O Informante escrita por Jessyhmary


Capítulo 17
Destino: Montreal


Notas iniciais do capítulo

Olá amores!! Vamos para mais um capítulo, dessa vez um pouco mais estendido pra compensar a demora. Espero que curtam, esse tem muita interação entre os membros dessa big equipe.

#BoaLeitura! :)



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– Pra quê essas caras de espanto?

A loira desceu do carro, analisando rapidamente o estado físico do prédio que se desdobrava à sua frente. Morse tinha os olhos atentos aos detalhes mais ínfimos e irrelevantes e quando voltou sua visão para os agentes à sua frente, não pôde deixar de analisa-los silenciosamente um a um.

– Novamente – ela deu uma pausa, agora dando um passo na direção do grupo. – Pra quê essas caras de espanto?

– Agente Morse! – A voz de Philip Coulson adentrou o ambiente, acabando com o silêncio constrangedor. – Que prazer em revê-la!

– Até que enfim, um ser falante! – ela sorriu com sarcasmo e dirigiu-se até o diretor para abraça-lo. – Como estão as coisas pela SHIELD? Ouvi dizer que o Fury te deu a estrelinha de xerife, meus parabéns!

– Obrigada, agente Morse. É bom trabalhar com você novamente.

– E aí – ela voltou-se para o grupo, curiosa. – Não vai me apresentar minha nova equipe?

– Oh, desculpe-me a falta de educação – ele soltou o ombro de Morse e pôs-se no meio do pequeno grupo. – Aqui é apenas uma parte deles. Os outros estão sendo recrutados ainda, mas por enquanto, esses serão os seus novos parceiros de trabalho.

– Muito bom, diretor – ela acenou positivamente, enquanto olhava para cada um deles, tentando imaginar a especialidade de cada um. – Vamos ver se eu ainda sou boa nesse jogo.

Bobbi aproximou-se lentamente deles e começou sua sessão de interpretação pessoal, um jogo que ela particularmente brincava apenas internamente.

– Romanoff tá fora. Já trabalhamos juntas umas cem vezes. – ela apontou para a ruiva, fazendo-a revirar os olhos com cólera. – Você... Você me parece familiar... Agente Melinda May? Lembro-me de tê-la visto em algumas missões, de passagem pela Triskelion.

– Exatamente – May estendeu uma das mãos e a cumprimentou. – A última vez foi naquela missão no Paquistão, com o 0-8-4 flutuante...

– Ah, claro! – a loira sorriu com a menção da asiática. – Sua memória está melhor do que a minha. Ao final daquela missão, minha única lembrança foi aquele avião se descontrolando e a visão da Carol tentando fazer o pouso forçado. Aquela mulher é um monstro pilotando.

– Não cheguei a conhecê-la pessoalmente.

– Estranho... Mas acho que foi melhor assim. Ela pode ser bem difícil de se lidar... Mas é boa gente. Uma ótima amiga pra quem tem alguns neurônios a mais.

– Acredito. – a asiática acenou com a cabeça, cordialmente.

– Continuando – Morse deu um passo para o lado, encarando Fitz e Jemma com um ar de sabedoria. – Fácil demais. Essas carinhas de nerd denunciam vocês. – ela sorriu e cumprimentou os dois. – Cientistas da SHIELD.

– Engenheiro. Leo Fitz – ele especificou.

– Muito prazer, Leo Fitz.

Ela sorriu de volta para ele e encarou Simmons em seguida, esperando alguma resposta da britânica.

– Agente Jemma Simmons, bioquímica – a garota falou com seu sotaque sofisticado em um tom de doçura, naturalmente encantador. – Seja bem-vinda à base, agente Morse.

– Muito obrigada, agente Simmons. – ela sorriu, lisonjeada. – Coulson escolheu vocês a dedo mesmo. Mal posso esperar para ver essa equipe em ação.

