Felizes... para sempre? escrita por Enthralling Books


Capítulo 27
O reino antes dos interesses pessoais




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— Capturaram Clarkson. Ele está preso, Maxon. Acabou o pesadelo.

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Maxon ficou estático por dois segundos. Depois abriu os braços para me receber e eu não hesitei em ir até ele, esboçando minha primeira reação depois de horas. Ainda consegui ouvir um suspiro aliviado de Lucy atrás de mim, sem saber se seu alívio era maior pelo conteúdo da notícia ou pelo bem estar do porta-voz, apesar de eu desconfiar que fosse a segunda opção.

Maxon e eu ficamos fortemente abraçados por um longo tempo. Eu estava com meu rosto escondido em seu peito e ele como o queixo apoiado na minha cabeça. Ali, no conforto dos seus braços, me permiti chorar de novo, lamentando não apenas a morte do meu irmão, mas tudo de ruim que tivemos que passar para enfim chegar aonde chegamos. Juntos, com nossa filha, com nosso reino de volta.

— Chora, amor. Faz bem chorar.

Não percebi que estava soluçando alto, até que Maxon me pegou no colo e me levou ao sofá, onde ficamos abraçados até que eu me acalmasse. Então olhei para meu noivo, levei minhas mãos ao seu rosto, acariciando-o, e finalmente me dei conta de que não era apenas eu que precisava dele agora, talvez ele também precisasse de mim.

— Como você está? – Perguntei.

Maxon pareceu pensar na resposta.

— Sinceramente? Neste momento, nada parece real para mim. Sinto como se fosse acordar amanhã e tudo não passará de um pesadelo. – Ele suspirou pesadamente e me encarou – Vi e fiz tanta coisa, tanta gente morreu e... Eu não sei.

— Seu pai está preso, Max. O que... Como se sente?

— Aliviado. – Uma sombra passou por seus olhos de repente e eu fiquei surpresa com sua reação – Aquele homem não é meu pai, Ames. Sabe? Eu me lembro de cada palavra sua no dia em que foi deposta. Elas atormentaram muitos pesadelos meus. Mas você tinha razão em uma coisa: família não renega. Eu cometi um erro no passado, mas vivo para consertar isso. Estou aqui com você agora e isso é o que importa. Mas Clarkson? Eu nunca fui o filho dele, Ames. Só o herdeiro. E o fato de não ser o que ele queria que eu fosse foi o que me causou tantas cicatrizes. Ele nunca me aceitou por quem eu era; só pensava na visão dele do que era melhor para Illéa. Fui renegado durante toda a minha vida sem me dar conta. Ele não é minha família. Nunca foi.

Fiquei sem saber o que dizer por um momento depois disso, apenas olhei em seus olhos, vendo toda a sinceridade contida neles.

— Não sei o que faria se fosse eu na posição de Amberly. Apesar de tudo, ela o ama.

Ele suspirou, cansado.

— Ames, você sabe o que acontece agora, não sabe?

— Sim. Clarkson vai a julgamento. – Sendo muito otimista. É claro que Clarkson seria condenado.

— E vai ser condenado. – Maxon traduziu o que ambos sabíamos em palavras - Não posso fingir que isso não está acontecendo. Vou ter que sentenciar à morte o homem que chamei de pai.

Não havia como negar ou suavizar a situação. Maxon mandaria matar o pai. Sem alternativas. Sem saber o que fazer, eu apenas segurei sua mão, tentando mostrar que, independente de como as coisas seriam, estaríamos juntos dali para frente, como sempre deveríamos ter estado. Maxon apertou minha mão, ao mesmo tempo me passando forças e recebendo forças.

— Vamos, precisamos dormir um pouco. Mais tarde o dia será longo e cansativo.

Assenti, levantando do sofá. Maxon também se levantou e passou o braço sobre o meu ombro, levando-me junto com ele ao nosso quarto.

