O Herói do Mundo Ninja escrita por Dracule Mihawk


Capítulo 132
Colisão


Notas iniciais do capítulo

Haha, não estavam esperando por essa, hein?


Boa noite, meus queridos leitores!

Quanto tempo fez? Três, quatro meses? Mais que isso? Tanta coisa aconteceu que nem sei. Ainda estou me adaptando ao novo estado, embora eu vá com certa frequência visitar a família e a namorada (olha aí, sabiam dessa? Não porque eu era solteiro até o último capítulo lançado) lá no RJ. Não sei se sabem, mas agora estou na terra em que chamam biscoito de "bolacha". Deveriam criminalizar isso!

Pessoal, como já sabem, eu agora sou servidor público. A rotina semanal tem sido bastante puxada, especialmente porque moro sozinho (vocês, minhas leitoras que são donas de casa, eu partilho de sua dor. Pain estava certo. "Por meio da dor os humanos são capazes de entender uns aos outros."), então, além da jornada de trabalho, tenho meu trabalho doméstico. Fora outras obrigações. Isto posto, precisarei atualizar o cronograma de postagens dos próximos capítulos. Irei atualizá-los quanto a isso futuramente.

Relaxem! Vai dar certo!

Bom, chega de falar de mim. Cês já sabem que eu estou bem, então vamos ao que interessa de fato :v

Boa leitura a todos, pessoal o/



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Hinata levantou a cabeça na direção do oponente enquanto sua perna direita se dobrava outra vez, formando a base de sua postura. Tinha certeza de que apenas alguns minutos haviam se passado, porém muita coisa já havia acontecido ali. E por ainda estar de pé após uma troca insana de golpes contra aquele homem, e completamente sozinha com ele em um canto remoto do País do Relâmpago, Hinata Hyuuga se permitiu um singelo sorriso de confiança.

Do outro lado, Kioto Hyuuga a analisava meticulosamente; e Hinata pôde ver a surpresa e a inquietação quase saltando para fora dos olhos do Yuurei.

A luta seguia em um equilíbrio perfeito. Nenhum dos dois Hyuuga havia conseguido qualquer vantagem, por menor que fosse, em relação ao outro em mais de dez minutos de combate. Os olhares de ambos estavam muito atentos a cada ação executada pelo adversário, e seus corpos muito bem-posicionados, sempre prontos para tomar as melhores decisões.

Se por um lado a luta permanecia empatada, por outro era possível afirmar que Hinata tinha alguma vantagem em relação a Kioto. Por já ter enfrentado o Yuurei durante a invasão à Vila da Folha, a atual líder do clã Hyuuga sabia exatamente com o que estava lidando, ao contrário de Kioto, que na ocasião havia lutado com uma Hinata focada no Juuken e agora encarava algo bem diferente.

Mas não fora apenas o estilo de luta de Hinata que havia mudado. Kioto podia, literalmente, ver a principal diferença da Hinata Hyuuga que conhecera para a que estava diante dele ali.

— Seu Byakugan está mais apurado — disse o Yuurei com os olhos fixos nos de Hinata. — Mais apurado que o de Hiashi. E mais do que o meu.

Hinata não esboçou reação.

— E você sabia disso — continuou Kioto. — Portanto, a pergunta que realmente importa é: como seu Byakugan alcançou esse patamar em tão pouco tempo?

Pela primeira vez Hinata hesitou diante de Kioto Hyuuga, algo longe de passar desapercebido pelo Terceiro Oficial dos Yuurei.

— Entendi. Não foi um treinamento convencional.

Hinata não estava tão preocupada com a possibilidade de Kioto acabar descobrindo a verdade, que ela era a Princesa do Byakugan e, portanto, a herdeira de Hamura Ootsutsuki. Sendo Kioto um Hyuuga, ele conhecia o conto; era só uma questão de tempo até que o Yuurei juntasse todas as peças e percebesse a realidade fantástica. O que realmente inquietava Hinata era que, apesar de todo o treinamento árduo que tivera e de haver despertado novos poderes oculares, tudo o que conseguira até então fora manter um ritmo equilibrado com o Yuurei. Meu Taijutsu ainda não é suficiente para vencê-lo, concluiu Hinata. E o Kioto-san tem o Yami no Fuuin a disposição.

