Never Let Me Go escrita por Lizzy Darcy


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

E o desenrolar da Fic Continua... Ainda tem muita água pra rolar. Só estou triste com o número de reviews :(



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/511970/chapter/15

Capítulo 15 de NLMG 🌺

No dia seguinte, Manuela acordou bem cedo e foi à Baia de Davi. Ele despertou ainda sonolento. Tinha ido dormir cedo, mas as lembranças dolorosas do seu término com Megan o haviam atormentado a noite inteira.

Tudo que ele mais queria naquele dia era que as horas passassem rápido para que ele pudesse sair daquele lugar. Não aguentava mais estar tão perto de Megan e ao mesmo tempo tão longe. Aquela sensação estava dilacerando seu coração aos poucos.

Contudo, havia feito uma promessa a Manuela. E sua integridade e caráter jamais o deixariam quebrá-la. Além disso, tinha o fato de se sentir culpado por ter se aproveitado dela naquela noite fatídica.

Maldita noite que agora o trancafiava sem direito à nem sequer uma condicional! Por que foi beber daquele jeito? Perguntava a si mesmo em pensamento, martirizando-se.

Não era acostumado com bebida. As poucas vezes em que bebera - Lembrou-se - foi para comemorar algum feito ou para brindar em favor de alguém. Nunca por sofrimento. Nunca por amor. Até porque... Até aquele dia em que colocara os olhos em uma certa americana, nunca havia amado. De verdade.

– E aí, Davi, alguma idéia para o nosso game? - Manu perguntou, arrancando Davi de seus devaneios amorosos.

Os dois estavam na baia de Davi. Sentados à uma mesa, um de frente para o outro. Cada um com seu próprio notebook.

Davi coçou a cabeça e retirando os óculos, esfregou o rosto com as duas mãos. Estava tão desconcentrado que, já nem tinha idéia da quantidade de vezes que havia voltado ao mesmo parágrafo do texto que estava lendo.

– Não. E... Se eu bem me lembro, eu já te dei três idéias, mas até agora você não gostou de nenhuma.

– É que eu acho que game educativo tá muito batido. A gente tá precisando de uma idéia melhor.

– Ah, é?! Qual? - Davi perguntou, sem interesse.

Manuela levantou e começou a andar de um lado para o outro.

– Num sei. A gente tem de descobrir algo que chame a atenção do público alvo, algo que motive... Entende?

– Algo que motive? Sei lá... Poder, dinheiro, idéias, sexo... - Parou por um instante e uma imagem se formou em sua mente. Megan. O que o fez se lembrar da maior de todas as motivações... - Amor?

Diante daquela última palavra, os olhos de manuela brilharam e um grande sorriso se formou em seus lábios.

– Isso! - Quase gritou - É isso! Amor é o que mais motiva as pessoas. Claro. Todo mundo quer amar e ser amado algum dia. Eu falo no geral... Entende?

Davi franziu o cenho - Calma aí, o que você tá propondo? Que a gente faça um game romântico? É isso?

– É. Eu acho essa idéia massa e original. E você, o que acha?

Davi deu de ombros - A idéia é boa. Só acho que vai ser um pouco complicado criar alguma coisa nesse sentido. Mas... Se você acha que consegue. Vamo nessa! - Manuela sorriu, triunfante. Contudo seu sorriso não durou muito. - Só não quero que você confunda as coisas, tá bom?! Uma coisa é o game, outra coisa é a nossa relação que é, e sempre será puramente profissional.

Manuela segurou o sorriso, apesar de estar fumegando por dentro. - Claro. Sem problema. - Voltou a sentar. - Então, bora começar?

– Vamos sim. Eu até já tenho umas idéias de como a gente pode começar e... - Colocou os óculos e se concentrou na tela de seu computador, porém levantou o olhar ao avistar Murphy, que caminhava apressado do lado de fora da baia. - E... e... - Levantou bruscamente - Desculpa, Manu, mas eu preciso falar com uma pessoa. É rapidinho. - Correu em direção à porta. - Já volto.

– Murphy! - Davi gritou, antes que ele entrasse na sala de Jonas.

Ele se virou - Pois não, Davi...

