Agora não tinha como voltar atrás, a transação bancária havida sido concluída, tinha a confirmação nas mãos. Acabara de imprimir. Comecei a gritar feito uma louca, explodindo de felicidade. Minha mão apareceu na porta alarmada:

– O que foi menina?! - Acabei de comprar o meu ingresso! – falei ainda aos pulos – Eu consegui comprar o ingresso do show do Muscle! Eu vou ver eles no Rio!

– Pelo amor de Deus Lana! Todo esse escândalo só por isso? Faça-me o favor! – disse ela zangada.

– Para senhora pode ser qualquer coisa, mas para mim... Trabalho para isso há um ano e meio! -sentei na cadeira outra vez – Preciso contar a Ângela e ao Rodrigo...

– Você vai gastar uma fortuna por causa dessa besteira, nem acredito que...

– O dinheiro é meu posso fazer com ele o que quiser – falei sem olhá-la. Mamãe não podia deixar de estragar minha alegria – A senhora sabe que é o sonho da minha vida!

– Só estou dizendo que há coisas melhores para fazer com o dinheiro... - Como o quê? – finalmente a olhei e não fiquei satisfeita com a expressão dela, parecia que eu estava ignorando óbvio

– Não mãe. Sinto muito mais desta vez não vou ajudar Leo, ela que peça para o Raul! - Lana é apenas um empréstimo...

– Como da ultima vez que eu tive que cobrir sozinha? – mamãe sempre colocava panos quentes em Leo, era fato. Mas desta vez eu podia me prejudicar e não realizar o meu grande sonho.

– Lana é por Miranda. Ah claro, pensei irritada, tudo por Miranda! Se a mãe dela não pensa nela eu vou ter que pensar? Isso é injusto! Levantei-me e peguei minha bolsa, já estava me preparando para sair. Ia passar o dia com o meu namorado para não ter que aturar a insistência da mamãe e a cara desgostosa de Leo, minha irmã.

– Mãe, a senhora nunca vai entender como isso é importante para mim... E mesmo que eu não fosse, quando Leo me deu motivos para ajudá-la?

– Sei que Leo é difícil querida, mas você precisa relevar...

– Vou passar o sábado todo com Rodrigo mãe, não precisa me esperar para o almoço.

No caminho para lá liguei para Ângela, avisando que ia ficar na casa de Rodrigo. Ela mora perto e sempre que vou lá, arrumo um tempinho para ficar conversando, apesar dos resmungos de Rodrigo. Assim como eu e Rodrigo, Ângela também se preparava para ver o show do Muscle no Brasil.

– Falo com você quando chegar da casa da minha tia, para combinar a viagem! – ela falou animadíssima.

Por conta do Muscle eu arrumara muitos amigos. Cada vez mais apaixonada por eles, eu comecei a procurar na internet por tudo que fosse relacionado a eles. Encontrei o site oficial brasileiro, a comunidade e uma porção de outros aficionados, que se tornaram meus amigos. Ângela e Rodrigo estavam no meio de tudo isso, só que Ang conheceu o Muscle primeiro e vivia me enchendo para conhecê-los... Até que um dia em que vi um vídeo de uma musica ao vivo deles e pirei! Desse dia em diante, eu percebi que não poderia viver sem o Muscle (exagerada!).

Era muita sorte encontrar alguém que goste deles na minha cidade, então ter Ângela e Rodrigo perto me deixava muito feliz. Algum tempo depois, Rodrigo se tornou meu namorado e Ang minha melhor amiga. Tenho muitos amigos da faculdade, eles são maravilhosos, mas nem se quer ouviram falar do Muscle e isso é frustrante. Minha mãe, por exemplo, não gosta deles. Vive dizendo que eu só ouço barulho e que o Muscle é três malucos (ás vezes, depois de assistir alguns vídeos deles eu quase chego a concordar com ela!). Minha irmã Leo não liga muito, na verdade ela não liga para nada que eu faço e ela só me nota quando está a fim de encher minha paciência.

– Lana que bom que veio! – Isabel, mãe de Rodrigo, me recebeu calorosamente – Digo disse que você vinha para o almoço então resolvi caprichar!

