[Dramione] - Revelações 2 - Escolhas escrita por Mione Malfoy


Capítulo 11
Os núcleos gêmeos


Notas iniciais do capítulo

Heey.
Segundo capítulo da postagem dupla.
Aproveitem.



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Os núcleos gêmeos

POV Draco Malfoy

Eu estava certo. Não precisei nem entrar em casa para ver que Aleto havia se manifestado. Assim que pus os pés nos degraus de entrada da mansão pude ver um pergaminho próximo da porta. Rapidamente o peguei nas mãos e abri para ler seu conteúdo.

Ora, ora, ora. Quem diria que o filhote de Comensal que mais foi elevado pelo Lord se tornaria um traidor do sangue. Fiquei surpresa quando vi aquele anúncio no Profeta. E confesso que duvidei da veracidade dele, mas sua namorada é uma garota gentil e me fez o favor de confirmar tudo quando contei a ela o que você havia feito.

É interessante ver sua devoção a uma mera sangue-ruim. Três mil galeões? Acho que essa quantia mostra o quanto isso é verdadeiro. Será que você abriria mão de toda sua preciosa fortuna para salvá-la Draco? É claro que sim não é? Mas não se preocupe. A única coisa que eu quero é meu irmão de volta.

Traga-o até mim e eu libertarei sua preciosa namoradinha sangue sujo. Nos encontraremos para uma troca e você poderá leva-la de volta. É claro que se você envolver os aurores a coisa vai ficar um pouquinho feia. Estarei lhe vigiando rapaz, se eu souber que alguém além de você está envolvido em nosso acordo sua querida Hermione Granger irá sangrar.

Você tem três dias. Ao final do prazo eu estarei lhe esperando no lugar onde o mestre ressurgiu ás onze da noite. Se você não estiver lá, ela morre. Se estiver e não trouxer Amico, ela morre. Se procurar ajuda, ela morre. Creio que fui clara.

Até breve Draco.

Aleto

Amassei o pergaminho com força. Eu iria salvar Hermione, mesmo que isso custasse minha própria vida.

POV Hermione Granger

Três dias haviam se passado e eu estava ainda mais desesperada. Sabia que Aleto havia entrado em contato com Draco mas não fazia ideia do que ela estava tramando. Estava perdida em pensamentos quando ela entrou com uma pose autoritária em minha casa improvisada.

– Venha cá Granger.

Levantei-me e fui me sentar em uma das cadeiras para nossa sessão de interrogatório diário. Mas me surpreendi quando ela começou a falar em vez de fazer as perguntas habituais.

– Você sabe que entrei em contato com seu namorado não sabe? Pois bem, Draco e eu fizemos um pequeno acordo de troca de reféns. Esta noite nós vamos encontrá-lo e eu quero deixar bem claro para você que se ele fizer qualquer gracinha você morre. Se você tentar alguma coisa, quem vai morrer é ele. Fui clara.

– Sim. – disse com a voz falha de nervosismo.

– Espero que sim. Volto mais tarde para cuidar do seu banho. Trarei roupas limpas e material de higiene. Seja uma boa menina e descanse, sairemos pouco antes das onze.

E dizendo isso ela se retirou e me trancou novamente. Meu coração estava acelerado desde o momento em que ela falou o nome de Draco. Ele estava se arriscando para me salvar e eu jamais me perdoaria se algo acontecesse. Acabei voltando para meu colchão no chão e tentei limpar a cabeça de pensamentos ruins. O problema é que eles teimavam em me perseguir.

***

Acordei com a voz de Aleto me chamando para o banho sem saber quanto tempo havia se passado. Eu havia tido pesadelos terríveis, com visões de Draco morto ou gravemente ferido no chão. E quanto mais eu corria para tentar ajudá-lo mais longe ficava dele. Tirei essas imagens da cabeça e fui me preparar, ela trouxe sabonete, shampoo e condicionador. Então tomei um banho como há muito tempo não tomava e tirei toda a sujeira daquele lugar. Peguei as roupas que Aleto havia deixado e me vesti. Assim que fiquei pronta ela puxou a varinha das vestes, conjurou Encarcerous para amarrar minhas mãos e pés e aparatamos dali mesmo.

