Insignificantemente, você escrita por Amanda


Capítulo 52
Capítulo cinquenta e um




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Hermione seguiu o conselho de Draco e subiu, tomou outro banho, este agora, com a porta fechada e as roupas sobre o balcão, assim como duas toalhas de garantia. Não se demorou muito, foi apenas uma ducha rápida, para tirar a grama do cabelo. Vestiu um pijama, não a camisola que Draco queria que usasse, mas uma calça de moletom e uma camiseta roxa de manda cumprida. Sentou-se na cama, com o travesseiro apoiado nas costas, abriu o livro que levara e seguiu a leitura. Quando Draco entrou no quarto com o café da manhã, já o havia terminado.

—Não sabia se estava com fome, então trouxe pouca coisa! —Posicionou a bandeja entrei os dois. —Trouxe suco de abóbora!

—Está ótimo, Draco!

Comeram em silêncio por poucos minutos, nem um dos dois estava com fome, apenas beliscaram os bolinhos.

—Estou sem nada para ler! —Disse a Draco, que apenas riu de seu desespero, mas imperceptivelmente abriu um sorriso ainda maior.

—Vou levar isso lá para baixo e procurar algum livro para você, não temos muito que fazer hoje! Ainda mais com essa chuva...

—Chuva? —Hermione levantou-se e correu para a janela.

Enquanto isso Draco correu para a cozinha, soltou a bandeja de qualquer jeito sobre o balcão e do escritório tirou um livro e um pedaço de pergaminho onde escreveu uma simples frase. Cuidadosamente colocou o fragmento do pergaminho na primeira página do livro e subiu os degraus, parou em frente a porta, um pouco mais nervoso do que esperava, mas não teve tempo de girar a maçaneta. A porta se abriu, revelando Hermione com um sorriso estonteante no rosto.

—Venha! —Puxou o rapaz pela mão, correndo em direção as escadas.

—Mas Hermione... —Draco parou-a, fixando os pés no chão. — Pensei que queria ler!

Sacudiu o exemplar grosso em sua mão.

—Tenho tempo suficiente para ler! —Pegou o livro e colocou-o sobre o corrimão e puxou o rapaz novamente. —Vamos, Draco!

—Para onde? —Perguntou enquanto seguia atrás da garota eufórica.

—Para a chuva!

Hermione abriu a porta da frente e jogou-se na tempestade fria. Os pingos da chuva desciam soltos sobre seu corpo, seus cabelos já estavam encharcados, assim como suas roupas. Os pés descalços dançavam sobre a lama escorregadia, até que o primeiro tombo aconteceu. A risada descontraída brincava em seus lábios, que chamavam por Draco, com a voz doce e aveludada. O rapaz, na varanda, olhava-a com um breve sorriso. Relembrava-se dos tempos em Hogwarts.

“Era um dia de primavera em Hogwarts, o castelo estava completamente calmo, pois todos os alunos pareciam estar em seus Salões Comunais, abrigados da chuva forte que caía lá fora. Exceto por Draco, que rondava os corredores com as mãos afundadas nos bolsos. Aquela parte do castelo dava para o pátio e consequentemente para o corujal. Fazia algum tempo que Draco andava pensativo, desde que as rondas com Hermione começaram. Naquele dia faria a ronda sozinho, pois brigara com a garota. A discussão fizera Filch ir vê-los e por muito pouco, não sentenciá-los a uma detenção. Hermione empunhara a varinha contra a rapaz, mas no último segundo deixou que o braço caísse, não deixou que Draco se aproximasse, apenas sacudiu a cabeça e correu para o Salão Comunal da Grifinória. Draco ainda caminhava pelo corredor, quando viu ao longe, um emaranhado de cabelos ondulados. Uma juba alta e espessa.

—O que faz aqui, Granger? Não deveria estar em seu quarto?

Hermione encarou-o, confusa e ao mesmo tempo surpresa pelo tom do rapaz, parecia ter voltado a ser o que sempre foi.

—Ainda é cedo para dormir! —Disse.

—Então o que faz aqui? Achei que não gostasse de chuva! —Sentou-se no parapeito da janela, bem próximo da garota que parecia querer atravessar o pátio. —Vai visitar seu amigo gigante?

