“Senhores passageiros bem vindos ao voo AirLines 447, esperamos que tenham uma ótima viagem, e qualquer dúvida, estamos a disposição.”

...

–Isso é tão bom... - Booth disse se espreguiçando na poltrona do avião – Voar em primeira classe é como assistir a um jogo de basquete na primeira fileira... Ou como comer macarrão com queijo no domingo... É como fazer amor na praia sobre as estrelas...

Brennan sorriu.

–É a sua primeira vez na primeira classe?

Ele concordou.

–Fico feliz que tenha sido comigo – ela deu uma piscadela, divertida.

–Por favor, seja gentil Bones – ele entrou na brincadeira – Não quero ficar traumatizado.

–Pode apostar.

Ela se recostou na poltrona, virando o rosto para observa-lo.

–Você esta ansioso pra ver sua mãe?

–Sim, um pouco. Há ultima vez que eu vi ela eu era uma criança... Tanto tempo se passou.

–Eu imagino que seja um pouco “desconfortável” no começo – e completou – Mas segundo Hank você é parecido com ela, então às coisas vão se encaixar.

–Olhe pra você – ele sorriu, beijando a bochecha dela – Toda preocupada comigo. É fofo.

Ela corou.

–Se nós não estivéssemos dentro de um avião cheio de pessoas, eu juro que faria amor com você aqui e agora.

–Booth – ela o repreendeu ficando mais vermelha do que já estava – As pessoas podem escutar.

–Eu não me importo – respondeu – Eu quero beijar você. Posso te beijar na frente de todas essas pessoas beautiful?

Ela sorriu, e ele aproximou colando seus lábios aos dela.

Suspirou, era ótimo beijá-la.

Sentir a textura da língua dela contra a sua, envoltas em uma batalha sem fim, os lábios carnudos nos seus... Pousou a mão na base do pescoço de Brennan, á trazendo mais para si, aprofundando o beijo.

Seeley escutou um grunhido baixinho, e sorriu entre os lábios dela. Começou a distribuir beijinhos estocados, até finalmente se afastar.

–Satisfeito?

–Nem um pouco gorgeous, mas deu pra matar um pouquinho da vontade – ele respondeu.

–Um pouquinho?

–Você é muito deliciosa... Preciso de muito autocontrole pra manter minha boca longe de você.

–Só a boca? – ela perguntou em um tom mais baixo.

–Infelizmente o little Booth aqui não consegue trabalhar 24h por dia, mas se pudesse – ele sorriu diabólico – Você pode apostar que ele iria pelo mesmo caminho.

Brennan gargalhou diante da resposta dele. Não seria nada ruim ter Booth dentro dela o dia todo...

–Só não comente isso com seu pai – ele avisou – ele provavelmente cortaria minha cabeça fora...

–Claro que não Booth, meu pai não decapita pessoas – o assegurou.

–Eu não estava falando dessa cabeça Bones...

–Booth! – ela o repreendeu, sorrindo – Você esta impossível, o que esta acontecendo?

Ele retribuiu o sorriso e entrelaçou seus dedos aos dela.

–Eu apenas estou muito apaixonado, e feliz. Isso é o que esta acontecendo.

Ela o encarou, antes de recostar sua cabeça no ombro dele e dizer.

–Bom saber.

...

O voo durou aproximadamente seis horas antes deles finalmente pousarem no Philadelphia International Airport.

Depois de pegarem a bagagem, Booth caminhava pela garagem do aeroporto a procura de seu carro.

–Deveria estar aqui – disse, cansado – Eu avisei a eles o horário do meu voo.

–Nós podemos pegar um taxi – Brennan sugeriu – Não é tão caro.

Booth caminhou mais um pouco.

–Não é questão de dinheiro Bones, meu carro esta aqui. Posso senti-lo.

–Isso é loucura. É impossível que você consiga sentir a presença de um objeto inanimado...

–A-há! Eu te disse.

Ele apontou para a SUV preta, estacionada atrás da coluna ao lado de uma vã.

Brennan balançou a cabeça, e seguiu em direção ao carro.

Booth ajeitou as bagagens no porta mala, enquanto ela já estava no banco do passageiro.

–Segundo o mapa, o Hotel fica na esquina com a Madson. – ela informou – Você sabe onde é?

–Sim, mas não iremos pra lá. Estamos indo pra minha casa.

Brennan o encarou surpresa.

–Você tem certeza ? Pensei que somente iríamos visitar a sua mãe.

–É a minha casa também Bones, e não faz sentido ficarmos em um hotel. Hoje ainda é sexta, e pelas minhas contas vamos chegar antes do jantar.

