O Diário Secreto de Anna Mei escrita por Fane


Capítulo 37
O Plano dos Doces


Notas iniciais do capítulo

Tive que relembrar alguns assuntos de matemática e física do primeiro ano pra fazer este capítulo... asuahsuahsuahsuah faz sentido? não? enfim...
Alguém aqui ainda lembra da Taylor? Pois é, ela está voltando, e claro o irmão dela está chegando também... Katlyn e Loiza também vão retornar, e um personagem novo e lindo maravilhoso vai aparecer para batucar os corações das leitoras...
Enfim, muita gente nova vai aparecer... Pra segurar a curiosidade é o jeito vocês se contentarem com essa miséria de capítulo...



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“Tem certeza que pode fazer isso?”

“Claro, contanto que depois me diga por que, e que também diga o que achou dos docinhos...”.

Estou falando com a Mandy há tempos pelo celular, colocando meu plano em prática. Não vou falar o que vou fazer agora, mas tem tudo pra dar certo.

“Então tá, vai trazê-los que horas?”

“Estarão prontos às três, posso ir deixar em seguida, talvez três e meia por aí.”

“Perfeito! Valeu, Mandy!”

“Ah, Mei, sabe que eu quero que faça um relatório dos sabores, não é?” ela ri.

“Sim, senhora!”

Agora posso sossegar um pouco, ainda nem são uma da tarde, posso preparar todo o cenário...

E o que eu fiz? Bom, eu pedi doces, muitos doces! Poderia me acostumar cegamente com isso, mas isso foi graças à Mandy, que disse que gosta de estudar Física cozinhando (como ela faz isso eu não sei), então ela vai me mandar os doces que ela criar hoje, pra eu falar se aprovo ou não.

Enfim, preciso me arrumar também, tudo tem que estar devidamente preparado.

*

Escuto a campainha tocando, corro pra janela do quarto pra confirmar. É ele! Estou tão animada que dançaria salsa sozinha, vestida de árvore no meio da rua.

Mas não posso demonstrar isso, estou perfeita... Vamos à atuação.

– Hmm? O que foi? Por que está aqui? – falo, gente, eu posso ser uma excelente atriz!

– Combinamos de estudar aqui, e porque raios está de pijama? – ele me olha dos pés a cabeça, indignado. Estou vestindo um short verde com bolinhas brancas, e uma camiseta com mangas curtas do mesmo jeito. – E está toda descabelada!

Isso é parte do plano, Anna Mei, foi ideia sua fazer um coque completamente desfigurado.

Levo a mão a boa, reprimindo um bocejo falso e coço os olhos. Assim parece que acabei mesmo de acordar.

– Ah, pois é... Entre...

– Anna Mei quantas vezes eu disse pra não deixar suas calcinhas no chão do banheiro... – minha mãe chega, com uma das minhas calcinhas na mão.

Hora errada. Hora errada!

– Ah! Dennis, querido! Mei, porque não disse que Dennis viria?

– Esqueci... – falo, arrastando a voz de sono o máximo que posso, rezando pra minha mãe não atrapalhar meu plano diabólico. – Ele veio estudar... – bocejo falso... – Para as provas de amanhã.

– Que ótimo! Enfim, subam logo, farei alguns bolinhos!

Ela nos expulsa da cozinha pra ser livre como uma borboleta e ir comprar bolinhos prontos, depois ela coloca recheio e cobertura e diz que foi ela quem fez.

– Disse que tinha esquecido... – Dennis diz, entrando no meu quarto.

– E esqueci... – falo.

– E como explica isto... – ele aponta pra mesinha de centro, com os livros que ele disse e um saquinho de jujubas reserva.

– Ah... esqueceu que sou sonâmbula? – ele pareceu não engolir, mas não disse nada.

Passaram alguns minutos com a explicação chata e monótona e eu quase dormi de verdade, com certeza Dennis não é um bom professor.

– Preste atenção! Que formula se usa quando temos o cateto oposto e o cateto adjacente no triângulo retângulo?

Ai que tédio!

– Fórmula de báskara? – falo, sei que não é isso, mas não consigo me lembrar do nome do trocinho.

– Por favor, Anna Mei! – ele está visivelmente impaciente. Verdadeiramente impaciente.

– Tangente... – reviro os olhos, mas ainda falo com um pouco de dúvida.

– Finalmente, agora, aqui, o ângulo é 60 graus, qual a tangente de 60?

– Pausa! Por favor! Uns cinco minutinhos de descanso, minha cabeça é muito pequena pra tudo isso de uma só vez!

Ele respira fundo, eu pego o pacote de jujubas e ofereço. Ele recusa.

Por que recusou?

– Quer passar pra física?

– Não!

– Eu acho muita maldade passar a prova de matemática e física no mesmo dia, principalmente pra alunos como você... – ele ri.

– Estava só encenando, né? Queria rir da minha cara o tempo todo, mas não podia porque estava atuando, certo? – acuso. – Seu atrevido, sem doces pra você.

– Não! O prometido foi esse, eu te ensino, você me dá os doces, cumpra com o trato! – isso me lembra duma chantagem que eu fiz, meses atrás.

– Não lembro de trato nenhum – cruzo os braços...

– Crianças, fiz os bolinhos... Venham comer... – a cabeça da minha mãe aparece na porta.

*

– Então a velocidade média do veículo fica... – Dennis continua falando e falando...

Eu quero só morrer, mas antes que isso aconteça, a campainha toca, e eu imediatamente pulo.