Quando abri os olhos o cenário havia mudado. Aleto me jogou no chão e eu pude ver que estávamos em um cemitério antigo, não sabia dizer onde exatamente. Olhei em volta e vi uma grande estátua que parecia com a personificação da morte e na lápide abaixo dela um nome conhecido, Tom Riddle. Estávamos no cemitério onde Cedrico morrera, onde Harry havia visto Voldemort retornar.

– Não deve faltar muito agora. Draco deve chegar a qualquer momento.

Como que ouvindo as palavras de Aleto duas figuras apareceram, cem metros a nossa frente. Draco trazia Amico consigo e apontava a varinha para o pescoço do comensal. Aleto automaticamente me puxou para perto e apontou sua varinha para mim.

– Sem gracinhas pequeno Malfoy. – Gritou ela para que Draco pudesse ouvi-la.

– Sem truques, eu juro. Eu só quero Hermione de volta. Eu trouxe seu irmão e fiz tudo o que você me pediu, agora devolva a minha mulher. Por favor Aleto. – Sua voz soou desesperada na última frase. Draco estava tão assustado quanto eu.

– Dê sua varinha ao Amico e se afaste. Entregarei ela assim que meu irmão estiver ao meu lado.

– Não sou tão idiota assim Aleto. Se eu der minha varinha a ele quem me garante que eu e Hermione não morreremos? Vamos, você manda Hermione e eu mando Amico. Juntos.

– Ok então. No três.

– Um.

– Dois

– Três – disseram os dois ao mesmo tempo.

Senti as cordas se afrouxarem e comecei a andar devagar em direção a Draco. Amico fazia o mesmo vindo na direção contrária. Não olhei para trás, tudo o que eu conseguia ver era meu namorado, parado a minha frente, fazendo sinais para que eu continuasse andando em sua direção.

Quando eu estava a uns dez metros de distância tudo começou a acontecer rapidamente. Ouvi a voz de Amico gritar um Expelliarmus e entrei em pânico. Ele estava tentando desarmar Draco! Corri em sua direção tentando bloquear o feitiço com meu próprio corpo mas não foi necessário. Draco havia corrido até mim também e me segurou com força contra seu corpo enquanto ouvíamos o grito de Aleto.

– O que está fazendo Amico? Porque está ajudando eles?

– Se renda Aleto! – ele respondeu.

– Ficou maluco?

– Tire Hermione daqui Draco. – gritou o comensal virando-se para nós.

Senti Draco tentar aparatar sem sucesso.

– Não podemos. Aleto deve ter enfeitiçado o lugar.

Aproveitando-se da distração, Aleto puxou minha varinha de dentro das próprias vestes numa velocidade imensa e então mandou Amico para longe, desacordado com um feitiço não-verbal. Draco ergueu sua varinha e me colocou atrás de si.

– O que foi que você fez com meu irmão seu imundo?

– Absolutamente nada.

– Não minta para mim Malfoy! Eu o avisei. Vocês dois não vão sair daqui vivos

– Se esconda Hermione!

Imediatamente os dois começaram a duelar, ele desviava os feitiços e ao mesmo tempo tentava acertá-la. Enquanto ela mandava maldições Draco tentava feitiços para desacordar ou desarmar. Em certo ponto eles pararam de gritar os feitiços e começaram a lançá-los de maneira não-verbal. A diferença era óbvia, Draco estava perdendo, e Aleto aproveitava para se aproximar dele, dez metros, sete, cinco...

Olhei em volta procurando algo para me ajudar a parar a mulher enlouquecida que tentava matar o homem que eu amava e vi Amico se erguer de varinha na mão e correr apontando para os dois que agora estavam a três metros de distância um do outro. Saí de meu esconderijo e gritei.

– Draco cuidado!

Mas obviamente foi um erro, no milésimo de segundo que Draco levou para olhar em minha direção, Aleto tentou se aproveitar para lançar a maldição da morte. Naquela distância ela jamais erraria. Fechei os olhos com medo e ouvi claramente a voz da comensal e de Draco conjurando seus feitiços ao mesmo tempo.

