Etérea escrita por Maya Poltergeist


Capítulo 6
Capítulo 6 - Poltergeist


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo!!! Yay! Conseguindo seguir com a minha ideia de postar com mais frequência. :3
Comentem U___Ú



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Passou-se um mês desde que houve a limpa no Ministério, os ânimos andavam baixos e as investigações que antes eram a especialidade de Luana foram substituídas por assuntos políticos e os casos que apareciam iam todos para seus subordinados. Qualquer um ficaria feliz com a situação mas a telepata adorava o trabalho de detetive e sentia falta de estar em campo pesquisando sobre algum fenômeno sobrenatural.

Estava junto dos demais chefes de bairro em reunião desde as 9 da manhã. Discutiam sobre fronteiras, membros da oposição que estavam pichando e vandalizando casas oficiais de madrugada e quem ficaria responsável por isso. Selene como beta acompanhava a amiga apesar de que sentava numa cadeira atrás onde prontamente começou a dormir assim que chegou. Luana não estava muito diferente, enquanto todos discutiam ela se debruçava em cima da mesa com o queixo apoiado na mão e de tempos em tempos soltava um suspiro alto de tédio.

Ravi estava perdendo a paciência com a jovem e um dos suspiros finalmente o fez perder a compostura.

– VOCÊ QUER FAZER O FAVOR DE PRESTAR ATENÇÃO? – Ele bufou batendo a mão de contra a mesa e a encarando.

Todos os demais Agentes Alfas arregalaram os olhos e ficaram estáticos, não esperavam a atitude do rapaz. Luana suspirou mais uma vez e ajeitou a postura na cadeira.

– Eu estou prestando atenção, a culpa não é minha se não tem nada de interessante sendo discutido. – Ela bocejou fazendo graça do rapaz que ficou vermelho de raiva.

– Ah, então o que poderia ser mais importante que a segurança dos membros do Ministério? – Falou cinicamente.

– Um poltergeist. – A Jovem respondeu no mesmo ton.

– Um poltergeist? Mesmo? Uma batalha pode acontecer a qualquer momento, mas um poltergeist é mais importante? – Zombou.

– Mas ai que tá. Não é qualquer poltergeist, ele está numa escola católica e, indo contra as crenças deles, nos convocaram para fazer uma investigação. Imagina quantos problemas ele deve estar causando para chegar nesse ponto. – Tentava convencê-lo de maneira animada.

Ele ficou olhando para a cara dela e dos demais ali presentes que se encontravam assustados com o nível de discussão dos dois e corou um pouco. Colocou as mãos na cintura e deu um longo suspiro antes de voltar a se dirigir a garota.

– Humpf! Não é como se você tivesse sendo útil aqui, pode investigar isso se vai te entreter.

– Yay! Obrigada! – Ela deu um pulo, agradeceu e foi animadamente para a saída.

– Espera um pouco. – Ele falou com sua voz severa.

– O que foi? – Ela esperava que não fosse nada sério.

– Não esquece a sua Beta dormindo aqui.

– Ops! – Foi até a amiga que estava meio grogue de sono e a puxou a arrastando para fora apenas acenando um tchauzinho para seu chefe.

. . .

Sentiam-se extremamente estranhas ao colégio, principalmente porque nunca frequentaram um. Receberam educação em casa e com auxilio do centro de educação dos Anciões do Ministério, que no caso de Luana estava mais para internato permanente já que fora criada lá. Enquanto instalavam câmeras, microfones , sensores entre outras parafernálias olhavam e analisavam as coisas que alunos normais faziam, como escrever em carteiras e colocar coisas em murais. Achavam aquilo tudo surreal, quase saído de uma novela ou programa de televisão.

Depois que instalaram tudo foram para o furgão que estacionaram no dentro do espaço interno do colégio. Lá começaram a monitorar as salas, abriram um pacote de salgadinho e ficaram mordiscando enquanto fitavam os monitores.

Já era de madrugada quando a entrada do colégio onde estavam as catracas começou a apresentar uma queda de temperatura não presente nas outras localidades. As duas jovens se entre olharam e foram para o local com um gravador de mão. Esperaram um tempo para ver se temperatura não voltava ao normal mas continuou abaixando o que era sinal que o espírito não era fraco o suficiente para se assustar com a presença das duas. Isso as deixaram extremamente animadas, fazia tempo que não se envolviam em um caso com um espírito forte.

Começaram a tentar fazer contato com perguntas e o gravador ligado, no começo não ouviram nada apesar do medidor de energia mostrar que havia resposta do espectro. Quando fizeram a pergunta certa finalmente receberam uma resposta falada.

– Você estudou nesse colégio? – A voz de Luana saia suave.

– ... – Nada.

– Você realmente não estudou nesse colégio? – Insistiu.

