Novos Começos escrita por Tenshikass


Capítulo 16
Capítulo 16 - Hérmia, Helena, Lisandro e Demétrio




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Era sexta-feira de manhã e o tempo estava um pouco chuvoso, acordei com o barulho de pingos d’água e até pensei em não ir ao colégio, mas me lembrei que a lista de nomes dos papéis da peça já estaria no mural àquela manhã. Me levantei preguiçosamente e praticamente me arrastei da cama, olhei o horário no celular e percebi que ainda eram cinco horas, muito cedo — hoje era dia de entrar apenas na segunda aula. Desci as escadas e abri a porta para olhar como estaria a terra do jardim, se a chuva não parasse seria impossível fazer alguma coisa nele no dia seguinte.

— O que é isso? Nem é o dia do carteiro passar... — Havia um envelope dentro de um saco plástico — acredito que para não molhar com a chuva — em cima do tapete da entrada.

O envelope era completamente branco, não tinha nada escrito por fora, não estava endereçado à ninguém. Abri e encontrei mais um bilhete anônimo, escrito com letras feitas de te recortes de jornal.

COMO PODE SER GOSTAR DE ALGUÉM

E ESSE TAL ALGUÉM NÃO SER SEU?

.

YOU UNDERSTAND ME?

DE SEU ADMIRADOR, TALVEZ, SECRETO.

Fechei a porta atrás de mim, era outro trecho da mesma música — música essa que eu devo ter escutado cerca de 20 vezes depois do primeiro bilhete secreto. Porém, tinha um detalhe novo, um ponto final e uma pergunta “você me entende?”, aquilo não fazia parte da música e estava escrito em inglês, como que para eu perceber que era mesmo uma pergunta direta para mim sobre aquele trecho específico. Então seria...

— Eu entendo como é gostar de alguém e não o ter?

Sim, eu entendia, mas isso não queria dizer nada, e daí? A quem isso interessaria? Eu não contei para ninguém sobre o primeiro bilhete, nem sobre ter um admirador — talvez — secreto, passei o dia anterior todo concentrada nas aulas e enterrada na biblioteca, a verdade é que eu ainda não tinha perdoado 100% meus queridos amigos pela história do jantar. Na verdade, nem o Itachi eu vi depois daquela noite, só trocamos mensagens. Mas confesso que neste momento só duas coisas têm preenchido meus pensamentos: será que eu consegui o papel que eu queria na peça, e será que é mesmo o Neji me enviando esses bilhetes?

— O que é isso?  — Enquanto eu estava absorta em pensamentos, nem percebi meu irmão parado na minha frente esticando sua mão para pegar o papel.

— Nada — falei subitamente e escondi o bilhete atrás das costas. — Quer dizer, bom dia pra você também, estranho. É só uma carta de propaganda, não é nada.

— Ah qual é, você ainda vai continuar me chamando assim?

— Desculpe, eu não falo com estranhos. — Passei por ele e tornei a subir as escadas. Ele era com quem eu mais estava chateada — tão pouco havia o desculpado pela cena que fez na frente de todos no dia do teste e ele teve a coragem de aparecer no jantar; ele mais do que ninguém merecia ser tratado como um estranho já que não parecia nem um pouco estar agindo como um irmão mais velho.

...

Saí sozinha para o colégio e decidi que mesmo sendo cedo eu poderia arrumar algo para fazer — investigar a origem dos bilhetes, por exemplo. A chuva tinha cessado e o céu agora estava apenas levemente nublado, as nuvens não pareciam carregadas. Eu estava tão distraída olhando o céu que quando virei uma esquina na metade do caminho, topei em alguém que andava na frente e caí no chão.

— Aiiiiii, me desculpa.

— Você caiu no chão e se desculpou? — Eu nem precisei olhar para cima para saber à quem pertencia àquela voz. — Se machucou? — Ele me ajudou a levantar.

— Acho que não. É que eu me distraí olhando o movimento das nuvens, desculpa por bater em você, Sasuke... — Eu não ergui os olhos para o olhar.

— Não precisa se desculpar, eu é que já estou te devendo desculpas até demais.

Não respondi, eu esperava algo como “Você tem que prestar atenção por onde anda na rua, pode acabar se machucando sério!”, mas recebi aquela frase que soava tão arrependida.

— Que bom que eu te encontrei, toma.