– Avada Kedavra!

– Estupefaça!

Vi um clarão e então senti uma grande energia me jogar para longe. Olhei em volta meio atordoada. Draco estava no mesmo lugar, empunhando a varinha com força enquanto Aleto fazia o mesmo. Os feitiços se chocavam, exatamente como as varinhas de Harry e Voldemort na Batalha de Hogwarts, mas elas haviam criado um escudo que os isolava. Então me lembrei do que Olivaras havia dito quando fomos até a loja comprá-las. Núcleos gêmeos.

Núcleos gêmeos! Aleto usava a minha varinha, e ela era irmã da varinha de Draco. A varinha de Draco o estava protegendo. Aleto se esforçava para continuar o feitiço mas a varinha se recusava a aceitar seu comando, lentamente o jato esverdeado começou a perder a força e então com um novo clarão o escudo se quebrou e o feitiço de Draco arremessou a mulher para longe.

Ele caiu na grama desmaiado e eu corri ao seu encontro tomando rapidamente sua varinha nas mãos enquanto olhava em volta procurando Amico. Então ouvi diversas vozes. E um esquadrão de aurores apareceu em meu campo de visão.

– Hermione, Draco, Harry! Onde vocês... – eu olhava para o ruivo que comandava o esquadrão enquanto ele corria ao meu encontro. – Hermione! Graças a Merlin! Você está bem? Está ferida?

– Eu estou bem. – disse o abraçando e começando a chorar assim que ele se aproximou. – Ah Rony. Eu... Eu...

– Shh. Não se preocupe, vai ficar tudo bem. Está tudo bem com o Malfoy aí?

Ele apontou para onde Draco estava, atrás de mim, deitado ainda desacordado na grama.

– Sim. Eu acho que sim. – disse ainda chorando.

– Onde está o Harry?

– Harry? – perguntei confusa e ouvi um dos aurores gritar.

– Ele está aqui Weasley! Ele está bem.

Eles cercaram Amico o trouxeram de volta aos sentidos. Encarei Rony confusa.

– O que está acontecendo? – perguntei secando as lágrimas.

– Harry tomou a poção polissuco. Aquele ali é ele. – disse Rony apontando para Amico que corria em nossa direção.

– Hermione! Ainda bem. Eu fiquei tão preocupado.

Eu o abracei com força e depois ele e Rony se encararam.

– Pensei que vocês não chegariam aqui. Aleto enfeitiçou o lugar contra aparatação antes de nós. Draco e Hermione ficaram presos e eu não sabia o que fazer.

– Nós tentamos aparatar na hora marcada, mas não estávamos conseguindo. Então eu aparatei para o mais próximo que consegui trazendo o esquadrão comigo. Viemos correndo. Eu estava morrendo de medo de ter acontecido algo com vocês. O que diabos aconteceu aqui afinal?

– Espera, espera. Deixa eu tentar entender. Onde vocês conseguiram poção polissuco? Aleto deu apenas três dias ao Draco. E como vocês conseguiram organizar tudo isso sem que ela soubesse?

– O elfo doméstico do Draco. Ele nos enviou a carta de Aleto e Greek nos ajudou a bolar tudo sem que ela desconfiasse de nada. Viemos aqui ontem com Harry para reconhecer o lugar e podermos aparatar tranquilamente.

– É. E poção polissuco fica estocada no QG. Sempre temos para emergências.

Gemidos atrás de mim desviaram nossa atenção e eu me virei imediatamente para ver se Draco estava bem.

– Hermione. – chamou ele voltando a si devagar – Hermione, você... você está bem?

– Sim meu amor. E você? Está tudo bem? Não está machucado?

– Só um pouco dolorido.

Ele se ergueu sentando-se na grama e olhando para meus amigos.

– E Aleto?

Todos nós viramos na direção onde ela havia caído. Os aurores a haviam amarrado mas ela ainda estava inconsciente.

