Loving In The Dead escrita por Miss Jackson


Capítulo 8
Terminus?!




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Já havia dias que estávamos andando pela mata, matando Errantes. Quase não nos falávamos. Era estranha a sensação da falta do pessoal da Prisão. De Ruby. Do choro de Judith.

– Olhem isso! – exclamou Carl, apontando para uma enorme placa assim que saímos da mata e chegamos nos trilhos de trem. Era uma placa com um enorme mapa com vários caminhos, todos davam para o mesmo lugar.

TERMINUS

SANTUÁRIO PARA TODOS

COMUNIDADE PARA TODOS

OS QUE CHEGAM SOBREVIVEM

– Não pode ser... – murmurei. – Ah, Deus! Abrigo!

– Santuário para todos, comunidade para todos – repetiu Carl. – Vocês acreditam nisso?

– Sim – respondemos eu e Rick.

– Por que não íriamos acreditar? – perguntou Rick. – É um abrigo. Uma chance de vida nova. Outra vez.

– Eu quero ir para lá – decidi. – Vocês vão me acompanhar, né?

Rick assentiu, mas Carl pareceu hesitar.

– Carl, pelo amor de Deus, temos que ir – disse eu. – Podemos ter uma vida nova, Carl, talvez seja até que tudo acabe. Por favor.

– Er, o.k.

Eu quase pulei em cima dele para agradecê-lo, mas eu me contive com um mízero sorriso.

– Em quantos dias nós chegamos lá? – perguntei, analisando o mapa.

– Duas semanas no máximo – respondeu Rick. – Estamos muito longe, e precisamos ir caminhando.

– É – concordou Carl.

– Pelo menos nós chegaremos – comentei. – Vamos, não temos tempo a perder.

. . .

A próxima placa realmente nos surpreendeu. Carl soltou um comentário surpreso que soou como “Oh, meu Deus!”. Estava dizendo, em letras feitas do sangue do Errante que estava todo aberto ali na frente da placa:

GLENN, VÁ PARA O TERMINUS

MAGGIE E SASHA

Eu e Rick quase gritamos de alegria.

– O sangue está fresco – disse eu. – A recém passaram por aqui. – Me virei para encarar os dois. – Se apressarmos nossos passos poderemos os alcançar e iremos juntos para o Terminus. Com certeza todos que conseguiram fugir da Prisão estão indo apra o Terminus. Eles estão vivos!

– Sim – concordou Rick, sorrindo. – Vivos. Oh, eu não acredito...

– VIVOS! – gritamos eu e Rick. Carl chiou, nos mandando calar a boca. Eu e Rick rimos e voltamos a caminhar.

Em poucos minutos eu e Carl estávamos brincando de ver quem ficava mais tempo caminhando sob as barras dos trilhos.

Carl levou as mãos para o meu lado, tentando me assustar e falhando.

– Acha que eu vou cair tão fácil? – perguntei, rindo. – Carl, você já perdeu.

– Não perdi, não – protestou ele. – Você que já perdeu.

Rick – que já estava mais na frente – parou de caminhar e se virou para trás para nos encarar, erguendo as sobrancelhas.

– Vocês realmente estão fazendo isso? – perguntou ele, eu e Carl assentimos. Rick riu. – Parecem duas crianças!

– Pare de comentar e junte-se à nós – disse eu, abrindo os braços para me equilibrar de uma forma melhor. Rick balançou a cabeça negativamente e voltou a caminhar. – Se eu ganhar você vai fazer tudo que eu mandar o dia todo.

– E, se eu ganhar, eu fico de vigia essa noite.

– Fechado.

– Fechado.

Agora era jogo sério. Só me mexi mais do que o esperado para cortar a cabeça de um Errante que se aproximara de nós, depois continuei jogando normalmente.

– Você é muito durona, Lindsey, desista! – disse Carl. Eu forcei uma risada.

– Há-há-há, jamais.

– Já perdeu.

Você que já perdeu – disse eu, me distraindo com um Errante. Carl aproveitou a chance para me assustar e eu caí dos trilhos. Ele começou a rir descaradamente e me ajudou a levantar. Nós corremos até Rick. – Idiota, foi jogo sujo!

– Era um vale-tudo, Lindsey – riu ele. – Pai, eu fico de vigia essa noite.

Rick apenas assentiu. A próxima placa que encontramos também tinha uma mensagem da Maggie. Paramos para descansar e analisar o lugar para saber aonde já estávamos.

