Capítulo vinte – Alguém tem que ceder.

POV Eddie.

Eu tenho um dilema moral: nunca, jamais, em hipótese alguma comparo pessoas. Principalmente se eu me envolvi emocionalmente com elas. Principalmente se foi uma das minhas namoradas. Principalmente se foi a Kate. Bom, eu nunca poderia comparar Kate a Bella. Mas, já me peguei fazendo isso inúmeras vezes. Mais vezes do que eu gostaria. Bella sempre ganha em disparada.

“Ela é sua nova Kate” eu ouço Alice dizendo no meio de uma discussão “Você está tão obcecado que foda-se ela não sentir o mesmo por você”.

Ela não cansa nunca? Eu rebato com ela. Eu digo que Bella não é a Kate. Mas eu concordo: Bella esconde algo. Bella esconde algo e não é de hoje que eu noto isso, mas nada fabuloso como Alice insinua, Bella me ama. Eu não sou tão burro de olhar nos olhos de alguém e ser iludido como um adolescente de 16 anos.

Apesar de tudo que aconteceu entre Kate e eu, nunca tive nenhum tipo de problema com segurança. Eu fiquei sozinho por um bom tempo, então Kate adoeceu, descobriu que me amava e Isabella apareceu. Como um passe de mágica minha vida mudou, e meu mundo era só ela. Emmett precisou dizer inúmeras vezes para que eu acreditasse: estava mesmo apaixonado. Sem nunca ter beijado. Sem nunca ter conversado por mais de uma hora seguida. Bem no começo, quando eu era um estranho para ela e ela para mim. Quando eu era ignorado, indesejado e deixado de lado. Ainda assim, como um maluco doente eu não tirava a mulher da cabeça. Essa mulher que hoje é minha noiva. Que me esconde algo. Que eu acabei de descobrir e:

Eu não me importo.

Essa foi a conclusão que eu cheguei após horas meditando em um quarto trancado.

Foda-se se ela era amiga de Jacob Black. Ele era um filho da puta bastardo, e logo eles não se veriam mais. Ele não iria frequentar nossa casa. Nem ter mais nenhum tipo de contato. EU posso tranquilamente suportar essa amizade por mais alguns dias... Bom... Era isso.

Eu chego em casa completamente bêbado. Alice está meio em pânico quando me olha. Não vejo Bella em lugar nenhum, Emmett está chorando agora. E a gente nem sabe por que. Tem minha mãe e Alice, que voam para Jasper, que tem o rosto sujo de sangue. Eu continuo gritando por Bella, até alguém me informar que ela foi embora. Eu encaro Alice e é aí que a discussão começa.

Ela brigou com Bella. Novamente. E dessa vez ela ultrapassou todos os limites.

“Bella me ofendeu” disparou em sua defesa. O que pesou ainda mais em minha mente.

Enquanto Emmett bêbado, chorando no telefone contava para Rosalie o que havia acontecido no bar. De repente minha irmã não quer mais cuidar do seu marido adormecido na poltrona, ela quer saber o que aconteceu. O que Jacob Black falou. O que eu fiz com a informação que ele deu. E ela fica apreensiva. Enciumada, provavelmente. E eu me lembro: preciso falar com Bella. Tirar a história a limpo. Sou covardemente impedido por duas mulheres e um bêbado chorão.

“Você não tem condições de indagar ninguém. Você nem consegue se manter de pé” Esme disse. Concordei por hora.

Eu durmo e eu acordo. Eu vou até o trabalho de Bella. E ela não pode conversar, seu gerente está me olhando de rabo de olho, enquanto ela continua me ignorando fazendo suas coisas. Ela suspira. Nós marcamos um encontro para o almoço. E nós vamos finalmente conhecer a nossa futura casa. Uma das casas que visitaremos, onde ela vai escolher onde quer morar.

...

— O que deu em você?

Bella me questiona, encarando totalmente a cozinha da casa onde estamos. É a terceira que visitamos, e ela continua com seu olhar indiferente.

— O que deu em mim? Você pode me responder, Isabella? Sem rodeios? — Digo em voz baixa. O corretor está um pouco distante, observando tudo que estamos fazendo.

