The Wind escrita por HikariBibii


Capítulo 15
Extra: Quinze Minutos


Notas iniciais do capítulo

FELIZ 2015 SEUS LINDOS!! :3
E aqui estou eu de volta, ano novo, vida nova, hell yeah o/ e com um novo capítulo de The Wind para vocês!!!
Ok, ok, pra começar não é exatamente um capítulo como vocês já devem ter percebido pelo nome, é um extra. E pra ser mais específica, é um extra POV da Mei! Isso mesmo meu povo, estamos começando 2015 com muito Sequelshipping!!!! Sim, já podem desmaiar, porque eu não me esqueci desses dois lindos na fic!!! (pensando bem não podem desmaiar não, senão vocês não vão poder ler, hehe ^u^').
Gostaria de comentar também sobre uma coincidência muito legal: esse é o capítulo 15 de The Wind e o extra se chama 15 minutos, SÓ PODE SER O DESTINO! 8D /apanha por ser idiota~
Ah, só pra vocês saberem eu escrevi a maior parte desse extra segunda-feria mas não sei pq raios me deu um bloqueio criativo e só consegui escrever a segunda parte dele hoje para vocês, então me perdoem, podia ter postado antes sim D:
Mas bom, menos papo e mais leitura! Espero que vocês gostem dessa minha incorporação da Mei neste cap que está com o recheio quase explodindo de tanto Sequel!!
Espero que gostem! E não esqueçam de comentar deixando a sua opinião depois!!~
Feliz 2015 mais uma vez~~ :3



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MEI POV

Sábado, 6 de Outubro.

O apito declarando o final da partida soou. Ao mesmo tempo, a bola de basquete, surrada durante quarenta minutos tensos e intermináveis de jogo, dava os seus últimos quiques no chão frio do ginásio. O placar de dois metros de altura marcava uma vitória de 54 x 60 para o Unova Special Team.

A plateia vai à loucura. Todos comemoravam fervorosamente a primeira vitória do nosso time. É extremamente gratificante poder ver quantas pessoas estavam lá torcendo por nós, mesmo em uma competição pequena entre escolas.

A região de Unova possui quatro grandes escolas principais, e todas possuem ótimos times de basquete. Temos a Unova Special School, com o Unova Special Team; a Unova Brains, com os Brains Storms; a Unova Experts, com os Expertos; e a Unova Classroom, com os Unova Class Team.

Essa competição está acontecendo no Unova Gym, o ginásio de competições esportivas de Unova que fica bem no centro do estado, na cidade de Castelia. O torneio está ocupando duas quadras do local, já que dois jogos acontecem ao mesmo tempo. Os dois primeiros jogos foram da Unova Special Team x Unova Class Team e dos Expertos x Brains Storms. Os times vencedores de cada jogo disputarão agora o primeiro lugar, e os perdedores, o terceiro lugar.

Todos nós do UST, comemorávamos e vibrávamos a nossa vitória como uma família comemora o nascimento de um novo integrante. Mas eu estava sentindo falta de algo, alguém que eu ainda não tinha visto ali desde que o jogo terminou.

– GENTE, O HYUU, O CAMISA 25 ESTÁ DES-MAI-A-DO!! – a voz do marcador ecoou pelos ouvidos de todos do time, fazendo com que nos virássemos bruscamente para ver o que tinha acontecido.

Essa não... Hyuu?!

Corri o mais rápido que pude, assim como todos do time fizeram, na direção do jogador que mais se entregou ao jogo, e que também fazia o meu coração bater mais forte.

– Hyuu! O que aconteceu?! O que foi isso do nada?! – o líder Kyouhei disparou na frente.

– C-cala a boca! E m-me ajuda!! – o moreno de cabelos espetados caído no chão reclamou.

– V-você não tem jeito mesmo! – o líder devolveu, ajudando o companheiro a se levantar, passando um dos braços do colega pelo seu pescoço.

