Maré Alta escrita por Dobrevic


Capítulo 10
Internal conflict


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiiiiiiiiiiii, me perdoem pela demoraaa!!! Meu fim de semana está sendo super agitado e to sem tempo pra escrever, e to com uns probleminhas sérios também em como conseguir colocar as cenas da minha cabeça para palavras. Não deu tempo de revisar esse post porque não quero demorar mais para postar para vocês, espero q me desculpem, boa leitura!!!



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Todo mundo tem um ponto fraco. Você é o meu, por que não?

Vergonha. Isso com certeza define o que eu estou sentindo.

Céus!

A que ponto nós chegamos.

Quando vi estampado em seu rosto suas intenções de cara eu deveria ter dito não, mesmo que ele tivesse insistido, mesmo que tivesse tentado me comprar com aquela ameaça barata. Droga, Maria Luiza. Suspirei em minha cama enquanto via a claridade entrar com mais força no quarto, senti uma leve pontada na cabeça. – Alô ressaca – Murmurei baixo comigo mesma.

Arrastei-me até a ponta da cama, sentei na mesma e me levantei indo em direção ao banheiro, sentia minha cabeça rodar. Ao me olhar no espelho, tudo estava em perfeita ordem, tirando o cabelo embaraçado devido a secar em meio às viradas no travesseiro na tentativa de dormir. Minha maquiagem borrada e olheiras denunciam o quanto minha noite foi ruim, mal consegui dormir pensando em tudo que aconteceu. Eu estou nua agora no meu banheiro e cada pedaço do meu corpo me lembra Ele. Seus toques, sussurros, mãos, beijos... Por fora a calmaria, por dentro a tempestade. Eu estava travando uma luta interna comigo mesma me repreendendo por ter gostado tanto da forma que ele me beijou. Eu não fazia a mínima idéia de como seria encará-lo após o ocorrido, mas como tudo em minha vida eu preciso encarar de frente. Principalmente pelo meu estômago, traidor, roncou alto o suficiente pra desejar um bom café forte e qualquer coisa que mate minha fome. Fiz rapidamente minhas higienes, passei levemente a mão por cima do cabelo tentando minimizar o estrago que havia ali, abri a torneira juntando água nas mãos e joguei no meu rosto na tentativa inútil de melhorar o que eu via, sequei-o em seguida. Saí do banheiro caçando uma calcinha e um sutiã qualquer, vesti juntamente a um short preto soltinho e curto, e uma blusinha caída branca. Vamos lá Maria Luiza, você encara de boa essa.

Desci em direção à cozinha e pude ouvir barulhos vindos da mesma. Tremi, congelei, paralisei. Que diabos fizeram o João acordar cedo?

Respirei fundo e segui em frente. Ao chegar à porta da cozinha, me deparei com uma mulher de altura média, pele clara e cabelos ondulados que desciam até os ombros. Ela me encarou sorrindo e eu a olhei confusa e receosa. Quem é essa mulher?

– Isso por acaso é um assalto? – Perguntei ainda sonolenta.

– Eu tenho cara de assaltante? – Ela deu risada.

– Na verdade, você tem cara daquelas tias que fazem um café da manhã delicioso – Disse enquanto molhava os lábios com a língua observando a mesa farta a minha frente.

– Meu nome é Dorota Malu, mas pode me chamar de Dora – Riu me convidando rapidamente para sentar, sorri já pegando o pote de nutella ao lado do suco, abri um sorriso em sua direção enquanto pegava a colher, enchi de chocolate e meti dentro da boca, pior que criança, eu sei. – Eu sou a nova empregada de vocês. Seus pais me mandaram para ter certeza de que não vão se matar – Dorota deu uma gargalhada gostosa enquanto me observava comer. A mulher era todos sorrisos.

– Claro Dora, um assalto! Que imaginação a minha – Disse ainda devorando o pote de nutella, eu estava meio melecada de chocolate pra não dizer ao contrário.

– Bom dia Miguelito – Disse Dora me fazendo tomar um susto quando ele adentrou a cozinha. O cabelo perfeitamente alinhado, uma calça jeans escura marcando as curvas de sua perna e uma camisa branca social dobrada até seus cotovelos e aberta até a altura de seu peito. Ela apertou a bochecha dele e ele riu, rolou os olhos fazendo pairarem em mim.