— Eu não gostei dessa cozinha. — Ela suspira e parece cansada — Não é o tipo de casa. Não é o bairro que eu quero...

— O que você quer, Isabella? Fala... Eu vou dar a você.

— Eu quero... Eu não estou me sentindo bem, Edward. E tenho que voltar ao trabalho. Tyler está no meu pé.

— Desde quando você é amiga de Jacob Black?

— Eu não sou amiga dele! Eu já disse! — Ela diz rispidamente. — Que coisa! Eu não sei de onde você tirou isso! Você já me viu dizendo algo além de cumprimentos educados?

— Ele disse! Ele... Ele disse um monte de merdas! Por que você acha que eu cortei a sobrancelha? Que minha mão tá inchada?

— Você foi jogar... Carteado. Com Jacob? — Ela perguntou pausadamente, com um grande ponto de interrogação, e de repente, sua feição ficou em choque — O que... O que ele disse para você?

— Da grande amizade de vocês. Em quatro paredes. Na sala da casa dele.

— Eu... — Ela engoliu a saliva — Eu não disse a ele que estava noiva. Eu não sei quem disse. Eu não sei por que ele disse isso. E eu estou cansada dessa conversa.

— Você está cansada da conversa. Você não quer nenhuma casa. As ordens são suas? Só você está nesse relacionamento? — Eu rosnei, um pouco mais alto, mas ainda baixo, Bella olhou apreensiva para o corretor e se aproximou de mim.

— Olha só. Eu levei um tapa por você ontem. E você nem se quer mencionou isso! Você só quer saber o que eu tenho com Jacob Black! Eu já disse que não sei como ele descobriu sobre nosso noivado! Mas e daí? Bom que saiba. Não estamos escondendo de ninguém! Você está histérico. Como Alice. E eu não quero mais falar disso. E eu não vou. — Determinou firme e deu as costas para mim, caminhando para o corretor — Eu quero uma casa afastada do centro. Do outro lado da cidade. Em um condomínio fechado. A mais cara de preferencia.

Eu não reconheci a Bella que estava dando aquelas ordens, parecia outra. E eu parecia perdido no tempo. Ela me encarou com o mesmo ódio no olhar, querendo determinar alguma coisa. Alguma coisa que eu não entendi bem. Bom, era uma punição. É isso que as mulheres fazem quando estão com raiva? Elas gastam o dinheiro do marido? Esme não fazia isso... Alice faz greve de sexo... Isabella fica... Consumista? Ela reage como a maioria das mulheres? Esse era algo novo. Completamente confuso. E depois... Algo mais confuso ainda surgiu. Enquanto ela caminhava para a saída, vomitou no tapete de veludo na porta da sala. Que deixou o corretor completamente aborrecido.

...

E foi isso. Depois da pequena discussão. O vomito. E a nova casa, perto da que eu moro atualmente, ela pareceu ficar mais relaxada. E eu mais calmo. Tudo bem ela ser amiga de Jacob Black. Ela vai casar comigo. Ela é minha. E nenhuma insegurança estupida vai acabar com isso.

POV BELLA.

— Você está bem, meu anjo? — Renée me encarou, segurando minha mão, enquanto eu soava frio.

— Aquela infecção voltou. — Resmunguei e ela passou a mão pela minha testa — Mas vai melhorar. Me entupi de remédio para enjoo e cortei as besteiras. Afinal, eu preciso entrar no meu vestido de noiva.

— Você vai se casar... Eu nem estou acreditando — Fitei seu rosto no espelho. As feições eram de puro orgulho — Vou segurar sua mão o tempo todo. Não fica com esse rostinho triste.

— Eu te amo, mãe — Ela sorriu e beijou minha testa tão forte.

— Eu te amo muito mais. — Não debati — Eu vou te contar um segredo...

Olhei com atenção enquanto ela cochichava no meu ouvido.

— Emmett veio aqui hoje — Sussurrou — Falar com seu pai. Sobre sua irmã. Imagina o que seja?

— Não acredito?!

E novamente estávamos nós, no banheiro do meu quarto, pulando e comemorando feliz. Rosalie iria se casar. Ela merecia isso mais do que qualquer pessoa.

