Em busca da vingança escrita por Bia


Capítulo 20
020


Notas iniciais do capítulo

Amores. Quero agradecer mt pelos comentários, pelas críticas construtivas. Saibam q isso ajuda mt o autor a crescer.
Obgd de coração.

Leiam as notas finais. São importantes

Boa leitura 😘



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PDV Edward

Eu estava sentado no sofá da minha sala, inclinado para frente, com os braços apoiados nos joelhos e as mãos cruzadas. Estava imerso em pensamentos. O encontro com Aro mexeu com todos nós. Eu não conseguia ainda acreditar em tudo o que aquele canalha fez e ainda tinha coragem de confessar. Apertei os punhos e sentir uma mão apertar as minhas de leve. Olho para o lado e vejo Rose sentada do meu lado me olhando.

– Acalme-se. - ele disse olhando no fundo dos meus olhos com aquelas orbes azuis dela. - Eu consegui fazer a Bella tomar um banho. Achei melhor o Charlie dormi lá em casa hoje. E lidamos com o Billy amanhã a tarde, ok? Os seguranças já estão para recorrer as autoridades, não queremos mais problemas.

Eu aceno e desvio o olhar. Depois do que Aro falou, eu entendi o estado de letargia que a Bella ficou depois da morte do Jasper. Foi porque ela havia o matado e com certeza a culpa a estava sufocando. Eu entendia que ela tinha uma explicação, afinal era o melhor amigo dela. Eu só não entendia porque ela não me contou. Porque não confiou em mim.

– Edward - era a voz de Rose, mas não a olhei. Ela sabia que eu estava escutando - Tenta lembrar que ela passou por muita coisa. Talvez ela estivesse tentando fazer tudo pra arrumar a vida dos outros.

– Mas e ela, Rose? E a bagunça da vida dela? - perguntei tentando veementemente entender o que se passava com aquela mulher.

Rose por sua vez ficou calada, pensando e acariciando minhas costas ela suavemente falou:

– Edward, ela não precisa de mais ninguém além de você para ouvir quando ela falar, abraçar quando ela quiser, dar conselhos quando ela precisar e até brigar quando for necessário. Ela não precisa de mais ninguém além de você para dizer que vai ficar tudo bem, que vai dar tudo certo. Ela não precisa e nem vai procurar em mais ninguém, o que ela só pode encontrar em você. Basta você fazer. Lembre disso quando forem conversar.

– Rose, vamos? - escuto a voz de Emmet e me levanto indo despedir deles.

A Bella aparece e também se despede. Quando eu fecho a porta e me viro, eu a vejo sentada no sofá, vestida com uma camisa minha e abraçando os joelhos.

Eu ando lentamente até ela, e sento-me na mesa de centro, de frente para ela e a encaro.

PDV Bella

Ele não olha para mim por um longo tempo. Está com os braços cruzados e a cabeça baixa, até que eu não aguento mais, até que sinto que eu poderia gritar. Eu deveria dizer algo, mas não sei o que dizer. Não posso pedir desculpas, porque o que Aro disse era a verdade, e não posso mudar a verdade para mentira. Eu não posso dar desculpas.

— Então você matou o Jasper.
Ouví-lo dizer isso me faz sentir o peso do que fiz. A culpa é mais pesada que o luto, quase mais pesada que o quanto eu posso aguentar.

— Sim – eu digo.

— Você não me disse. Por que não?

— Porque eu não… — balanço a cabeça. — Eu não sabia como.

Ele franze a testa.

— É muito fácil, Bella…

— Ah, sim — respondo, balançando a cabeça. — É tão fácil. Tudo o que tenho a fazer é ir até você e dizer, “A propósito, eu enfiei uma adaga no Jasper e agora a culpa está me rasgando em pedaços, mas o que tem para o café da manhã?” Certo? Certo? — De repente, é demais, demais para conter. Lágrimas enchem meus olhos, e eu grito: — Por que você não tenta matar um de seus melhores amigos e depois lidar com as consequências?

Cubro meu rosto com as mãos. Não quero que ele me veja chorando de novo.

— E ainda assim você não me contou.

— Não contei para pessoa alguma.— digo afastando as mãos do meu rosto.

— Estava aqui pensando que eu não era apenas “alguma pessoa” para você. – ele diz e ri severeamente — Acho que não.

Ele não está gritando, mas está à beira disso, sua voz tremulando enquanto ele tenta mantê-la sob controle. Ele me encara, e esse olhar é uma acusação, mas não sei do que ele está me acusando. De mentir? Esconder coisas dele? De ter matado um dos meus amigos?

Meu rosto está borbulhando, quente, e a criatura que estava arranhando minha garganta desde que Jasper morreu, range seus dentes.

— Me desculpa, tive falta de consideração? – digo. — Que terrível de minha parte não pensar nos seus sentimentos quando eu não posso dormir sem pesadelos por ter enfiado uma adaga no coração do meu amigo!

— Nem ao menos finja que estou sendo trivial – ele diz – Você sabe tão bem quanto eu que isso é só o começo das coisas sobre as quais você mentiu pra mim.