Simmons sorriu e cochichou alguma coisa no ouvido de Fitz. Skye e Kate não se aquietavam um instante e a inquietação da Coisa Lilás apenas piorou quando ela acidentalmente ouviu Skye e Jemma conversando sobre Steve.

– Vocês duas... São irmãs? – Morse interrompeu uma das conversinhas das duas garotas mais novas.

– O quê?! – Kate e Skye perguntaram atônitas, em sincronia.

– Vocês duas são o quê, então? Coisa Lilás, não sabia que você tinha uma irmã mais nova...

– Eu sou mais velha do que ela. – Skye corrigiu a loira, ainda rindo da situação. – E nós não somos irmãs, não. Na verdade, acabamos de nos conhecer.

– Isso é sério? – Morse voltou-se para May e Romanoff, que confirmaram em um tom de lamento. – Caramba... Meu detector de encrencas está sinalizando que essas duas juntas é um perigo eminente! Coulson... Espero que você saiba o que está fazendo!

– Hey! – Skye e Kate protestaram simultaneamente.

– Viram? – Morse apontou para as duas garotas, que agora estavam rindo aos bocados. – Não me digam que isso é coisa da minha cabeça.

– Não, não é. – May concordou. – Skye já consegue se meter em encrenca sozinha... Algo me diz que com companhia isso vai ser se tornar mais frequente...

– Okay... Pelo que eu conheço a Coisinha Lilás... Aí tem!

– Dá pra pararem de me chamar de “Coisa Lilás”?

– Dá pra parar de usar tudo em lilás? – Romanoff interrogou de volta.

– Até calcinhas lilás, Kate! – Morse completou, deixando os homens ao redor um pouco desconfortáveis. – Pelos céus! Ninguém é tão fanático assim! Você ama lilás, já devia ter se acostumado com esse apelido há séculos.

– Mas é que não estamos na mansão das meninas, queridinha. Queria conseguir um nome melhor aqui do que “Coisa Lilás” mas tudo bem, já pegou mesmo...

– Morse... Nosso tempo. – Coulson apontou seu relógio de pulso, apressando ela.

– Foi mal, chefe. Os outros eu já conheço – ela direcionou-se aos outros, cumprimentando a ultima parte do grupo. – Steve, Sharon e Clint... Meus parceiros de missões antigas.

– Nada como rever os amigos. – Sharon a abraçou rapidamente e Bobbi repetiu o gesto com os outros.

– Tudo bem. Chega de apresentações por hoje...

– Faltou um, diretor. – uma figura robusta e morena aparecia atrás de todos eles, causando certo espanto no grupo. – Agente Antoine Tripplet. Especialista em Operações.

– Agente Tripplet! – Coulson sorriu e o cumprimentou – Quando chegou à base?

– Há algumas horas. Precisei ir direto para a reserva de energia, fiz um pouso nada amigável em solo hostil. – ele levantou a manga da camisa, relevando a gravidade do acidente. – Estou vindo da enfermaria, agradecido por este setor já se encontrar operante.

– Algum problema na viagem de volta? – Simmons perguntou, ligeiramente preocupada.

– Não foi nada de mais. Apenas problemas de desembarque pela fronteira. Não quiseram deixar a SHIELD sobrevoar o território deles transportando “armas tecnológicas.” Besteira. Só algumas corporações que ainda não acreditam na confiabilidade da nossa organização.

– É – Coulson suspirou, percebendo o árduo trabalho que tinha pela frente. – Ainda temos alguns admiradores nada secretos. – ele seguiu para a sala de reuniões, acenando para que os outros agentes o seguissem. – E é por isso que eu reuni esse pequeno time. Precisamos recuperar a nossa credibilidade, e no momento, isso significa destroçar com a maior célula da HIDRA detectada até agora.

– Como vocês conseguiram a informação? – Morse seguia ao lado de Coulson, ainda precisando ser atualizada.

– Um de nossos agentes era um infiltrado deles. Mas Fitz desenvolveu uma espécie de marcador que nesse exato momento está nos guiando pela fortaleza inimiga. Um dos companheiros de Ward está transportando nosso sinalizador, nos deixando a par de todos os movimentos deles.