Meses depois.

– Últimas provas do vestido -

Isabella se olhou pela última vez naquela manhã. O grande espelho lhe indicava a sua própria delicadeza. Atrás de si estavam suas madrinhas de casamento. Únicas amigas. E sua sogra. Todas maravilhadas com a finalização do seu vestido. Ela suspirou, como toda noiva sonhadora, e ficou de perfil, passando a mão pelo seu ventre liso, imaginando que dali sairia os filhos de Edward. Não pôde impedir o pensando que viera a seguir: eu consegui. E com o lembrete a mais: é amanhã...

— Você só precisa deixar comigo, querida. Vou levar o vestido e amanhã você estará perfeita nele — Esme disse, se aproximando de Bella e tocando a parte superior da sua nuca. Onde depositou um carinho e desfez o primeiro botão do vestido.

Os botões eram de pérolas que desciam pelas costas de Bella, o último ficava bem no centro. E a transparência com rendas deixava uma pequena parte exposta. Era primavera. O calor, as flores e borboletas combinavam com o momento. Bella deixou que sua sogra lhe ajudasse a sair do vestido delicado, enquanto sua mãe já lhe trazia suas roupas. Dentro do seu par de calças jeans e blusa quadriculada, procurou pelos velhos tênis no canto do ateliê onde estavam e sorriu orgulhosa.

— Repassando o dia de amanhã... — Louise, no canto superior fez-se notada. — Vai acordar ás nove, irá para o spar ter seu dia precioso de noivo, e ás 16h horas estará na mansão Cullen. Só vai faltar o vestido, então Bells, vai ser fácil.

— Abby tem razão — Rosalie concordou com a amiga da irmã, mesmo estando enciumada de não estar envolvida em todos os detalhes. Estava perdida nos devaneios e planos para o próprio casamento. Mesmo estando marcado para um ano depois — O mais importante. Nada de Edward Cullen. A partir de agora você está estritamente proibida de falar com seu noivo... Dê-me seu celular.

— O quê? Que ideia é essa, Rose? — Bella alterou-se, como esteve fazendo todo o mês. Tendo picos de sanidades em todo momento, estressando-se por assuntos bobos.

— Bella... Hoje é sua última noite de solteira. É tradição não falar com o noivo até o dia do casamento — Louise pontuou.

— É só uma noite, querida — Renée interviu. Bella suspirou sabendo que não poderia ser vencida.

Ela procurou seu celular na bolsa e olhou as horas no visor, não havia nenhuma mensagem de Edward. Respirou resignada, pensando antes de entregar o celular para a irmã, que bufava impaciente e lembrava Alice. Apesar da cunhada não estar ali, Bella ainda temia que ela pudesse fazer algo devida as últimas ameaças da pequena.

“Esse casamento não vai acontecer!” Alice gritou no meio de uma discussão entre as duas. Mais uma das discussões, o que Bella sabiamente ignorou. Contou para Edward, que ignorou também, mas antes fazendo uma promessa de mais uma vez conversar com Alice. O que nunca funcionava.

— Tudo bem. Nós podemos esperar por você lá fora enquanto você faz sua última ligação para seu noivo. Você tem cinco minutos. — Rosalie exigiu e deixou o ateliê.

Todas as mulheres na grande sala espelhada cheia de sofás e manequins a seguiram. Bella digitou o número do noivo, e esperou até que ele pudesse atender.

— Edward não pode falar no momento — Deixou seu olhar revirar ao ouvir a voz grossa e debochada do outro lado da linha, uma risada soou, risada feminina. E a voz de Edward no fundo pedindo seu celular.

— Eu tenho cinco minutos antes que a sua noiva me tire o celular, passe para o Edward, Emmett. — Ela não obteve resposta, apenas deixou seu coração bater forte quando ouviu a respiração acelerada do outro lado da linha.

— Oi meu amor! Estou impedido de usar o celular! — Edward exclamou, Bella ouviu Emmett grunhir algo como “Pare de chorar” e Edward respondeu “eu te odeio idiota”

— Rosalie teve a mesma ideia... Eles querem nos separar até o casamento. — Disse nervosa, andando de um lado para o outro — Eu preciso de você comigo.