– Isabel você é um anjo. – espiei pelo forno e pude ver a deliciosa torta de frango que eu tanto elogiava. Eu tinha sido severamente repreendida na primeira vez que chamei de “Dona Isabel”. Ela às vezes me tratava melhor que a minha própria mãe, mesmo que no começo do meu namoro com Rodrigo eu e ela não nos déssemos muito bem.

– Você sabe que gosto quando vem me ver! Assim sei que você não me atura só por causa do meu filho – nós começamos a rir – Rodrigo me disse que você terminou o curso de fotografia e que você vai começar contabilidade ano que vem. Mas eu pensei que você ia fazer mestrado em história... Pelo menos foi o que eu pensei que queria.

– Pois é, nem sempre querer é poder – dei de ombros – Eu preciso da contabilidade para continuar no trabalho, conseguir uma promoção! Ser estudiosa de povos antigos não dá dinheiro poraqui.

– É uma pena querida – nos sentamos – E você gostou do curso?

– Ah foi maravilhoso! Nem eu sabia que tinha tanta aptidão para fotografar, foi uma experiência muito boa. Rodrigo devia...

– O que eu devia? – ele entrou na cozinha, vindo da rua. Deu-me um beijo na testa e enquanto dava outro na mãe, eu tirava da minha bolsa a confirmação de compra do ingresso.

– Olha... – me abanei com o papel. Rodrigo tirou o papel da minha mão para ler. - Não acredito você comprou! Pensei que não ia conseguir tudo por causa da sua teimosia.

– Está tudo certo, não está? Podemos ficar na casa do seu pai mesmo? Disse a Ive que não ia mais precisar ficar na casa dela.

– Já falei com ele, está tudo certo. – disse satisfeito.

– Ainda bem que você vai Lana – Isabel falou tirando a torta do forno – Assim, esse moço vai ter todos os motivos para voltar! Isabel andava apreensiva por conta da viagem para o Rio de Janeiro.

Ela temia que Maurício acabasse convencendo ele a ficar por lá, e o pai usaria de todos os meios para isso. Desde a separação, há sete anos, que existe essa briga pela preferência do filho, que era o único que lucrava com essa bobagem. Isso fazia com que Rodrigo fosse um tanto mimado e esperasse tudo na mão, esse era um dos pontos de discórdia entre nós e o motivo de eu não gostar que ele me “bancasse”.

– Eu vou trocar de roupa Isabel, volta para ajudar você a arrumar a mesa.

– Isso aí mãe, a gente já volta. - Vou à casa de Luciana um instante só, não demoro. Subimos eu e Rodrigo e enquanto eu trocava de roupa ele se estirou na cama.

– Sua mãe já sabe que comprou? – ele perguntou. - Ela não ficou muito feliz, acha que estou gastando dinheiro à toa – ele riu irônico, me olhando com aquela expressão de “Novidade Lana”.

– Ela ficaria mais feliz se você desse todo seu dinheiro para Leo torrar com a filha!

Rodrigo era acima de tudo muito franco e direto, sem rodeios e era por isso que a gente se dava bem (em algumas coisas pelo menos), por que eu também era assim. Mentiras e ilusões não funcionam comigo e sempre fui muito clara com ele do que Rodrigo podia esperar de mim e vice-versa.

– Se as coisas forem melhorar para você, eu posso comprar sua passagem. – ele me puxou para a cama – Meu pai me deu a minha, então só comprei o ingresso. Assim você pode economizar para comprar um laptop novo
– Não tem nada de errado com o meu laptop! – fechei a cara. Ele podia não ser muito novo, mas funcionava perfeitamente.

–Tudo bem, tudo bem – ele me beijou, tinha um sorriso maroto nos lábios

– Posso comprar sua passagem?

– Tem certeza? - Tenho. - Então tudo bem – dei de ombros, vencida. Ele me beijou contente. Rodrigo gostava quando eu o deixava ser o “bancador” nas palavras dele!

– Bem, já que estamos sozinhos por alguns minutos... Nós podemos nos divertir um pouquinho.