Colocou as mãos dentro dos bolsos, se arrependendo do que veio perguntar. O que deu em sua cabeça? Pensou. Quis recuar. Mas aquela já não era mais uma opção, pois Murphy já o olhava impaciente e com curiosidade.

– Er... Os monitores... Eles não vêm hoje? - Questionou, tentando disfarçar a verdadeira pergunta.

– A senhorita Megan, o senhor quer dizer. - Murphy insinuou.

Davi deu um sorriso de lado, e corou.

– Não. - Murphy respondeu com aquele tom robótico - A senhorita Megan ligou e disse que acordou um pouco indisposta hoje. Pediu para que outro monitor a substituísse. Mais alguma pergunta?

A expressão de Davi era de total frustração. - Não. Só isso. Valeu, Murphy.

– De nada. Agora com licença porque o meu boss mandou me chamar para uma pequena reunião. E ele odeia atrasos.

Davi meneou a cabeça com um sorriso triste. Então Murphy girou nos calcanhares e entrou na sala de Jonas.

Davi engoliu a seco. Queria saber de Megan. O que estaria acontecendo com ela? Será que estava sofrendo assim como ele? Será que já tinha superado o término? Será que ainda o amava? Mil perguntas lhe sobrevoavam à mente. E uma lágrima furtiva escorreu em seu rosto.

– Megan, cadê você? - Sussurrou para ninguém, enxugando a lágrima com o dorso da mão.

Então sabendo que não obteria resposta, virou-se, e foi embora, acabado.

Dois minutos depois que Davi se fora, Megan bateu na porta da sala de Jonas. Se Davi tivesse ficado apenas por esse espaço de tempo, era certo que os dois se encontrariam. Porém, por algum motivo, quis o destino que isso não acontecesse.

– Entre! - Gritou Jonas do lado de dentro. Quando a garota entrou, Jonas não a reconheceu de imediato. E foi só quando Megan retirou sua peruca e disfarce que Jonas arregalou os olhos, juntamente com Murphy - Peanuts?!

– Yeah. Me. - Respondeu Megan, travessa.

– Mas que diabos... Megan, exijo uma explicação para isso. - Jonas pediu e depois se dirigiu a Murphy, que encontrava-se a sua direita, embasbacado. - Murphy, nos deixe a sós, por favor. Murphy! - Gritou, já que o indiano parecia não ter escutado de primeira a sua ordem.

Murphy balançou a cabeça - Claro, boss. Agora mesmo. Com licença. - Meneou a cabeça para ele. - Senhorita Megan. - Cumprimentou, meneando a cabeça para ela também, como era de seu costume diante de qualquer membro da família Marra. Abriu a porta, ainda fitando Megan, sem entender. Então fechou a porta atrás de si. Contudo, ainda ousou abrir a porta mais uma vez para dar mais uma olhada em Megan.

Por fim, conformado, foi embora.

– Lembre-me, pelo amor de Deus, de nunca mais contratar um indiano para ser meu acessor. - Jonas comentou, revirando os olhos e balançando a cabeça. Megan soltou um risinho. Então Jonas levantou e contornando a mesa, encostou o traseiro na ponta da mesa. Depois cruzou os braços e estreitou os olhos para ela. - Estou esperando pela explicação, Megan Lily Parker-Marra.

Megan deu de ombros - Well, eu me disfarcei porque eu não queria ser reconhecida por ninguém. Simple as that!

Jonas levantou uma sobrancelha - Por ninguém... Em específico, suponho.

– Yeah, daddy. Por ninguém. Em específico. - Megan respondeu, revirando os olhos.

– Que seria... Golias. Estou certo?

Às vezes, Megan se surpreendia com a total perspicácia de seu pai. Era incrível. Um dia ainda perguntaria, como ele conseguia ser assim.

– Right. - Respondeu seco.

– E será que eu posso saber o porquê dessa repentina mudança? Já que, se bem me recordo, vocês estavam se relacionando muito bem. Até bem demais para o meu gosto.

Megan bufou - Dammit, daddy! Stop com essa enrolação! Quer mesmo saber o motivo? Ok! Eu vou dizer. A gente brigou. Satisfeito, Jonas Marra?

