Rosalie Hale - A História escrita por Ditto


Capítulo 5
Pequeno Henry




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Era a última prova do vestido. Meu vestido de noiva era lindo e perfeito. Não tinhamos poupado nada ao comprá-lo. Como mamãe diz:

– Quando se é uma King, tudo é possível.

E eu tinha que concordar com ela. Tudo o que eu queria eu conseguia.

Não podia estar mais feliz, mais uma semana. Apenas uma semana. A felicidade irradiava sobre mim. Não era bem sobre o casamento que eu estava radiante mais sim o que vinha depois: filhos.

O chato do casamento foi as madrinhas e padrinhos. Do meu lado eu queria a Vera e meus irmãos. Nada feito. Ia ser uns desconhecidos.

– Filha - minha mãe começou - Seus padrinhos serão os senhores Hawkes e os senhores Stumperts.

– E quem são eles?

– Magnatas do petróleo.

– Mas, padrinhos não eram pra ser pessoas amadas? Não posso chamar Vera em vez disso? - tentei pela milésima vez.

– Não acredito que você continua com essa amizade boba com Vera. Eu já lhe disse que ela não é boa o bastante para você.

Acho que já deu para entender. Os padrinhos de Royce também eram magnatas mas ele não se importava que fossem desconhecidos.

Mas tirando isso o resto estava perfeito. Iriamos nos casar na maior igreja da cidade, o casamento ía estar rodeado de flores, rosas violetas em sua maioria. Este mês o tempo estava o mais agradável possível, eu iria casar na primavera.

– Esta linda madame, apenas falta experimentar o véu - a costureira falou.

E eu o vesti, ao me olhar no espelho quase chorei. A próxima vez que vestisse um vestido de noiva ia ser o momento mais feliz da minha vida: o meu casamento.

Logo após a costureira fomos ao padeiro. O bolo estava quase pronto, cinco camadas. Era o maior bolo que já tinha visto. Os doces já estavam pronto, tudo já estava pronto.

Passamos os dias rodeando a cidade, vendo se todos os preparativos estavam prontos. E tudo estava perfeito. Uma coisa eu tinha certeza: o meu casamento ficaria marcado na memória de todos da cidade. Deixaria qualquer outro casamento no chinelo.

Quando chegamos em casa nos deparamos com meu pai.

– Pai, o que faz aqui a essa hora do dia?

– Todos fomos liberados hoje Rosalie. Hoje os soldados passaram pelas casas para o recrutamento.

– Recrutamento?

– A guerra Rosalie! A guerra! Hitler está ficando mais forte a cada dia e nosso país precisa estar preparado.

– E você vai para a guerra?

– Acredito que não. Estou velho demais, sabe? So estão mandando um de cada familia.

– E Royce? - fiquei assustada só de pensar, será que meu casamento teria que ser adiado?

– Ele? - meu pai soltou uma risadinha - Acredito que não. Afinal, ele é Royce King Segundo, claro que vai pagar qualquer coisa ao exército e se safar dessa, ou ele poderia simplesmente mandar alguém no seu lugar.

– Peraí! Você disse um de cada familia. Um dos meus irmãos vai? - senti um arrepio passar por mim.

– Os dois na verdade, e eles já foram. - meu pai falou com descaso.

– Como? - quase berrei - Como vocês nunca estão preocupados com eles? É com razão que eles falam que odeiam nossa família! Por Deus! Como os dois foram entrar no exército? Não é somente um de cada família?

– Sim. Um está representando nós e o outro está representando uma família rica qualquer.

– O que? - não podia acreditar no que estava ouvindo - Eles são mais novos que eu! Um dos meus irmãos tem quinze anos! Como pode metê-lo em uma guerra? Ele vai morrer!

– É um dever servir o país.

– É um dever o seu...

– Rosalie! - minha mãe falou zangada - nada de palavrões nessa casa, achei que tinha te ensinado melhor.

Depois disso subi as escadas e entrei no meu quarto furiosa. Como meus pais podiam deixar isso acontecer? Por Deus, eram os filhos deles! Quem deixaria os filhos irem para a guerra sem mais nem menos? Como meus pais podiam ser tão frios a esse ponto?

– Rosalie, dá para parar de surtar a todo o momento? Desse jeito você vai ter rugas logo.

– Eu não entendo vocês mãe, como podem mandar os próprios filhos para a guerra?

– Nós não mandamos, eles que quiseram ir. - e ela saiu do quarto.

Por alguma razão eu não acreditei em nada do que ela disse.

Nesses dias que se passavam eu ia visitando Vera. O pequeno Henry estava cada vez mais lindo. Agora dava para perceber que ele tinha lindas covinhas. Henry era lindo, mal podia esperar para ter meus próprios filhos.

O tempo estava começando a fechar, o que era horrível. Eu queria meu casamento num lugar aberto, mas se começasse a chover teríamos que mudar para um salão e a decoração não ia mais ficar tão boa.