– D-deixa que eu também ajudo! – o membro de olhos dourados do time se ofereceu, realizando o mesmo gesto que o líder.

Ambos caminharam carregando-o, cautelosamente, na minha direção.

– Mei – Kyouhei me encarou seriamente – Toma conta desse marrentinho durante o intervalo. Ele não vai querer a nossa ajuda mesmo. Pelo menos a você ele escuta. – ele finalizou me entregando o moreno, que se apoiou em mim da mesma forma que se apoiara neles.

– P-pode deixar, senpai! – afirmei, sentindo minhas bochechas arderem levemente.

Comecei a caminhar cuidadosamente com o Hyuu para fora do campo, levando-o em direção os assentos mais próximos e livres na entrada dos vestiários. Eu teria apenas 15 minutos de intervalo para ajudá-lo.

– Eles são mesmo uns idiotas... – o moreno resmungou entre mancos, lançando uma cuspida ligeira no chão – Deixar um trabalho pesado desses pra uma garota... Só por que eles são uns preguiçosos...

– E-ei, Hyuu! Não diga uma coisa dessas! Eles foram os primeiros a sair correndo para te ajudar! E-e você não é pesado! Eu não me importo de fazer isso! A-afinal, você é o meu parceiro! – comentei, sentindo as minhas bochechas esquentarem.

O Hyuu estava tão perto. Eu conseguia sentir o cheiro da sua respiração e as batidas do seu coração aceleradas após o ritmo frenético do jogo cutucando a minha pele. E calor do seu braço me envolvendo, mesmo que fosse para apoio, só contribuía para que eu ficasse ainda mais nervosa.

Chegando no banco, Hyuu se jogou com força total no assento, dobrando uma de suas pernas para si, segurando o tornozelo com força. Peguei, rapidamente, uma garrafa d’água no frigobar do vestiário e estendi na sua direção:

– Tó! Aproveita e me conta o que aconteceu enquanto você se hidrata um pouco.

Aparentemente, o moreno de olhos vermelhos havia ignorado as minhas palavras, virando a garrafa de uma vez só, deixando escorrer, ao mesmo tempo em que bebia, algumas partes do líquido pelo corpo. Ao terminar, passou raspando uma das mãos sobre a boca, finalizando com um suspiro ofegante:

– O que você quer saber exatamente?

– C-como assim o que eu quero saber, Hyuu? Não é óbvio que eu estou preocupada com o fato de você ter terminado o jogo caído no chão?

– Olha, não importa o que aconteceu lá, o que importa é que eu to b- AAH! – ele exclamou ao agarrar o tornozelo com mais força.

– Acho que o seu tornozelo não está nada bem, Hyuu. – comentei com um pequeno risinho.

– Tá, olha, ok, ok, você venceu. Eu conto o que aconteceu. Mas antes, me passa por favor os panos úmidos dos vestiário, eu to morrendo de calor!

– C-certo! – e lá fui eu, mais uma vez às pressas, buscar o que ele precisava no vestiário. – Tó! – estendi o balde com os panos na sua direção.

– P-pode deixar que eu faço isso. – ele afirmou, ao tirar uma das mãos do tornozelo para pegar um pano – A-AAAH!! – ele esperneou, largando violentamente o pano no chão, e agarrando o tornozelo com força novamente.

– Ai, ai, Hyuu... por quê você tem que ser tão teimoso? Deixa que eu passo os panos em você. Enquanto isso... fala logo o que aconteceu!

– Ok, ok... é... – ele começou um pouco corado – No meio do jogo eu estava correndo tão rápido, que sem querer acabei pisando de mau jeito, meio torto, e torci o pé. Mas eu não queria parar de jogar e nem fazer parecer que eu sou um fracote imprestável por não dar tudo de mim pelo meu time. Depois o Kyouhei ia ficar me enchendo o saco! Então eu simplesmente respirei fundo e segui jogando com o pé ferrado até o final. – ele finalizou ainda mais corado.

