Chegando na praça, Agnes posicionou o carrinho ficando de frente para ela, que sentara no banco, pegou a pequena no colo, e deixou que ela observasse as crianças brincando. Agnes falava com ela numa voz melosa e a pequena ria.

Alguém as observava. Ela não se conteve e aproximou-se.

Quando Agnes levantou, seus olhos se cruzaram, ela tentou fugir, mas Agnes foi atrás.

Agnes: Katie?

Ela continuou andando.

Agnes: Katie? Não adianta fugir!

Parou e respirou fundo, com olhos marejados.

Kate: Como ela está? - Correu e pegou a menina.

Agnes: O que acha? Até quando vai continuar com isso, Katie?

Elas sentaram-se, Kate estava com um casaco de capuz, para que ninguém a visse. Depois de um abraço apertado, ela enchia a pequena de beijos.

Agnes: Ainda não respondeu minha pergunta.

Kate: Você sabe, que tenho que continuar.

Ela colocou a mão no ombro da prima.

Agnes: Eu te conheço, você está sofrendo e morrendo aos poucos, Katie. Ninguém merece sofrer assim.

Ela começou a chorar.

Agnes: Você é uma detetive, a melhor do seu distrito que eu sei. Acabe com esse desgraçado logo.

Kate: Era tudo que eu queria, eu já perdi tudo, e não posso arriscar mais.

Agnes: Eu entendo por um lado, mas por outro … Você viu o Castle?

Kate: Não.

Ela revirou os olhos.

Agnes: Não minta.

Kate: “Tá”, eu o vi de longe.

Agnes: É de se jeito que você o “deixou”?

Kate: Eu também não aguento isso, tinha que ver como ele está? O que você acha?

Agnes: Acho que você enlouqueceu de vez em concordar com um absurdo desses, para que serve a droga dessa arma que você tem?

Kate: Não brigue comigo, e não conte a ninguém, por favor.

Agnes: Não vou contar, pode confiar em mim.

Kate: Como ele está?

Agnes: Está igual a você, morto por dentro. E ele já se apegou a Mel, ele tenta disfarçar, mas fica alegre quando digo que não encontrei nada. A Martha é muito inteligente, ela não acredita na minha história. Até quando acha que vão acreditar que não encontrei nada.

Kate: Eu vou pensar em algo.

Agnes: Já está tarde, se eu demorar ele aparece aqui, pode pensar que fui atropelada ou abduzida por algum ET e tem que salvar a Mel.

A prima riu, esse era bem o Castle.

Kate: Ok. - Ela deu um abraço apertado na menina e ficou olhando por alguns segundos o rostinho da menina, gravando cada pedacinho dele, cada traço.

Elas despediram-se. Kate, saiu discretamente para que ninguém a visse e Agnes voltou com Mel para o loft.

Uns dias depois.

Castle ligou para Lanie, que pediu que o encontrasse de frente ao necrotério. Ele disse que não o deixaram entrar.

Ela foia té o encontro dela, ao se aproximar, ele estava encostado no carro.

Castle: O que foi Lanie? Sente-se mal?

Lanie: Não.

Castle: Está “branca”!

Lanie: Acho que tive uma queda de pressão … quem é essa gracinha?

Castle: É linda, não? Essa é Mel.

Ela brincou com a menina por alguns minutos.

Lanie: E o que faz aqui com um bebê?

Castle: Acho que foi por isso que não me deixaram entrar. - Brincou. - Preciso te pedir algo.

Lanie: O que é?

Castle: Será que você não consegue algo para a ma~e dela?

Lanie: Depende, o que ela sabe fazer?

Castle: eu trouxe esse curriculum vitae. -entregou para Lanie.

Lanie: Eu vou analisar e ver o que consigo, depois eu te ligo.

Castle: Fico muito grato.

Eles despediram-se e ele foi embora, enquanto a legista o observava.

Lanie: Oh Deus, preciso de um calmante.

Um tempo depois.

Castle estava de babá “oficial” de Melissa. Agnes, voltou a estudar e estava num estágio no necrotério, que lhe ocupava o dia inteiro. Desde que Mel se mudou para lá, Castle estava melhor da sua depressão. Mas a saudade que sentia da esposa era imensa.

Ele costumeiramente foi com ela até o parquinho, agora a menina estava com seus três meses, mais linda e sorridente do que nunca.

Castle sentia que alguém o observava quando eles estavam lá. Só precisava descobrir quem era, apesar de seu coração já pressentir.

…

Num sábado pela manhã.

Castle estava se arrumando para sair. Pegou a bolsa de Mel, colocou no ombro. E saiu do loft empurrando o carrinho do bebê. Desceu de elevador e foi a pé até o parquinho. Durante o percurso sempre ele era paquerado por algumas mães solteiras e até por algumas casadas, mas ele não dava importância.

Ele sentou-se num dos bancos e deixou o carrinho virado para ele. Depois de um tempo ele levantou-se, e se afastou, foi comprar um cachorro quente, deixando o carrinho lá.

Atrás de uma das árvores, alguém observava incrédula a cena.

Kate: Cas … O que está fazendo?

Quando ela olhou em volta não o viu mais. Seu coração disparou.

Kate: Oh meu Deus, como a deixou sozinha?

Ela nem pensou, num segundo já estava no carrinho observando a menina.

Kate: Que idiota! Como fui cair nessa?

Ela saiu de lá apressadamente, era só uma boneca. Kate sentiu ser agarrada e imprensada contra uma das árvores.

Castle: Te peguei.

Kate: Rick, não.

Ele tirou o capuz dela.

Castle: Kate!