– Vai ser mandada para junto do irmão. Presa com ele e enviados para Azkaban. – disse Rony sério. – Um dos nossos chamou a equipe de medi-bruxos. Não sairemos daqui até ter certeza de que todos vocês estão bem.

Segundos depois os médicos chegaram e começaram a nos examinar. Nos deram algumas poções revigorantes e de cura e em seguida examinaram Aleto, que acordou chamando pelo irmão. Os xingamentos que ela soltou quando viu aquele que achava ser Amico se tornar Harry Potter não foram nada leves.

Enfim todos nos organizamos, minha varinha foi devolvida e nós aparatamos para o Ministério. Kingsley andava de um lado para o outro no QG dos Aurores e suspirou aliviado quando nós chegamos. Tivemos que ficar por lá durante algumas horas para dar depoimentos que iriam ajudar nos relatórios. Quando acabamos, me despedi de Harry e Rony e agradeci a todos pelo esforço para me salvar.

Draco mandou uma mensagem para Narcisa avisando que estava tudo bem e foi me levar até em casa. Tudo o que eu mais queria naquele momento era descansar. Toda a agitação e as emoções me deixaram exausta e pra piorar era madrugada. Entrei em casa puxando Draco comigo e subi as escadas diretamente até meu quarto. Me deitei na cama e ele se deitou comigo, me aninhando em seus braços.

– Graças aos céus você está bem. Não sei o que eu faria se algo te acontecesse.

– Eu digo o mesmo Draco. Eu amo você.

– Eu também te amo Hermione. Passar por tudo isso só me fez perceber que eu não posso viver sem você. Pensar que poderia perder você pra sempre abriu um buraco no meu peito. Eu não quero e nem vou ficar longe de você. Nunca mais. Quero você comigo vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana. E nunca mais ninguém vai te fazer nenhum mal, eu juro que vou proteger você.

– Eu fiquei com tanto medo.

– Eu sei. Mas está tudo bem agora. Durma meu amor, amanhã tudo vai estar melhor.

Sentindo o conforto e a segurança dos braços de Draco me envolvendo, eu fechei os olhos e dormi quase instantaneamente.

***

Acordei no dia seguinte com os braços de Draco ainda me segurando. Levantei o rosto devagar e fiquei admirando seu rosto. Ele parecia um anjo dormindo. Os cabelos loiros brilhando na luz da manhã, a boca se curvando em um sorriso leve. Não pude ficar olhando por muito tempo. Senti ele me estreitar entre seus braços e vi seu sorriso crescendo no rosto.

– Já acordada? – falou ainda com os olhos fechados

– Você fica lindo dormindo.

– Você também. Fiquei te observando por um bom tempo ontem à noite. Vem comigo pra mansão?

– Draco nós acabamos de acordar. – disse fazendo manha.

– Eu sei, mas preciso ver minha mãe. Sei que ela deve estar preocupada ainda e eu jurei não ficar longe de você nunca mais. A propósito, feliz ano novo.

– O que?

– Feliz ano novo.

– Já é dia primeiro?

– Sim. E hoje nós temos muito o que fazer. Então melhor aproveitar que já acordamos e começar o dia.

– Mas o que pode ser mais importante que passar o dia na cama?

– Seus amigos. Hoje é ano novo Hermione. Os Weasleys decidiram que fariam uma festa assim que trouxéssemos você de volta.

– Tá brincando né?

– Não.

– Pera, fiquei perdida agora. Desde quando você ficou amigo de todo mundo?

– Você sumiu. Eles sabiam o que eu estava sentindo. Confesso que o Potty e o Weasel não são tão ruins assim.

– Se eu soubesse que era só sumir pra resolver as coisas teria desaparecido a mais tempo.

De repente Draco me soltou e se apoiou nos braços para me encarar.

– Não brinque com isso. Você não tem ideia do que todos passamos. Do que eu passei.

– Eu tenho sim Draco. Eu senti a mesma coisa. Eu tinha medo de nunca mais ver você. De morrer nas mãos de Aleto sem nunca poder dizer o quanto eu te amava e te amo. Tinha medo de não ver meus amigos. Meu único consolo era saber que meus pais não se lembram que tem uma filha.

