Who Owns My Heart? escrita por Lauren Grace


Capítulo 17
Pretty When You Cry


Notas iniciais do capítulo

Olá xuxus! Sei que demorei para postar, mas é porque tou com milhões de coisas para fazer, é sério. Semana passada tive 4 simulados, essa semana tive duas provas e semana que vem vou ter 5 provas e dois trabalhos, ou seja, tou muito apertada. Enfim, aqui está o capítulo, espero que gostem!



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Hoje fazia exatamente um mês que Percy e eu havíamos terminado. Um mês que minha vida havia se transformado em um inferno completo. Depois daquele dia em que ele veio em minha casa, eu ainda fiquei dois dias no quarto, sem sair para absolutamente nada. Minha mãe ficava cada vez mais preocupada, eu a ouvia chorando várias vezes por dia e me sentia culpada por isso. Ela sempre entrava no meu quarto e tentava me convencer á comer, tomar banho ou ir a um hospital. Mas eu simplesmente não queria fazer nada, eu queria apodrecer na minha própria mágoa. No 6º dia, eu acordei me sentindo menos mal. Eu estava triste, despedaçada, um lixo. Mas pelo menos eu queria fazer alguma coisa. E essa coisa era tomar banho.

Peguei uma roupa qualquer e entrei para o banheiro. Tirei aquele maldito vestido de noiva e joguei no lixo, eu não queria ver aquilo nunca mais. Me despi completamente e fui para o chuveiro, mas antes parei em frente ao espelho, nem sei por quê. Minha imagem era de destruição completa. Meu cabelo estava cinzento, oleoso e completamente embaraçado. Ainda tinha maquiagem no meu rosto, e meus olhos estavam fundos, sem brilho e com as pálpebras inchadas de tanto chorar. Eu estava bem magra, fruto dos meus seis dias sem comer absolutamente nada. Os cortes nos meus braços estavam cicatrizando, mas ainda eram visíveis. Eu estava com um cheiro ruim, rançoso, sujo.

Senti lágrimas quentes vindo nos meus olhos novamente, e entrei na banheira quente. A água era reconfortante, e me fazia sentir melhor. Nem sei quanto tempo fiquei naquele banho, só sei que foi o suficiente para eu me sentir limpa. Por dentro eu ainda estava destruída, mas minha imagem não mostrava isso.

Assim que me vesti comecei a me sentir fraca, eu não queria fazer nada de novo.

Saí do banheiro e encontrei minha mãe sentada na minha cama, que agora estava arrumada e com o lençol trocado. Meu quarto ainda estava com um cheiro desagradável, mas não tanto quanto antes.

Minha mãe me abraçou, acariciando meus cabelos ainda molhados. Ficamos ali por um bom tempo, eu chorando e ela também. Por fim, eu disse:

– Mãe, eu quero dormir um pouco.

– Não quer comer nada, Annie?

Balancei a cabeça negativamente e me deitei, dormindo poucos minutos depois.

Aos poucos fui melhorando. Voltei a comer, voltei a ler um pouco, e depois de dez dias voltei á escola. A escola era a pior parte do meu dia, sem nenhuma dúvida. Ninguém mais conversava comigo, e na maior parte do tempo eu estava sozinha. As pessoas lançavam olhares de desprezo pra mim, e algumas até cochichavam sobre mim quando me viam. Bianca ainda era a vadia de sempre, mas o que mais me doía era ver Percy. Ele não estava destruído como eu estava, ele estava bem, o mesmo cara de sempre. Bem arrumado, rindo, conversando, feliz. Eu tinha vontade de socá-lo toda vez que eu o via. Por isso, eu o evitava o máximo possível. Na sala eu sentava bem longe dele, e nos intervalos eu lanchava no banheiro feminino, pois sabia que ele jamais estaria lá.

Ele e Bianca não estavam juntos, mas eu sabia que eles já tinham ficado mais vezes depois daquela festa. E ele não deve ter ficado só com Bianca, deve ter ficado com um monte de garotas depois que arruinou minha vida.