Hinata deu um suspiro devagar. O encontro com o ancestral Ootsutsuki voltava-lhe à memória. Hinata tinha pleno conhecimento de que, caso combinasse seu novo Byakugan com o chakra especial de Hamura, eventualmente despertaria um novo Doujutsu — o Olho da Reencarnação, o poder máximo da Princesa do Byakugan.

Você irá até o fim, Hinata Hyuuga? A voz solene de Hamura Ootsutsuki ecoava nos pensamentos de Hinata. Mesmo que isso lhe custe tudo?

Diante de Hamura, Hinata falara de forma tão decidida. De fato, sentira-se preparada para suportar tamanha responsabilidade; cumpriria com seu dever e derrotaria Kioto Hyuuga ainda que isso significasse sacrificar a própria vida — e todo o futuro que, por um instante, pudera vislumbrar ao lado de Naruto e dos filhos que jamais iria conhecer.

Mas antes que Hinata pudesse pensar em qualquer outra coisa, Kioto atacou. Na breve hesitação de Hinata Hyuuga, o Yuurei encontrou a oportunidade para uma investida direta, mirando no coração da garota. Mas Hinata, recuperando-se a tempo, girou o corpo e defendeu o golpe usando o braço esquerdo.

— Está distraída em seus pensamentos — disse Kioto em um tom frio, porém notoriamente crítico.

Hinata chutou alto com a perna direita e Kioto desviou facilmente do golpe, imediatamente contra-atacando com as duas mãos. Hinata as aparou com as próprias mãos e uma verdadeira saraivada de golpes ligeiros e precisos começou a ser trocada entre os dois Hyuuga. Kioto combinava a precisão natural de seu Juuken com os poderosos socos e chutes do Estilo Gouken. E Hinata, que conseguia antecipar cada um daqueles ataques, contragolpeava com toques de mãos leves, sutis e altamente perigosos, aos quais Kioto Hyuuga estava muito atento. Um golpe que qualquer um deles conectasse significaria imediatamente o fim para o outro.

Fato era que, à medida que a luta se prorrogava, maior era a inquietação de Kioto. Pois Hinata estava fazendo mais do que simplesmente acompanhá-lo; ela conseguia antecipar cada um de seus movimentos, forçando-o a mudar suas decisões e tentar outras abordagens. Em todas as vezes que tentara, o Yuurei não tivera sucesso em impor um ritmo avassalador sobre Hinata. Ela definitivamente não é a mesma de antes, pensou Kioto, incomodado. O que está acontecendo aqui?

O Yuurei saltou para fora do alcance de sua adversária, sem tirar os olhos dela. Hinata também o seguia com o olhar. Sob hipótese nenhuma poderia permitir que Kioto Hyuuga reagrupasse com os demais Yuurei. Tudo dependia de mantê-lo ali, ocupado.

Meu Taijutsu não é forte o bastante para superar a técnica do Kioto-san, mas para cumprir esta missão será suficiente, Hinata ergueu as mãos na direção do Yuurei, chamando-o para continuar o combate. Pessoal, conto com vocês para resgatar o Sasuke-kun.

 

 

                                                                      ***

 

 

 — Esse cara...

Darui deu um suspiro desanimado enquanto a explosão que havia provocado era dividida em duas metades por algo semelhante a uma gigantesca lâmina de ar frio. Fumaça e vapor d’água espalhavam-se para ambos os lados enquanto uma brisa amena, criada a partir da colisão de temperaturas antagônicas, soprava contra sua pele escura, causando-lhe arrepios.

Detrás da cortina de fumaça, Darui pôde ver a silhueta de um homem armado com duas espadas.

— Não pode vencer — sibilou Mamba taciturno, virando a cabeça para um lado e depois para o outro. — Recue, ninja da Nuvem. Você está em clara desvantagem aqui.