Ambos respiraram fundos.

— Eu sei, amor...

— Emmett vai te levar para uma despedida de solteiro? — Quis saber. Um frio apossou sua barriga e Edward riu.

— Ele pretende, mas eu não quero. — “Mas você vai!” Emmett gritou como se já soubesse do que eles falavam, Bella riu nervosamente.

— Tudo bem. Eu não quero pensar nisso. — Seu tom agora era bravo, enciumado.

— Serão só algumas danças, amor...

— Eu disse que não quero saber disso. — Finalizou Bella, Edward ficou quieto.

— Eu amo você. Se você tem alguma dúvida ainda dá tempo para desistir. — Ele brincou fazendo-a rir — Estou totalmente brincando. Você não pode me deixar no altar.

A porta do ateliê abriu e Rosalie encarou Bella, apontando seus dedos para o pulso, onde Bella conferiu o próprio relógio.

— Precisamos ir — A irmã disse.

— Rosalie está aí? — Edward perguntou.

— Uhum. Eu preciso desligar. — Encarou a irmã assentindo, caminhando para ela — Não faça nenhuma bobagem nessa noite de rapazes...

— Bella! Desligue. — Inquiriu Rosalie.

— Eu não farei, eu te amo. Diga para Rosalie que ela está demitida por isso. — Bella não pode deixar de rir, ouviu Emmett gritar outra coisa como “ela não precisa trabalhar” bastardo convencido.

— Amo você. Até amanhã.

E desligou. Rosalie roubou o celular de sua mão.

— Sem drama. — Disse a irmã.

— E a propósito... — Iniciou Bella com uma voz ressentida — Você está demitida.

Uma cessão de risadas viera a seguir, principalmente da loira que desligava o celular de Bella e guardava na sua bolsa.

— Ele não existiria sem mim, Bells. Amanhã estou readmitida.

Em outro canto da cidade, um casal improvável sentava em uma praça afastada do centro e sem muito movimento, enquanto ele lhe passava uma pasta transparente com papeis e um pen drive. Ela conferiu tudo, encarando os olhos escuros do homem, que tinha um sorriso orgulho nos lábios. A ansiedade de ambos poderia incinerar uma cidade inteira.

— Pela primeira vez... — Ela disse, analisando os documentos que lia — Eu vejo a vida através de você. Muito obrigada.

— Eu disse que você só precisava ter calma, linda... — Ele passou a mão pelo rosto dela, de um jeito malicioso. Porém, fora contido. Ambos respiraram profundamente, ele desapontado, ela pela adrenalina que ainda corria pelo seu corpo.

Mexeu em sua bolsa, procurou por um envelope de papel pardo, que a essa altura estava pesado e com alguns rasgos. Ele pegou o envelope de sua mão, verificando o que estava dentro, sorrindo de satisfação.

— Você fez tudo necessário?

— As câmeras não mentem; linda. — Frisou.

— Você acha que... Eu ainda não vi os vídeos, ficarei satisfeita? — Ele assentiu, novamente com malícia. O corpo dela se contraiu, pensou na possibilidade de ir a diante, mas aquela altura muita coisa importava. E ter um caso com um oportunista não lhe traria nada de bom. Não acrescentaria uma grama em sua vida.

— Você ficará completamente satisfeita. — Os olhos dele diziam que a satisfação não se tratava do conteúdo que ela perguntava. — Você vai usar isso hoje?

Ela pensou. Precisava pensar muito bem.

— Não. Amanhã. — Disse, segura do que estava prestes a fazer.

— Amanhã? Você é completamente louca... — Ela concordou com um sorriso. Durante vários meses ouvira isso de todos os membros de sua família, ouvira isso do marido muitas vezes. Era por isso que seu casamento estava fracassado. Sua obsessão em provar algo que ninguém conseguia ver tinha extrapolado todos os limites. Mas agora ela podia. Ela iria. Mesmo que trouxesse consequências arrasadoras para pessoas que ela ama. Iria até a última consequência, que fosse.

— Certo. Aqui acaba o nosso envolvimento.

— Mas já? — Ele lamentou.