– ... sim ... – Luana ficara feliz com o registro mas logo fechou a cara quando o fantasma começou a fazer as catracas rodarem incontrolavelmente.

– VÃO EMBORA – O poltergeist gritou com uma voz fina típica de uma menina ainda criança. A catraca ficou descontrolada e começara a pegar fogo e elas conseguiam ver sangue escorrendo pelas frestas das paredes e no desespero as duas amigas saíram correndo para o lado de fora. Não esperavam um espírito tão poderoso.

Assim que saíram do local e olharam para trás tudo havia voltado ao normal e apenas a luz que antes estava apagada agora se encontrava acesa. Nada de sangue, fogo ou voz medonha. As duas suspiraram e voltaram para o furgão onde deram uma pausa para água e repensar como lidar com a situação. A temperatura do local voltara totalmente ao normal e usaram essa pausa para buscar teias de purificação e ervas anti mal olhado a qual queimavam para limpar as energias.

Depois de mais de uma hora e meia a temperatura de uma sala no primeiro andar voltou a baixar e as jovens que estavam cansadas de esperar foram até o local dessa vez mais bem equipadas para a situação. Como da primeira vez acharam bem tranquilo a entrada e logo sentiram a interferência de rádio enquanto se aproximavam do alvo da investigação.

Chegaram na sala e todos os sinais que haviam recebido cessaram abruptamente as duas bateram nos medidores em suas mãos para ver se não era mal sinal mas quando menos esperavam sem sinal algum Selene fora expulsa da sala como um rajada e a porta fora trancada com ela para fora. Luana então foi puxada pelo pé e arrastada até o meio do local, o poltergeist a ergueu no ar de cabeça para baixo, quando parou para entender o que estava acontecendo viu agachada a silhueta de uma criança a encarando.

– Eu quase deixei passar todo esse poder, aposto que você usa algo para esconder a sua presença. – O poltergeist falou em seu tom infantil.

– Como você... – Tentava falar mas estava sufocando com a energia tensa que planava no local. Só conseguia ouvir o barulho de Selene se atacando de contra a porta sem sucesso.

– Bem, se eu possuir você eu vou finalmente conseguir ir para casa. – A silhueta disforme abriu um sorriso medonho

O poltergeist começou a se transformar em uma espécie de névoa rala e a adentrar a telepata pela boca fazendo-a engasgar com o espírito. Se contorcia tentando se libertar e sair daquela situação. Com o esforço que fez conseguiu balançar a teia de purificação de contra o espectro achando que havia conseguido se livrar dele, infelizmente não foi o que aconteceu. A teia se desfez e o poltergeist voltou a sorrir.

– Acha que algo tão fraco vai conseguir me deter? – Ela ria de maneira maníaca, e aquela teia não era fraca, inclusive, tinha purificado espíritos presos em terra muito mais antigos. Isso assustava Luana e ela começou a perder a consciência e sentir o fantasma aprofundando o seu ser e tomando conta de seu corpo. Quando estava quase desistindo de lutar uma luz branca incandescente explodiu pelo local parando o processo de possessão. Caiu no chão engasgando e tossindo e logo sentiu uma mão em volta de seu corpo a levantado no colo.

Arregalou os olhos quando conseguiu controlar a sua respiração dando de cara com Ravi a segurando, corou fortemente escondeu o rosto envergonhada. O jovem estava concentrado no poltergeist que se contorcia em sua presença. Ele respirou fundo e usou uma teia de purificação que ele mesmo trouxera, o espírito tentou fugir mas não dera em nada acabou sendo pego,soltou um grito agonizante e fino. a purificação era como se queimasse as energias negativas do espírito e quanto maior a energia mais dor a alma era infligida e pelo nível do grito a dor era enorme.

– Mamãe... Eu posso finalmente voltar... – O sussurro do fantasma fora a ultima coisa que escutaram antes dele se libertar desse plano.

Assim que a confusão havia se arrumado Ravi voltou a atenção para a menina em seu colo que o encarava visivelmente sem graça. Deu um sorriso convencido que a fez simplesmente virar o rosto.

– Que foi? Não vai me agradecer?

– Tá, mas me coloca no chão seu babaca. – Ela falou tampando o rosto com a mão.

– Vai me chamar de babaca mesmo? Dá próxima vez você vou deixar você ser possuída.

– Tá bom, tá bom. Desculpa. Obrigada por me salvar. – Falou ainda tampando o rosto.

– Tudo bem. Ta desculpada. – Foi colar ela no chão mas ela não conseguiu se manter em pé, as pernas ainda estavam muito bambas e sentia uma tontura. Pegou ela no colo de volta.

– Parece que vai ter que ficar assim por um tempo. – Ele sorriu deixando a menina ainda mais sem graça. Foi então que ouviram uma tosse vindo da porta e Selene estava lá totalmente sem graça os encarando.