– Annabeth, eu estive pensando em uma coisa – disse minha mãe, na hora do almoço. Ela havia mudado seu horário de trabalho, para passar mais tempo comigo em casa. Agora ela trabalhava pelas manhãs (enquanto eu estava na escola) e três horas durante a tarde. Na verdade, acho que ela tinha medo de me deixar sozinha em casa e eu fazer alguma coisa contra mim mesma.

– O quê? – perguntei.

– Antes, você estava tendo consultas com um psicólogo, não é? Qual era o nome dele mesmo? Dr. Summer?

– Apolo Summer.

– Então, porque você não volta a se consultar com ele, meu bem? Olha ele é um especialista nisso, e pode te ajudar a melhorar, pelo menos um pouco. Vocês vão conversar e ele vai te aconselhar a se sentir melhor.

É verdade. Apolo era um ótimo psicólogo, conversar com ele realmente me faria sentir melhor. Mas ele também era amigo de Percy.

– Mãe, ele é amigo do Percy. Não vai rolar.

– Annabeth, ele pode até ser amigo do Percy, mas acima de tudo ele é um profissional formado. Ele respeita uma ética, segue uma norma. Ele vai te atender como uma paciente e nada do que você disser a ele será exposto para mais alguém. Pense nisso.

– Tudo bem, mãe. Eu vou pensar e depois te falo – respondi, encerrando o assunto.

Pensei no que minha mãe havia me dito sobre Apolo durante a tarde toda. E percebi que ela tinha razão, o melhor que eu tinha a fazer era me consultar com ele agora. Ele não contaria nada para Percy, afinal sobre o meu quase estupro ele não contou para ninguém, certo? E eu estava mesmo precisando conversar com alguém, eu não queria admitir mas eu me sentia sozinha. E isso não estava me fazendo bem.

– Mãe, eu pensei sobre ir ao consultório do Apolo – eu disse, quando ela voltou do trabalho – e eu decidi que vou. Mas vou fazer apenas uma consulta por enquanto, se eu ainda me sentir mal eu vou em outras.

– Ah filha, fico tão feliz com isso! – ela disse sorrindo, e ver o sorriso da minha mãe me deixou feliz também – você vai ver como tudo vai melhorar depois que ele te aconselhar. Tudo fica mais fácil com a ajuda de alguém, sobretudo com a ajuda de um especialista. Você vai ver meu bem – ela me abraçou, e só de estar agradando a ela, as coisas ficaram um pouquinho melhores.

Olhei-me no espelho pela última vez. Havia tempos que eu não me arrumava, e eu me sentia diferente agora. Meu cabelo estava trançado, e eu havia feito uma maquiagem bem leve, afinal eu estava apenas indo ao psicólogo. Eu estava com uma calça jeans clara, um Vans vermelho e uma blusa cinza de ombro caído. Simples, porém mais arrumada do que eu havia estado em qualquer dia do último mês. Peguei minha bolsa e saí de casa, rumo ao consultório de Apolo.

Eu ainda não tinha carro, portanto fui de ônibus. Mas nem foi ruim, pois o ônibus não demorou e cheguei no horário marcado.

– Entre – Apolo gritou, quando eu bati na porta. Entrei devagar, e ele sorriu quando me viu. Apolo era bem bonito, nem parecia que era nova-iorquino, e sim da Califórnia. Afinal ele era bem bronzeado, irradiava luz e calor até no sobrenome. E geralmente em Nova York não tem nada muito ligado ao sol.

Ele abraçou para me cumprimentar (outra coisa que não faziam em NY), e eu me surpreendi com o calor do seu abraço. Aquilo foi bem reconfortante, afinal eu não abracei ninguém além da minha mãe no último mês.

Nos sentamos, e ele perguntou:

– Oi Annabeth, quanto tempo. Como vai você?

– Péssima – respondi, bem sincera.

– Mas o que aconteceu? – ele perguntou, com uma expressão preocupada.

