Divergente's Refúgio - Interativa escrita por MaryDuda2000


Capítulo 35
Despertar no susto


Notas iniciais do capítulo

Agradeço a Alice Swann pela linda recomendação. Obrigada, minha flor! *-* Fico feliz que esteja gostando!
Bem, boa leitura!



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Narrador

Finalmente Scott desligara o notebook. Seu olhar era de cansaço e apreensão, porém ainda sim tinha um sorriso tímido no canto do rosto.

– E ai? Já resolveu? – perguntou Alice encostando a mão esquerda no ombro do rapaz.

– Sim! – suspirou este.

– Algo que eu possa saber? – indagou a jovem curiosa.

– Melhor não! – ele sorriu – Já está escurecendo ou é impressão minha?!

– Mais ou menos. – Alice olhou no relógio – Nossa! Quase seis horas.

– Vamos andar um pouquinho?! Acho que vai ser bom para nós dois. – ele levantou-se, oferecendo a mão para Alice, quem aceitou e ambos saíram.

– Scott terminou o trabalho com aquela droga de computador, finalmente. – pronunciou Sarah, fazendo Violet, que estava ao seu lado rir, enquanto os jovens se distanciavam.

– E o nosso plano? – retrucou Violet.

– Ah, sim! Perdi totalmente o foco com a aparição da VaKatherine – riram – Os casais ML já estão formados. Mas Scott e Alice, bem...

– Está com ciúmes da sua irmã?

– É bom ele cuidar muito bem dela, ou vou acabar com ele. – cerrou as mãos em punhos. Apesar de tentar agir o mais séria possível, um tanto de vergonha misturado com graça se expôs na face avermelhada da jovem.

– Violet? – chamou Quatro, sorridente. Tris estava ao seu lado, porém seguiu Caleb, que passava pouco mais afastado desta, conversando alegremente com Lucy. Só então, a menina percebeu o quão juntos ambos andavam ultimamente.

– Oi! – a menina levantou-se e correu para abraçar o irmão – Tobias! Senti sua falta!

– Mas eu estava aqui o tempo todo. – brincou ele.

– Pois é. Mas não comigo. – cruzou os braços, fazendo um biquinho de charme.

– Ok! – ele tocou seu queixo e levantou seu rosto, deixando a menina a encará-lo – Tenho sido um péssimo irmão!

– Nem tanto. Sabe?! “Péssimo” é uma palavra muito forte. Quem sabe só um tanto ausente?! – Violet deu de ombros e seguiu andando, deixando, involuntariamente, Sarah sozinha.

No entanto, a jovem não muito permaneceu assim, logo que começou a brincar com Lucian. Apesar de pouco tempo de vida e o fato de ter nascido ainda prematuro não lhe tiravam a expressão jovial e ao mesmo tempo desafiadora. Quem sabe, após tudo que esteja acontecendo, ele e Alyssa não cresçam e façam grandes descobertas?!

POV Tanner

Eu simplesmente não tinha mais a noção do tempo. Escureceu tão rapidamente que o período que passei com Rose até finalmente atar um namoro fez muita a diferença.

Em meio a uma de nossas caminhadas, encontramos Helena. Eu mesmo não sabia o que fazer. “Parecia estar tudo bom demais para ser verdade”, pensei, o que me deixou muito surpreso e me levou a vários outros pensamentos em desordem, como Com tudo isso acontecendo, como estaria tudo bem? ou Eu ainda não tinha pensado como seria a convivência desde então, pois bem ou mal, Katherine ainda estava por perto e ainda tinha seus planos com Robert, mesmo que Luke já tivesse o matado (fiquei sabendo por Josh, nosso correio), ela ainda tentaria fazer algo contra todos nós?! e até quem sabe, Emma! Pois é, ela era bem louca e assustadora. Apesar de parecer a Branca de Neve em pessoa, por dentro se assemelhava a uma ceifadora psicótica e sua morte foi BEM estranha. O que aconteceu de verdade?!

– Tanner?! – chamou Rose, despertando-me dos devaneios.

– Oi! – encarei-a. Seus olhos pareciam um tanto mais escuros e um sorriso tímido em seus lábios.

