Midnight Dreamers escrita por Aimée Uchiha


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Meu estado ainda estava em choque, estava encostada na parede observando Sasuke sentado em meu sofá. Ele fazia o mesmo, seu olhar estava fixo em mim. Sentia meu coração bater rápido e ao mesmo tempo se encolhia, era um sentimento de saudade, ele me olhava com tanta intensidade que me fazia querer desviar o olhar, mas meu corpo não reagia e não havia nenhuma expressão em mim.

– Não consigo acreditar que você está aqui na minha frente. - Ele disse.

– Passou muito tempo, né? - Suspirei na pausa. - Sempre te procurei...

– Você foi muito procurada por mim, mas houve um tempo em que desisti.

Abaixei meu olhar, aquilo foi muito difícil de se ouvir. Foi como uma facada em meu peito. Mordi meu lábio para conter um gemido de frustração, ergui meu rosto e Sasuke continuava a me encarar porém seu olhar mudou, não demonstrava absolutamente nada. Ele me chamou com a cabeça, indicando o assento ao seu lado. Desencostei da parede e caminhei até ele, me sentando.

Sasuke acompanhou-me com o olhar, e abriu um sorriso familiar que me passava confiança e segurança. Ele mudava da água para o vinho.

– O importante é que eu te encontrei, Sakura.

– Como você me encontrou? - Sussurrei, o sorriso de Sasuke desapareceu de seu rosto.

– Isso tem importância? Você questiona demais, como sempre.

– Então foi você!

– Que? - Ele ergueu suas sobrancelhas em descrença. - Fui eu o que?

– Você me mandou o bilhete, me fez ir para o outro lado de Tokyo, me trouxe o laço de Karin e sem contar naquela foto rabiscada do orfanato e...

– Foto rabiscada? Do que você está falando? - Sasuke se exaltou.

Senti meu corpo estremecer pelo tom frio em que ele se direcionou a mim, tirei do bolso a foto até então dobrada e entreguei em suas mãos. Sasuke franziu todo seu cenho e analisou rosto por rosto até encontrar as nossas feições juvenescida. Virou a foto como se esperasse a mensagem ao verso; pegou dentro da sua jaqueta a mesma foto que eu havia recebido, com as mesmas marcas e mensagem.

– Recebi essa foto duas semanas atrás, e um dia depois recebi esta outra foto. - Ele tirou outra do mesmo lugar.

Era uma foto recente minha, saindo do consultório de Ino. Cobri minha boca em sinal de surpresa, encarei ambas fotos e depois a minha, tremi involuntariamente.

– Estão... Estão nos espionando? - Não houve nenhuma palavra, o homem ao meu lado parecia pensar. - Obviamente estão atrás de nós, Sasuke!

– Encontraram o corpo de Karin? - Interrompeu-me.

– Eu não sei, não soube nada sobre você ou do orfanato. Muito menos de Karin.

– Os rostos marcados por x estão mortos. Mas há três rostos em exceção que somos eu e você. E estamos vivos. - Deu ênfase no vivos. Sua pronuncia era calma e dita com paciência. - E de quem pertence o outro rosto em exceção, Sakura?

– Karin. - Sussurrei, fechando meus olhos para segurar minhas lágrimas. - Não pode ser, Sasuke, eu a vi morrer! Você também.

– Nós não sabemos o que realmente aconteceu.

Levantei e fui em direção a cozinha, bebi uma grande quantidade de água, era muita coisa para um dia só. A estranha caixa, o reencontro com Sasuke e agora a possível teoria de que Karin não morreu. Respirei fundo e dei conta da presença de Sasuke.

Ele se aproximou de mim, e ofeguei baixinho sem que percebesse ao sentir suas mãos gélidas acariciar meus ombros. Aos poucos eu ia relaxando, ele sempre me causava uma reação dessa forma. Uma sensação exaustiva se apossou em mim mas Sasuke chamou minha atenção ao pressionar seus dedos na minha pele, me apertando.

– Eu já vou indo.

– Não, fica. - Levei minhas mãos até as suas.

– Não vou sumir, agora sei onde você se encontra.

– Fica mais, ainda nem deu tempo para nada. Onde você estava esse tempo todo? Como vamos encontrar Karin?

– Preciso trabalhar, deu meu horário.

– Trabalhar? Nesse horário? - Sasuke afastou suas mãos de meus ombros e se dirigiu a porta.

– Amanhã estarei de volta. - Disse e saiu.

&~&

Logo pela manhã, me encontrava no consultório de Ino com um semblante perturbado, ela estava sentada em frente a sua mesa, folheando seus prontuários. Sua expressão foi calma e serena mesmo com a minha entrada dramática ao empurrar a porta com euforia. Passaram-se minutos até que me acalmei totalmente e Ino finalmente se pronunciou:

– Em que posso lhe ajudar?

– Ino, você pode dizer em que grau estou em paranoia?

– Como é?

– Encontrei-me com Sasuke, ontem a noite. Em casa. Nós conversamos... - Hesitei em continuar.

– Como é que se encontrou com Sasuke? - Ela parecia surpresa. - E o que conversaram? - Perguntou.

– Ele apareceu na porta de minha casa, com uma hipótese de quê... - Arfei ao encontrar o olhar analítico dela. - De quê...