A cobra se referia ao fato de Darui estar praticamente encurralado por três Yuurei. Enquanto a figura de Musashi Yamamoto emergia imponente da fumaça, Kan e Shozu posicionavam-se à direita e à esquerda, respectivamente, como antes, para prendê-lo. E além de precisar manter a atenção em três Yuurei ao mesmo tempo, Darui também carregava Sasuke Uchiha em um dos ombros, o que dificultava e muito sua mobilidade em batalha. E Darui já havia gastado chakra demais com aqueles três.

E não muito longe dali os ruídos da batalha entre o Quarto Raikage e a Yuurei Suki ainda podiam ser ouvidos.

Um nó se formou na garganta de Darui.

Me perdoe, Raikage-sama...

Com um selo rápido na mão livre, Darui fugiu através de uma pequena explosão de fumaça bem a tempo de não ser alvejado pelas agulhas envenenadas que Shozu disparara por meio de sua marionete.

O titeriteiro deu um risinho.

— Ele mal chegou e já foi embora — disse Shozu, recolhendo a marionete para junto de si.

— Mas não vai muito longe — completou Kan, prendendo a foice às costas. — Vamos indo, novatos — apressou-os.

Um clarão repentino, seguido de um ruidoso trovão, estourou a alguns metros atrás dos três Yuurei. Shozu se virou e deu um assobio impressionado.

— Talvez um de nós devesse ficar para dar suporte a ela — sugeriu Shozu.

— Você ouviu o Líder-sama. Ele deu à Suki-sama a responsabilidade de lidar com o Raikage. Não vai querer desobedecer ao seu líder, vai? — Kan fez uma careta. — Além disso, Suki-sama detesta que alguém se intrometa em suas batalhas. Para ela, isso é uma ofensa pessoal.

Mais trovões rimbombaram ao longe. Raios azuis riscavam o céu, sendo imediatamente respondidos com raios negros, massas de vento frio e toda sorte de desastres naturais que o poder do Bashousen incrementado com o Yami no Fuuin era capaz de produzir. De longe era impossível dizer ao certo quem estaria estar vencendo aquela batalha, e o espetáculo elemental parecia estar bem longe do fim.

Kan deu de ombros.

— Vamos indo — virou-se novamente. — Quero alcançar aquele ninja da Nuvem e matar Sasuke Uchiha antes que o Líder-sama volte.

— Como exatamente a Hana-chan irá lidar com aquele veneno especial? — Shozu seguiu atrás de Kan. — Até onde me contaram, as habilidades médicas dela são básicas.

— Hana pode ser doida, mas está longe de ser uma ninja qualquer. Por isso o Líder-sama confia nela — retrocou Kan, imediatamente dirigindo um olhar crítico para Musashi. — Ei! O que diabos está fazendo?

O samurai ainda manteve os olhos fixos no céu por mais alguns segundos antes de se voltar para o outro Yuurei.

— A temperatura aumentou — disse Musashi.

— Isso não importa — criticou Kan. — Vamos!

O jashinista desapareceu através do Shunshin no Jutsu. Shozu olhou para o colega samurai, sorriu e, então, desapareceu atrás de Kan. Musashi, porém, voltou os olhos uma última vez em direção às nuvens, com uma expressão desconfiada.

— Sim, a temperatura aumentou de repente.

 

 

 

 

— Entendo. Foi isso que aconteceu — disse Darui, enquanto corria, após escutar toda a história narrada por Mamba. A princípio, Darui sentira-se culpado por haver deixado o Quarto Raikage para trás com os Yuurei; mas, após ouvir todo o retado da batalha entre Sasuke Uchiha e Iori Kuroshini, Darui compreendeu que proteger o ninja da Folha era, sob aquelas circunstâncias, mais importante que seu trabalho de guarda-costas do Raikage. — Pelo bem de todos nós, é melhor que Iori Kuroshini não consiga a cura desse seu veneno.

A serpente assentiu.