– Nossa Malu, poderia no mínimo ter deixado um pouco pra mim. – João abriu um sorriso e eu o encarei com a maior cara de bosta.

– Morra de fome – Forcei um sorriso irônico em sua direção.

– Seus dentes estão sujos de chocolate – Ele sorriu com a cara mais lavada do mundo e minhas bochechas ferveram. – E a propósito, eu já comi – Piscou e saiu da cozinha. Que idiota! Que vergonha! Porra! Bufei de irritação. Dorota riu.

– Até que não é tão ruim, vocês não se gostam de uma forma engraçada. – Disse enquanto lavava a pouca louça que havia ali, provavelmente do café adiantado do demônio. Limpei os lábios com a língua e a encarei, peguei um pedaço de bolo de chocolate e enfiei dentro da boca.

– Não é engraçado – Sorri – É um carma – Enfiei mais bolo na boca – Gafe do destino. Ache qualquer coisa, menos graça. – Eu falava com a boca cheia fazendo a Dorota ficar vermelha de rir. O motivo da minha fome descontrolada é: Tpm adiantada.

Conversei mais algumas bobeiras com a Dorota quando ela me disse que um tal de Matt havia ligado.

– Matt? Como ele tem o numero daqui? – Perguntei para mim mesma com dúvida, nem eu mesma tinha. - Obrigado por avisar, Dorinha – Sorri agradecida e ela sorriu percebendo minha cumplicidade.

– Malu, encontrei seu vestido de noiva na borda da piscina e uma calcinha flutuando na água, o que quer que vocês tenham feito, não se esqueçam de serem mais cuidadosos na próxima vez. – Próxima vez, pensei. Dorota sorriu sacana, como quem estivesse acabado de me pegar no flagra. Como quem estivesse acabado de descobrir um segredo.

Gelei corando imediatamente. Cenas da noite anterior atravessaram minha mente de tal forma que me deixou desconcertada, me senti frágil e abaixei a cabeça. Sorte a minha que quem encontrou as peças de roupa foi Dorota. Engoli a seco.

– Não aconteceu nada e não vai mais se repetir. – Disse séria agora lhe encarando e agradeci aos Deuses por minha voz ter saído firme. Seria constrangedor gaguejar diante de uma acusação como essa. Agradeci mentalmente por João não estar aqui e presenciar tal conversa, mas ao mesmo tempo me repreendi pela curiosidade de saber onde ele está. Com quem está. E o que está fazendo.

Balancei a cabeça negativamente decidida a ir à casa de Matt. Liguei para Angel e pedi que ela me encontrasse a meia hora na praçinha, e apesar de amar Mel incondicionalmente, preferi não chamá-la e pedi pra que A. não a avisasse, tudo que ela menos precisava agora era de curiosidade e dedos em cima, Mel é atenta a detalhes e não deixa nada passar batido, ela nunca consegue abafar sua curiosidade aos fatos. Subi até o quarto e peguei a caixa em baixo da cama que Dorota havia me avisado, quando a abri, vi que ali tinha todos os porta-retratos que estivera em meu antigo quarto, na casa de meus pais. Sorri instantaneamente quando achei minha foto preferida com Angelina, a peguei colocando-a em cima do criado mudo.

Pensei em arrumar os retratos pelo quarto, mas sabia que demoraria e não queria me atrasar. Entrei no banheiro, me despi, liguei o chuveiro e mergulhei para baixo d’água tentando me livrar de qualquer rastro que João tenha me deixado. Mas a questão era que cada parte de meu corpo que minha mão percorria com o sabonete, lembrava o seu toque. Cheguei a minha intimidade e como quem estivesse saído de um transe, pensei que talvez estivesse ficando louca. Lavei os cabelos com shampoo e condicionador e terminei o banho, me vestindo rapidamente para logo ir para a casa de Matt.

O primeiro dia já estava sendo difícil. Não queria nem sequer imaginar os próximos.


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Notas finais do capítulo

Por favor, deixem pelo menos um comentário sobre o que estão achando, é importante para mim ter motivação para continuar! Beijos, e até logo ♥♥♥



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