Seu olhar queria me transmitir segurança e ao mesmo tempo me analisar, apesar de ser uma profissional e ser paga para me ouvir, ela já não o fazia nessa intenção, tinha um carinho por mim. Sabia que podia contar com ela.

– É que possivelmente... - Fui interrompida por uma mocinha, funcionária de Ino.

– Desculpe Dra. Yamanaka, mas há um homem chamando a senhora lá na recepção. - A menina estava pálida e soltou: - E eu acho que ele deseja encontrar a senhorita Haruno.

– Me encontrar? - Disse e nós três seguimos para recepção.

Saímos da sala para encontrar Sasuke encostado sobre o balcão da pequena recepção. Ao colocar seus olhos em mim, Ino protestou:

– Qual o motivo pelo qual me solicitou? - Ela disse em tom tenso.

– Apenas para lhe desejar um bom dia. - Disse irônico, abriu um sorriso galanteador. - Vamos Sakura.

– Ela não vai a lugar nenhum.

– Vamos perguntar a ela com quem quer ficar?

– Está tudo bem, eu irei te acompanhar Sasuke. - Ele sorriu convencido e Ino me olhou.

– Qualquer coisa, me ligue. - Ela sussurrou, eu assenti enquanto me despedia e segui Sasuke.

&~&

Cruzei meus braços ao sentir o friozinho daquela manhã, e então percebi a expressão concentrada de Sasuke ao se afastar do consultório. Ele sempre foi bonito mas ao amadurecer, ficou ainda mais irresistível. Mordi meu lábio e tratei de expulsar aqueles pensamentos.

– Como sabia onde eu estava? - Disse enquanto andávamos.

– Sei de muita coisa sobre você. - Ele parou de andar e fiz o mesmo.

– Como? - Repeti a pergunta.

– Se eu te contasse, teria que te matar. - Ele piscou pra mim, logo após subiu na moto e cobriu seu rosto com o capacete, me entregando outro.

– Não posso... Não posso subir na moto.

Ele continuou com o braço estendido com o capacete em mãos, e eu olhei para minhas vestes. Usava um vestido lilás que iam até minhas coxas, enrubesci ao notar que mesmo com o rosto coberto, ele me olhava e sorria.

– Vamos, é só segurar em mim que nada voa.

– Você não mudou nada. - Dizia enquanto colocava o capacete.

– Bom, algumas dizem que esse é meu charme.

– Para onde nós vamos? - Cortei-o. Passei minhas pernas sobre a moto e me sentei.

– Só confie em mim e se segure.

Sasuke era maluco! Arrancou a moto e tudo o que fiz foi abraçar sua cintura firme. Tive uma sensação estranha correr por meu corpo inteiro, suspirei e esperei essa tortura acabar, com os olhos fechados.

Quando dei por mim, Sasuke firmava seus pés no chão e não havia vento contra meu rosto. Ele tirou o capacete e fiz o mesmo, descendo da garupa da moto.

Estávamos em frente a um luxuoso prédio, ergui minhas sobrancelhas em dúvida e voltei a minha atenção em meu companheiro, que já se encontrava apoiado na moto, com um cigarro recém aceso nos lábios, me olhava com divertimento.

– Porque me trouxe aqui? - Perguntei e ele deu uma tragada.

– É um estúdio fotográfico. - Dizia entre fumaças.

– E...? - Incentivei, Sasuke sorriu e se aproximou de mim.

– Não aprendeu a ser paciente ao longo desse tempo?

– Claro que não. E além do mais, gostaria de saber o que você foi fazer no consultório da Dra Yamanaka.

– Sakura. - Ele voltou a tragar o cigarro, tirando-o da boca e em seguida, jogando fora. - Não sabemos o que estão "atrás de nós". Caso Louise estiver viva realmente, não iremos mata-lá novamente, hm? Então será melhor mantermos discretos sobre nosso reencontro e sobre o que nós sabemos.

Abaixei minha cabeça diante Sasuke, havia me envergonhado pelo fato de quase estragar os seus planos. Era o que eu sempre fazia. Nunca seguia suas regras e tudo dava errado.

Sasuke passou seu braço sobre meus ombros, me surpreendendo mas entendi o que queria; seguimos para um lado mais escondido da porta do prédio pois havia um grupo saindo do mesmo.

Aqueles rostos eram todos desconhecidos para mim e não entendia do porque Sasuke me trouxe até este lugar. Bufei baixinho mas ele escutou e me apontou discretamente para o meio da roda; mas meus olhos não captavam o que era.

Até que o pequeno grupo começou a dispersar, dando lugar para minha visão e encontrou longos fios avermelhados naquele meio, e Sasuke já não estava mais do meu lado, se movia lentamente até o foco de nossa atenção. Foi aí que o mundo parou, e a dona dos fios avermelhados se virou.

Meus olhos encheram d'água, algo pelo qual não acreditava ser possível, estava ali de pé... A criatura bela e perfeita.

Sorria ao encontrar a figura de Sasuke ao seu caminho, Karin estava entre nós, uma sensação de alivio me tomou e tudo o que fiz foi olhar aquela cena no qual sempre sonhei. Minha melhor amiga estava viva.


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Notas finais do capítulo

Não aguentei e postei o terceiro capítulo. Agora a história vai realmente começar! Espero que vocês entendam a passagem de tempo, qualquer coisa é só falar comigo.

Comentários bons e ruins são necessários pra mim, espero que novos leitores apareçam! Beijos



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