– Ah, Sel, porque você não entrou? – Luana falou ainda sem graça.

– Tenho cara de vela? – Ela falou sarcasticamente.

– Nada haver. Você viu que eu não consigo levantar. Não é como se eu quisesse estar nessa posição. – Ela cruzou os braços emburrada.

– Verdade, aliás quem iria querer segurar essa idiota no colo?! – Ironizou o rapaz emburrado também.

– Aham, até me perceberem vocês pareciam muito confortáveis no mundinho de vocês. – Fez cara de deboche. – Mas, me diz uma coisa o porque você veio até aqui? – A fera se voltou para o rapaz.

– Não é legal discutirmos isso aqui, vamos voltar para o meu escritório para conversar.

– Assim, eu nem consigo andar direito, é pedir de mais a gente ir lá para casa? – Luana falou sem graça.

– Err... Pode ser sim, desculpa tinha esquecido de você. – Ravi respondeu.

Eles saíram do local e o jovem colocou Luana no passageiro do furgão e se despediram, ficando de se reencontrarem na casa da telepata.

. . .

Quando chegaram Selene ajudou Luana entrar na casa, ela ainda estava meio zonza mas conseguia andar apoiada. Ravi logo chegou, a fera abriu para ele e sentaram-se todos na sala e depois de uma longa pausa o jovem começou.

– Foi sorte eu ter percebido a tempo o que estava acontecendo, depois de alguns casos de investigações normais se complicando percebi que havia um padrão. Todos os casos da Asa Norte estavam se agravando e a única explicação para isso era alguém provocando isso.

Depois de respirar fundo Luana respondeu. – Imagino que seja o trabalho de um feiticeiro, certo?

– Sim, um idiota com o poder de Maldição potencializou fenômenos sobrenaturais não tão fortes assim. No caso desse poltergeist, era um menina que fora seqüestrada e assassinada do colégio. O caso é antigo mas não tem nem um século então o espírito dela não deveria ser tão poderoso assim. Mas ele a amaldiçoou fazendo com que espíritos baixos se unissem a ela a deixando daquele nível. – Ele estava mais sério que de costume.

– O fato de ser alguém com a forma corrompida do seu dom deve ter te deixado puto. Não interessa o quão forte nos somos se for pra lidar com um assunto espiritual e não paranormal um Purificador sempre é melhor. – Selene falou refletindo.

– Já que você percebeu que são melhores em outros assuntos bem que podiam se concentrar em assuntos que não vão dar trabalho, né?

– Nem pensar! Investigar é muito mais legal! – Luana falou sorrindo. – Mas eles não brincam quando dizem que você é um gênio, a maior parte das pessoas provavelmente não conseguiriam chegar nessa conclusão sozinho.

– Bem, você tinha razão quando disse que pichação e vandalismos eram entediantes. Eu refleti melhor e percebi que só podia ser usado para acobertar algum plano com consequências mais graves. – Ele admitiu extremamente contrariado.

– Nossa, você repara bastante no que a Luana fala, né?! – Selene provocou.

– Eu reparo em tudo que meus subordinados falam. Isso é ser um chefe.

– Aham, sei...

– Para com isso Sel! – Luana falou corada. – Sobre a gente parar de investigar devo imaginar que você não vai colocar nenhum dos fracotes subordinados a mim para fazer um trabalho perigoso, né? – Sorriu. – Afinal você mesmo disse. Você tem uma nível 7 e um dragão a sua disposição, porque escolheria qualquer outra pessoa para colocar na linha de frente?!

– Antes você não parecia muito animada para ficar na linha de frente. – Ravi ficou incomodado.

– E quando ficar na linha de frente poder significar lutar e matar pessoas que o crime é ter ideais diferentes das nossas, realmente, não vamos ficar nada animadas. – Respondeu Selene.

– Mas investigar perigosas manifestações sobrenaturais é exatamente a nossa especialidade. – Luana completou.

– E nisso a gente se garante.

Ravi respirou fundo, mesmo que a situação o incomodasse ele sabia que elas tinham razão. Não é como se o que as incomodassem não o fizesse ficar com um pé atrás também. Levantou e foi até a porta sem dizer nada, mas antes de sair virou para trás e falou para as duas.

– Se é isso que vocês querem é melhor se prepararem. – Deu uma pausa. – Ah, amanhã tem outra reunião as 9 horas.

– Da noite? – perguntou Selene.

– É claro que não. – Respondeu.

– Mas isso é daqui 4 horas! – Indagou Luana.

– Eu sei. – Saiu dando um sorriso de canto metido antes de sair.

As duas estavam esgotadas e simplesmente se estenderam nos sofás que estavam sentadas e começaram a dormir, teriam um longo dia pela frente.


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Notas finais do capítulo

Yay!!! Preparando as coisas para as tretas que vão surgir!!!



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