– Tudo bem?

– Sim, estou. – coloquei as mãos nos bolsos, um péssimo sinal de que eu não estava prestando atenção em nada que ela dizia.

– O que você acha?

– Do quê? – Opa! Ela entendeu isso! O que eu poderia dizer agora?!

– Você nem mesmo sabe disfarçar que estava completamente aéreo no que eu dizia, não é mesmo?!

– Desculpe! – e Rose me abraçou fortemente.

– Sem problemas, até porque, de problemas já temos muitos. – assenti – Enquanto você estava aqui, sentado olhando para o mais completo nada, Alice e Scott passaram de mãos dadas em direção aleatória. Fui atrás deles e Scott me falou que terminou de ver o que realmente tinha naquele pen drive.

– E o que era? – indaguei, passando a mão nos cabelos, tentando arrumá-los um pouco.

– Não disse. Já que tem relação com Jeanine, sabemos que não é algo muito bom, porém ele estava pouco mais leve. Não sei! Acho que a parte que ele salvou impede que ela faça qualquer coisa contra a gente no momento.

– Tomara! – suspirei e seguimos para juntar-nos aos outros.

POV Mia

O sol da manhã que presenciou a luta de Robert e Luke simplesmente se pôs a repousar, dando espaço a um nublado estranho, porém ainda sim revigorante. A única coisa que faltava era a chuva. Pode parecer maluquice, mas a chuva purifica a alma e depois do episódio de hoje, Luke precisava disso. Na verdade, acho que todos nós precisávamos.

Só então me dei conta de onde estávamos: o precipício. O tempo estava “perfeito”, até chegarmos ali. Porque exatamente essa coisa tinha que existir, justo tão perto do acampamento e ainda por cima nossa caminhada após uma conciliação proveitosa tinha que acabar nisso.

– Vamos voltar! – sugeri, andando vagarosamente enquanto via Luke se aproximar da enorme depressão.

– Por quê? Tem medo de altura? – perguntou, olhando para mim de relance.

– Mais ou menos isso. Não sou muito fã dela e, bem, cair de um abismo não me parece muito legal.

– Isso é um tanto estranho já que você era da Audácia e vive pular lugares altos, mas... – ele deu de ombros – Tudo bem.

– Mas desses lugares altos dos quais eu pulo, pelo menos posso ver o chão. Aqui não! – ele me encarou e eu me aproximei um tanto mais, tocando seu ombro com força para olhar lá embaixo. Simplesmente tudo se perdia na escuridão, pelo menos era o que eu via.

Repentinamente, senti suas mãos na minha cintura, jogarem meu corpo velozmente para frente. Agarrei imediatamente nos braços de Luke, quando ele parou.

Só então abri os olhos, os quais nem mesmo tinha prestado atenção e notado que tinha fechado. Estávamos na beira daquela depressão enorme e eu apoiada somente em um dos pés, e sendo mantida no lugar por ele.

– Seu sem graça! – dei-lhe um soco no ombro, ainda dolorido da batalha, o que o fez gemer de dor momentaneamente, contudo este perdeu-se em uma gargalhada após me tirar da beira da morte certa e me soltar, ainda me encarando.

– Relaxa! Mais é claro que eu não te jogaria daqui de cima. – afirmou tentando se aproximar, mas ainda sim estava eu um tanto zangada, de braços cruzados e um sorriso disfarçado de bico – Você fica muito bonita com raiva. Está até vermelha!

Pois é. Um fato incontestável. Isso geralmente acontecia comigo quando eu estava com raiva, mas acima de tudo quando eu estava com raiva e ainda achava graça da situação, tentando prender constantemente o riso.

– Uma nota musical! – ele verbalizou, fazendo-me descruzar os braços.

– O que? Ah, sim! – virei e levantei os cabelos, colocando-os sobre o ombro esquerdo, mostrando-a. A tatuagem que tenho no pescoço, a qual Luke notara enquanto treinávamos, antes daquela vaca tingida agarrá-lo. Nem mesmo me lembrava de sua curiosidade. – Pois é. Foi a primeira que fiz assim que cheguei à Audácia. Na verdade, pelo que me lembre, foi no segundo dia. – tomei novamente posição a encará-lo, jogando os cabelos para trás novamente, enquanto o azul cobria a nota amigavelmente, como em sintonia.