– V-v-v-você é m-maluco, Hyuu?! – exclamei com o rosto em chamas – C-c-c-como você pode fazer uma coisa dessas?! Poderia ter ido parar no hospital!

– Ei, ei, calma aí cabeça de bolinhos! Eu estava fazendo isso pensando no nosso time! Você sabe que eles não teriam ganhado sem mim!

– Hunf, metido...

– Sendo metido ou não, é verdade! E você sabe disso! Agora... passa logo os panos em mim, não temos muito tempo até o próximo jogo!

– Como assim próximo jogo?! Você por acaso acha que vai voltar praquele campo com o tornozelo desse jeito?! Não vai mesmo! Eu vou ficar aqui cuidando de você!

– Eu vou sim!! Consegui aguentar até o final desse jogo, por quê não aguentaria mais um?!

– VOCÊ NÃO VAI NÃO!!

– EU VOU SIM!!

– Hunf, marrento... – sussurrei ao virar o rosto para o lado.

– Hunf, cabeça de bolinhos... – ele sussurrou, virando o rosto para a direção oposta.

Assim, quando ele finalmente ficou quieto e desistiu de discutir comigo, pude começar a refrescar o seu corpo com os panos úmidos que eu pegara.

– Ei, aguente firme, isso pode arder um pouco já que você está com alguns arranhões... – murmurei enquanto torcia o excesso de água de um dos panos sobre o balde.

– C-cert- AAAH!! – ele berrou como um filhote de leão.

– H-hyuu, assim não dá! Eu sei que só tem a gente aqui e os outros ainda estão no campo comemorando a nossa vitória, mas se o Kyouhei ouvir você gritando desse jeito ele vai vir aqui nos dar uma bronca!

– E que se foda o Kyouhei! Mas tá bom, tá bom, prometo tentar ficar quieto, só anda logo com isso... – ele resmungou, com as bochechas levemente avermelhadas.

– Hi,hi, certo! – sorri involuntariamente.

Espremi mais uma vez o excesso de água de um dos panos e repousei-o sobre o seu ombro, assim, fui pegando mais panos, espremendo um por um, e descendo pelo seu braço. Por conseguinte, fiz o mesmo em suas pernas, e no fim, passaria de leve o último pano úmido pelo seu rosto.

Poder tocá-lo dessa forma me deixava um pouco encabulada. Por mais que eu soubesse que não estava fazendo nada além do meu trabalho como sua parceira, o meu coração não parava de me perturbar com um furacão de sentimentos.

Seus braços e pernas fortes na medida certa me desnorteavam, o seu cheiro natural misturado com o seu suor conseguia ser gostoso e me provocava um pouco. Seus olhos fechados e prensados, mostrando a sua concentração e esforço para aguentar a dor e não gritar me deixava feliz, já que ele estava fazendo isso simplesmente porque eu pedi. Seu cabelo bagunçado e suado após o jogo, também me atraia, me dando vontade de tocá-lo, espalhando os meus dedos, só para bagunçá-lo mais.

Enquanto eu passava os panos pelo seu corpo, em especial,quando esfreguei cuidadosamente o seu rosto, senti a sua temperatura aumentar e vi o seu rosto corar, assim como o meu.

– E então...? – perguntei ao me recuar um pouco – Se sente mais fresco?

– Um pouco, mas está fazendo efeito... Obrigado... – ele respondeu, abrindo os olhos devagar.

– Que bom! – respondi com um sorriso – Agora vou levar o balde de volta lá pra dentro e... – desviei o olhar para o seu tornozelo machucado – Nada não!

– Hm? – ele estranhou com uma das sobrancelhas arqueadas – Seja lá o que for fazer só volte logo, o intervalo vai acabar daqui há 7 minutos!

– Intervalo do jogo que você não vai participar, não é? Bleh! – me virei antes de entrar no vestiário, fazendo uma careta com a língua.