Então comecei a contar tudo. A traição de Percy, o nosso término oficial, meus dias no quarto, à volta para a escola, meus cortes, enfim, tudo. Quando terminei olhei no relógio, e percebi que fiquei 40 minutos falando. Wow. Apolo era um ótimo ouvinte, ele não me interrompera em nenhum momento, e se mostrou interessado o tempo todo.

– Nossa Annie, eu sinto muito. De verdade – ele disse, quando eu terminei.

Assenti e respirei fundo. Então ele continuou:

– Olha, eu vou te recomendar uma coisa, mas não me leve a mal. Acho que você deve procurar um psiquiatra para ele avaliar seu transtorno de automutilação. Isso é uma coisa grave que merece atenção especial. Há quanto tempo você sofre disso?

– Eu comecei a me cortar a uns quatro anos...mas nunca fui muito viciada igual outras pessoas que eu vejo. Eu passava semanas e até meses sem me cortar, então não acho que esse problema mereça essa atenção toda.

– Merece sim, Annabeth. Isso é um sinal de depressão, e depressão é uma doença gravíssima. O psiquiatra vai avaliar melhor o seu caso, e te receitar remédios caso você precise. Eu não posso fazer isso, entende? Eu não entendo de doenças como a automutilação.

– Tudo bem, mas não acho que eu esteja depressiva. Só estou mal com tudo que aconteceu.

– Sim, também sei que você não está com depressão, se não nem aqui você estaria. Mas todo esse seu estado pode evoluir para uma, entende? Por isso recomendo que você procure o psiquiatra. Se quiser eu te indico alguns.

– Tudo bem.

– E olha, quanto ao Percy...o melhor que você tem a fazer é esquecê-lo. Ele é meu amigo, mas ele sempre foi um dos maiores canalhas que eu já conheci. O Percy nunca levou nada a sério, ele nunca ligou muito para as outras pessoas, só para ele mesmo. O Percy é egoísta, Annabeth. E ele até pode realmente gostar de você, mas ele quer sempre mais. O Percy é insaciável, ele não se contenta com nada. O amor dele por você podia até ser real, mas a partir do momento que ele viu que também poderia ter algo com a Bianca, ele não pensou duas vezes em trai-la.

– Mas...ele parecia tão sincero – respondi, com lágrimas nos olhos.

– Talvez ele fosse sincero, mas o jeito do Percy é aquele. Ele pensa nele primeiro, para depois pensar nos outros.

– Tudo bem, mas eu não consigo esquecê-lo.

– Olha Annabeth, a melhor maneira de se esquecer de algo é focando em outra coisa. É difícil, trabalhoso, mas é o único jeito. Tente ocupar sua mente o máximo possível com outras coisas. Vá fazer coisas que você goste, e enquanto estiver fazendo essas coisas tente focar o máximo possível nelas, não desvie sua atenção para seus pensamentos.

– Entendi, mas isso é difícil.

– É sim. Mas é o único jeito.

– Bem, obrigada Dr. Apolo. Eu vou indo agora, obrigada mesmo. E eu vou procurar o psiquiatra também, sua consulta me deixou um pouco melhor, obrigada – eu disse e comecei a me levantar, mas Apolo me interrompeu:

– Espera, Annabeth. Você é minha última cliente de hoje, eu já estou largando o consultório. Eu pensei que talvez você quisesse ir a um Café comigo.

– Ah, pode ser – eu disse e sorri. Não era todo dia que eu era chamada para sair, principalmente por um cara legal como Apolo.

– Tudo bem. Annie, fique na recepção me esperando, eu só vou arrumar as coisas aqui e nós vamos. O café é bem perto daqui, eu te levo.

Eu sorri e fui para a recepção. Depois de alguns minutos, Apolo apareceu, dessa vez sem o jaleco. Ele usava uma camisa bege, uma calça branca e sapatos também brancos. Ele segurava uma maleta preta em uma das mãos, e as chaves do carro na outra. Ele se despediu do pessoal da recepção e saímos.