— O que... — Ele ergueu uma sacola diante de mim, então eu o olhei e não sei o porquê, mas senti saudade, percebi que eu sentia saudades dele o tempo todo, até mesmo quando estava com raiva. “ainda falta pelo menos uma hora pra começar a aula, como ele sabia que eu estaria aqui tão cedo?”

— Seu café da manhã. E antes de você recusar — ele falou quando eu fiz menção de abrir a boca para falar — abra.

“como é que ele sabe quando eu não tomo café da manhã?” Eu segurei a sacola e abri. O cheiro vindo dos pequenos pacotes era maravilhoso e tudo estava quente. Tinha um croissant; uma bomba de chocolate; um pão com recheio de doce de leite e polvilhado com açúcar; e um copo fechado com “chocolate quente” escrito na borda.

— Eu sei que você gosta de doces mais do que salgados, então...

— Obrigada, Sasuke, mas você não tem que... “e o que diabos você faz tão cedo aqui???”

— Eu sei que não. Bem, até depois. Leia o cartão — Ele disse e sorriu, saiu andando subitamente, do mesmo jeito que o trombei e do mesmo jeito que surgira aquele café da manhã delicioso. Senti minhas pernas ficarem bambas. “como pode só um sorriso...?”

Voltei os olhos para a sacola e agora percebi que tinha mesmo um cartão, como aqueles em que colocam nos arranjos de flores. Era amarelo e pequeno, abri e encontrei algo escrito com a sua letra também diminuída para caber no papel:

“Sei que vou precisar de mais do que isso, mas aceite como o início das minhas desculpas.

S.U.”

— O.k.a.y...

Aquilo me deixou algo entre o feliz e entre o “é bom mesmo você se desculpar”. Eu já tinha decidido que não cairia mais tão fácil no feitiço “Uchiha Sasuke”, primeiro ele disse não se importar comigo, depois, invadiu meu jantar e disse que tinha mentido, mas nem me deu um bom motivo para tal. Eu não sabia qual era a dele, então não deixaria alguns pães serem um grande evento... “mesmo que eles estejam deliciosos”

...

RESULTADO DAS AUDIÇÕES PARA A PEÇA “SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO”.

NÚCLEO PRINCIPAL

TESEU, duque de Atenas — SABAKU NO GAARA

HIPÓLITA, rainha das amazonas, noiva de Teseu — YAMANAKA INO

EGEU, pai de Hérmia — HARUNO SAGI

OBERON, rei dos elfos — HYUUGA NEJI

TITÂNIA, rainha dos elfos — HYUUGA HINATA

LISANDRO, apaixonado por Hérmia — UCHIHA SASUKE

DEMÉTRIO, apaixonado por Hérmia — UCHIHA ITACHI

HÉRMIA, filha de Egeu, apaixonada por Lisandro — HARUNO SAKURA

HELENA, apaixonada por Demétrio — UZUMAKI KARIN

PUCK, o Bom Robim (espírito travesso) — UZUMAKI NARUTO

NÚCLEO SECUNDÁRIO

FILÓSTRATO, diretor de festas na corte de Teseu — INUZUKA KIBA

QUINCE, carpinteiro (Pai de Tisbe) — AKIMICHI CHOUJI

SNUG, marceneiro (Leão) — AKASUNA NO SASORI

BOTTOM, tecelão (Píramo) — AMEGAKURE KONAN

FLAUTA, remenda-foles (Tisbe) — YAGAKURE HIDAN

SNOUT, caldeireiro (Pai do Píramo) — ROCK LEE

STARVELING, alfaiate (Mãe de Tisbe) — MITSASHI TENTEN

Elfos dos séquitos de Oberon e Titânia (+10 alunos, 5 para cada séquito)

Séquito de Teseu e Hipólita (+5 alunos)

*Os ensaios terão início segunda-feira no prédio do teatro às 15h da tarde.

 

— Não é possível. — Eu não podia acreditar.

— O que foi? Não era o papel que esperava? — Perguntou Neji que estava ao meu lado também checando a lista.

— Bem pior que isso. Eu sou Hérmia, par romântico de Sasuke, noiva prometida de Itachi e melhor amiga de Karin, ex-noiva de Itachi que ainda o ama.

— Nossa, acho que o universo tem um recado pra você. — Ele riu.

— Ah sim, e é “vá se ferrar”. — Suspirei. — Então, você ainda quer me ajudar no jardim amanhã? — Perguntei e automaticamente “Jardim, Jasmim” passou pela minha mente, virei o rosto para o painel e torci para não estar corando.