Antes de chegarmos ao nosso quarto, no entanto, Maxon entrou no quarto que Nicole dividia com Evans, aproximou-se da nossa filha e depositou um beijo em sua testa, ajeitando sua coberta logo em seguida. Foi até Evans e ajeitou suas cobertas também, acariciando com cuidado o cabelo do menino. Maxon ainda os olhou mais uma vez antes de sair do quarto e vir até mim.

Caminhamos em silêncio até o nosso quarto e Maxon dirigiu-se para o closet, voltando, instantes depois, vestindo apenas a calça já sem o coldre e segurando uma toalha e a calça de moletom que ele costuma usar para dormir.

— Será que a digníssima Lady America aceitaria acompanhar este mero mortal até a banheira do recinto adjacente?

Esbocei o primeiro sorriso do dia, sabendo que, enquanto ainda conseguíssemos brincar um com o outro, ficaríamos bem.

— Eu acho que posso fazer esse esforço.

...

— Vamos, Nicole. Terminou de arrumar suas malas? – Perguntei, abrindo a porta do quarto dela.

— Acabei. Só não estou conseguindo fechar, mãe. – Aproximei-me da cama, para ajudá-la. Nicole se sentou em cima da mala como sempre fazia quando viajávamos para a Inglaterra e eu puxei o zíper.

— Pronto. Veja se não esqueceu nada, mocinha, porque não vamos conseguir vir aqui por um tempo. Espero que esteja preparada para assumir suas funções, princesa. – Disse de forma amável e Nicole enrolou a ponta do cabelo, num sinal claro de nervosismo.

— Eu acho que estou. – Sussurrou.

— Não é nenhum crime sentir medo, sabia? – Sentei-me ao lado dela e ela apenas assentiu, olhando para baixo.

— Cadê o meu pai? – Perguntou, de repente, e mudando de assunto.

— Já foi ao palácio e está nos esperando lá. Na verdade, já estamos atrasadas, então, se apresse. – Depositei um beijo em sua testa e peguei sua mala, levando junto comigo para o andar de baixo.

Encontrei Gerad e Lucy me esperando na sala para irmos juntos ao palácio. Aspen estava com Maxon cuidando de todos os assuntos referentes a Clarkson e aos governadores aliados a ele, enquanto Avery tinha voltado para a Mansão Singer, para organizar o retorno dos soldados restantes, das criadas, das crianças e de todos os outros funcionários aliados à nossa causa.

Jenna e Matthew também ficariam por um tempo no palácio conosco, mas eles iriam com os outros.  Jenna é uma boa mulher e, ao que parece, anda amolecendo o coração de Avery bem rápido. É claro que, se alguém perguntar, ele vai negar.

— Onde está o Evans?

— Com Matthew, lá fora. – Lucy respondeu – E Nicole?

— Conferindo se esqueceu alguma coisa.

Minutos depois, já estávamos os cinco dentro do carro, cada um perdido em seus próprios pensamentos, todos de preto, em honra aos que perdemos.

Ao chegarmos, nos deparamos com um grande número de repórteres nos portões do palácio, por quem passamos à luz de flashes e de muitas perguntas, que não foram respondidas. Ao entrarmos, Amberly já nos esperava visivelmente abatida pelo que aconteceu, mas com um pequeno brilho nos olhos por nosso reencontro e por finalmente “conhecer” a neta.

Corri em sua direção, sendo recebida com um abraço apertado, cheio de saudade.

— Minha filha querida! Estou tão contente em vê-la aqui de novo! – Disse emocionada, enquanto acariciava meu rosto, recordando meus traços.

— E eu de estar aqui, mãe. Senti tanto a sua falta. – Disse com a voz embargada, recebendo um sorriso dela – Acho que devo te apresentar a uma pessoa.

— Oh! – Os olhos dela brilharam em expectativa, enquanto eu chegava para o lado.

— Amberly, esta é sua neta Nicole. Nicole, esta é sua...

— Vovó! – E correu para abraçá-la também, o que fez Amberly chorar.

— ...avó. – completei desnecessariamente.

Maxon me abraçou por trás, surpreendendo-me, e apoiou o queixo em meu ombro.