Hermione cruzou os braços sobre o peito que subia e descia num ritmo único.

—Preciso ir ao corujal!

Ignorava a presença de Draco, ali. Apenas olhava para o horizonte, buscando uma forma de correr até lá sem se molhar tanto.

—Deixe a carta para depois, Granger! —Havia apoiado as costas na parede, mas seguiu sentado no parapeito da janela.

—Que se dane! —Apertou a capa no corpo e correu pela chuva, Draco a olhava de perto. Segundos depois de chegar na grama, escorregou e caiu. Deslizando por alguns centímetros.

Draco saltou da janela e correu até a garota, molhando-se igualmente. Quando alcançou-a, percebeu que Hermione ria, mas ajudou-a a levantar.

—O que...?

—Para o corujal, vamos! —Empurrou-a, procurando miseravelmente pelo capuz da capa.

Subiram as escadas do corujal rápido e cuidadosamente, não queriam escorregar ali também. O chão mais próximo dos poleiros das corujas estava coberto de titica, e um cheiro forte exalava daquele lugar. Mas ao menos, estavam cobertos e longe da água, mesmo que ainda pingassem.

—Você só pode ser louca! —Draco gritou, acordando uma dúzia de corujas.

—Se me acha louca, por que diabos me seguiu? —Devolveu o grito para Draco.

—Você caiu... —Parou de gritar para analisá-la.

A roupa de Hermione estava encharcada e embarrada, seu cabelo grudava em suas bochechas rosadas pela correria, mas a expressão em seu rosto era de pura irritação. As mãos estavam fechadas, como se fosse socá-lo novamente.

—Apenas acalme-se, nunca mais vou te ajudar a levantar em meio a uma tempestade! —Virou-se, sacudindo os cabelos com as mãos.Mas virou-se novamente quando ouviu a risada de Hermione, era contagiante, que nem mesmo ele, conseguiu segurar o sorriso.

—Você está todo sujo! —Disse ao rapaz que se olhou. Suas calças estavam respingadas de lama, pelo o menos até os joelhos. Draco deu de ombros.

—Você também não está muito limpa, não, Granger!

Hermione olhou para as vestes e riu, estava tomada de lama. A capa que entrara em contato com a lama estava com uma bela mancha marrom na retaguarda. Sorriu para o rapaz e virou-se para as corujas. Apenas uma ave parecia disposta a levar a carta, e foi a única que piou longamente e voou até o braços de Hermione. A garota tirou de dentro da capa um envelope completamente seco, fruto de um feitiço impermeabilizante. A coruja voou alto, mesmo grande, parecia desviar dos pingos frios.

—Vou voltar para o castelo! —Disse a Draco que segurou seu pulso antes que pudesse sair.

—Não vai, não. Espere a chuva passar, pelo o menos! —Pediu, mas Hermione puxou o braço, já tateando as vestes em busca de sua varinha. —Me azarar não vai adiantar Granger!

—Que droga, Malfoy! —Caminhou até um canto e escorou-se na parede, ficando de costas para o rapaz.

O tempo passava e a chuva parecia ainda mais forte, não daria trégua.

—Escuta, desculpa por aquela noite. Eu devia ter ficado de boca fechada! —Disse baixo, na esperança de que a garota não ouvisse, mas ela se virou e levantou-se, olhando-o de forma petulante.

—Por que falou aquilo?

Hermione se aproximava, com os braços cruzados, deixando Draco ainda mais nervoso a cada passo de aproximação.

—Porque... Porque... —Draco engoliu em seco. —... Porque eu...

Sem saber o que fazia, ou ter noção das consequências, beijou-a ardentemente.”

Hermione ainda o olhava sorridente.

—Vamos, a chuva está maravilhosa! —Chamou-o novamente. E sem insegurança alguma, ou medo das consequências, jogou-se na chuva fria, de encontro a Hermione!


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Notas finais do capítulo

Agradeço imensamente a recomendação da Ana Maria, que nessa reta final, se tornou uma leitora e fã muito ávida.
Até breve