— Sim, pode ser por volta das nove da manhã?

— Combinado. — Eu respondi e ele simplesmente saiu andando.

Pela manhã quando cheguei no colégio ele já estava lá, era muito cedo e desconfiei se não teria dado tempo de ele ir colocar o bilhete na minha porta, mas aquilo também podia ter sido colocado durante a noite, ou seja, não era bem uma prova madrugar na escola. Não fazia sentido ser ele, tinha que ser só uma coincidência, ele não demonstrava nenhum sinal de interesse, em nada.

— Princesa. Parece que seremos as melhores amigas, hein. — Falou Karin se aproximando de mim enquanto avistava seu nome na lista, senti falta do Jujuba.

— Rainha — respondi e resolvi omitir o Jalapeño — É, parece que sim. — Não pude deixar de reparar que ela estava muito bonita usando o uniforme escolar e seu cabelo ruivo estava preso em um rabo de cavalo alto, ela emanava ser a pessoa mais segura do mundo.

— E olha só quem são os belos cavalheiros do reino — ela riu e me olhou — vão ser dias agitados.

— Pelos deuses... — Sussurrei quando ela se afastou.

...

— Eaí, Sasuke. Tudo certo pro ensaio amanhã? — perguntou Gaara sentando-se ao meu lado na grama.

— Tudo sim, eu ajeitei sua bateria na garagem, mas se quiser mudar o local quando chegar, tudo bem. — Eu estava deitado embaixo de uma das árvores que rodeavam a área das quadras de esporte.

— Tá... E então, seu plano deu certo?

— Você já sabe, né? Até que sim, ela ainda está furiosa com todo mundo, mas me deu algum tempo.

— Tempo?

— Já tenho outra coisa em andamento, é mais pessoal, não quero que ela acabe me matando com os planos malucos do Naruto, então é melhor manter os outros fora disso. — Involuntariamente levei à mão ao peito, onde meu colar estava por baixo da camisa. “vi que ela voltou a usar o dela essa manhã”

— Entendi, boa sorte então.

— Obrigado.

— Uma pena então ela ter dito que não iria assistir o ensaio da banda.

— Daqui uns quinze dias é o equinócio da primavera, aposto que ela vai estar ocupada com o jardim.

— Foi mesmo o que ela disse. — Seu tom me pareceu um pouco surpreso, acho que “equinócio da primavera” foi informação demais vinda de mim.

— E a Ino? — Eu não virei o rosto para mirá-lo, mas senti que ele se remexeu um pouco no lugar.

— O que tem ela?

— Achei que vocês estivessem, sei lá, você sabe.

— Não, quer dizer, passamos bastante tempo juntos, só isso.

— Entendi, boa sorte então. — Repeti o que ele tinha me dito, não recebi resposta, acho que o constrangi.

Retirei meu celular do bolso e desbloqueei a tela, fiquei olhando o contato que dizia “Sa/Rosinha” por um tempo, então mandei uma mensagem.

...

— Acho que não tinha coincidência maior pra acontecer. — disse Hinata enquanto trançava o próprio cabelo.

— É, parece até armação de vocês.

— Você sabe que não teria como. — Ela corou, Hinata era o elo mais fraco do complô dos meus ami-nimigos — como os batizei —, mesmo assim ela não revelara nada.

— Sei. Aqui, qual é a do seu primo Neji? — Tentei parecer menos interessada do que realmente estava.

— O que quer dizer?

— Ah, é porque ele de repente vai ir lá em casa ficar cheio de terra. “e acho que ele é o meu admirador, talvez, secreto” — Achei melhor não mencionar nada dos bilhetes, se eles estivessem por detrás daquilo também, eu não daria o gostinho de saberem que eu estava interessada.

— Ah, é. — ela sorriu — Sei que pareceu repentino, mas ele tem mesmo se interessado por isso, eu só não sei o porquê.

— Entendi... — O celular vibrou no meu bolso e quando eu o peguei havia uma notificação de mensagem de Sasuke na tela.

“12h20 p.m. de Sasu

Acho que somos oficialmente um par agora.

Ass.: Sempre seu, Lisandro.”

Por um momento eu corei tanto que quase me esqueci que ele estava falando da peça, torci para a Hinata não estar prestando atenção no meu mini surto particular — eu não conseguia parar de olhar a tela e sorrir. Então respondi.