— Por que minha mãe pode chamá-la de querida e eu não? – Sussurrou, fazendo-me sorrir.

Maxon me virou em seus braços, depositando um beijo casto em meus lábios.

— Bem-vinda de volta, meu amor.

Ficamos abraçados por um tempo, aproveitando nosso momento, até que Maxon reassumiu sua postura de rei.

— Mãe, teremos uma reunião do Conselho em dez minutos. A senhora pretende participar?

Vi uma sombra nublar seus olhos. É claro que ela sabia do que se tratava essa reunião.

— Não desta vez, querido.

Maxon assentiu.

— Pode, por favor, acomodar Gerad, Lucy e as crianças?

— Sim, é claro. Por favor, venham por aqui.

Enquanto eles saíam vi Nicole voltar e abraçar Maxon, que deu um beijo singelo em sua cabeça.

— Vá com a sua vó, filha. Tenho que conversar com a sua mãe.

Nicole apenas assentiu e seguiu em direção aos outros.

— Reunião com o Conselho? – Perguntei, assim que Nicole sumiu da minha linha de visão.

— Sim. Precisamos decidir o que fazer com Clarkson. Você vem comigo?

— Eu posso? Não sou rainha, Maxon. Não tenho nenhum direito a estar numa Reunião do Conselho, sabe disso.

— Mas é minha noiva, embaixatriz de Illéa, nobre, futura rainha e, se tudo isso não bastar, é minha convidada também. Preciso de você comigo, Ames.

— Já que é assim, eu vou.

Maxon sorriu, embora seu sorriso não tenha chegado aos olhos. Temo que poucos sorrisos realmente cheguem aos olhos pelos próximos dias pelo menos. Ele segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos, e me puxou em direção à sala em que ocorreria a tal reunião. Antes de entrarmos, o parei e ajeitei sua coroa, tentando lhe oferecer um sorriso confortador.

Ele voltou a segurar minha mão, respirou fundo e então entramos na sala juntos e de cabeça erguida. Todos se levantaram e reverenciaram seu rei. Maxon e eu nos dirigimos às cadeiras no tablado, ele no centro e eu ao seu lado direito.

— Senhores, declaro aberta esta reunião. – A voz do meu noivo soou alta e imperiosa.

— Majestade, se me permite, gostaria de expressar minha alegria em ter Vossa Majestade, Lady America, de volta. – Disse Lord Addae, olhando diretamente para mim com um sorriso quase paternal.

— E eu estou alegre por estar de volta, Lord Addae, obrigada. Mas não sou Vossa Majestade. – Olhei para Maxon e sorri brevemente antes de completar – Ainda não.

— Perdoe-me, milady, pode não ter sido a rainha consorte de Illéa durante os últimos anos, mas o foi no coração de todos.

Soltei um sorriso cansado.

— Se tivesse sido como diz, não estaríamos aqui hoje, não é mesmo? Não estaríamos todos de luto.

Todos ficaram em silencio diante do meu breve argumento, mas Maxon tomou a palavra para si, desviando daquele assunto por hora.

— Senhores, Lady America fará parte desta reunião conosco. Desta e de todas as outras que assim desejar. Confio que estejam todos de acordo – Maxon olhou para todos eles, buscando alguma reprovação às suas palavras, que não encontrou – Bom, acredito que todos saibam o motivo de estarmos aqui.

— Sim, majestade. Estamos aqui para resolvermos o que será feito a Clarkson – Disse Lord Yukon.

— Não. – Disse e todos olharam para mim, assustados – Perdão, milorde, mas não é por isso que estamos aqui.

— Não? E por que seria então, majestade?

Ignorei a parte em que ele me chamou de majestade. Vi que seria inútil discutir, eles sempre me chamariam assim. Além disso, em breve eu seria realmente “vossa majestade” de novo.

— Estão aqui apenas para aconselhar o rei. Mas não são os senhores que decidirão. Não é como o problema da sucessão, por exemplo, que deveria ser decidido pela unanimidade do Conselho. O que Clarkson fez foi uma ofensa direta à Monarquia. Por isso, apenas a família real tem o direito de decidir o que será feito. É a lei de Illéa.