Sorri para ele, mais por condescendência do que por qualquer outra coisa. Ultimamente, quem se divertia era ele e eu esperava pacientemente, que tudo acabasse. Não fora sempre assim, por isso eu esperava que essa fase passasse. Conversei com Ive sobre isso e ela disse que a rotina às vezes faz essas coisas e que ia passar, era só ter paciência. Talvez a culpa fosse minha também. A rotina estava em tudo na minha vida ultimamente e não só no meu namoro com Rodrigo. Estava no trabalho, na faculdade, nas brigas com a minha irmã, no desapontamento com mamãe e até dentro de mim. Eu ansiava ardentemente por um milagre!

* * *

A semana da viagem para o Rio foi estressante. As coisas em casa só pioraram por que Miranda estava doente e Leo sem dinheiro e emprego, deixando ela histérica e todos em casa com os nervos à flor da pele. Para diminuir meu remorso (apesar de não ter culpa nenhuma) antes da viagem, deixei algum dinheiro com Leo para ajudar com Miranda. Assim pude ir com o coração em paz.

Quando chegamos ao Rio de Janeiro, fomos direto para a casa do pai de Rodrigo. Ele e Rodrigo eram bem parecidos fisicamente. Altos, fortes, cabelo preto e olhos castanhos. Maurício parecia bem um garotão e isso o deixava feliz:

– Que bom conhecer você finalmente Lana! – falou ele quando nós entramos no apartamento – Você deve ser a Ângela!

– Obrigado Maurício – Rodrigo me alertara de que colocar as palavras: “Seu”, Senhor ou Tio, depois do nome do pai o deixaria furioso e essa não era a primeira impressão que eu queria deixar para o pai do meu namorado.

– Rodrigo ajude as meninas a se arrumar lá dentro, vou pedir à Lúcia que prepare alguma coisa para comer! Vocês devem estar famintas não é?
– Claro! – falamos eu e Ângela ao mesmo tempo. Nós fomos para o quarto que Rodrigo nos mostrou, primeiro para instalar Ang e depois fui arrumar minhas coisas no quarto dele, que foi conversar com o pai na sala.

– Lana, nós temos que ligar para Isa, Karen e Ive, para avisar que já chegamos. - Tudo bem. Vou ligar. – remexi na mala – Olha!

– AAAAHH! Lana é igualzinha a do Dominic! – ela deu pulinhos de empolgação.

– Mas é essa exatamente a minha intenção! Duvido não notar eu usando essa calça – a calça era amarelo-canário. Exatamente igual à calça que já vi Dom usar inúmeras vezes. Ele era conhecido por seu guarda- roupa no mínimo, extravagante.

– Rodrigo vai ficar furioso quando vê-la. – Ang observou. - Mas não vai importar por que já vai ser muito perto do show para mudar de roupa – soltei um risinho Outro defeito perceptível do meu namorado é essa mania de mandar em mim e não é só nas roupas que eu usava. Acho que todo homem gosta de se sentir dono da situação e por isso são tão mandões!

– E aí como está tudo entre vocês? Melhorou alguma coisa ou continua na mesma? – ela me fitou. Ang sabia mais ou menos o que estava acontecendo entre mim e Rodrigo. Ela é minha amiga e gosto de desabafar com ela, mesmo que Ângela não saiba muito que dizer.

– Na mesma... Talvez essa semana... Não sei! Ive disse que a viagem ajudaria bastante, que é a rotina de três anos de namoro que pesa nessas horas.

– Ela pode estar certa! Quem sabe essa semana de casalzinho ajuda hein? – ela me cutucou, fazendo pilhéria – Você só não pode exagerar! Quanto a mim, vou me esbaldar hoje por que amanhã sou só do Muscle!Vai que o Dom se encanta por mim e resolve me levar para hotel com ele?

Nós começamos a rir. Ela era louca por Dominic Hawks, o baterista estrela do Muscle! No entanto, o desejo dela não era tão impossível assim, já que Dom era conhecido por ser digamos “muito acessível” para as fãs principalmente. A verdade é que ele era um grande patife e para o nosso azar (ou sorte como algumas preferem) ele era charmoso e tinha um sorriso irresistível (Bom eu particularmente não acho Dom tão bonito assim, mas isso se deve pelo fato de eu morrer de amores por Matthew Bennington, vocalista do Muscle)!