“12h22 p.m. de Sa/Rosinha

Parece que sim, oficialmente.

Ass.: Sempre sua, Hérmia.”

“sempre sua” depois de apertar o botão enviar foi caindo a ficha... meu coração parecia que sairia pela boca, eu pensei em apenas devolver a mensagem do mesmo jeito que ele a mandou, mas me dei conta do quanto eu queria que fosse muito mais além do que só teatro, e de que eu tinha acabado de flertar diretamente pela primeira vez com Sasuke, ele sabendo disso ou não. “parabéns, senhora não vou cair no feitiço e blá blá blá”

— Olá meninas lindas. — Eu tinha acabado de enviar a resposta e não pensei duas vezes antes de enfiar o celular de volta no bolso fingindo que tudo não passou de um delírio.

— Oiii, Itachi. — Coloquei muitos “is” no “oi” para tentar disfarçar meu nervosismo, como se eu tivesse acabado de esconder um corpo e não só mandado uma mensagem. Eu ainda acreditava que Itachi era dono de passagens secretas pela escola, ou que ele sempre sentia quando eu estava fora do meu normal por causa do seu irmão.

— Olá. — Hinata respondeu e corou um pouco, acho que era impossível não enrubescer com ele te chamando de linda.

— Difícil de achar você, hein? — Ele disse enquanto se sentava ao meu lado no banco.

— Estamos na escola, tipo, estudando em salas diferentes, deve ser por isso, né? — brinquei, agora ficando quase em estado normal.

— Aiii, você é cheia de respostas assim né? — ele se fingiu de magoado, mas sorria. — E é por isso que temos que nos ver mais fora da escola, até porque somos um tipo de par na peça, não é? — Ele tocou meu cabelo.

— Pois é, curioso né? — Eu corei me lembrando da mensagem, então comecei a rir nervosamente.

— Achei que seu par fosse o Sasuke. — Hinata disparou e logo se arrependeu quando eu a mirei.

— Também, quer dizer — me corrigi depressa — é Lisandro quem Hérmia realmente ama. — Não melhorei em nada a correção. “vou te matar, Hinata!”

— Apenas um detalhe infeliz na peça. — Itachi rebateu e não pareceu que estava falando de teatro.

— É mesmo... — Hinata quase sussurrou, ela estava fugindo do meu olhar assassino.

— Mas e então, quando te vejo de novo?

— Bem, talvez você não veja por causa do seu trabalho, mas tem uma coisa que eu quero te pedir, é pra esse domingo. — Falei e me levantei por motivos de não querer minha vida sendo um telefone sem fio entre os meus ami-nimigos, Itachi percebendo que eu não continuaria a frase se levantou e me acompanhou, antes de nos afastarmos eu olhei para trás para encarar a Hyuuga com meu melhor olhar de “não venha”.

...

— Eaí, ruivinho.

— Deidara? O que? O que faz aqui?

Deidara era um garoto de 18 anos, cabelos loiros e longos, que estava parte preso, parte solto e com uma franja que caía em apenas um lado do seu rosto cobrindo um dos seus olhos azuis. Ele tinha 1,75m, estava vestindo uma calça jeans preta justa e uma camisa social de manga longas vermelha que estava com quase todos os botões abertos mostrando parte de seu peitoral e abdômen.

— Pensei em dar uma passada e conhecer a prisão, ops, a escola de vocês.

— Assim, sem avisar? — Sasori sentia suas mãos suarem, ele tinha acabado de passar na secretaria para olhar a lista do resultado dos testes de teatro quando avistou o loiro recolhendo um cartão de visitante com um funcionário para entrar.

— Não sabia que tinha que marcar um horário pra ver você.

— Vocês. — Sasori corrigiu nervosamente, mas Deidara apenas sorriu e fingiu não se importar.

— E então, é o intervalo né? Quer me mostrar o lugar? Ah, e por favor, não vamos começar por onde o Hidan esteja. — Deidara pediu e passou o braço por cima do ombro de Sasori o puxando para perto.

— T-Tá. — Foi tudo que o ruivo conseguiu dizer enquanto tentava não demonstrar que estava quase entrando em erupção com o contato do loiro. Era como se Deidara tivesse adivinhado que justo essa semana Itachi descobrira as intenções de Sasori — e esse faria de tudo para não encontrar com o Uchiha também.

