Cap. 4 – “Você?”

POV: Draco Malfoy

— Draquinho? O que há com você? – Pansy me perguntou irritada.

O negocio é que estávamos no maior clima e do nada eu fiquei aéreo... A causa? Outra visão sem mais nem menos com a tal garota. Ela estava em um jardim, correndo por entre as flores. A imagem era tão surreal.

— Draco? – ela estalou os dedos em frente a meus olhos, me tirando do transe.

— O que é?

— O que é? Draco, você está é enlouquecendo. É melhor você ir pra casa. – Pansy falou com os olhos arregalados.

— Não é nada. – eu beijei o pescoço da morena avidamente e puxei-a para mais perto de mim.

Eu precisava parar com isso ou realmente ficaria louco.

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Estávamos na minha casa, eu, Blas e Theo. E novamente, minha mente passou a vagar. Eu não conseguia tirar a menina das visões da cabeça.

— Draco merda, presta atenção no que eu estou falando. – Blasio me deu um grito e eu caí do sofá com o susto.

— Blasio, você é idiota? – eu coloquei a mão em meu peito – pra quê esse grito?

— Pra quê esse grito, Draco? – Theo meteu-se na conversa – você está completamente aéreo. Faz um tempão que a gente está aqui falando com você.

— Deixem de drama...

— Drama? Vamos lá então Draco, diga o que a gente estava falando. – Blas me desafiou.

— Ah, eu sei lá. – eu falei em rendição.

— Onde você estava com a cabeça seu loiro aguado? – Theo perguntou implicante.

— Gente, se eu falar vocês não vão acreditar em mim.

— Fala logo Draco. – Blá me incentivou.

— Ok. O negocio é que, de uns anos pra cá, eu ando tendo umas visões com uma garota e desde então eu não consigo mais parar de pensar nela. – eu disse aliviado.

Os meninos olharam pra minha cara e começaram a rir histericamente.

— Por Deus Draco, esse seu castigo está lhe deixando maluco. – eles riam mais ainda.

— ARGH, SAIAM DAQUI. JÁ JÁ! – eu os coloquei pra fora da minha casa.

Mais que inferno, se essas visões não acabassem eu iria acabar ficando louco.

Depois que os meninos saíram eu desci e fui assistir tv na sala.

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Já estava escuro quando alguém me acordou:

— Draco, querido, acorde. Eu e seu pai precisamos falar com você. – abri os olhos, ainda sonolento e percebi que era minha mãe quem havia me acordado – Vamos filho, levante.

Eu cocei os olhos e a segui até a sala de reuniões. Minha mãe estava muito eufórica, o jeito que ela fazia para conter pulinhos era assustador. Ela nunca ficava tão feliz desse jeito, com certeza uma bomba vinha por ai.

Ela me puxava pelos corredores até que chegamos à sala, meu pai estava sentado em sua poltrona e logo que entramos minha mãe me soltou e foi até ele.

— Vamos Lucio, diga a ele a novidade. – ela dizia sorrindo.

— O que é? Não vão me dizer que vocês vão ter um filho né? Isso seria muito nojento. – eu falei fazendo uma careta.

— Draco! – minha mãe me repreendeu

— Tá, tá... O que vocês querem falar comigo?

— Nós – meu pai disse apontando pra ele e para minha mãe – decidimos cuidar do seu futuro por nós mesmos. Por isso matriculamos você numa nova escola...

— O QUE? – eu gritei atrapalhando meu pai – VOCÊS NÃO PODEM FAZER ISSO!!!

— As aulas começam amanhã, já compramos seus materiais, seu uniforme e essas coisas. – meu pai continuou como se eu não tivesse o interrompido – Hogwarts fica um pouco longe daqui, por isso, eu e sua mãe, antes de sairmos para o trabalho levaremos você pra escola e depois o motorista irá lhe buscar.

— Como é que é? Vocês me matricularam naquela merda de escola cheia de gente classe media? Vocês estão de gozação com a minha cara?

— Filho, você precisa conviver com pessoas mais humildes que nós para aprender a dar valor às coisas que você tem.

— Mãe, eu não vou pra essa escola. Vocês estão ficando loucos. VOCÊS ESTÃO INSANOS.

— O único maluco aqui é você, pare de gritar que ninguém nesta casa é surdo. – meu pai falava calmamente – agora vá para seu quarto e durma, vamos levar você para a escola as 06h30min.

— Eu não vou. NÃO VOU.

— Escute bem por que eu só vou falar com você uma única vez, você vai pra escola, vai permanecer lá dentro, não vai filar aula e vai tirar boas notas... – eu ia abrindo a boca para interromper quando meu pai fez sinal para que eu me calasse – ainda não terminei. Você vai ser um bom garoto, caso contrario, eu vou tirar todas as suas coisas: celular, tv, vídeo game, tablet... E claro, sua mesada.

— Mãe, você não pode deixar ele me obrigar a fazer isso. – eu apelei pra minha mãe.

— Desculpa querido, mas eu também sou a favor disso.

Eu andei pela sala com as mãos no rosto:

— Eu não acredito nisso.

— Estamos entendidos, Draco? – meu pai me perguntou.

— Estamos. – eu saí da sala e fui diretamente para o meu quarto.

Peguei o celular e liguei para Blasio, mas o imprestável não me atendeu.

Deitei em minha cama de barriga pra cima e chorei, não sabia o porquê, mas mesmo assim eu chorei. Se tinha uma coisa que eu odiava era ser obrigado a fazer algo.

POV: Hermione Granger

Já estava quase na hora do jantar, eu estava deitada em minha nova cama ouvindo musica quando me veio uma súbita vontade de desenhar.

