe de beijos. Postura e rigidez dele eram visíveis, ele apenas não afastava Karin por medo de magoar. Desviei meu olhar, encontrando-o entristecido de Suigetsu, ele segurava para não demonstrar mas eu conhecia bem aquela decepção.

Ele estava um pouco afastado, com as mãos sobre o colo. Ao perceber que eu estava olhando, tratou de vestir sua mascara de frieza. Caminhei até ele, parando ao seu lado; cruzei meus braços vendo a cena logo a nossa frente: Karin beijando calorosamente Sasuke, que não respondia seus carinhos e tentava inutilmente se livrar dos beijos.

– Você gosta dela. – Eu disse, e recebi um silencio. – Dá pra notar em seu olhar.

– Claro que gosto senhorita. Ela é minha patroa! – Suigetsu ficou ainda mais tenso.

– Acredito que tenha entendido o que eu quis dizer. – Sorri. - É um sentimento muito bonito, Suigetsu.

– Seria bonito se eu fosse como ele.

– E como seria ser como ele? – Fixei meu olhar no rapaz ao meu lado.

– Ser notado por ela. – Ele me devolveu o olhar. – Suas malas já estão postas em seu novo quarto. Com licença novamente.

Suigetsu se retirou mas não tirei meus olhos dele. Tive compaixão, pois sabia o que ele sentia; não era fácil ver alguém que estimamos muito nos braços de outra pessoa. Suspirei para espanar esses pensamentos, voltando minha atenção até então o casal. Mas Sasuke já havia conseguido controlar Karin, que agora estava sentada no sofá emburrada.

Caminhei até eles, me sentando no sofá oposto do o de Karin. Sasuke tirou de um dos seus bolsos, um maço de cigarros para tirar um filtro e levar até os lábios, para em seguida acender. Tragou lentamente e com os olhos fechados, desviei meu olhar para não parecer que estava babando... Como ele poderia ficar ainda mais bonito num simples ato? Ele voltou a nos observar, expulsando toda fumaça pela boca e nariz e se manifestou:

– Conversei com Karin e depois de tanta teimosia, aceitou nos acompanhar até Konoha. – Ele se dirigia a mim. – Porém teremos que adiar por um ou dois dias. Karin é uma pessoa pública e terá que dar satisfações.

– Você tem alguma roupa de gala? – Karin disse com certa animação.

– Teremos que acompanha-la em um jantar que promovera um dos trabalhos recentes de Karin, e lá ela irá anunciar seu afastamento. – Sasuke concluiu.

– Por que eu devo ir junto? Eu não sei me comportar em lugares assim e não, não tenho nenhuma roupa de gala. – Olhei para Karin, respondendo-a.

– Não importa! Irei te emprestar um lindo vestido. Alias, tenho vários em mente. – Ela nem esperou minha resposta, e foi atrás desses vestidos.

Encolhi-me no sofá ao notar que estavam novamente sozinha com Sasuke, lembranças dos seus lábios nos meus surgia em minha mente e me fazia tremer por nervosismo. Ele apenas me observava enquanto tragava seu cigarro, sem dizer nenhuma palavra. Sentia que lhe devia certas desculpas a ele, mesmo sabendo que ele provocara minha fúria.

– Sasuke. – Comecei. – Não tive oportunidade, mas me desculpe pelo tapa. Daquela noite.

– Tranqüilo. – Balançou os ombros.

– E gostaria de dizer também, que estou disposta a dar tudo de mim, para que tudo dê certo entre a gente. – Confessei, Sasuke acenou e caminhou até mim, se sentando ao meu lado.

– Fico aliviado sabendo que estará ao meu lado. – Ele passou seus dedos por minha bochecha, num ato carinhoso mas seus olhos não expressava nada.

– Sempre, prometi isso não é? – Sorri sem jeito, afastando a mão de Sasuke com a minha.

– Você é boa com promessas. – Ele afastou sua mão mas aproximou seu rosto.

– Sasuke... – Sussurrei, vendo-o ficar cada vez mais perto. Já havia se livrado do cigarro mas o cheiro estava preso nele. – Por favor, essa é a casa de Karin!

Shhh. – Seu nariz roçava no meu, ameacei afasta-lo, porém ele era ágil e segurou minhas mãos.

Fomos interrompidos pelo som estridente do meu celular. Dei um pulo e Sasuke se afastou bruscamente, levantando em seguida. Peguei meu celular e atendi.

– Alô? – Disse.

Sakura? É o Naruto novamente. Olha, não quero parecer um maluco e nem nada, por que fico te ligando. – Ele riu. – Mas é que não te encontrei, mais uma vez, e adivinha? Fiquei preocupado.

– É que... Desculpe não ter avisado, estou indo passar um tempo na casa de meus pais.

Enquanto conversava com Naruto, Sasuke estava de pé logo em frente de mim, com os olhos perdidos. Parecia que segundos antes, estava em transe e agora sua ficha havia caído e percebido o que estava prestes a fazer. Suspirei em derrota, me esquecendo que Naruto estava ao telefone, nem ouvindo o que dizia.

– Sakura? Está me escutando?

– Sim, estou aqui Naruto. – Disse e Sasuke olhou-me com curiosidade. – Não queria te preocupar, mas estou bem! Depois nos falamos ok? Tchau. - Desliguei as pressas.

– Naruto, hm? – Seu tom era irônico, não respondi.

Olhar de Sasuke expressava frieza e isso me fez estremecer, mas sustentei. Suas sobrancelhas estavam unidas junto de seus punhos fechados. Não entendi bem essa atitude, na verdade não entendia Sasuke. Uma hora ele era todo fofo, quase conseguindo roubar um beijo meu e na outra hora, estava distante e irônico, como se quisesse me atacar todo seu veneno.

Nossa conexão com o olhar foi quebrada assim que uma Karin saltitante com vários vestidos nos braços, juntamente de Suigetsu com mais um monte. Sasuke se afastou, entrando em um dos cômodos da casa de Karin, pegando algo do bolso que no qual não soube, mas não dei muita importância, já que Karin estava afoita me mostrando seus vestidos.

Apertei os meus dedos em torno do meu celular, agora eu tinha alguém pra contar pro que der e vier. Estava tranqüila, e pronta para afrontar quem quer que seja. Mesmo sendo Sasuke.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Midnight Dreamers" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.