O carro dele era uma Hilux 4X4, preta, parecia confortável e cara. Ele colocou a maleta no porta malas e abriu a porta do passageiro para mim. Nossa, que cavalheiro.

Ele começou a dirigir, e perguntou logo em seguida:

– Você quer que eu ligue o som?

– Tudo bem, mas não muito alto, por favor.

Ele assentiu e ligou o rádio. Black Sabbath ressoou nos alto-falantes, com “Iron Man”.

– Que tipo de música você gosta, Annabeth?

– Ah, um pouco de rock e indie. Arctic Monkeys, The Beatles, Lana del Rey, Joy Division, Jake Bugg...mais ou menos esse estilo – eu ri.

– Bem, eu curto algo mais pesadinho, se é que você me entende. Black Sabbath, AC/DC, um pouco de Guns, Green Day, Metallica, Megadeth, isso aí – ele também riu.

Em pouquíssimos minutos chegamos ao Café. Era 17:30, e o local estava vazio. Era um Café pequeno, com um ar íntimo. Parecia um lugar legal.

Sentamos-nos em uma mesa perto da porta, e uma garçonete veio nos atender. Apolo pediu um café com creme de morango e eu pedi um cappuccino de chocolate com canela. Os pedidos chegaram em breve, e Apolo e eu continuamos conversando sobre coisas comuns, como literatura (ele era viciado em livros, assim como eu), música, política, a vida em si. Ele era bem legal, e insistiu o tempo todo para eu chamá-lo apenas de Apolo, e não de Dr. Summer, ou Dr. Apolo.

Depois de uns 30 minutos, resolvemos ir embora. Ele disse que me levaria em casa, então por mim, tudo bem.

Ficamos o caminho de volta todo conversando, e realmente, eu estava focada na conversa dele então nem lembrava de Percy. Se eu conseguisse ficar assim o tempo todo, eu esqueceria o Percy de uma vez por todas.

Quando chegamos na porta da minha casa, ele disse:

– Annabeth, você é muito legal, de verdade. Eu adorei sair com você, portanto tenho que te fazer um convite. Você quer sair comigo no próximo sábado? Podemos ir a um cinema, ou algum lugar para dançar, ou o que você preferir – ele disse e riu. Apolo ria bastante, e isso era ótimo porque me colocava para cima.

– Olha, eu vou olhar tudo e pensar. Me passa seu número que eu te ligo para confirmar – respondi.

– Tudo bem – ele disse e me passou o número dele.

– Obrigada Apolo, também amei sair com você – eu disse e comecei a abrir a porta do carro. Mas Apolo segurou meu braço, e eu me virei para ele. Então ele se aproximou de mim, nossos lábios a centímetros. Ele segurou meu queixo com o polegar e me beijou, um leve selinho. Em seguida ele aprofundou o beijo, um beijo de verdade. Apolo beijava bem, seus lábios eram quentes como o sol, e a sensação era ótima.

Depois de alguns segundos estávamos ofegantes, e Apolo me largou. Sorrimos um para o outro e eu saí do carro, com uma felicidade que não sentia há muito tempo.

O loiro observava o casal de longe, e conseguiu várias fotos. Fotos ótimas por sinal, Bianca ia amar. Ele pegou o celular, e ligou para ela.

– Bianca, consegui exatamente o que você queria.


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Notas finais do capítulo

Então, eu demorei para postar mas fiz um capítulo gigante, então mereço MUITOS comentários. Sério galera, estou recebendo cada vez menos comentários e estou muito triste com isso. E olha só isso: a fic tem 100 acompanhamentos, se cada pessoa que acompanhasse comentasse em todos os capítulos eu já teria 1700 comentários. Então, mexam os dedinhos e comentem, recomendem e favoritem.
E ah, vocês viram que o final foi POV do narrador né? E quem será esse loiro? E essas fotos? E o que a Bianca tem a ver com isso? Enfim, em breve vocês vão descobrir.
QUERO MUITOS COMENTÁRIOS, beijos de açúcar da Lauren!