– Esse tal de Ward é o traidor, então?

– Sim, agente Morse. Infelizmente tinha um lobo no meio do rebanho.

– Está me parecendo mais um aliado do que necessariamente um inimigo.

Todo o grupo ficou estático diante daquela afirmação. Só alguém de fora poderia dizer aquilo sobre Ward. Apenas alguém que não vira de perto toda aquela encenação poderia considera-lo uma pessoa que pudesse em alguma circunstância ser confiável.

– Você não viveu conosco naquele avião – Skye apressou-se em demonstrar sua desafeição por aquele assunto em particular. – Com todo respeito.

– Eu imagino que deva ter sido barra... Mas se ele conseguiu enganar a vocês, Melinda May e Coulson... Ele pode facilmente enganar a HIDRA.

– Não é lá a coisa mais impossível do mundo. – Romanoff teve que concordar com ela. – Mas não vamos contar com isso para essa missão, Morse.

– Não estou sugerindo nada, okay? Eu acabei de chegar. Só estou tentando analisar por um ponto de vista diferente. Já trabalhei em centenas de casos com agentes duplos... E eu posso dizer que eles conseguem ser bem convincentes nos dois lados.

– Você não está errada, agente Morse – Coulson tomou a palavra, enquanto adentrava a sala de reuniões. – Mas como a agente Romanoff pontuou, não podemos simplesmente contar com isso. Precisamos colocar o nosso próprio plano em execução.

– Okay, chefia. – a loira tomou um dos assentos e encarou o diretor, enquanto os outros agentes também se acomodavam. – E qual é o plano?

– Essa é a melhor parte.

Coulson digitou algumas vezes e um enorme diagrama surgiu no monitor da sala. Os gráficos mostravam exatamente como ele havia gasto suas noites trancado no escritório: um esquema completamente articulado e livre de falhas, se cumprido rigorosamente à risca. Era o plano perfeito.

– Primeiramente, nós voltaremos para o Bus. Essa missão requer um pouco mais de cautela, e precisaremos manter isso longe desta base, para não comprometer a reconstrução da SHIELD.

Yes! Já era hora de voltarmos pra lá! – Skye bradou, animada com a ideia. – Eu amo aquele lugar!

– Pois é, Skye. O Bus será colocado de volta no ar. Melinda e Tripplet revezarão o manche e ambos serão meus auxiliares nas decisões mais importantes para o grupo, juntamente com a Harpia, Romanoff e o Capitão Rogers.

– Como uma espécie de conselho?

– Isso mesmo, agente Fitz. Com mais pessoas no avião, precisaremos definir algumas coisas em grupo e outras serão resolvidas por este conselho.

– Fitz-Simmons, tratarão do rastreamento e resolverão os problemas de comunicação junto com a Skye, fazendo o que sabe fazer de melhor.

– Se meter em encrenca? – Morse arriscou uma piada.

– Hahaha – Skye protestou. – Não essa parte. A parte em que eu sou uma hacker de ponta e estou treinando artes marciais com a May. Em alguns meses eu serei tão letal quanto ela.

– Em alguns anos, talvez. – May corrigiu. – Você ainda tem muito que aprender.

– Continuando – Coulson chamou atenção para si. – Dois atiradores profissionais que possam paralisar os soldados da HIDRA a uma boa distância, sem o uso de metais a fim de evitar a detecção.

– Checado – Kate apoiou um braço sobre o ombro de Clint. – Eu e o Bartolomeu aqui damos conta do recado.

"Bartolomeu"? – Clint tirou a mão dela de seu ombro, um tanto grosseiro. – Mas eu não me chamo... Ah, deixa pra lá!

– Natasha, ninguém consegue ser tão sorrateira e dissimulada como você. – Coulson se permitiu uma dose a menos de formalidade. – Você e a Harpia serão as nossas infiltradas na HIDRA. A propósito Bobbi, você ainda está com o brinquedo da Hill, não está?