— Konan! — Gritou Deidara ao encontrar com a garota de cabelos arroxeados no corredor do terceiro andar do prédio principal. Ele a abraçou e quase a levantou do chão. Logo atrás dela se encontrava um Haruno perplexo com a aparição repentina.

— Deidei! O que faz aqui? Ah faz tanto tempo que eu não te vejo! — disse Konan se afastando um pouco para olhá-lo e depois o abraçando novamente.

— Deidei? — disse Sagi.

— Ah, desculpa, esse é um dos meus amigos, Deidara, na verdade é o único que já se formou, e o que estava faltando pra completar nosso squad.

— Sei, prazer, Deidara, eu sou Sagi. — disse o garoto de cabelos rosa pouco à vontade com tamanha intimidade com qual ela falava dele.

— Prazer... Sagi? Esse não é o cara com quem o Itachi e o Hidan vivem arrumando confusão? — O loiro se virou e olhou para Sasori.

— É, esse sou eu, culpado. — O Haruno respondeu levantando uma das mãos e suspirando.

— Entendi... Fica tranquilo, eu não sou tão agressivo quanto aquele dois, muito menos se você é tão gato assim. — Deidara falou com naturalidade, arrancando uma risada de Konan, um suspiro de Sasori — que já desistira de pedir para ele parar de cantar as pessoas durante o tour — e uma face corada do rosado, que não soube o que dizer.

— E aí está ele — Konan falou por fim. — é melhor eu tirar você daqui antes que ele te arranque um pedaço. Vejo vocês depois! — Falou segurando Sagi pelo braço e o puxando para dentro da sala.

— Possessiva como sempre. — brincou Deidara e então se virou para Sasori. — E então, meu guia, para onde agora?

— Só falta o prédio de teatro, tenta não dar em cima da outra metade do colégio até lá.

— Possessivo.

— Calado.

Tornaram a andar e quanto mais o ruivo tentava acelerar o passo, mais colado nele o abraçando o loiro andava. Sasori já era acostumado ao jeito “grudento” de Deidara, principalmente com ele e Konan, mas desde que começara a se interessar por ele mais do que como um amigo, era difícil ficar tão perto sem que os pensamentos mais eróticos invadissem sua mente.

— E é isso. — disse Sasori quando entraram no prédio do teatro.

— Caralho, é enorme!

— É sim, claro que vazio parece bem maior.

— Qual é mesmo o nome da peça que vocês vão apresentar? — Perguntou Deidara subindo no palco e se virando para olhar Sasori de lá de cima.

— Sonho de uma noite de verão.

— Hm... E qual é o seu?

— O meu o que?

— Seu sonho de uma noite de verão.

“Você” pensou o ruivo, mas não disse.

— Eu não sei.

— Mesmo? — O loiro o analisou por um tempo com uma careta desconfiada, quando Sasori desviou o olhar constrangido, ele soltou uma risadinha e completou — Então tudo bem se for em uma noite de primavera?

— Oi?

— O sonho. Podemos achar um pra você daqui uma semanas, o que me diz?

— Isso é um convite...? — Sasori engoliu em seco.

— Sim, faz tempo que não fazemos nada juntos, vamos começar a trabalhar com o Itachi, então eu acho que vamos ter que esperar, mas daqui algumas semanas podemos pegar um final de semana livre.

— Tudo bem, pode ser, eu aviso a Konan. — O ruivo falou automaticamente, era natural que sempre saíssem todos juntos, embora ele e Konan fossem os únicos a ficar segurando vela depois. Sasori se virou de costas para indicar que já era hora de saírem.

— Não, só nós dois. — Deidara saltou do palco e disse aos pés do ouvido do ruivo, enquanto o tinha parado com um abraço pelas costas, sua voz soava calma e tentadora. — O.k.?

Um milhão de coisas passavam pela cabeça e corpo de Akasuna, mas ele podia deixar para pensar e senti-las depois.

— Ok. — respondeu reunindo todas as suas forças.

— Que ótimo! — exclamou Deidara o soltando — Então nos vemos amanhã na oficina, não esquenta, eu sei o caminho de volta, diz pros meninos que passei por aqui e mandei um “oi cretinos!”. — Ele disse e foi saindo do prédio deixando para trás um Sasori surpreso e excitado. Naquele momento ele nem precisava esperar pela primavera ou o verão para se sentir um em sonho.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler ♥



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