– Bem interessante! – ele sorriu.

– O que estamos fazendo aqui ainda? Não vai me dizer que espera que eu pule ou você mesmo pretende pular?!

– Não! – exclamou se afastando um pouco, mexendo constantemente na parte de trás dos cabelos – É que esse lugar me trás lembranças, sabe?! – a essa altura os fios já estavam emaranhados e totalmente bagunçados.

– Boas ou ruins?!

– Lembranças! Só isso! Nem sempre são boas ou ruins. Depende do momento. – ele se sentou e eu ao seu lado. Que ironia, não?! Ter medo de cair dali, mas ainda sim insistir em continuar – Quando estava fugindo uma vez, isso antes dessa última loucura de Jeanine, - fez questão de afirmar - eu passei aqui com minha irmã, ela tropeçou nos próprios pés e ficou pendendo, segurando somente num galho ou raiz, não sei o que era. – deu um suspiro pesado - Fui pego por um pessoal da Audácia, no entanto ela não conseguiu se segurar, ou largou. Ainda não sei dizer bem o que aconteceu, a não ser que caiu. – olhou-me rapidamente e retornou a encarar o vazio a frente – Descobri só depois que minha tia quem me criou tinha morrido quando tentou me proteger de seus “testes” em mim. Mesmo assim ela continuou os fazendo. Sorte que não descobriu que eu era Divergente. Depois ela simplesmente encheu minha cabeça de coisas e quando eu percebi, já estava na Audácia.

– Ela é mesmo uma... Argh! – não consegui completar. Simplesmente não há um adjetivo a altura dela, mas acredite que não seria nada bom.

– Vamos embora! Amanhã temos um longo dia... – ele se levantou. Logo o interrompi, tentando melhorar seu ânimo.

– Sem nada pensado para fazer. – encarei-o. Seus olhos já sorriam pouco mais agora, apesar dos lábios ainda estarem fechados com leves curvaturas para cima – Anda logo, porque não vou esperar o tempo todo.

Narrador

Nada se efetivou de caso. Todos retornaram, como de costume, ao leito do acampamento, alguns quietos, ouros sorridentes, enquanto uma leve brisa um tanto morna os embalava juntamente àquela chuva fraquinha, quase nula, que somente serviu para deixar aquele cheiro de terra molhada pairando e esquentar o clima no recinto.

A maior parte dos ali presentes foram acordados por um grito estridente que ecoou de não muito longe de onde se localizavam. Outros foram praticamente forçados a acordar por puxões e comentários assustados dos demais. Em questão de menos de três minutos, encontrava-se Clary, com a pele pálida e as mãos sujas de sangue ao lado de um corpo juvenil.

– O que aconteceu? – questionou Raven, a qual chegava juntamente a Dean.

– Estávamos andando e... – a voz de Clarissa perdeu-se em soluços. Alice e Scott chegaram logo depois, seguidos de Mia e Luke. Tanner e Rose simplesmente faziam ao máximo para manter Violet e Sarah afastados dali. Estava uma cena triste de alguém com quem muito brincavam.

Uma faca estava próxima ao pescoço do rapaz que ainda apresentava hemorragia.

– Você pelo menos viu quem foi que fez isso? – perguntou Raven, abraçando-a pelas costas a fim de tomar suas dores e tranquilizá-la.

– Não. Foi só... um vulto.


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Notas finais do capítulo

Entendo que demorei um pouco, porém vou viajar de férias para minha cidade natal e estava arrumando as coisas aqui. Acho que ainda posto outro capítulo antes de viajar, porém não garanto nada, ok?!
Até!
Ps: Aqueles que puderem dar uma passadinha na fic de uma amiga minha aqui no Nyah, segue o link. É bem legal e misteriosa e ela escreve bastante. Espero que aqueles que se disporem a ler gostem: fanfiction.com.br/historia/461100/Espelhos_-_Outra_Face