— Eu não menti pra você. Eu…

— Você não mentiu para mim? Toda vez que te perguntei o que estava errado você me veio com uma desculpa, cada vez que você se rastejou pra minha cama e fingiu que você estava apenas de luto por tudo, aquilo tudo não foi mentira?

— Eu tenho que te contar tudo, Edward?

— Não, você não tem. – ele diz. Toda a raiva esvaindo com sua voz como o ar de um balão que murcha e ele me dá um olhar cansado. — Mas o fato de que você não quis me contar…

— Eu não quis te contar uma coisa – eu digo — Isso não muda nada!

— Você não quis me contar sobre nada – ele diz. – Você nunca quis me contar sobre seus pais. Nós não tivemos uma conversa honesta por semanas, não desde que eu te pressionei para me contar o porque de você estar vegetando depois da morte do Jasper.

Eu não tenho nada a dizer, porque eu sei que ele está certo.

— Estou de luto. – eu digo sem reação – Eu não sei como fazer o que eu nunca fiz antes.

— Você não está me ouvindo? – ele pergunta, me olhando feio – Estou te falando que não tem nada com a morte de Jasper. Eu estou falando que você foi assim desde que eu te conheci; você sempre foi assim.

Meus lábios se abrem para liberar uma palavra, mas nada vem.

— Você é impermeável, – ele diz – e eu não posso mais fazer isso.

Não posso fazer isso. Eu tento forçar as palavras para fora da minha mente para que então eu possa entender o que elas significam, mas elas flutuam, longe de ter algum senso ou lógica. Eu ouço o som delas, sinto a forma delas na minha cabeça, mas eu não consigo ver o significado delas.

E então eu consigo.

— Você também mentiu.

— Sim, Bella. Eu mentir. Mas na primeira oportunidade que eu tive, eu lhe contei tudo. Não escondi mais nada. Você não consegue nem enxergar a si mesma! – Ele pressiona a mão na testa – Você está nervosa porque não acha que minhas razões fazem sentido. Você não está triste. Não está de coração partido. Ficará bem sem mim.

Sinto como se meu cérebro estivesso preso em um lugar, na minha palavra—impermeável.

— Não posso ficar com alguém que seria a mesma comigo e sem mim – ele diz.

— Mas eu… – minha garganta parece estreita, e tem mil coisas que quero dizer. Eu quero dizer que eu preciso dele, que eu não aguentaria as últimas semanas sem ele. Eu quero dizer que eu acho que vou amar ele, quando o peso do luto e da culpa saírem da minha vida. Mas apenas o encaro, meu coração retumbando contra meus ouvidos, pensando que ele disse que sou impermeável. Ele acha que sou fria. Como Marcus. Como Caius. Como Aro.

E eu não posso dizer que preciso dele. O pensamento me faz parecer doente.

— Foi o que imaginei – ele diz.

Orgulho é a falha de quase todos corações..

E é a falha do meu.

— Vamos terminar essa missão. O que está acontecendo com a gente não vai interferir.

— É isso? Acabou?

— Eu não sei mais fazer isso, Bella. Eu não posso, eu nao consigo. Me desculpe. Você pode ficar o tempo que precisar. Vamos só focar em terminar a missão. Mas a gente... Nós? Sinto muito. — ele respira fundo.

Eu sinto que a qualquer momento irei desabar. Eu sinto o monstro da tristeza de novo preenchendo o espaço vazio onde meu coração e meu estômago acostumavam estar.

Sem conseguir me conter eu me levanto e vou direto para cama. Sinto que ele me segue. E de repente é demais. Eu não consigo mais prender. Não consigo mais ser forte. E eu desabo.

Um soluço joga meu corpo contra o colchão. Sinto que estou sendo dilacerada por dentro. Outro soluço passa pelo meu corpo de novo e sinto Edward envolver seus braços em torno de mim tão forte que sinto dificuldade de respirar, mas não importa. Meu choro digno da lugar a feiúra completa, minha boca aberta e meu rosto contorcido e sons como se um animal estivesse morrendo em minha garganta. Se isso continuar eu irei quebrar e talvez seja melhor me despedaçar e não suportar nada.

— Me deixa. — eu sussurro contra seu peito.

— Shii. — ele exclama me apertando mais ainda.

— Me deixa sozinha — eu o empurro levemente. — Vá embora, Edward. Me deixa sozinha.

— Bella ...

— Você não pode me fazer sangrar e depois querer estancar o sangramento.

Sinto ele ficar rígido ao meu lado. Eu contínuo a chorar e ele ainda não me solta.

— Você nunca me abandonou. Mesmo quando não estávamos bem. Sinto que devo fazer o mesmo.

— Porfavor.

Ele hesita, mas aos poucos vai me largando. E eu choro mais ainda a medida que ele vai se afastando, até por fim sumir do quarto.

E eu me entrego ao choro.


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Notas finais do capítulo

Gente, infelizmente a fic ta entrando em reta final. Creio que não vamos passar do capítulo 25.



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