* * * *

À noite, Karen e Ive vieram nos visitar e quase nos fizeram morrer com a surpresa que trouxeram com elas.

– Conseguimos 20 minutos com eles antes do show, mas é bem rapidinho mesmo e só para poucas pessoas. Nós sorteamos algumas pessoas através do Twitter e parece que vocês ganharam – Karen começou a rir e eu olhei para ela desconfiada – A verdade é que só Ângela ganhou, mas você vai Lana só por que eu gosto muito de você e também por que você ficou com a honra de fotografar tudo para postar no site depois!

– Isso mesmo Ive! - Eu sabia que vocês iam dar um jeito de se aproveitar da minha nobreza! – reclamei, mas com um sorriso imenso por que eu afinal ia conhecer o Muscle.

– Ei! Por que eu também não posso conhecer o Muscle? - A Rodrigo, não enche! – Karen bufou - Pelos deuses! – eu revirei os olhos. Não era hora para chiliques!

Karen e Ive foram duas maravilhas que o Muscle trouxe para a minha vida. Eu quase nada sabia sobre eles e foram elas que me deram todas as informações, primeiro pela comunidade no Orkut, depois no site oficial brasileiro. Durante esse tempo elas se tornaram minhas amigas e agora me davam o melhor presente que eu poderia ganhar. Conhecer o Muscle pessoalmente.

– Não acredito que você vai conhecê-los pessoalmente e eu não! – Rodrigo ainda estava injuriado três horas depois, há tempos que Ive e Karen foram embora e levado Ang com elas. - I sorry boy! – falei desdenhosa – Nem acredito que vou poder abraçá-los! Já pensou?! Matt, Dom e Chris tão pertinho... – suspirei pensando.

– Ei, a senhorita pode conter o entusiasmos aí ouviu? Lembre-se que Dom adora fãs entusiasmadas!

– Rodrigo, por favor! Tantas mulheres lá e você acha que Dom vai me notar? – não podia dizer a ele que eu ia parecer um sinalizador com aquela calça amarela – Fora que ele ainda vai dar um jeito de conhecer as “globais”!Aí você acha que vai sobrar atenção para a pobre coitada da Lana aqui?

– Você também é linda e o pior de tudo é que vai estar ao alcance dele!

– Aff! Só o Rodrigo mesmo para pensar numa coisa dessas. Até parece que ele não conhece Dominic Hawks (tudo bem ele não conhece pessoalmente, mas conhece a fama de pegador dele). E como eu já falei anteriormente, meu sonho de homem perfeito é Matt, mesmo ele sendo pequeno efranzino e ás vezes um pouco arrogante. Eu o admirava por vários motivos. Por ser inteligente e dedicado, acima de tudo um cavalheiro. Era o homem dos meus sonhos! Mas essas coisas de príncipe encantado não existem e ele tem uma noiva linda que parece amar muito.

– Anda vamos dormir por que eu preciso estar perfeita para o Muscle amanhã. - Tem certeza que você quer dormir? – ele me fitou com aquele conhecido sorriso travesso nos lábios.

Nem o convite mudava, era exatamente assim, eu quase podia adivinhar o que ele ia fazer agora!

– Tenho. Se você não se comportar vou dormir com Ang! Com a vontade que eu estava era melhor nem arriscar meu sono. Estava ansiosa e meio tensa por conta do show e do encontro com o Muscle amanhã, além de meio frustrada sexualmente. Ia ser uma decepção! Quem sabe amanhã, depois do show e toda aquela excitação?

– Lana o que está acontecendo? Você está diferente. – a ultima frase era uma afirmativa, seus olhos castanhos me olhando sérios e ressentidos, como se eu lhe devesse algo. Talvez eu devesse mesmo.