Ela se limitou em responder, apenas pôs-se de pé e caminhou em direção contrária do homem, deixando-o sentado no mesmo lugar. Sem nenhum adeus, acenos ou sorriso. Entrou em seu conversível amarelo do outro lado da sua, endireitando o lenço e os óculos escuros em seu rosto. Foi embora com a responsabilidade de fazer feliz o irmão que ela mais amava.

De volta para Bella, que recebia seus convidados no Empire Hotel, onde sua sogra reservou o grande salão para a nora. Observava a mãe conversando com as amigas de Esme, e se perguntava o que tal loira, que lhe olhava desconfiada, estava ali, entre suas convidadas. Às vezes grudada no braço de sua sogra, prestes a ataca-la. Atualmente assumindo seus cabelos, que agora estão crescendo, ainda bem curtos. Naturalmente loiros.

Olhou pela última vez o vestido negro de Kate, e voltou para o seu, bege e sem graça. Mesmo sendo da confecção da nova coleção de Louise. Muito chique, ainda não dizia nada sobre si. Bella nem se sentia ela mesma. Entre segurar a vontade de vomitar pelo nojo de ver Kate Denali ali, ainda tinha sua pior inimiga, Alice. Que andava pelo salão, analisando a mesa de presentes e tocando em tudo, minuciosamente.

Alguém batia em uma taça de cristal com uma colher de prata. Era Rosalie, Bella endireitou os ombros e andou para o centro do lugar, logo a sua frente havia uma poltrona acolchoada, linda, como se fosse feito para uma princesa da era medieval. Rosalie estava perto dessa poltrona, e depois que alcançou a atenção de todos se pôs a falar:

— Vamos começar essa noite! Bells venha! Sente-se aqui. Hora de abrir os presentes!

Ela estava eufórica. E Bella mordeu seus lábios nervosos, tirando o cabelo do rosto e caminhando sobre seus saltos finas, meio desequilibrada e estabanada. Sentou-se na grande poltrona e cruzou as pernas, enquanto Rosalie pegava o primeiro embrulho, em uma sacola elegante da Victoria Secret. Bella pegou a sacola e leu o nome de alguém que ela não conhecia. Alguma das dezenas de mulheres no salão. Amigas da sua sogra, amigas da irmã, da cunhada, de Louise, da mãe... Amigas de Forks.

— É da... Izzy Steve — Bella disse, sacodindo a bolsa — Lingeries?

Então ela abriu, acertando de fato. Tirando um par de calcinhas de cetim e sutiã. Eram pretos e extremamente provocantes. Bella riu, corando. E as mulheres riram também.

— Edward agradece! — Alguém comentou, fazendo-a rir mais.

— Outro! — Rosalie gritou. Pegando uma caixa, fechada dessa vez. Com um grande laço.

Bella pegou a caixa, era leve. Mas não sabia o que se tratava lá dentro, deu a mesma sacodida, mas não fez nenhum barulho. Leu o nome de sua sogra na embalagem e sorriu.

— Eu não faço ideia, Esme! — Confessou. As mulheres rindo.

— Lembre-se, Bella. Se você não acertar... Temos uma punição. — Foi Alice que atacou divertida, ainda distante dela, no canto inferior da sala. Bella não respondeu.

— Mais lingerie?

Disse, desfazendo o laço da caixa, e se deparou com uma linda camisola de puro cetim e ceda. Ficou maravilhada, principalmente com os detalhes no decote de pedras preciosas... Cristais?

— Ai, meu Deus. Obrigada Esme — Ela agradeceu sinceramente. Sua sogra sorriu, Alice levantou de sua cadeira e andou até a cunhada, no caso, Rosalie.

— Temos nossa primeira punição. E aí vem o meu presente para você, Bella. — A voz irônica estava lá, e Bella respirou fundo esperando a bomba que viria. A porta do grande salão de abriu. E três pessoas entraram. Eles estavam com um roupão preto e uma mascara de cerâmica. Bella não podia ver os rostos, mas soube que eram homens. Ambos tinham plaquinhas no pescoço.

— Uau! — Rosalie exclamou — Temos o número 1, 2 e 3. Você escolhe, Al?