– Não podemos descansar muito – disse Rick. – Ou iremos perder Maggie e Sasha.

– É, você têm razão – concordei com ele, me levantando dos trilhos e me espreguiçando. – Estou morrendo de fome!

– Eu também – disse Carl. – Não tem como a gente ir caçar alguma coisa, não?

– A mata já está longe, não podemos perder os trilhos.

Carl revirou os olhos.

– Eu vou virar um esqueleto ambulante se continuarmos assim.

– Carl, todos nós estamos com muita fome – disse Rick. – Em vez de reclamar a gente deveria seguir em frente. Quanto mais rápido irmos, mais rápido chegaremos.

– Espero que Maggie e Sasha tenham algo para comer – comentei enquanto voltávamos ao caminho de trilhos.

– É, também espero – disseram Rick e Carl em uníssono.

Quando já estava escurecendo nós desviamos um pouco dos trilhos para ver se achávamos uma casa para passarmos a noite. Como se Deus tivesse nos enviado uma dádiva nós encontramos uma casa solitária pouco depois de desviarmos. Era uma funerária, para ser mais exata.

E estava com as luzes acesas. Era possível ouvir vozes lá de dentro.

– Tem alguém lá – disse Carl. – Pai, eu posso dar uma olhada...

– Não – interrompeu Rick. – Vamos nós três juntos.

Carl revirou os olhos.

– Por que eu nunca posso ir resolver as coisas sozinho? – perguntou Carl.

– Carl, não vamos ter essa conversa novamente – suspirou Rick.

– Não, pai, é sério. Por quê?

– Carl, pare de ficar perguntando isso – disse eu, parando na frente da porta. – Batemos civilizadamente ou invadimos?

Eles não responderam, apenas me olharam, como se esperassem minha própria resposta.

– Você é a pessoa mais civilizada de nós três – disse Rick, vá em frente.

Suspirei, nervosa, e bati na porta. As vozes pararam de repente. Um olho apareceu no olho mágico, e uma exclamação surpresa veio do lado de dentro da porta.

– Daryl – chamou uma voz feminina.

– Beth! – engasguei.

– Daryl, vem cá! – chamou a voz de Beth novamente. Quando abriram a porta Daryl e Beth estavam parados ali, segurando armas. A arma de Daryl caiu, e ele pareceu bem surpreso. Não pensei duas vezes antes de abraçar Beth com força, Rick soltou uma risada irônica e Carl permaneceu sério.

– Vocês! – disse Rick, dando batidinhas amigáveis nas costas de Daryl.

– Que bom que os encontramos – disse Daryl, sorrindo, e gesticulou para que entrássemos na funerária. Assim que o fizemos Beth fechou a porta e a trancou. Uma chave, um pedaço de madeira e uma corrente para impedir os Errantes de entrarem.

– Bem pensado – murmurei, aprovando a ideia, enquanto eles nos guiavam pela funerária. Paramos em uma sala iluminada à luz de velas. Havia um piano e um caixão aberto, que certamente serviria de cama para alguém. Beth sentou no banco do piano e convidou-me para sentar-me com ela. Assim eu fiz, estava cansada. Daryl empurrou o caixão para baixo e ele, Rick e Carl se sentaram ali.

– Vocês também viram as placas e as mensagens de Maggie e Sasha? – perguntou Daryl.

– Sim – respondeu Carl.

– Estávamos seguindo o caminho dos trilhos, sabem, para o Terminus, quando desviamos para achar um lugar para passar a noite e encontramos essa funerária – expliquei.

– Não estávamos indo para o Terminus – comentou Beth. – Sabe, eu e o Daryl não temos acreditado muito nessas coisas “Santuário para todos. Comunidade para todos”, não.

– Entendemos – disse Rick. – Mas vocês vão conosco, não é?

Beth e Daryl trocaram um olhar hesitante.

– Sim, claro – respondeu Daryl, apesar de não parecer 100% certo disso.

– Por favor, não podemos nos separar novamente – disse eu.

– Não iremos nos separar – prometeu Beth, sorrindo.

– Acho melhor irmos dormir – disse Daryl, todos nós concordamos e nos preparamos para dormir.

Quando todos já estávamos deitados eu me virei para o lado e perguntei para Beth, em voz baixa:

– Beth, onde está Judith?

E Beth respondeu, depois de um tempo, em um tom de voz sombrio:

– Ela está morta.


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