– Claro que vou, cabeça de bolinhos! – apenas o ouvi resmungar de longe, enquanto eu adentrava o vestiário.

Aproveitei a ocasião não apenas para guardar o balde aonde o encontrei, mas para também pegar o kit de primeiros socorros e convencê-lo de uma vez por todas a me deixar fazer um curativo no seu tornozelo e ficar de fora do próximo jogo.

– Volteeei! – reapareci com um sorriso, escondendo a mala do kit de primeiros socorros o máximo possível atrás de mim.

– Que bom, por que agora eu vou volta lá pro ginásio e- AAAAAH!!!

– Hyuu!! Que teimoso!! Quantas vezes eu vou ter que dizer que você não vai a lugar nenhum?! Você vai ficar sentadinho aí e... Me deixar fazer um curativo em você! – sorri sem graça no final, revelando a existência do kit de primeiros socorros em minhas mãos.

– C-curativo?! – ele exclamou completamente corado – D-de j-jeito n-nenhum!!

– De todo o jeito e maneira, Hyuu! Agora fica quietinho aí! – comentei ao me aproximar dele, apoiando o kit sobre o banco.

– N-n-nã- AAAH!

– Deixa de teimosia, Hyuu!! Já tá enchendo o saco!! Você não percebe que não consegue sequer se mexer sem sentir dor?! Você não vai conseguir fugir, então aceita logo e me deixa fazer esse curativo! – reclamei, ao apoiar as mãos na cintura.

– N-n-ã-AAAAH-o t-toqu-AAAAH-e a-aa-AAAAH-íí!! – ele esperneou, tirando seu pé das minhas mãos quando finalmente havia conseguido tocá-los.

– E-eu só quero tirar o seu tênis!! F-fica quieto!! – exclamei irritada.

– M-ma-AAAAH-s t-t-AAAH-a d-d-doend-AAAH-o!! – ele simplesmente não conseguia parar de gritar.

– Hyuu!! Olha só, fecha os olhos, respira fundo, e se esforça ao máximo pra aguentar a dor que nem você fez antes com os panos molhados, tá legal? Se você me deixar fazer isso logo, vai passar e vai ser melhor pra você!

– N-n-n-unc-AAAAH-a! P-p-porque e-ee-u v-vou jog-AAAH-aaar s-sim!

– Você não vai jogar nã- de repente uma lâmpada iluminada se ascendeu sobre a minha cabeça – Se você ficar enrolando desse jeito, aí que você não vai pro jogo mesmo! Faltam só 5 minutos!

– E-eu não preciso de um curativo para poder voltar a jog-AAAH-rrr!!

Ai,ai... esse Hyuu não tem jeito hein! Parece que vai ser mais difícil do que eu imaginava... Vou ter que apelar pra força!

– Me dá esse seu pé de uma vez!!! – exclamei, ao avançar no seu pé com as duas mãos e retirar o seu sapato.

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!

– Hyuuu, fica quietooo!!! Shhhhh! Vão achar que eu to te matando!! – resmunguei, com o indicador paralelo ao nariz, fazendo um sinal de silêncio.

– M-m-mas você tá me matando!!! – ele devolveu completamente vermelho e ofegante.

– P-pois bem! P-pois muito bem! Quem tá morrendo, não pode jogar, não é mesmo?!

– P-pode sim!!!

– Pode não!! E vê se fica quieto pra acabar logo com isso!!

– NUNCA!

– FICA QUIETO!

– NUNCA!

– FICA QUIETOO!

– N-U-N-C-A, NUNCA!

– Q-U-I-E-T-O, QUIE-

De repente sinto a minha perna falhar e percebo que perdi o equilíbrio, ou acabei tropeçando, com os meus movimentos bruscos a fim de pegá-lo.