— Assim que eu retornar à Caverna Ryuuchi irei selar meu nome no contrato para que Sasuke Uchiha não possa mais me invocar — disse Mamba. — Desta forma, terão a garantia de que Iori não conseguirá me invocar também.

— E pensar que o Estilo Escuridão também possuía essa capacidade de assimilação... — suspirou Darui. — Copiar outros ninjas, isso é ridículo!

Em poucos minutos Darui já havia cruzado centenas de metros. Haviam saído da região montanhosa do país e chegado à floresta. A sensação de estar fazendo o caminho contrário àquele que havia trilhado momentos atrás lhe era ligeiramente esquisita; mas, acima de tudo, desagradável. Aguente só mais um pouco, Raikage-sama, Darui falou em pensamentos. Logo estarei de volta.

Mamba sibilou baixinho.

— Estão aqui.

— Eu sei — respondeu Darui, segurando a espada com mais firmeza. A preocupação acabou escapando através da voz: — Mas sinto apenas dois deles. O samurai... ele...

— ... também está a caminho — adiantou-se Mamba. — Está muito atrás dos outros dois, mas também nos seguiu.

— Ainda bem — Darui suspirou aliviado. — Isso quer dizer que, até o momento, o Raikage-sama está enfrentando um único adversário.

— Eu me preocuparia menos com seu chefe agora, se fosse você — disse Mamba, escorregando para o pescoço de Darui e injetando a última dose de adrenalina que havia preparado. — É arriscado eu permanecer aqui — disse a serpente. — Boa sorte, humano.

Dito isso, a cobra desapareceu instantaneamente.

Darui apertou o passo. A adrenalina deixara-o ainda mais alerta e Darui pôde sentir alguma melhora em sua própria velocidade e reflexos. Porém aqueles efeitos nada mais eram que uma reposição parcial de todo chakra que ele havia gastado anteriormente; a dose extra de energia que Darui precisava para não cair esgotado. Não serviria de muita coisa em uma luta prolongada. E para piorar, Darui já conseguia ouvir a voz aguda de Kan gritando atrás de si. Os Yuurei estavam chegando e era só questão de tempo até que pudessem alcançá-lo.

Posso usar clones para despistá-los na floresta, mas é pouco provável que o mesmo truque funcione duas vezes. Além disso, eu estaria dividindo o pouco chakra que ainda me resta, analisou Darui. Mas acho que não tenho escolha. Os clones podem me ajudar a montar armadilhas; isso deve me dar algum tempo.

Darui saltou por entre as árvores, mudando de rota a fim de obter algum tempo. Escalou até um galho elevado e se escondeu com Sasuke atrás de um tronco largo o bastante para cobri-los do campo de visão do inimigo.

— Kage Bun... — mas Darui não teve tempo. Um corpo vindo do nada zuniu no ar em direção a Darui, que se viu forçado a bloquear a investida; e após trocar golpes com a coisa que voara em sua direção, Darui pôde enxergar melhor do que se tratava. O corpo magro e mutilado nas articulações era de uma simples adolescente com cabelos pretos longos, o qual estava vestido com nada mais que trapos de uma capa velha e desbotada. Uma marionete humana, constatou Darui. Que grotesco.

— Parece que a Usui-chan te encontrou — a cerca de cinquenta metros, um Shozu Ibuke todo sorridente olhava para Darui. O titeriteiro moveu os dedos com agilidade, provocando a marionete a atacar. Usui fez um selo com as mãos e abriu a boca.

Ele pode lançar Ninjutsu com elas?!, mal acreditando no que estava vendo, Darui adiantou-se, sequenciando selos manuais. Quando a bola de fogo soprada por Usui chegou, a técnica do Estilo Água de Darui surgiu bem a tempo para interceptá-la.

— Você é realmente bom, ninja da Nuvem — elogiou Shozu, sorrindo como de costume.

— ... mas acaba aqui. — Darui mal pôde acreditar; a voz de Kan falara próxima demais atrás dele. Como não percebi o outro chegando?