–É um final de semana inteiro lá. Você tem certeza que ela não vai se importar? – Booth a encarou confuso – Comigo lá, eu digo...

–Como eu disse também é a minha casa, e eu avisei Pops que você viria comigo, apesar de que ele já sabia. – respondeu – Ele diz que sempre levo você pra onde eu for.

–Isso não é verdade, você não me leva pro seu trabalho.

Ele sorriu com a ingenuidade dela. Algumas coisas nunca mudam.

–Porque não posso – disse – Mas adoraria te deixar na minha sala e te observar o dia todo, meu humor as segundas feiras seria muito melhor.

–Vamos logo Booth, eu preciso de um banho.

...

Brennan percebeu quando o carro parou, logo após trinta minutos de viagem, em frente a uma residência.

A casa tinha um lindo jardim, bem cuidado, a grama era do verde mais vivo que ela já tinha visto. Era uma casa particularmente grande, pelo menos vista por fora.

Ela saiu do carro, e observou Booth vir ao seu encontro.

–Eu não consigo acreditar que estou aqui de novo – ele disse – faz tanto tempo...

Brennan apertou a mão dele, preocupada.

–Tudo bem?

–Sim, são apenas... Muitas lembranças – ele sorriu tímido para ela.

Ele a conduziu até a entrada da casa, tocando a campainha. Alguns segundos depois a porta foi aberta dando visão a uma mulher de estatura média, de olhos e cabelos extremamente castanhos.

–Hey, Mom – Booth disse, antes de abraça-la.

Mãe e filho estavam perdidos um nos braços do outro, quando Booth falou.

–Eu senti sua falta.

–Eu também, Seeley. – ela respondeu, com lágrimas nos olhos – Olhe pra você, um homem! Onde esta o meu garotinho?

–No mesmo lugar de sempre mãe – ele retribuiu o sorriso, e voltou-se para a namorada.

–Eu quero que você conheça alguém. Mãe, essa é Temperance Brennan, e Bones essa é a minha mãe.

A mulher separou-se do filho, abraçando Brennan que foi pega de surpresa.

–Prazer em conhecê-la querida, me chamo Marianne – disse.

–É um prazer conhecê-la também – Temperance respondeu tímida.

–Vocês devem estar cansados, entrem. – Abriu mais a porta, os conduzindo para dentro – Hank deve estar aqui a qualquer momento, ele foi ao mercado.

–Bom, porque estou faminto.

–Mas você comeu no avião Booth – Brennan disse.

–Aquilo era apenas alguns aperitivos Bones, eu sou um homem – respondeu – Preciso de comida de verdade.

–Não é a toa que os Booth’s são conhecidos por seu apetite - Marianne sorriu, observando o casal.

Seeley pegou as malas, guiando Bones pelas escadas.

–Nós já descemos Mãe.

–Não se esqueçam da hora – a senhora advertiu com um sorriso maroto.

...

Booth a conduziu pelo corredor estreito, até pararem a porta de um cômodo.

–Bem vinda ao meu primeiro quarto gorgeous – disse, abrindo a porta.

Brennan adentrou o espaço, curiosa, observando tudo.

Notou duas camas colocadas nas extremidades dos dois lados da parede, que eram separadas por uma cômoda branca.

A parede do lado esquerdo de uma das camas continha pôsteres de carros e mulheres, enquanto a outra de heróis, principalmente homem aranha, que agora ela conhecia graças a Booth.

–Eu poderia assumir com muita certeza que a cama da direita é a sua. – ela disse.

–Muito inteligente da sua parte, Doutora Brennan – respondeu colocando as malas perto da porta – Não esperava menos.

Ela sorriu, e sentou na cama.

–É um quarto muito bonito, Booth – ela disse, observando uma mesa cheia de livros e um velho computador – Eu digo do lado direito.

Ele gargalhou e se juntou a ela na cama

–É, foram bons tempos aqui. Minhas namoradas também gostavam dele.

Brennan o encarou, surpresa.

–Você trazia suas namoradas pro seu quarto? Eu esperava que você fosse bem católico naquela época...

–Estou brincando Bones – colocou a mão no joelho dela – Eu as levava para outro lugar, no qual Jared não ficava dando em cima delas.

–Isso parece bem ele mesmo...

–Ele sempre quis todas as minhas namoradas, era irritante.

–Você faz soar como se fossem muitas – ela disse – Eram?

Booth sorriu, observando ela.

–Ciúmes, doutora?

Ela corou.

–Esquece... Não é da minha conta – respondeu baixinho.