Uma sensação quente toma conta do meu corpo, percorrendo a cada milímetro da minha pele em forma de choque. Meu coração acelera involuntariamente e sinto o meu corpo inteiro arder e queimar em chamas. Ao olhar para frente, encontro olhos vermelhos, assim como o resto do rosto a poucos milímetros do meu, completamente arregalados. Consigo sentir a sua respiração quente vindo de encontro ao meu rosto, proporcionando pequenos arrepios na minha pele. Ele estava sentado, paralisado. E eu também. Apoiada com as mãos no banco, cada uma do lado de uma das suas pernas, e com o resto do corpo empinado para trás.

U-u-u-u-u-um b-b-b-b-b-b-b-eijo a-a-a-a-acidenta-a-a-a-al?!?!?!?!?!!?!?

Me afasto dele rapidamente, caindo de joelhos no chão, com o rosto virado para o lado, evitando de fazermos contato visual. Minhas bochechas ainda estavam pegando fogo, e o meu coração estava quase pulando para fora do peito. Eu não podia sequer acreditar no que tinha acabado de acontecer, nem conseguia entender como aquilo aconteceu de repente.

Um silêncio dramático permaneceu entre nós por alguns segundos. Eu precisava fazer alguma coisa, não dava para continuar assim:

– D-desculpa... F-foi um a-acident-

– P-por quê você ta se d-desculpando? S-sua... tonta... – ele balbuciou com a voz trêmula.

– P-p-por quê, e-e-eu t-t-e b-b-b-b-eei-

– I-idai?! – ele me cortou com a voz ainda trêmula – E-e-eu... g-gostei...

Meus olhos arregalam involuntariamente, sinto meu coração começar a bater ainda mais rápido, minha respiração fica ofegante e de repente eu não consigo mais pensar em nada, não consigo raciocinar, a única coisa que fica na minha cabeça é a sua última fala, ecoando sem parar.

“I-idai?! E-e-eu... g-gostei...”

“I-idai?! E-e-eu... g-gostei...”

“I-idai?! E-e-eu... g-gostei...”

– Q-quê?! – solto, sem perceber, em um tom agudo provocado pela minha confusão.

– V-você é i-idiota p-por acaso?! E-eu... g-gosto de você, Mei!

Encarei-o de relance e assim permaneci, paralisada, assim como ele, apenas nos observando, com os rostos completamente vermelhos, sem nem sequer saber o que fazer depois de uma declaração dessas.

Mas dessa vez, foi a vez dele de quebrar o silêncio:

– Tudo bem, você venceu... pode fazer o curativo... eu deixo... – ele suspirou, estendendo cuidadosamente o pé na minha direção.

A única coisa que consegui fazer foi começar a rir.

– D-do q-que você está rindo, h-hein?! – ele indagou nervoso, ficando vermelho novamente.

– Nada não! – respondi, com o sorriso mais cheio que pude dar, enxugando com a ponta do dedo um dos meus olhos.

No fundo, eu estava rindo de felicidade, uma felicidade tão grande, por saber que meu amor era correspondido, que precisei colocá-la para fora em forma de riso e, além disso, pelo fato de ter sido necessário acontecer tudo isso para ele finalmente ceder aos meus cuidados de fazer um curativo.

– Prontinho! – exclamei ao terminar o curativo – Doeu tanto assim por acaso?

– Nem um pouco... Imagina... – ele murmurou sarcástico e completamente pálido.

– Hi, hi, que bom! – comentei.

– WAAAH?! Mas o quê é isso?!?! Você fez um curativo estampado com coelhinhos no meu pé?!?!?! – ele esperneou, ao apontar desesperado para o curativo fofo.

– Hehe, desculpa... acho que eu peguei o kit infantil de primeiros socorros... – respondi sem graça – Mas olha pelo lado bom, não está mais doendo, não é?

Ele tentou se levantar lentamente do banco. Deu passos lentos e delicados, e ao mesmo tempo um grande sorriso se estampou no seu rosto.