– Não sei – era verdade – Fui tola o bastante para achar que você não notaria. - Mas notei!O que foi? Quando estamos juntos, como amigo parece tudo bem, mas é só insinuar sexo que você trava!

–A verdade é que você se diverte mais do que eu ultimamente, parece tudo mecânico e ás vezes parece uma luta livre! Sempre a mesma coisa... Você começa e você termina e quando nem começou para mim. Isso me deixa aflita e por isso eu tento evitar, quando não consigo espero pacientemente que você se satisfaça e vá dormir!

Ele me olhou por um longo minuto, o ressentimento nos seus olhos se tornando intenso. Tava na cara que para ele a culpa era minha, eu que não estava cooperando.

– Sinto muito se não “faço” como você gosta! Você achou algum professor por aí que anda lhe ensinando coisas melhores? – falou irônico.

– Não fale assim comigo, você não tem direito de dizer uma coisa dessas!Sabe muito bem como eu sou e devia tentar me entender Rodrigo, não me criticar! – falei ríspida Ficamos em silêncio por um bom tempo, um com raiva do outro. Mas Rodrigo era menos cabeça-dura do que eu e foi o primeiro que deu o braço a torcer. Ele levantou e veio me abraçar:

– Me perdoe, eu não devia ter dito isso mesmo! – falou perto do meu ouvido – Mas é que... Eu fico sem saber o que fazer, entende? Eu sinto muito, deveria ter me contado antes, podíamos conversar, falar sobre isso! Eu faço o que você quiser Lana! Ele parecia angustiado. Sua idiota! Pensei irritada, por que falar tudo aquilo? Rodrigo era uma pessoa maravilhosa e você reclama de barriga cheia!
– É melhor irmos dormir... Levantei e puxei-o comigo, sua angustia foi passageira.

Assim que chegamos ao quarto ele deitou na cama e eu fui tomar um banho para dormir, quando voltei, ele já estava profundamente adormecido. Fui procurar dormir também.

* * *

Passei o dia inteiro pensando no que dizer a eles quando finalmente os visse cara a cara. Pedi a mim mesma para não chorar, nem desmaiar por que isso é coisa de fã de banda Emo! O Muscle era a melhor banda de rock do mundo e merecia uma fã de verdade! Mas a primeira coisa que fiz quando finalmente estava frente a frente com eles foi ficar parada feito um poste, olhando como uma boba até que Ive me deu um cutucão que por pouco não quebrou minhas costelas. Aí eu me toquei e criei coragem para falar com eles, meio chorando, meio rindo como uma estúpida! Dom arriscou algumas palavras em português, mas a pronúncia dele é tão ruim que eu acabei rindo, o que o deixou muito desconcertado. Matt e Chris também riram dele e o deixaram irritado.

Tirei muitas fotos da gente com eles, deles sozinhos (Chris era o baixista do Muscle e ao vivo, parecia muito maior que nos vídeos e fotos. Fora que ele é lindo! Ive quase pirou) Ângela se derretia por Dominic, que com aquele sorriso ficava irresistível mesmo (eu também tinha de admitir que ao vivo ele fosse bem bonito realmente). Arrisquei algumas palavras com Matt, mas até o inglês dele é estranho e para completar eu ficava perdida na intensidade daqueles olhos azuis profundos.

– Pronto pessoal, agora já chega. Acabou o tempo! Apareceu uma mulher loura e deu ordens para os seguranças nos ajudarem a sair do backstage (detalhe para a gentileza e sutileza dos seguranças). Só não ficamos tão desapontadas por que íamos assistir ao show que começaria em alguns minutos.

Ocupamos nossos lugares e Rodrigo me bombardeou de perguntas. Quando eu ia, toda feliz, mostrar as fotos que tirei no backstage, descobri que estava sem a câmera.

– Merda! - O que foi?! – Ive, e Ang perguntaram ao mesmo tempo. - Acho que esqueci a câmera lá no backstage – remexi nos bolsos na vã esperança, mas eu sabia que ela era grande demais para caber neles.

– Que mancada Firefox! – Karen me chamava assim por que eu era viciada em internet e por ter o cabelo vermelho.
– Ai Cristo... – choraminguei desolada