Booth passou o braço pelos ombros dela, a trazendo para mais perto de si.

–Claro que é amor.É a minha vida e você tem todo direito de saber – ele disse – e não eram muitas. Na verdade na minha época de colégio foram apenas duas. Lois e Lutessa.

–Sério?

–Sim, elas eram legais na maioria das vezes. Lutessa acabou com o tempo se tornando minha amiga, mas Lois sempre foi uma criança mimada. Eu nem sei por que namorei ela.

–Aposto que você eram bem disputado entre as garotas – ela disse, se aconchegando mais a ele.

–Provavelmente, mas elas perderam. Agora eu sou um homem de uma mulher só, e ela tem nome, sobrenome e dois doutorados.

Temperance sorriu,e foi beijar a bochecha dele mas Booth foi rápido e vir ou o rosto capturando os lábios dela nos seus. O beijo foi lento, e sua língua explorava a boca dela pacientemente, desfrutando o gosto maravilhoso que ela tinha.

–Eu preciso de um banho... – Brennan disse, separando-se dele.

–Vamos, eu te mostro onde fica o banheiro.

Seeley esperou enquanto ela pegava as roupas e uma toalha, pegou sua mão e a guiou pelo corredor até uma porta branca.

–Esta entregue ao banheiro gorgeous.

–Te encontro lá embaixo?

–Pode ser – ele disse, dando um selinho nela – espero que você fique mais cheirosa ainda.

Dizendo isso, ele saiu pelo corredor em direção as escadas enquanto Brennan entrava no banheiro rindo.

...

–Sua namorada gostou do seu quarto? – Marianne perguntou ao ver o filho adentrar a cozinha.

–Bastante - respondeu – O que esta fazendo mãe?

–Cortando alguns legumes pra salada enquanto seu avô não chega. Ele esta demorando.

–Não se preocupe mãe, Pops provavelmente deve estar barganhando o preço de algo ainda – Booth respondeu rindo alto.

Marianne observou o filho atentamente, e perguntou.

–Me conte sobre ela.

–Bones?

–Porque você chama de Bones uma mulher tão bonita Seeley? Não te eduquei direito?

Ele sorriu.

–É apenas um apelido mãe. Ela trabalha com ossos, então Bones. – explicou – Mas o que você quer saber?

–Tudo, comece pelo começo.

Booth pegou uma faca, ajudando sua mãe na tarefa, e contou sua história com Brennan desde o inicio. O primeiro caso, a briga, quando voltaram a trabalhar juntos, o trabalho, como se tornaram amigos até namorados.

–Ela parece bem especial – ela disse – Estão juntos há quanto tempo? Como namorados?

Booth sorriu.

–Há quase dois anos, um ano e sete meses pra ser mais exato.

–Então é serio?

–Ela é a mulher da minha vida mãe. – ele respondeu com um olhar doce – Você lembra quando eu era pequeno e disse que um dia iria encontrar uma garota que iria virar meu mundo de cabeça pra baixo? Ela é essa garota.

A mãe dele sorriu, satisfeita.

–Estou feliz que você tenha encontrado alguém com que possa compartilhar sua vida. Se ela te faz feliz, estou feliz. É tudo que preciso saber.

Booth concordou.

Estava feliz. Sabia que sua mãe adoraria Bones, mas ouvi-la falar isso era um alivio, pois mesmo ele não pode evitar algumas inseguranças.

–Então, quando vou conhecer meus futuros parentes?

–É complicado Mãe, Bones não teve uma vida fácil. Ela foi abandonada aos quinze e viveu no sistema. Hoje só é o pai e o irmão dela.

–Pobre garotinha. Mas ela se saiu bem, não?

–Depois que ela saiu do sistema conseguiu uma bolsa integral em uma faculdade, ela é um gênio Mãe, muito inteligente mesmo, talvez a pessoa mais inteligente que você vai conhecer, e agora ela é Doutora em Antropologia Forense e uma autora, muito boa posso acrescentar.

Os dois continuaram a conversar até Booth perceber que Pops tinha chegado, e saiu para ajudá-lo com as sacolas.

...

Brennan desceu a escada já tomada banho usando um vestido florido que batia um pouco acima do joelho. Ela passou pela sala vazia e foi para a cozinha na esperança de encontrar Booth.

–Temperance – disse Marianne – Booth esta lá fora ajudando Hank com as sacolas, venha me ajudar.

Brennan observou a mulher que a convidava gentilmente com um sorriso sincero estampado no rosto. Lavou a mão, e pegou uma faca, e começou a cortar alguns legumes.