– Mei! Como você conseguiu fazer isso?! E-ele está novinho em folha! Agora eu posso até ir lá jogar sem problema nenhum e-

– O quê?! Ir lá jogar?! Você ainda está maluco Hyuu?! O curativo está pressionando o seu tornozelo com força o suficiente para você não sentir dor, mas isso não quer dizer que você possa jogar! Você tem que ficar de repouso! Afinal, já pensou se o curativo se desfaz durante o jogo e você cai no chão de tanta dor?!

– Ei, como você pode me fazer um pedido egoísta desses? – ele resmungou – Agora mesmo é que eu tenho a obrigação de voltar pro jogo! Afinal, você me encheu o saco demais e se esforçou demais para fazer esse curativo em mim! – ele deu uma pausa – Agora... o mínimo que eu posso fazer é... vencer esse jogo por você, Mei! – ele finalizou, olhando fixamente nos meus olhos, fazendo mais uma vez o meu rosto esquentar e o meu coração acelerar.

– Ai meu Arceus! Olha as horas! Já está na hora do jogo! – ele exclamou desesperado e apertando o passo até o ginásio.

Antes que ele pudesse desaparecer do meu campo de visão, decidi tomar coragem para falar:

– Ei, Hyuu!! – ele olhou para trás de relance enquanto corria – E-eu... Vou dançar pra você!!

Ele sorriu abertamente, transparecendo o tom rosado que se formava em suas bochechas:

– Mal posso esperar para ver!!

Eu sorri de volta.

Esses definitivamente... foram os melhores 15 minutos da minha vida!

x-x-x

Ao redor do círculo central estava Kyouhei, o nosso líder, cara a cara com o líder do time adversário, os Brains Storms, e um dos três árbitros segurava a bola entre eles.

O apito soou. A bola foi lançada pelo árbitro até o seu ponto mais alto. Kyouhei consegue dominar a bola.

Em frente à arquibancada do nosso lado do campo, nós as líderes de torcida já começávamos a animar o nosso público e a dar força aos nossos jogadores com a coreografia que tanto ensaiamos.

A música e os gritos da plateia agitada, vindos bem de trás de mim, estavam tão altos que eu nem sequer conseguia ouvir os meus próprios batimentos cardíacos. Mas de uma coisa eu tinha certeza, eles estavam bem rápidos, principalmente depois de ver o moreno dos cabelos espetados olhando e sorrindo de relance para mim.

Assistindo de longe, o potencial dos dois times parecia bastante equilibrado, definitivamente seria uma disputa bem acirrada. Não só no campo, como também na torcida. A dança, o rebolado e a animação das líderes de torcida dos Brains Storms também estava equiparável com a nossa, com movimentos diversificados e uma torcida agitada.

Durante o jogo inteiro, por mais que eu estivesse com o meu foco na dança e na torcida, eu não conseguia tirar os olhos do Hyuu. Eu estava extremamente preocupada com o seu tornozelo. Que por falar nele, até que estava servindo como um bom distrativo para os outros jogadores, por conta do seu curativo um tanto peculiar, hehe.

Por mais que os adversários aparentassem fazer algumas piadinhas a respeito do seu curativo de coelhinhos, Hyuu não se deixava abater. Ele estava bem focado e sempre pronto para o ataque. Ainda não conseguia acreditar que eu estava sendo uma das causas dessa determinação toda~!!

Sempre que um dos times fazia uma cesta, principalmente as que valiam 3 pontos, era uma gritaria só, em ambos os lados do ginásio, as que comemoravam e as que vaiavam. Esses momentos eram decisivos para nós que liderávamos a torcida, tínhamos que nos manter atentas para animar ainda mais o nosso público nessas ocasiões.

Os momentos de “briga” pela posse de uma cesta eram ainda mais agitados, os dois adversários se controlavam muito para não pular um no outro, mas dava para perceber que eles conseguiam se agredir apenas por olhares. Costumamos a cantar nesses momentos o nosso grito de guerra, que apesar de bobinho é bem divertido:

“Nem Brains, nem Storms, nossa escola vai vencer!
Nem Brains, nem Storms, a vitória vamos ter!”