– Para com isso. Já passou. Tá tudo bem e você já está a salvo. Nós vamos achar seus pais e tudo vai ficar perfeito.

– Tudo bem. Vamos levantar e ir ver sua mãe.

***

Narcisa ficou radiante quando me viu chegar com Draco. Enquanto ele tinha ido se arrumar ela conversou comigo e contou como estavam as coisas do lado de fora. Ela havia ficado com receio de tocar no assunto mas eu insisti. Queria realmente saber o que tinha acontecido durante o tempo que fiquei fora. Segundo ela Harry, os Weasleys e Draco haviam começado a trabalhar com os aurores para me encontrar. Draco havia ficado desesperado e conforme os dias foram passando ele estava quase perdendo as esperanças. Em um ato de desespero, resolveu publicar no Profeta a notícia de meu desaparecimento e a recompensa por notícias. Narcisa disse que ela e Andrômeda nunca receberam tantas corujas na vida. Draco havia sido contatado por Aleto ainda naquela noite e foi quando todo o plano para me salvar começou.

Assim que Draco ficou pronto nós três aparatamos para a Toca. Estavam todos lá me esperando, Harry, Rony, Gina, todos os outros Weasleys, inclusive Andrômeda com o pequeno Ted. Era nossa festa de ano novo. Hagrid, Neville e Luna chegaram pouco depois. A grande tenda usada no casamento de Gui e Fleur estava erguida e uma grande mesa havia sido colocada ali. Molly e Arthur me abraçaram tanto, dizendo que me tinham como a uma filha e que haviam ficado terrivelmente preocupados, mas que agora tudo ficaria bem. Nesse momento senti mais do que nunca a falta de meus pais. Resolvi ajudar Gina, Fleur e Luna a pôr a mesa.

Draco, Harry e Rony conversavam a um canto. Aquilo sim havia sido uma surpresa. Nunca pensei que eles virariam amigos, no máximo se tratariam com respeito. Mas lá estavam eles, conversando sobre Quadribol e falando sobre os tempos de escola rindo das situações. Harry e Ron ficavam provocando Draco com o soco que ele levara no terceiro ano e a transfiguração em doninha no ano seguinte. Draco devolvia citando todas as vezes em que Snape havia ferrado com os dois. Eu estava feliz, mesmo com todos os contras os prós ainda faziam tudo valer a pena.

Já quase na hora do almoço. Quando tudo estava quase pronto, Kingsley chegou com Percy.

– Hermione! É tão bom ver você inteira e a salvo!

– Obrigada Percy.

– Hermione, posso falar com você por uns instantes.

– Claro Kingsley.

Ele me levou para um canto do jardim onde não poderiam nos ouvir.

– Hermione há algo que eu preciso lhe contar.

– Sobre o que?

– Sobre seus pais.

Senti meu coração falhar uma batida.

– O que aconteceu? Eles não estão mortos estão?

– Acalme-se Hermione, me deixe falar. – fiquei quieta e então ele continuou – Nós encontramos seus pais há dois dias. Com toda a operação para seu resgate as coisas ficaram meio complicadas. Os aurores do ministério australiano já verificaram e os obliviadores foram chamados. Eu não permiti que desfizessem seu feitiço. Se não conseguíssemos trazer você de volta seria um grande choque para eles.

– Você fez bem Kingsley. Muito obrigada mesmo. Por tudo.

– Não precisa agradecer. O fato é que agora que você está segura e a salvo eu mandei que trouxessem seus pais. Eles chegaram hoje de manhã via chave de portal. Nossos melhores obliviadores estiveram trabalhando com eles para desfazer seu feitiço. Eles virão para cá daqui a mais ou menos meia hora em aparatação acompanhada.

– Sério Kingsley?

– Sim. Eu não brincaria com isso.

– Sei que não. Mas é bom demais pra ser verdade.

– É verdade Hermione. Considere esse o meu presente de natal atrasado.