Os convidados começavam a chegar na cidade, se instalando nos poucos hoteis que tinha, e vinha cada gente estranha... Pessoas que nunca vi na vida e que nunca mais iria ver. Tinha uns ingleses, franceses, até alguns japoneses. Todos estranhos mas companheiros de negócios dos Kings. Meu casamento seria cheio de estranhos. Também veio alguns repórteres. O casamento ia ser filmado já que a familia King é importante nesse país.

Os dias iam passando e agora faltava apenas quatro dias. Tudo estava pronto. Tão lindo...

Royce mal passava o tempo comigo, apenas quando estavamos em festas ele era carinhoso. Agora quando estavamos sozinhos... não que ele não fosse carinhoso, mas parecia tudo tão automático.

Esquece isso Rose, Royce é perfeito para mim. O que mais você poderia querer? Ele é bonito, inteligente e rico.

Resolvi visitar Vera. Quem sabe ela não me dava algumas aulas de como se comportar quando casada? Afinal, ela já estava casada a três anos.

– Rose, que bom que veio, entre. Só não faça barulho, finalmente Henry pegou no sono e só Deus sabe como ele demora para dormir.

– Oi Vera. Sabe, eu não sei como falar sobre isso então irei direto ao ponto.

– Claro - ela respondeu preocupada - é alguma coisa importante?

– Médio, eu só preciso saber, o que se deve esperar depois de casada?

– Bom, deixa eu pensar, as coisas mudam um pouco. Mas acredito que sua vida será diferente da minha. Você terá empregados que farão os serviços domésticos. Acho que não mudará muita coisa, apenas mudará se você resolver ter filhos. Assim terá que acordar a noite, trocar a fralda, essas coisas. Ou nem isso se você contratar uma babá.

– Ah, isso aí eu sei. Sabe, fiquei vendo várias vezes minha mãe arrumar meu irmão.

– Então, é basicamente isso. Você dormirá na mesma cama que o marido, e... ah, não sei, falando em marido, será que o meu não vem? O jantar está esfriando. Mas acho que ele está com muito serviço. Ai Rose, estou preocupada, será que meu marido será chamado para a guerra?

– Ele não é velho demais?

– É, mas é o homem mais velho. Ninguém espera que o Henry, tão pequeno esteja lá lutando. Quer me ajudar a acordar e dar de comer a Henry.

– Claro.

E foi muito bom esse dia. Quando Henry sorria suas lindas covinhas apareciam. Henry era tão lindo. Nem me importei de me molhar na hora do banho do pequeno. Por um bebê eu faria qualquer coisa. Depois de Henry estar banhado e alimentado, ficamos na sala conversando.

– Rosalie, que surpresa. - o marido de Vera apareceu na soleira.

– Bem, acho melhor ir embora. - e olhei pela janela - Nossa, já escureceu. Acho que estava entretida demais aqui.

– Não quer ficar para jantar? - Vera sempre amável perguntou.

– Não, não precisa. - sabia que ela não tinha tanta comida disponivel assim.

– Precisa que eu te acompanhe até a sua casa? - o marido de Vera sempre prestativo perguntou.

– Não. Não quero atrapalhar. – e principalmente se minha mãe me visse com um carpinteiro ia surtar.

– Não precisa mesmo?

– Não se preocupe, se eu andar rápido em vinte minutos chego em casa.

– Se você prefere tudo bem. Te acompanhamos até a porta.

Quando me virei para abrir a porta, o marido de Vera, aproveitando a minha distração, deu um beijo nela. Para mim aquela cena era estranha, o beijo deles era tão carinhoso, diferente do meu com o Royce.

Royce é seu principe Rose, pensei comigo mesma. Pare de ficar comparando com outros homens.

– Até Rose, acredito que a próxima vez que nos virmos você já será uma mulher casada.

– Até logo.

Quando saí da casa de Vera vi que nevava, o chão estava coberto por uma camada grossa de gelo. O tempo estava bem frio e eu estava apenas com um vestido e com um leve casaco por cima. Espero que o tempo esquente , se não meu casamento não poderia ser do jeito que eu queria, iria ser em um local coberto.

Comecei a andar até em casa. A alguns metros ví que tinha um bar fechado mas com alguns bêbados em volta. E se eu voltasse a casa de Vera para poder ligar para casa e pedir ao meu pai para vir me buscar? Estava com medo desses homens.

Bobagem Rose, sua casa é aqui perto, é só andar bem rápido que tudo fica bem. Não ficar andando a toa por aí e dando trela para eles.

Comecei a andar rapidamente esperando que eles nem reparassem em mim. Grande erro, um deles berrou:

– Rose!

Então eles me conheciam? Como era possível?

– Rose! - berraram de novo

Quando me virei para encarar quem me chamava levei um choque. Não, não podia ser ele. Como ele poderia estar lá no meio? Como ele podia estar bêbado? Ele não disse que não gostava de bebidas?


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