— America? – Maxon olhou para mim, confuso.

— Eu já vi acontecer, lembra? Com a Marlee, no dia seguinte à festa de Halloween. O que ela fez ofendeu diretamente ao príncipe. O príncipe deu a sentença. – Vi seu rosto de contorcer em uma careta de desgosto, que ele logo disfarçou. – Quem Clarkson ofendeu? – Perguntei, dirigindo-me aos Conselheiros.

— Ao rei. – Assentiu Lord Yukon.

— Se é assim, temos um problema. – Disse Lord Finley.

— E qual seria? – Addae perguntou, tirando as palavras da minha boca.

— Ora, a opinião pública, é claro. A deposição da rainha e a ida da princesa à Itália já foram golpes muito fortes contra a imagem do rei. Não interessa o que Clarkson fez, o rei não deve julgar o próprio pai.

— E que outra solução há? Ou eu firo a opinião pública ou descumpro a lei e, como devem saber, isso seria um prato cheio para qualquer opositor da Monarquia ou da família real. – Maxon argumentou.  Um silêncio sepulcral assumiu a sala enquanto todos os conselheiros pensavam em uma alternativa.

— Na verdade... – Lord Finley começou, atraindo a atenção de todos e eu inconscientemente temi o que viria a seguir - existe um meio termo.

Maxon inclinou seu corpo para frente, particularmente interessado e sem os receios que eu nutria.

— Qual?

— Clarkson não ofendeu somente ao rei, mas a toda linhagem real de sucessão ao trono.

Maxon franziu o cenho e eu percebi onde aquela conversa nos levaria.

— Está querendo dizer que...? – Meu noivo começou, provavelmente concluindo o mesmo que eu, mas foi interrompido por Lord Finley, que completou:

— Que a princesa Nicole deve julgar Clarkson.

Evidentemente, essa declaração causou choque entre os conselheiros e a primeira a se manifestar fui eu.

— ELA É UMA CRIANÇA! – Vociferei.

— Ela é uma princesa, majestade. E, se bem me lembro, a senhora mesmo mandava vídeos nos atualizando de seus progressos uma vez ao ano.

— Mas... Mas... – Eu não conseguia sequer raciocinar direito, apenas pensava que aquilo não podia estar acontecendo. Não importava onde eu estivesse, parecia que eu nunca seria capaz de proteger minha menina desse universo no qual ela nasceu. Minha pequena princesa jamais conseguiria ser apenas uma criança.

— Mas isso não resolve o problema da opinião pública. – Maxon completou – Eu não posso julgar meu pai, mas minha filha pode jugar o avô? Onde está a lógica nisso, Lord Finley? Não vou permitir que minha filha se submeta a um Julgamento.

— Perdão, majestade, mas a princesa precisa passar por alguma cerimônia que prove sua fidelidade às leis de Illéa, bem como o rei, a rainha e todos os governantes que os antecederam precisaram.

— Por pior que pareça, também creio que é nossa melhor alternativa. – Disse Lord Yukon – Se vossa majestade julgasse o pai, seria a lei, mas então a lei não seria vista com bons olhos; se a rainha America o julgasse, seria ilegal porque a deposição não foi revogada, nem o divórcio, e ainda que tivessem sido revogados, um julgamento por parte de vossa majestade daria a impressão de revanchismo; eu nem mesmo cogito a hipótese de pedir que Lady Amberly faça o julgamento, porque qualquer  um com mais de dois neurônios sabe que ela o ama apesar de tudo e se negaria. A princesa realmente parece a melhor alternativa, majestades. – Começou, então, a contar as vantagens nos dedos – Vossa alteza está em idade de provar sua fidelidade às leis de Illéa, nunca foi oficialmente apresentada aos cidadãos e precisa ser, é a primeira herdeira mulher com chances concretas de subir ao trono, por isso o julgamento de Clarkson a faria parecer forte o suficiente para reinar e precisamos dessa imagem de força se quisermos vencer os preconceitos que enfrentaremos nos próximos anos.