Além disso, sempre que eu e o Hyuu tínhamos oportunidade nossos olhares acabavam se encontrando, o que me desnorteava um pouco. Eu tinha que tomar cuidado para não errar a coreografia, assim como ele quase levava um tombo toda vez que me olhava. Nós realmente estávamos em sintonia.

– Ei, Mei!! Presta atenção!! O que está havendo?! Você está ficando fora de ritmo de vez em quando!! – ouço a voz de uma das minhas companheiras sussurrando no meu ouvido.

– A-ah! N-não é nada Crys! – me assusto, um pouco envergonhada.

– Não parece ser nada! Você está bem distraída! – ela continuou – Por acaso aconteceu alguma coisa entre você e o Hyuu...? Porque sabe... a senhora não tira os olhos dele por um segundo sequer! – ela completou em um tom malicioso.

– N-não! – exclamei sentindo o meu rosto queimar. Estava tão na cara assim??

Eu acho que é óbvio que nem eu e nem ele poderíamos estar nos sentindo e agindo completamente normais depois de tudo o que aconteceu no intervalo. Foi tudo tão rápido! Eu mesma ainda não acredito que tudo isso aconteceu! Estou demorando para processar tanta informação...

Mas... eu ao menos gostaria de ter tido coragem para dar uma resposta pra ele... Será que ele conseguiu perceber que eu correspondo aos seus sentimentos...?

– ATENÇÃO UNOVIANOS! A PARTIDA ESTÁ ACIRRADÍÍÍÍÍÍSSIMA! E QUEM DOMINA A BOLA, NOS ÚLTIMOS MINUTOS DE JOGO, É ELE, HYUU, O CAMISA 25 DO UNOVA SPECIAL TEAM! – exclamou o narrador, me chamando para a realidade.

O quê?! Últimos minutos do jogo?! Como assim passou tão rápido?! E-e-eu m-me distrai tanto assim?!

Desvio o meu olhar para o placar violentamente. Ele realmente estava marcando um empate de 52 x 52, e o relógio marcava apenas mais 10 minutos de jogo. Todos os jogadores estavam marcando o Hyuu, que parecia estar quase sem fôlego, correndo e dando tudo de si pela posse da bola.

E-essa não... s-será que ele vai conseguir?

– E-ei, Crys! – chamo atenção da minha companheira de cabelos azuis enquanto dançamos – É impressão minha ou um daqueles Brains Storms está tentando p-pisar no c-curativo do Hyuu??

– Não é impressão não, ele está realmente tentando fazer isso! – ela respondeu.

– M-mas, i-isso não é falta?!

– Se ele machucar o Hyuu é sim. Enquanto ele não fizer isso, não. E eu acho bom que o Hyuu faça essa cesta logo, uma falta iria aumentar ainda mais o tempo de jogo, e eu não aguento mais dançar aqui!!

E-essa não!! O Hyuu não pode sofrer uma falta...! Ainda mais no pé machucado dele!! E-eu preciso fazer alguma coisa!!

Pensa Mei!

Pensa Mei!

Pensa Mei!

A-ah! – sinto as minhas bochechas arderem, mas era a única coisa que eu podia fazer para ajudar:

– V-VAAAAAAAAAAAAAI, HYUUUUUUUUUUUUU!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! – paro de dançar e exclamo com toda a força e o ar dos meus pulmões.

Percebo, então, que o moreno me escutou, arregalando levemente os olhos, e transparecendo um tom avermelhado em suas bochechas, fazendo o meu coração acelerar.

Rapidamente, ele reage, dando um salto, para se livrar das marcações, e finalizando a sua jogada, e o jogo, com uma enterrada bem bonita da bola na cesta.