   Instintivamente, Darui ainda tentou se proteger com a espada, embora soubesse que seria impossível aparar um golpe pesado da foice gigante de uma distância tão curta. Kan desenhou um arco no ar com sua foice gigante, despedaçando partes da árvore e arremessando tudo em seu caminho contra o solo com extrema facilidade e violência. Darui ainda conseguiu diminuir o peso do golpe, bloqueando-o. Mas para um jashinista, uma única gota de sangue de sua vítima era mais que suficiente.

E Kan a havia conseguido com aquele ataque.

Imediatamente, o Yuurei saltou para longe. Mais especificamente, para a marca de Jashin que havia preparado com antecedência, enquanto Darui mantinha-se ocupado lutando contra Shozu. Entendo. Foi um ataque coordenado desde o começo, lamentou-se Darui. Eles me fizeram acreditar que eu estaria seguro vindo nessa direção. Que idiota eu fui!

— Agora, seu bastardo de merda, iremos partilhar juntos da dor incomensurável — após ingerir o sangue de Darui, o jashinista abriu um sorriso torto de orelha a orelha —, para a glória de Jashin-sama!

Darui estava caído no chão, com parte da coxa direita sangrando, ao passo que Kan estava a pelo menos trinta metros de distância. Do outro lado, parado sobre as árvores, estava Shozu com sua marionete, assistindo àquele espetáculo sinistro. E com Sasuke Uchiha fora de combate, não havia qualquer esperança para o ninja da Nuvem.

Foi quando algo enorme vindo do céu arremeteu em altíssima velocidade, diretamente contra Kan, não lhe dando tempo de dar o próximo passo em direção ao símbolo do ritual jashinista. Ao invés disso, o Yuurei foi jogado para longe da marca de Jashin, que, com a explosão da coisa vinda do céu, agora estava toda coberta por tinta preta. Tinta, exclamou Darui.

— Você está bem, Darui-san? — perguntou Sai de costas para Darui e de frente para Kan. O ninja da Folha mantinha seu sabre de prontidão na mão direita e um pergaminho preso entre os dedos da outra mão. — Desculpe-nos pela demora.

— Descanse agora, Darui-sama — Karui desembainhou a catana, pondo-se lado a lado com Sai. — Assumimos daqui.

Kan se levantou e deu uma risada seca.

— Ah, sim... eu me lembro de vocês dois — disse o Yuurei, encarando propositalmente Karui. — Eu me lembro de você. Tão barulhenta... se não tivesse sido tão precipitada, seu amiguinho ainda estaria vivo. Ou aquele cara era seu namorado?

Karui trincou os dentes.

— Mas isso não importa — o jashinista deu de ombros. — Vai matar a saudade dele logo, te prometo.

O Yuurei fez que iria avançar e Sai imediatamente fez um selo com os dedos da mão esquerda. Outra criatura de tinta — um falcão gigante — atirou-se do céu contra Kan, que desta vez antecipou-se à arremetida e golpeou o falcão antes que ele pudesse acertá-lo. Ainda assim, o Yuurei acabou fazendo exatamente o que era esperado pelos ninjas da Folha.

— Te pegamos, idiota! — Tenten, que estava muito bem escondida de Kan às costas do falcão, saltou para fora quando a criatura foi golpeada e, na mesma hora, arremessou cinco kunai em direção ao inimigo, cada uma contendo mais de dez tarjas explosivas amarradas por fios de aço.

— Ah, merd... — e a voz de Kan foi completamente suprimida pelo barulho da explosão.

Enquanto isso, Tenten correu em direção a Sasuke, tirou do estojo de ferramentas um pequeno clone de Katsuyu e, após pôr a lesma sobre o peito de Sasuke, Tenten cochichou algo através do rádio auricular.

— Tudo certo por aí? — perguntou ela, virando-se para os demais.

— O corte não foi profundo — Karui avaliou enquanto ajudava Darui a se levantar —, ainda assim, chegamos na hora certa. Foi por pouco.