— Não, deixemos que Bella decida. Afinal, ela é a noiva. — Bella engoliu a saliva seca, encarando Alice, e olhou para o homem do meio. — Número dois então? Então venha. Rose, solte a música.

Uma música sensual começou a tocar. O homem desfez o laço do roupão, exibindo uma fantasia de policial. Ele parecia um fisiculturista. Tinha os músculos ressaltando da roupa, somente a pele do pescoço e mão exposta. A pele marrom fez Isabella conter o suspiro de curiosidade. Ele caminhou para ela, Alice tirou a caixa de suas mãos e as mulheres na sala foram a loucura quando ele sensualmente dançou para Bella, que sem saber o que fazer, ou para onde olhar, somente riu constrangida.

— Ok. Ainda temos muitos presentes — Rosalie parou a música, rindo da irmã e lhe passando outra caixa.

Ela leu o nome de Jessica Stanley e encarou a morena sentada, na expectativa. Conhecendo Jessica, era algum presente sujo que deixaria Bella morrendo de vergonha.

— Eu vou dar uma dica! — Jessica gritou — É bem macio e gostoso. — Ela arrancou mais risadas na sala. — E firme.

Bella não respondeu, sacodiu a caixa mais uma vez e ficou vermelha.

— Obrigada, viu Jessica! Esperando encontrar um vibrador aqui. — Elas riram, Bella se permitiu rir quando abriu a caixa e era exatamente isso mesmo.

— Guarde para daqui dois anos, querida! — Ângela disse, fazendo Bella rir ainda mais.

Rosalie lhe deu mais uma sacola. E Bella a sacodiu, era um barulho bem forte e oco.

— Mais vibrador? — Leu o nome de Tânia na embalagem — Tânia! Não esperava algo assim de você — Brincou abrindo e se deparando com uma caixa, com vários tipos de óleos, com fragrâncias diferentes. Que prometiam apimentar a relação.

— Que mente suja, Bella! — Tânia brincou e Bella mostrou os óleos as convidadas, que riram mais. Alice gostou disso.

— Obrigada Tânia! — A ruiva agradeceu, apontando para Rosalie, que ligou o som, enquanto o policial sarado tirava sua máscara. As mulheres eufóricas gritaram. Ele era mesmo um moreno de tirar o folego.

Continuou andando para Bella, dançando, e de repente puxou sua fantasia, retirando-a do corpo. Ela quis saber como aquela magica aconteceu, porém seus olhos fincaram no abdômen definido do homem, que lhe rodeava, enquanto ele estava na parte de trás da cadeira, separando o cabelo do corpo preparado para sussurrar algo em seu ouvido:

— Ainda dá tempo de desistir...

Isabella arrepiou-se, não pelo contato, mas pela frase. Rosalie parou o som.

— O que você está achando, Bella? — Alice perguntou arqueando as sobrancelhas, Bella limitou-se a responder, pegando o novo presente da mão da irmã.

— Esse é o meu! — Rosalie saltitou.

— É o que eu estou pensando? — A mente de Bella vagou para uma lembrança da adolescência, quando ela e Rosalie conversavam sobre seus namorados da época, e Rose dizia que Paul, seu então namorado, tinha fantasias sexuais muito... Esquisitas. Bella riu da irmã, dizendo que gostaria de ser a mulher gato por um dia...

— Exatamente! — Rose assentiu.

Bella abriu e lá estava... Sua roupa de couro. E a máscara da mulher gato.

De repente a multidão de mulheres começou a gritar juntas:

“Veste! Veste! Veste!”

Isabella vestiu.

Alice liberou que os rapazes dançassem em volta dela. Enquanto tiravam seu roupão e suas máscaras, era um mais forte que o outro e tinham de todos os gostos. A cunhada fez com que Bella bebesse champanhe no abdômen de um deles, enquanto Bella negava veemente, dizendo que não queria ficar de ressaca para o casamento. No fim, o liquido foi substituído por suco de laranja. Enquanto aquilo tudo era feito, ela sentia-se cada vez mais enjoava... Por um momento pensou se Alice gostaria dela. Por um momento pensou que se, não tivesse com Edward por dinheiro, Alice poderia gostar dela. Poderia?