Todos os semideuses viam aquilo sem entender. Percy e Thalia não receberiam nenhum recebimento por terem derrotado tronos?

— Anúncio agora a ascensão dos dois novos deuses do Olimpo. – Disse Nyx fazendo todos olharem-na. — Percy Jackson, deus da coragem, protetor daqueles de coração valente e boa vontade. Thalia Grace, deusa da companhia, protetora daqueles de iniciativa pura e coração bom. Vocês atuaram junto de os outros deuses.

Uma salva de palmas foi ouvida por todo local, então Nyx se aproximou dos garotos, tocando a testa de ambos, dando-lhes a benção, e novamente o salão foi tomado por um clarão e um trovão.

— Agora, vamos as recompensas dos outros semideuses e sátiros aliados. – Disse Zeus.

— Eu tenho um pedido a fazer. – Disse Percy, agora de pé, de frente para os tronos.

— Percy, agora não. Você pode pedir algo depois, cara. Você tem uma eternidade inteira para fazer isso. – Disse Apolo baixinho, ao perceber a feição irritada de Zeus.

— Não, tem que ser agora. – Retrucou o deus da coragem.

— Tudo bem, Percy, pode pedir. Mas não garantimos que iremos atender seu pedido. – Disse Zeus voltado seu olhar para o filho de Poseidon.

— Quero que todos os olimpianos, jurem pelo Estige, que irão dar mais atenção aos seus filhos, e que não irão fazer restrição de nada e apenas aceitá-lo. Zoe se revoltou contra o Olimpo porque foi discriminada por ser filha de Cronos. Vocês mataram a mãe dela e tentaram matá-la também. Se não fosse pelo amor que ela sentia por Ártemis, vocês seriam mortos por causa dela. – Disse Percy, agora já tendo toda a atenção dos olimpianos para si.

Era fato tudo o que o novo deus dizia.

O ódio de uma simples caçadora havia sido capaz de quase destruir a força do Olimpo, talvez até acabar com a era dos deuses, o que era um absurdo.

As coisas seriam outras, caso aquela garota tivesse tido um pouco de afeto, não apenas de Ártemis. A fúria de Zeus fora algo sem sentido para com a mãe da garota, e isso afetou todo o futuro dos semideuses e deuses.

Nem sempre o julgamento olimpiano era o correto ou o justo.

— É justo. – Pronunciou-se Atena. — A fúria daqueles que são humanos, pode chegar a ser pior que a fúria dos deuses. Creio que todos estão de acordo com isso. Juraremos pelos seus termos, que iremos dar mais atenção aos nossos filhos e não iremos restringi-los por nada.

Logo após, todos os olimpianos pronunciaram o juramento, e um trovão pode ser ouvido cortar os céus. Estava finalmente, feito.

— Eu queria pedir a permissão para anunciar algo também. – Pronunciou-se Nico, assustando a todos.

Ninguém imaginava que ele tivesse algo para falar, até porque, Zeus estava um tanto quanto temperamental por ter que cumprir aquele juramento estúpido.

Afinal de contas, Zeus era o deus dos deuses, não precisava daquilo. Tudo o que ele falava era lei, não tinha como um mero semideus ser mais forte que ele ou conseguir derrubá-lo de alguma forma. Ele era Zeus, afinal.

— Tudo bem... – Disse Hades de forma cansada. – Está aberto agora, os pronunciamentos do Olimpo, quem tiver que falar algo, a hora é agora.

Bianca revirou os olhos. Seu pai era tão infantil quanto uma criança.

— Eu queria anunciar, que eu e Thalia estamos namorando. Sei que pode parecer inaceitável, mas não há nada que possa mudar isso. — Após Nico dizer essas palavras, o Olimpo permaneceu em silêncio por uns dez segundos, antes de Zeus começar a fazer drama.

O reio do Olimpo se levantou de seu Trono, logo seu Raio Mestre aparecendo em sua mão, e ele mais que depressa tratou de aponta-lo para Nico, este, que tirou sua espada de seu bolso, pronto para se defender, mesmo que as chances fossem mínimas. Mas não importava muito, até porque, ele era imortal agora.

— Como você ousa encostar em Thalia? Minha filha não pode namorar com você. Além do mais, vocês são primos. Quase irmãos. Sabe o gral de incesto que esse relacionamento contém? – Zeus berrava palavras a todo instante, se aproximando mais e mais de Nico, encurralando-o com seu Raio Mestre.