Voltamos para perto dos outros e eu contei a novidade, todos começamos a comemorar. Decidimos não contar aos meus pais sobre meu sequestro já que Kingsley também não havia contado nada. Finalmente as coisas estavam voltando aos seus lugares. Quando meus pais chegaram houve muitas lágrimas por todos os lados. Apresentei Draco aos dois e eles ficaram um tanto confusos, afinal sempre falei mal sobre Draco pra eles. Depois que tudo foi explicado meus pais simplesmente se apaixonaram por ele, e Narcisa e minha mãe logo ficaram amigas. Almoçamos e depois disso resolveram comemorar o natal atrasado também. Presentes foram distribuídos e eu reclamei bastante pois havia deixado os meus em casa.

Quando anoiteceu todos foram indo embora e Draco eu e meus pais fomos para minha casa. Tê-los de volta era indescritível. Eles se recolheram cedo então eu e Draco ficamos na sala, estávamos deitados juntos no sofá quando me lembrei do presente que havia comprado para ele. Saí correndo até meu quarto e peguei o pequeno embrulho.

– O que é isso?

– Seu presente de natal.

– E o que é?

– Abra.

Draco balançou a pequena caixa levemente e ficou me encarando com dúvida. Por fim resolveu abrir. Dentro da caixa havia um cachecol verde e prata do uniforme escolar da Sonserina, mas nele haviam as iniciais H.G.

– O que isso quer dizer?

– Quer dizer seu bobo. Que quando voltarmos as aulas esse ano, todas as garotas de Hogwarts saberão que você é meu e apenas meu.

Assim que terminei de dizer essas palavras Draco me puxou para um longo, longo beijo. Me separei dele contra minha vontade e então toquei em um assunto que andou me deixando curiosa.

– Amor, tem algo que eu andei pensando.

– O que?

– Os núcleos gêmeos.

– O que é que tem?

– Bem, para começar você só está vivo por causa das varinhas e isso é alguma coisa.

– Eu ainda não entendi muito bem o que aconteceu no cemitério. Eu entendi o choque de feitiços, mas e aquele campo mágico?

– Harry, Ron e eu já falamos sobre núcleos gêmeos antes. Quando Olivaras falou disso pela primeira vez. Naquela época eu andava meio duvidosa sobre algumas coisas que Harry havia me dito, mas agora acho que é por causa dos núcleos. Quando estávamos no ministério ele me explicou que o que aconteceu com você e Aleto também aconteceu com ele e Voldemort. Segundo o que Harry me disse, os portadores das varinhas com núcleos gêmeos não conseguem ferir gravemente um ao outro. Ou seja, ela nunca conseguiria matar você usando minha varinha. Principalmente porque Aleto não tomou minha varinha em um duelo ou disputa, então, de acordo Olivaras, a minha varinha ainda pertencia a mim. Além de a varinha não poder machucar você, ela também não queria. E sua varinha também protegeu você. Acho que o campo mágico é uma maneira que as varinhas encontraram de proteger seus portadores contra possíveis inimigos, isolando-os para que eles não sejam feridos por outras pessoas durante o duelo.

– Faz sentido. Mas me pergunto se esse campo apareceria se estivéssemos apenas eu e Aleto lutando. De qualquer forma, acho que devemos agradecer ao Olivaras amanhã.

– Gostaria de saber mais sobre os núcleos gêmeos. Acho que vou pesquisar em algum livro sobre varinhas. Será que tem algum sobre isso na Floreios e Borrões?

– Mi, se nem Garrick Olivaras sabe, então acho difícil você encontrar alguma coisa nesses livros que você tanto ama.

– Eu sei. Eu apenas odeio não saber de alguma coisa.

– Minha irritante sabe-tudo. - e dizendo isso voltou a me beijar.

Se tem algo em minha vida que eu sei, é de que nunca vou me cansar de beijar esse garoto loiro de olhos cinzas.


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Notas finais do capítulo

Então meus amores. Semana que vem tem o Epílogo e aí nossa história chegará ao fim.
Não posso dizer que estou triste porque vocês me fazem super feliz. Tenho os melhores leitores do Nyah!
Espero receber muitos reviews, favs e recomendações ok? Seria um excelente presente de aniversário.
Milhões de beijos.