— Tomara que os outros já tenham chegado. O Raikage está lutando sozinho — disse Tenten, esforçando-se para carregar Sasuke Uchiha sobre os ombros. — Droga... ele é bem pesado.

— Vamos reagrupar e seguir em frente — disse Sai, que havia sido deixado no comando daquela metade do esquadrão. — Consegue andar, Darui-san?

Mas Darui ainda pestanejava incrédulo. Os reforços da Folha agiam como se a situação ali já estivesse controlada, o que estava longe de ser verdade. Havia outro Yuurei bem ali, entre as árvores, olhando diretamente para eles. Como não o estão vendo?

Sai deu um pequeno sorriso. Então Darui compreendeu. Eles sabem do outro! Mas quando olhou novamente, para sua surpresa, Darui não encontrou Shozu ali.

— Onde...?

— Não se preocupe, Darui-san. O Shikamaru-kun já pensou em tudo — garantiu o ninja da Folha. — Nosso trabalho aqui acabou.

Enquanto isso, após ter sido surpreendido e separado do grupo de Sai por uma nuvem escura que o carregara por uma distância de aproximadamente quinhentos metros floresta adentro, Shozu, após desvencilhar-se da nuvem, semicerrou os olhos e pôs Usui em posição de combate. Porém, mesmo após conseguir se libertar dos insetos, o som deles ainda chilreava nos ouvidos de Shozu — um zumbido agudo, espalhafatoso e constante que o irritava.

— Estou impressionado que tenha conseguido sobreviver a eles — disse Shino Aburame, formando outra nuvem com os insetos que saíam pelas mangas de seu casaco. — Estes besouros são venenosos, o que significa que seu corpo é adaptado para suportar uma quantidade significativa de veneno. Não poderia esperar menos de um ninja da Areia.

— Um Aburame — Shozu falou com desprezo. — Há uns anos, eu pude dissecar o corpo de um de vocês para estudar a técnica do seu clã. Diria que ela é, no máximo, interessante.

Com essas palavras, Shozu lançou a marionete na direção de Shino, que atacou com o enxame de insetos ao mesmo tempo.

 

 

                                                                     ***

 

 

O próximo inimigo está logo abaixo de nós, com sua técnica sensorial ativa, Ino informou telepaticamente aos demais membros da equipe que ainda sobrevoavam o País do Relâmpago. É o outro novato, o samurai.

— Entendido — disse Shikamaru, virando-se para Tsukamaki e acenando ligeiramente com a cabeça. A Kunoichi do País da Lua prontamente entendeu o recado e assentiu.

— Vamos, Tsukishima, chegou a nossa vez — disse ela ao parceiro.

— Até que enfim! — o rapaz deu um sorriso animado. — Vamos lá, Tsukamaki-senpai! Me siga.

Imediatamente, o jovem Guardião da Lua Nova fez seu falcão gigante mergulhar no ar enquanto seu grito eufórico evanescia atmosfera abaixo. Constrangida pelo comportamento do companheiro, Tsukamaki limitou-se a balançar a cabeça em notório sinal de reprovação. Esse garoto, pensou.

Então, ela o seguiu.

Vários metros abaixo, Tsukishima disparava em altíssima velocidade em direção ao chão. Seus olhos estavam secos e ligeiramente irritados, mas isso não o atrapalhava em nada. Em instantes, Tsukishima pôde localizar seu alvo. E sorriu.

— Hora de agitarmos as coisas — pôs as duas palmas abertas sobre as costas do falcão gigante. — Bakuton: Jiraiken (Estilo Explosão: Punho de Mina Terrestre).

Tsukishima esperou estar a uma distância relativamente segura para poder saltar do falcão enquanto este rumava como míssil em direção a Musashi. O Yuurei também olhava para cima, para o ataque que vinha dos céus.

— Ichi-ryuu: Roku no Tachi (Estilo de Uma Espada: Sexto Golpe) — Musashi brandiu a catana Hisame em direção ao ar enquanto a outra, Yukihime, era mantida na bainha à cintura. — Hyouryu no Houkou (Rugido do Dragão de Gelo).