Maxon parecia bastante nervoso. Se havia uma coisa que eu sabia sobre ele, é que detestava se sentir acuado. E, se estava se sentindo assim... Não. Oh não! Se Maxon estava se sentido assim, era porque reconhecia a verdade nas palavras de Lord Yukon. Não queria concordar com ele, mas concordava. E isso estava o dilacerando por dentro.

Uma parte de mim se afundou no meu peito quando eu percebi a gravidade de tudo aquilo. Comecei a compreender o que teríamos que fazer, o que teríamos que aceitar por Illéa. “O reino antes dos interesses pessoais” era a primeira lição que aprendíamos no palácio. Maxon cresceu aprendendo isso e eu aprendia desde que entrara no palácio para a Seleção, há tantos anos.

“O reino antes dos interesses pessoais” era o que tinha separado Maxon e eu e, consequentemente, o que tinha feito eu me mudar para a Itália e minha filha crescer longe do pai. “O reino antes dos interesses pessoais” era altruísta, mas não era perfeito. Podíamos estar cometendo erros sem saber. “O reino antes dos interesses pessoais” poderia traumatizar minha princesinha para sempre. Mas “O reino antes dos interesses pessoais”, eu aprendi, era mais do que uma lição. Era um princípio básico pelo qual todo rei ou rainha deveria agir se não quisesse ver seu reino mergulhado no caos. Não havia escapatória. Se Maxon tivesse irmãos, poderíamos simplesmente renunciar ao trono, mas ele não tinha e, por isso, a renúncia também não era uma alternativa.

— Eu não posso – Maxon murmurou, seus ombros caídos em uma postura derrotada – Não posso permitir que minha filha passe por isso. Eu assumo as consequências, mas eu sou o único quem deve julgar Clarkson. – Disse, olhando para os conselheiros.

Olhei para eles e o que vi me desarmou. Todos eles, sem exceção, sabiam que Maxon enquanto rei estava errado, mesmo que enquanto pai estivesse certo. Nenhum deles queria estar na posição que Maxon e eu estávamos agora, porque nenhum deles saberia o que fazer. Eles estavam ali para ajudar seu rei a cuidar de Illéa, mas não era a filha deles na posição da nossa Nicole.

Respirei fundo, me preparando para o que tinha que ser feito. Meu coração apertado no peito, comprimido ao tamanho de uma noz, enquanto eu focava meus olhos no rei diante de mim, que não queria ser um rei agora, apenas um pai.

— Maxon, eles estão certos. – Eu disse e todos os olhos se voltaram para mim, os de Maxon estavam doloridos, mas não surpresos. Esqueci os conselheiros e falei apenas para meu noivo, mesmo com todos escutando – Nicole é nossa filha e nada é mais difícil para mim do que o que estou dizendo agora, mas... Os filhos e filhas de Illéa são nossos filhos e filhas também. Se cuidarmos de Nicole, o povo pode sofrer com isso, mas se cuidarmos do povo, Nicole terá ao menos a chance de ter um futuro bom para reinar. Ela é tão parecida com você, meu amor. Ela sabe que é uma princesa e sabe que esse é o seu dever, como você sempre soube. Ela sabe que o reino vem antes dos interesses pessoais.

— America, estou pensando em nossa filha, sim, mas no povo também. Como ela reinará sobre eles, se estiver quebrada, traumatizada? É apenas uma criança e dar uma sentença de morte não é o mesmo que estudar mapas e relatórios. Estou de mãos atadas. Não posso permitir algo assim. – Passou as mãos pelo cabelo, nitidamente nervoso.