— Acalme-se Zeus. – Disse Deméter, atraindo a atenção de seu irmão. — Pare de ser arrogante. Ele tem tanto direito de namorá-la quanto qualquer outro.

— Você mais do que ninguém, sabe que o parentesco Olimpiano não pode ser contado como incesto. Isso não vale de nada, Zeus. Você está apenas arrumando pretextos para acabar com o amor dos dois, mas isso não vai acontecer. – Afrodite parecia estar realmente irritada.

— Afrodite, isso é inaceitável. Eles são irmãos, você sabia? Irmãos! – Gritou Zeus, mas a deusa do amor não se deixou abalar, continuando firme enquanto encarava o deus dos deuses.

— Você nunca pensou nisso antes de sair por aí copulando com todo mundo. Até porque, sabe melhor que todos nós aqui, que parentesco Olimpiano não conta de forma alguma, até porque, somos todos parentes. — Afrodite gritou com fúria para Zeus, que se calou.

Em seguida, a deusa virou-se para Nico e Thalia, suavizando sua expressão na mesma hora.

— Vocês têm a minha benção para esse namoro. Garantirei prosperidade e felicidade ao relacionamento. – Afrodite sorriu e tocou a cabeça de ambos os garotos, fazendo-os sorrirem também.

— Agora, deixando as felicitações para depois, vamos todos a festança! – Gritou Apolo, deixando todos sem entender.

Não demorou muito e Dionísio havia feito surgir uma bancada de bebida e uvas, encostada na parede contrária dos tronos. Ninguém sabe como, mas Apolo havia conseguido um globo de luzes para colocar no teto e muita música.

Afrodite estralou o dedo e vários querubins apareceram, enfeitando os cantos das paredes com frufrus rosa e lilás, para dar um tom mais alegre a cada coisa.

O corpo dos heróis que ali foram mortos, haviam sido mandados para o Acampamento, pois a noite queimariam as mortalhas que Quíron estava providenciando de lá.

Cada um dos presentes que estavam possibilitados de dançar, arrumaram seus pares, começando a bailar pelo Olimpo naquela festa completamente improvisada. Alguns, como Dionísio e os irmãos Stoll, foram para a mesa de bebidas.

Afinal de contas, não era sempre que eles tinham a oportunidade de beber como estavam tendo daquela vez.

Antes que Dionísio tomasse um gole da taça de vinho, ela se transformou em Coca Diet.

— Você não, Dionísio. – Gritou Zeus do outro lado do salão, que dançava com Hera.

Luke e Annabeth dançavam do outro lado do salão. A cada passo que dava, Luke dava um jeito de surrupiar uma das florezinhas que estavam pregadas de enfeite e coloca-las no cabelo de Annabeth, fazendo a filha de Atena o repreendê-lo, mas acabar rindo.

Nico e Thalia estavam perto dos tronos, disputando para ver quem conseguiria sentar no melhor trono, mas toda hora sofriam algum tipo de represália por Hades, que os tentava tirar dali a todo custo.

Percy que assistia aquilo de longe riu. No final, estava tudo bem e todos estavam bem, apesar de tudo. Sentia-se mal por todas as perdas, mas não podia fazer nada além de dá-los um descanso digno.

Apesar dos pesares, todos estavam ali, mascarando a dor que sentiam e comemorando. Estavam sendo fortes a sua própria maneira e isso era mais que louvável.

Sentiu alguém tocar seu ombro e se virou assustado, encontrando Bianca sorrindo para si de maneira calma.

— Me concede a honra dessa dança, lindo donzelo? – Brincou a imortal e Percy riu.

— Bianca, eu sei que você não dança. – Disse o deus e a garota riu e deu de ombros.

— Não importa. Eu quero dançar com você agora. Comemorar que um certo alguém está vivo.

— Vaso ruim não quebra fácil. – Percy segurou Bianca pela cintura com uma mão, a outra se encontrando com a mão dela e a imortal logo fez questão de subir em seus pés. — Você pesa.

— Não importa, me guie, eu não sei dançar.

Riram ambos e começaram a bailar pelo salão, ao som de uma valsa lenta que só existia na cabeça de ambos, contrastando com a música eletrônica que Apolo havia feito questão de colocar.

Percy selou os lábios de Bianca de maneira doce, fazendo a garota sorrir.

— Estamos bem? – Perguntou o deus da coragem.

— Estamos ótimos!