– E pra quê mais você iria me querer aqui se eu não estivesse com ele? – ela revirou os olhos, um pouco ofendida. – Está no carro.

– Ótimo.

– E a dissimulada vai ser o que mesmo aí nesse esquema? – Romanoff perguntou, parafraseando o chefe.

– Você vai fingir que foi capturada.

Sério mesmo? – Natasha cruzou os braços, incomodada. – A viúva-negra vai ser capturada por uma loira raquítica de 1,79 sem esforço algum? Okay... Carochinha é pouco pra nomear isso aí...

– Hey! Raquítica também não, né, Nat! E não me venha com essa, porque nós duas sabemos que eu tenho os meus truques também.

– É agora que elas se matam. – Skye cochichou no ouvido de Kate, que não segurou uma risadinha maliciosa lá atrás.

– Não se preocupe com isso, querida. - a Harpia continuava seu discurso intimidador. - Na hora do “vamos ver”, você verá do que eu sou capaz. Nenhum soldado da HIDRA desconfiará da nossa encenação, querida. – ela repetiu, agora num tom mais debochado ainda. – Não precisa ficar com medinho desde agora, tá?

Romanoff respirou fundo e já ia abrir a boca para revidar quando sentiu algo segurando o seu pulso.

– Foco, Natasha.

Dessa vez a voz não veio da sua própria consciência.

Não.

A voz que a fez lembrar-se do porquê estar naquela equipe veio da asiática que ela tanto desprezava. Melinda esquecia aos poucos do quanto ela queria apertar aquele pulso até que dele jorrasse uma fonte vermelha e começou a focar na lembrança daquele dia no aeroporto: uma garota ruivinha, com os olhos marejados e o coração em prantos. Aquela menina havia sido envenenada pela viúva-negra assim como a antiga Melinda havia sido pisoteada pela Cavalaria. Ambas estavam presas em si mesmas pelo seu passado e May sabia que por si só aquilo já era um enorme preço a pagar.

– Deixa isso pra lá – May continuou, sentindo que suas palavras haviam surtido o efeito esperado nela. – Não vale a pena.

Natasha deixou o ar sair dos pulmões e simplesmente engoliu suas reclamações que, certamente, não a ajudariam em absolutamente nada naquele momento.

– Sharon como uma boa veterana traçará os planos de ataque, defesa e fuga juntamente com o Capitão Rogers, que enfim... Cumprirá seu ofício como O Capitão América. Pegaremos eles assim que descobrirmos exatamente para onde eles estão indo.

– Senhor, peço a palavra – Tripplet se manifestou na sala. – Acho que sei pra onde eles estão se dirigindo.

– Como assim “acho que sei”?

– No aeroporto em Ontário, não houve um certo incômodo?

–Sim, agente. Você acabou de nos relatar por alto.

– Bem. Esse alvoroço todo era por causa de algumas passagens de trem compradas de última hora e hotéis reservados nas proximidades de Montreal. Americanos depositando dinheiro vivo ao invés de usar cartões de crédito, boatos de uma tal Conferência de Advogados que não foi devidamente confirmada... Toda essa movimentação suspeita atrasou a questão burocrática do meu vôo. Quase que eles entraram na aeronave para revistar nossa carga.

– Ontário, Montreal... Coulson fazia as contas.

– Dois marcadores em duas armas diferentes... Ambas transportadas pelo Ward... Dois comboios, no mínimo. – May continuava a análise.

– Então eles estão partindo de lugares diferentes... – Fitz se aproximava da resposta.

– Mas com o mesmo destino! – Skye e Jemma concluíram em uníssono.

– Agentes, façam suas malas. – Coulson ordenou confiante. – Nós vamos para Montreal.


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Notas finais do capítulo

Façam suas apostas!

— O que acharam?

#itsallconnected #StandWithSHIELD #23thSeptember!! Almost There!!