Os bolinhos da minha mãe não fizeram o efeito esperado, mas os doces da Mandy vão fazer com certeza.

– Mandy! – abro a porta. – Vou te amar pra sempre, depois disso.

– Igualmente! – ela ri. – Bom, me diga o que achou amanhã, e o que aconteceu aqui também. – Ela pisca e saltita até o carro, onde Alex está e manda um “tchauzinho” pra mim... Posso não o conhecer muito, mas além de ser o irmão da minha amiga, é meu cunhado também.

– Dennis, Mandy veio deixar alguns doces em teste... – falo e ele levanta a cabeça como se fosse um tigre ouvindo sua presa.

Dava dó de comer aqueles doces, mas Dennis não estava nem aí.

– Calma, parece que tava trancado! – murmuro.

– Sabe o que aconteceu? – ele fala, super animado com o efeito do açúcar – Me proibiram de comer doces, e eu estava ficando louco.

– Por quê te proibiram de... – ai não.

– Anna, você é a melhor pessoa do mundo, eu te amo!

Aí é que está... Ele me ama... Mas me ama do mesmo jeito que o Gabriel me ama. Assim fica difícil.

– Não me ama não! – falo, revoltada e levanto. Ele para de comer e me olha como se eu tivesse cometido um crime. – Você não me ama, eu não sou sua amiga, e não, muito menos sua melhor amiga!

– Mas o que...

– Preste atenção, amigos não fazem isso! – puxo a gola da camisa dele e o aproximo de mim.

Nos beijamos rapidamente. Por que depois eu saio do quarto, arfando e entro no quarto de Lukas.

– Não entre sem bater, sua louca! Eu poderia estar... – Lukas para de falar e me olha. – Por que está... Mei, você... Você matou alguém?

Continuo arfando, não consigo falar, meu coração está batendo rápido demais, meu peito dói, acho que vou entrar em colapso.

– Eu... eu... consegui... – consigo falar, ainda engasgada.

– E essa cara de Coringa? – Lukas me puxa e me senta em algum lugar. – está passando mal?

– Eu consegui! Eu fiz! Eu sou demais! – falo, recuperando o fôlego e sentindo a pulsação ficar normal de novo.

– Desisto... – ele levanta e volta a fazer o que estava fazendo.

Saio do quarto em silêncio, dou uma olhada no espelho antes pra ver se minha cara não está vais vermelho vivo, tudo normal, agora vamos ver... Dou um espiada no meu quarto e Dennis ainda está do mesmo jeito que eu o deixei. No chão, olhando pra cima, com cara de mané.

Funcionou!

Mas o que eu faço agora? O que eu faço agora? Não tinha pensado nisso! Ah, bom artistas improvisam! Vamos lá...

– Já está tarde, não vai pra casa? – digo entrando no quarto, ele toma um susto. – Acho que já estudei o que tinha pra estudar, mais que isso eu não aprendo até amanhã.

Ele se levanta, ainda sem expressão.

Não vai dizer nada? Eu faço tudo isso pra receber o silêncio? Garoto idiota!

Pego os livros dele, pra tentar ajudar, né, já que sou uma pessoa super prestativa, mas ele me interrompe... Me abraçando.

Ficamos assim por tempos, até eu lembrar que são quase cinco e meia.

Isso quer dizer que meu pai está chegando. E se vir Dennis aqui vai convidá-lo para jantar. E eu não quero isso. Não mesmo.

– É melhor você ir, sabe... Sua prima pode surtar... Tipo, se souber que você está aqui... – falo, bom, é difícil dizer pra ele que eu tenho quase certeza que Hanna gosta dele, mas se ele não sabe, eu tenho que falar.

– E por que ela surtaria? – ele abre mais os olhinhos.

– Sabe... Eu acho... tenho quase certeza... – digo isso enquanto descemos a escada. – Tipo, acho que ela gosta de você...

Dizer que ele gargalhou feito um asmático em crise foi pouco, ele quase pulou feito um chimpanzé pela minha casa, passou o resto do caminho até a porta rindo.

– Hanna... Hanna gosta de mim? Fala sério... – ele puxa o ar. – Você não a conhece... Não tem ideia do que ela prefere... Eu estou fora de cogitação, Hanna me detesta.

Estreito os olhos.

– Mesmo se ela gostasse, e daí? Eu prefiro muito mais uma baixinha desarrumada que está bem na minha frente... – ele diz. Ah, meu amigo, já me acostumei com isso, não vai colar.

– Boa tentativa... – cruzo os braços. – Não funcionou.

– Bom, eu percebi o que você estava fazendo... – ele se aproxima... – Quase perdi, mas não posso deixar uma garotinha má como você ganhar. – ele sopra minha orelha, e é como se eu tivesse tomado um choque. Todo meu corpo endurece.

– Isso só mostra que está apelando... – murmuro. – E se está apelando quer dizer que não aceitou a derrota! Nada que fizer vai funcionar.

– Ah, é? – Ele se aproxima mais, e me beija. – e isso? Funcionou? – ele olha meu rosto, que provavelmente está queimando e sorri.

– Vá pra casa! – digo e ele sorri mais ainda. – Suma daqui!

Respiro fundo. Um dia desses eu acabo num hospício.


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Notas finais do capítulo

Está muito fofo! Tão fofo que eu poderia vomitar purpurina verde-limão!
Até o próximo, marshmallows ^^



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