Peguei meu bloco de desenho, um lápis e comecei a desenhar. Era sempre assim, me vinha uma vontade incontrolável de desenhar do nada, era como se meu corpo tivesse vontade própria. Os desenhos eram sempre sobre a mesma pessoa. Um garoto.

Nunca o vi na minha vida, mas de alguma forma eu me sentia ligada a ele. Era tão estranho isso. Quando eu terminei de desenhar me assustei com o desenho. O garoto, que eu sempre desenhava com expressões frias, irritadas e grosseiras assumia agora um olhar triste. Ele chorava deitado numa cama... Mostrava vulnerabilidade. Fiquei olhando por um tempo para o desenho quando alguém bateu na porta do quarto:

— Pode entrar. – eu falei em resposta. Era o Tomas:

— Vamos jantar, Hermione.

— Certo, já estou indo, só vou guardar essas coisas e desço.

Ele entrou no quarto e sentou-se na minha cama:

— O que é isso?

— É um desenho bobo que eu fiz.

— Me deixa ver.

Eu entreguei o desenho e ele ficou analisando por um tempo:

— O que foi? – eu tomei o desenho da mão dele – eu não te falei que era bobagem?

— Não, espera Hermione – ele puxou o desenho da minha mão – isso aqui é perfeito. Você desenha muito bem, serio.

— Não brinca comigo, cara. – eu disse rindo.

— Não estou brincando, é serio. Você desenha muito. – ele riu – quem é o cara do desenho?

— Não faço a mínima ideia.

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Depois do jantar, eu, Alie e Morg fomos conversar na sacada da casa.

— Vocês vão adorar Hogwarts, aquela escola é minha segunda casa, serio. – Morgana falava com entusiasmo.

— Vai ser estranho começar numa escola nova bem no meio do ano. – Alicia disse de cabeça baixa.

— Não se preocupa com isso não prima, você vai se acostumar.

— Mas e se não gostarem de mim?

— Fala serio Alie, é claro que vão gostar de você. – eu disse tranquilizando-a.

— E vão mesmo. – Morgana disse para minha irmã sorrindo docemente. – Olha, com a sua idade eu conheço a Louise e o Louis, eles são gêmeos, você irá adorar eles.

Alicia riu animada.

— E o Tom, Morg? Ele estuda lá também? – eu perguntei pra Morg.

— Não, o Tom e os amigos dele, o Harry e o Rony, já vão pra faculdade. Os três passaram ano passado em engenharia. – ela falou e percebeu que eu fiquei desapontada, afinal, ter um primo mais velho na escola nova seria maravilhoso – mas não se preocupe Hermione, a irmã do Rony, Gina, tem a mesma idade que você, é bem capaz de vocês ficarem na mesma turma.

— Ótimo, assim fico mais aliviada.

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Pela manhã eu acordei chorando, tinha tido um pesadelo com os meus pais. Enxuguei as lagrimas e fui tomar um banho.

Vesti o meu uniforme e desci até a cozinha. Já estavam todos acordados sentados á mesa:

— Hermione, querida, venha, sente-se conosco. – minha tia me puxou e me fez sentar ao seu lado.

— Por que não me acordaram?

— Por que ainda está cedo para sairmos. Vamos, coma algo.

Eu coloquei ovos, bacon e algumas panquecas em meu prato. Depois de comermos nós saímos.

Entramos no carro da minha Tia, eu, Morgana e Alicia, enquanto, Tomas ia para a faculdade no carro do Harry com Rony e os irmãos gêmeos dele que por ventura, eram muito lindos.

Morgana me disse que Gina iria para a escola de carona com a sua amiga Luna.

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POV: Autora

Enquanto Hermione já estava na escola conhecendo novas pessoas e pegando o seu horário de aulas, Draco estava dando o maior trabalho para levantar da cama:

— DRACO LEVANTE AGORA! – Narcisa gritou perdendo a paciência. O loiro levantou reclamando e foi tomar banho.

Após se vestir ele desceu as escadas e foi até a cozinha, seus pais não estavam lá:

— Cadê os meus pais, Maria? – ele perguntou á governanta da sua casa.

— Estão no carro, acho melhor o senhor se adiantar, o seu pai falou que iria lhe deixar aqui pra você ir de ônibus.

— O QUE? – o loiro pegou uma torrada em cima da mesa e saiu correndo. Quando chegou á garagem percebeu que o carro dos seus pais já estava saindo.

Draco correu até ele e começou a bater no vidro. Seu pai parou o carro e ele entrou.

— Se você demorasse mais um pouco ia acabar indo pra escola de ônibus. – seu pai falou olhando para ele pelo retrovisor.

— Tá, tá.

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Hermione estava realmente gostando da nova escola, era todo mundo muito acolhedor.

O sinal tocou e ela e Gina seguiram para a sala. Gina era uma garota muito amável, Hermione havia adorado ela.

— Venha Mione, vamos sentar aqui na frente. – a ruiva puxou Hermione e ambas se sentaram.

Logo a professora entrou.

— Essa é a professora MacGonagall, ela é professora de história. – Gina cochichou para Hermione.

— Bom dia turma, creio que vocês já saibam que iremos receber dois alunos novos hoje. – ela disse sorrindo – Hermione Granger? – ela disse procurando. Hermione levantou e foi até ela – olá querida. E iremos receber também outro aluno. Draco Malfoy?

Todos procuraram pelo novo aluno pela sala, mas não o encontraram. Quando alguém abriu a porta da sala:

— Desculpa o atraso!

— Sem problemas. Venha até aqui querido, você deve ser Draco Malfoy, certo?

O garoto assentiu e foi até ela, até que percebeu que havia uma garota a seu lado. O coração de Draco falhou duas batidas, a menina também parecia assustada em vê-lo.

— Você? – os dois perguntaram juntos.