–Você não precisa ficar nervosa Temperance – a mulher a tranquilizou – Eu não mordo, além do que, gostei de você.

Ela sorriu tímida, continuando calada.

–Booth me contou sobre vocês, e tenho que dizer, tem uma baita história – a mulher sorriu – Mas eu nunca o vi tão feliz, e tenho que agradecê-la por isso.

–Ele é o melhor homem que conheci – Brennan disse.

–E você a melhor mulher que ele conheceu – Marianne disse – ele realmente a ama querida. O que vocês têm – explicou – é algo raro e lindo, e fico feliz que você seja a pessoa com que ele compartilhe isso.

–Obrigada – Temperance agradeceu.

–Não se preocupe, tudo ficara bem, mas me conte. Como esta lidando com os maus hábitos do meu Seeley?Acredite, eu como mãe tentei, mas aquele menino é impossível.

Brennan sorriu e começou a conversar sobre as trapalhadas de Booth, e quando percebeu as duas estavam envoltas em gargalhadas.

...

O jantar transcorreu mais do que bem, os três conversando, rindo e compartilhando em harmonia.

Marianne e Temperance se deram muito bem, o que alegrou a Booth. Ficou feliz de ver que a insegurança da namorada fora de água a baixo. Hank sempre do mesmo jeito, adorou a companhia de Brennan, e ambos passaram algum tempo conversando, antes dela se juntar no quarto com ele.

–Você tem certeza que não quer ficar com a minha cama? – Booth perguntou, arrumando os lençóis.

–Esta tudo bem Booth, eu fico com a de Jared. Só estarei a um metro de distância – ela sorriu – Além do mais vai ser bom pra nós dormimos separados, assim você não enjoa de mim.

–Nem que eu quisesse conseguiria enjoar de você gorgeous – Booth disse, com as mãos na cintura dela, beijando sua cabeça.

Ela estava parecendo uma garotinha aos olhos dele. Vestida em uma calça de um pijama listrado em azul claro, com a camisa do conjunto.

Absolutamente linda, ele pensou.

–Por mais irracional que seja essa declaração, eu adorei – ela disse sincera, ficando na ponta dos pés para beijá-lo.

Booth recebeu os lábios dela com prazer, nunca se cansaria de sentir a maciez dela contra a sua. Sua língua invadiu a boca dela, explorando aquele lugar tão conhecido, enquanto suas mãos deslizavam pelo tecido fino do pijama. Seus dedos subiram pelas costas dela, até afundarem-se no cabeço macio e cheiroso, o qual ele enterrou o rosto, sussurrando.

–Eu acho melhor você ir dormir, antes que eu faça algo mais.

Brennan sorriu ao sentir algo cutucando sua barriga. Adorava o fato de que podia o “animar” tão rápido, isso era a prova do quanto ele a desejava, a amava.

–Por mais que eu adorasse cuidar desse probleminha pra você – ela disse, tocando a ereção dele sobre a calça, sentindo a rigidez entre seus dedos – Eu não acho que seja prudente.

Booth grunhiu.

Definitivamente não era.

Ele sentiu a respiração dela em seu pescoço, seguida pelos lábios que demoraram não mais de dois segundos no local.

–Boa noite Booth – ela disse se desvencilhando dos braços dele, e indo para a cama.

–Boa noite Bones – ele respondeu, pegando uma muda de roupa e indo em direção ao banheiro.

...

Já era de madrugada, e Booth estava dormindo quando sentiu algo próximo a ele. Abriu os olhos lentamente e deu de cara com Brennan se enfiando em sua cama, debaixo de suas cobertas.

–Bones, esta tudo bem? – ele perguntou ainda sonolento.

Ela se aconchegou nele, jogando uma perna por cima da sua e enterrando o rosto em seu pescoço.

–Eu não consigo dormir sem você, estava frio e... Solitário. – ela respondeu baixinho.

Booth sorriu e a abraçou forte.

–Estava solitário aqui também, mas não quis te acordar, ai acabei me conformando.

Ele acariciou as costas de sua parceira, descansando a mão na curva quente da cintura dela, apertando de leve.

–Eu senti sua falta - ela disse – de todos os jeitos.

–Eu sei... Eu só não estou acostumado a não dormir com você, não fazer amor com você à hora que quiser, eu sei que é a casa da minha mãe e que ela esta no quarto ao lado e temos que respeitar... Mas não gosto disso. Não quando me priva de estar totalmente com você - disse sonolento

–Eu me sinto do mesmo jeito. Só quero estar com você – ela sussurrou.

Booth beijou os cabelos dela, e logo os dois adormeceram um nos braços do outro