— Não é fácil para mim também. Tudo o que eu mais quero no mundo é protegê-la e não há nada que eu não faria por ela, você sabe. Mas eu conheço minha filha e sei que, se ela estivesse aqui nessa reunião, ela estaria assustada e com medo, mas seria a princesa que é e aceitaria o seu dever com a cabeça erguida. E nós dois estaríamos assustados também e pensando em agarrá-la e levá-la para longe de tudo isso, mas ao mesmo tempo estaríamos orgulhosos da postura dela, e surpresos com sua maturidade, honestidade e simplicidade, como os pais babões que somos. – Maxon esboçou um sorriso, com os olhos vermelhos, tentando controlar suas lágrimas – Não poderemos protegê-la de tudo sempre. E isso não quer dizer que falhamos, quer dizer que ela está crescendo. Você também tem seus traumas e ainda assim é um bom rei. Nós estaremos aqui por ela, Maxon. E ela sabe disso.

Maxon ainda estava relutante, mas apenas suspirou e disse:

— Tem certeza disso, Ames?

— Não. Mas precisamos disso.

Ele assentiu.

— Se é o que precisa ser feito, será feito. Espero não me arrepender mais uma vez.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Hey, dears!
Não falei com vocês nas notas iniciais para não atrasar mais o capítulo. Mas aqui estamos.
Gente, eu sei que estou em falta com vocês e, bem, vocês sabem o porquê se leram o capítulo anterior. A situação ainda está bastante complicada aqui em casa. Além de tudo o que vocês já sabem, comecei a faculdade no ano passado e eu não tenho tempo nem de respirar direito. Não estudo perto da faculdade, então saio cedo de casa e chego de noite, tenho que fazer trabalhos e estudar mais, além do curso que eu faço no turno da noite. Virei tantas noites para estudar que já perdi a conta. Pensei que conseguiria escrever no trajeto, mas se eu ficar lendo ou escrevendo no transporte público, eu passo mal. Esse capítulo foi quase completamente escrito em movimento e com o meu estômago protestando duramente. Quase vomitei várias vezes para conseguir escrever.
Enfim, estou de férias (Sim, entrei de férias em março. Isso se chama Greve de 2015 nas Federais). Vou aproveitar esse mês que eu tenho livre e terminar minhas fics. Eu tenho duas em curso. FPS eu termino na próxima semana ou, no máximo, na outra. Então agora vai. Vocês vão ter uma maratona de capítulos daqui pra frente. Minha criatividade voltou! Não é incrível? Já escrevi mil palavras do próximo capítulo. Vou tentar postar ainda nesse final de semana, mas tenho uma festa de 15 anos amanhã, então, mais tardar segunda-feira vocês vão me ver de novo. Segurem os corações, porque está acabando.
A minha segunda fic é Another Selection. Vou escrevê-la só quando terminar FPS, porque vou me atrapalhar se quiser escrever as duas rápido. Depois que FPS acabar, vem maratona de AS. AS vai ser uma fic com mais ação, ou seja, bastante desafiadora. Mas agora que minha criatividade voltou, me recuso a deixá-la ir embora de novo.
Depois que FPS e AS acabarem, eu vou voltar a estudar, então não sei como vai ficar minha vida estudando Direito Constitucional, Civil e Penal em um mesmo período, mas estou com a pretensão de escrever uma original. Estou querendo postar aqui no Nyah e no wattpad. Ainda não sei sobre o que vou escrever, mas aviso a vocês quando eu souber.

E por último, mas não menos importante, tenho uma proposta para vocês...
Quem se arrisca a escrever um bônus de FPS? Pode ser um extra de qualquer parte da estória ou uma visão do futuro que vocês querem para nossos personagens... Eu tenho alguns bônus em mente (que também já comecei a escrever) e quem aceitar escrever os bônus de FPS (que serão postados, com os devidos créditos aos autores) vai ganhar os meus bônus de presente por e-mail, além do reconhecimento dos leitores de FPS (as visualisações já estão chegando a QUINZE MIL! Vocês são demais!!!). O que acham?

Quem quiser escrever, mande para o meu e-mail: enthrallingbooks@gmail.com
Beijos e até daqui a alguns dias (dessa vez é pra valer. Eu amo férias!!! Férias com criatividade então? Outro nível).



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