Um grande dragão serpentiforme, todo feito de ar frio e cristais de gelo, surgiu bem acima de onde Musashi brandira Hisame. A criatura riscou o ar velozmente, pondo-se entre o Yuurei e o falcão gigante; e quando os dois monstros se chocaram, a explosão que Tsukishima havia programado foi facilmente superada pela técnica glacial do Yuurei. O dragão continuou avançando no ar e, quando chegou próximo de Tsukishima, abriu a bocarra cheia de dentes — que eram enormes estacas de gelo — para devorá-lo.

— Shakuton: Kaenkiri (Estilo Calor: Corte Flamejante)! — um fino raio avermelhado desceu rasgando o ar, atravessando o pescoço do dragão de gelo e indo diretamente contra Musashi, que o bloqueou com Hisame. O som estridente de golpes colidindo tilintou para dentro dos tímpanos de Tsukishima, que reagiu com uma careta meio irritada.

— Bela investida — Musashi saudou a espadachim que caíra dos céus em sua direção. Tsukamaki, porém, empurrou o peso de sua espada contra a de Musashi, depois colocou ambos os pés na lâmina do Yuurei, de modo a ganhar impulso para trás e, finalmente, conseguir aterrissar em terra firme.

— Quando vai parar de agir precipitadamente? — disse ela ao parceiro sem, contudo, tirar os olhos do inimigo. — Você é um membro da Guarda Lunar. Aja como tal.

Tsukishima fez uma careta.

— Eu já contava que você viria logo atrás de mim e vim mostrar nossas cortesias ao inimigo — o rapaz se posicionou do lado esquerdo da parceira. — Mas deixe o sermão para depois, Tsukamaki-senpai.

— Pois bem. Conto com você para defender o flanco esquerdo.

Tsukishima abriu um sorriso confiante.

— Não se preocupe.

Após sequenciar os selos do Macaco, Cavalo, Coelho e do Tigre, Tsukishima bateu as palmas das mãos enquanto conjurava chakra para elas; e após separá-las, uma fumaça cinzenta começou a subir por entre os dedos do guardião da Lua Nova.

— Estilos Calor e Explosão... eu não poderia esperar algo mais apropriado para as minhas espadas — disse Musashi após desembainhar Yukihime e posicioná-la paralelamente a Hisame. Tão logo o Yuurei juntou as duas espadas, Tsukamaki percebeu alguns flocos de neve despontando do céu escuro. Gelo e neve... entendo, pensou ela.

— Cuidado, Tsukishima — disse ao parceiro, cautelosa. — Esse daí é forte.


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Notas finais do capítulo

Escolher quem enfrentaria quem — onde e sob quais outras circunstâncias — não foi fácil, mas creio que os pareamentos foram adequados. No caso da Hinata com o Kioto era bastante fácil, até, porque ela vinha se preparando para isso e a narrativa pedia por esse reencontro dos dois Hyuuga.

Posso dizer o mesmo de Tsukamaki e Tsukishima vs. Musashi, sendo que neste segundo caso o fator determinante é o encaixe técnico. Oportunamente, vai se bom para apresentar um pouco mais dos novos personagens, tanto do lado dos heróis quanto dos vilões.

Falando em vilões, se estivessem no lugar do Shikamaru, teriam deixado o Shino enfrentando um Yuurei sozinho, mesmo sabendo que teriam uma Suki (e quem sabe outros Yuurei) pela frente, e que um dos seus mais importantes aliados, o Raikage, poderia estar precisando de ajuda? Como vocês casariam cada confronto?

Eu confesso que gostaria de ter feito a Ino enfrentar o Shozu. Uma pergunta meio aleatória: alguém aqui leu o Omake da Beni recentemente?

Iori por enquanto segue fora de combate, e Hana também não está lá. Sei não, hein? Bom, não vou criar expectativa em ninguém.


Próximo capítulo: Agora é com você.
até o final de julho



É muito bom estar de volta!

Até o próximo capítulo, pessoal o/



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