– E OS CAMPEÕES DO CAMPEONATO ENTRE AS ESCOLAS DE UNOVA É O UNOVA SPECIAL TEAM REPRESENTANDO A UNOVA SPECIAL SCHOOL!!!!! – grita o narrador no microfone, sem dó nem piedade.

– Mandou bem, Meeeei!!! – Crys exclama ao me presentear com um grande abraço.

O nosso lado da arquibancada vai à loucura, e os nossos meninos também, que começaram a vibrar e a ir até o Hyuu para abraçá-lo e parabenizá-lo pela jogada final que garantiu a nossa vitória.

Dava para ver o rostinho dele de felicidade por estar sendo o centro das atenções. Principalmente depois de ter sido parabenizado pelo Kyouhei, e receber uma medalha de ouro do mesmo, assim como todos os outros meninos do nosso time.

E foi então que nossos olhares se cruzaram de novo.

– Olha, parece que tem alguém ali querendo falar com você! – Crystal brincou maliciosamente ao me dar um empurrãozinho.

– C-crys! – reclamo envergonhada.

Erm.

Bem na minha frente estava ele. O moreno dos cabelos espetados, com os seus olhos tão vermelhos quanto a cor das suas bochechas. Com o cabelo bagunçado, e a pele encharcada pelo seu suor, que exalava mais uma vez o cheiro levemente provocante de mais cedo.

– Oi... – ele murmurou encabulado.

– O-oi! – balbuciei nervosa sem conseguir encará-lo.

– Tó!

– Uh? – me assustei ao perceber que ele jogou algo em mim.

Era a sua medalha de ouro. Que cintilava e brilhava sobre o meu peito, reluzindo o número 1 em relevo, com as siglas UST embaixo.

– O-oque está fazendo?? – perguntei, ainda corada, sem entender nada.

– É p-pra você s-sua tonta! – ele balbuciou, extremamente vermelho – Eu falei que ia vencer o jogo por você... E-e eu venci...

– É-é-é mesmo! O-obrigada, v-você falou e conseguiu! – comentei muito feliz e sem jeito ao segurar a medalha – E e-eu também disse que dançaria p-por você! E... eu dancei, tá? – finalizei quase explodindo de tanto calor.

– E-eu vi! E... você estava ótima Mei! F-foi incrível! – ele comentou, sem conseguir me encarar nos olhos.

– O-obrigada!! – dei uma pausa, sentindo meu rosto esquentar ainda mais – E-erm... Hyuu!!

– S-sim?

Vai Mei, é agora. Você precisa dizer!

– E-e-eu........... g-gostei muito do que a-a-aconteceu mais cedo..................... E-e-eu t-também gosto muito de você, sabia?! – exclamei, fitando o chão e tremendo de nervoso pelo o que acabava de dizer. Meu coração estava quase pulando pela boca e acertando a cara dele.

A onda de silêncio mais uma vez tomou conta do ar.

Até que...

– N-n-n-n-n-a-a-a-a....

– Huh? – resmunguei confusa, ao fitar o seu rosto prestes a explodir em vermelhidão.

– N-n-n-n-n-a-a-a-a-a-m-m-m-m-m-m-o-o-o-o...

– Uh? O que foi, Hyu-

– N-N-NAMORE C-C-COMIGO!!!

– Waa.. wa.... S-SIM!! – exclamei, sorrindo completamente sem jeito e quase derretendo de tanto calor.

– Ó-ótimo! E-então a-agora n-nós somos n-namorado e-e n-namorada!

– C-certo!

Ele sorriu aliviado.

Eu sorri de volta.

E que aqueles 15 minutos de mais cedo possam se multiplicar por quinzenas, meses, anos... para sempre!

Eu te amo, Hyuu.

Obrigada.

FIM do extra 15 minutos.


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Notas finais do capítulo

Se você leu o capítulo até aqui, muito obrigada! E por favor, não se esqueça de comentar, a sua opinião é muito importante pra mim! ♥
P.S: Continuem acompanhando a fic, não vão se arrepender!! ♥ ♥ ♥



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