Jonas desencostou da mesa abruptamente - Claro que não! O que ele fez com você, Peanuts? Ele te machucou? Porque se aquele... - Queria dizer um palavrão. Mas se conteve. - ...Golias te machucou, eu sou capaz de...

– Calm down, daddy! Nós só... Tivemos um little desentendimento. Just that! Golias não me machucou. - Olhou para o lado e suspirou. Depois voltou a encará-lo - Não fisicamente.

Jonas ficou aliviado, mas quando encarou Megan, enxergou aquela menininha que uma dia carregara no colo. Tão indefesa. Tão frágil... Queria protegê-la de tudo e de todos. Mas como? Se toda vez que ousava se aproximar, ela colocava uma barreira invisível e intransponível entre eles.

Mesmo assim arriscou um pequeno grande gesto. Aproximou-se lentamente e puxou-a para um abraço. Contudo antes de apertá-la, esperou sua reação. Para seu alívio, foi a melhor possível, pois a garota se aninhou em seu peito, recebendo a abraço de bom grado. Ele sorriu, feliz, ao aconchegá-la.

– Daddy! - Megan falou, com a voz embargada pelas lágrimas, que agora molhavam a camisa do pai. - Posso te pedir uma coisa?

– Tudo que você quiser, Peanuts. - Respondeu Jonas, dando um beijo no alto de sua cabeça. E pensou, naquele momento, que se sua princesinha pedisse a lua, ele daria um jeito de conseguí-la. Pois, dentro daquele abraço, nunca tivera tanta certeza de seu amor por seu amendoinzinho.

– Eu quero que... Me libere de minha monitoria. Pleasee! Não posso mais ficar perto do Davi. My heart não suportaria.

Mas antes de responder, Jonas segurou o rosto dela entre as mãos. - Peanuts, eu não posso fazer isso. É contra o regulamento.

– But, daddy... - Sua expressão era de angústia.

– Murphy! - Gritou Jonas a plenos pulmões. Megan pulou com um susto e franziu a testa, sem entender.

– Chamou, Boss?! - Respondeu Murphy ao abrir a porta.

– Sim. Chamei. Convoque os candidatos, imediatamente. Tenho um comunicado a fazer.

– Posso saber do que se trata, amado boss? - Perguntou Murphy, já abrindo seu caderno de anotações.

– Não. Você, não. Mas Megan pode. Eu quero comunicar que a partir de agora eles vão ter de se virar... Sozinhos. A monitoria acabou. Period!

Murphy arregalou os olhos, mas terminando de anotar, saiu, fechando a porta atrás de si.

Megan abriu um sorriso radiante e jogando os braços ao redor do pescoço de Jonas, abraçou-o com força. - Thanks, daddy!

– Eu disse que liberar você da monitoria era contra o regulamento. Mas não falei nada sobre cancelar a monitoria... - Piscou um olho para filha, que o encarou com ternura.

Quando Megan abriu a boca para agradecer mais uma vez, ambos se voltaram para porta que havia sido aberta, de forma violenta.

– Rob?! - Megan exclamou ao se deparar com o amigo. - What happened?!

– Little girl, o Murphy me disse que estaria aqui, so... Vim correndo. - Segurou a mão de Megan e encarou-a com os olhos arregalados - Precisamos conversar. NOW!

Ao ouvir aquilo, Jonas, por confiar muito em Robert, resolveu retirar-se - Eu tenho que... Fazer um comunicado oficial aos candidatos. Se quiserem, podem ficar e... Conversar. - Sorriu e acenando para os dois, saiu porta a fora.

– Rob, please, está me deixando aflita. O que houve?

– Meg, eu acabei de ir na sala de áudios-visuais para procurar a gravação da fuga de Davi. Eu ia escondê-la para que o Jonas não ficasse sabendo de nada. But...

Fez um suspense, deixando Megan ainda mais aflita.

– But...

– But ela não estava lá. Nem ela, nem a fita que mostrava the exactly moment em que a Manuela disse para o Davi que foi ela quem cuidou dele quando ele estava drunk.

Diante daquelas palavras, o mundo rodou para Megan. E foi só quando ela conseguiu se recuperar que ela exclamou em alto e bom som.

– A nerdestina fez WHAT?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

😘