...

— Alguns de vocês eu já tive o prazer de ver hoje, outros não. Então, boa tarde a todos. — Disse o professor Jiraiya que estava ao lado do professor Kakashi e da diretora Tsunade, os três seriam os selecionadores na banca de audição.

— Temos aqui alunos de algumas das turmas de último ano que se inscreveram para atuar na peça. Os testes se dividiram em dois dias, como vocês já sabem, e na sexta-feira estará fixado no mural da secretaria os resultados. Os ensaios oficiais já começam na próxima segunda-feira. Certo? — Disse Kakashi.

— Sim. — Todos responderam.

— Bem, boa sorte a todos vocês, vamos começar. — Encerrou Tsunade.

Pela quantidade de alunos, o teste foi reduzido a apresentação de apenas uma cena ou fala do personagem pretendido, para conseguirem ganhar tempo e todos terem a mesma chance de conseguir seus papéis almejados. Os alunos se sentaram na arquibancada e aos poucos conforme iam sendo chamados, subiam ao palco.

— “Não, bom Lisandro; não digais tal coisa. Somente porque a Hérmia amar ele ousa? Ela vos tem amor; ficai contente.” — Konan tremia um pouco, estava nervosa na frente de todos, mas conseguiu recitar sua fala sem errar. Assim que acabou saiu depressa do palco e ao atravessar a porta de saída do teatro soltou o ar pesadamente, estava com as bochechas vermelhas, parecia que acabara de nadar um quilometro no mar até a praia e ansiava por tomar fôlego.

— Obrigado. Próximo, Uchiha Itachi. — Chamou Jiraiya.

— “Ó Helena, deusa, ninfa sublimada, que há de mais fascinante que a alvorada desses olhos tão lindos? Tosco e baço é o cristal junto deles; um pedaço de cereja esses lábios tentadores que a toda hora me falam só de amores.” — Quando o Uchiha mais velho terminou, a arquibancada que esteve totalmente em silêncio começou a soltar alguns burburinhos de surpresa. Sua presença no palco tinha sido dominante, ele mirava o tempo todo a Haruno que estava sentada na terceira fileira próxima ao palco, esta estava tão excitada pela performance que de súbito chegou a se levantar quando ele concluiu e voltou a se sentar na mesma velocidade, envergonhada. Algumas pessoas sentadas por perto, incluindo Karin, Ino e Naruto, soltaram uma risada baixa, exceto Sasuke que apenas se remexeu inquieto em seu lugar na fileira bem atrás de Sakura.

— Excelente. Próximo, Naruto Uzumaki.

— “[...] Oh, novidade! Um ensaio teatral! Ótimo. Ouvinte vou ser da peça, e ator, conforme o caso.” — O loiro havia escolhido um dos menores diálogos da peça, e por isso, talvez não tivesse dimensionado a importância do seu personagem para a obra. Naruto sorria um pouco constrangido achando que tinha estragado tudo, todos davam risadinhas pelo teatro, sua apresentação tinha tido uma grande energia extrovertida. Quando ele estava saindo do palco, olhou para o público e viu sua namorada sorrindo e fazendo um sinal de “nice”, com o polegar, em sua direção. Sentiu sua face corar e abriu o maior sorriso que tinha em agradecimento para ela.

— Obrigado. Próxima, Yamanaka Ino.

— “Vossa ousadia aumenta; é uma querela santa e infernal matar o amor com juras. Vossa fé é só de Hérmia; abris mão dela? Vossas juras são falsas e inseguras. [...]” — Ela parecia uma estrela no palco, pode-se ouvir alguns assovios reverberando na plateia e algumas palmas, que logo cessaram com o olhar de reprovação que a diretora lhes lançou virando para trás em sua cadeira. A Yamanaka corou e acenou em direção ao público, nem ela acreditara que se saíra tão bem mesmo não tendo lido a peça por completo. Suspirou aliviada e enquanto ia saindo do palco seu olhar cruzou com o de Gaara, ele foi um dos que a aplaudiu, mas sua expressão não a dizia muita coisa.

— Obrigado. Próxima, Uzumaki Karin.

— “[...] Oh! Por amor de mim, conta-me tudo, que em minha grande dor encontro escudo. De frente a olhá-lo sempre te abstiveste, e, no sono, o mataste? [...]” — Quando a ruiva terminou, Sakura não podia acreditar em duas coisas: Karin era uma ótima atriz e escolhera a mesma personagem que ela, apenas diálogos diferentes. Karin matinha um ar de superioridade no palco e quando notou a rosada olhando em sua direção, lhe deu um sorrisinho cínico que parecia dizer “você não é única”, logo em seguida esticou o pescoço para ver melhor Sasuke que estava logo atrás e lhe direcionou uma piscadela. A Haruno revirou os olhos.

— Muito bom, muito bom mesmo... Próxima, Hyuuga Hinata.

— “Canta outra vez, gentil mortal, te peço. Tua voz os ouvidos me enamora, como o teu corpo os olhos me arrebata. E de tal modo a tua formosura me enleva e me comove, que eu proclamo, sem mais desculpas procurar, que te amo.” — Para a surpresa de muitos que já a conheciam, Hinata não gaguejou e sua postura corporal parecia muito relaxada. Ela ainda estava ansiosa, mas quando subiu ao palco as coisas aconteceram tão naturalmente que ela nem acreditou. Assim que concluiu, foi aplaudida por Sasuke que estava sentado, Naruto, Sakura e Ino que se levantaram e gritavam “Boa, Hina!”, mas apenas por poucos segundos até a diretora gritar para que se calassem e o restante dos alunos no auditório caírem na gargalhada, a Hyuuga enrubesceu e saiu correndo do palco.

— Adolescentes... Foi ótima, querida. Próximo, Uchiha Sasuke, ah irmãos.

— “De um punhado de relva, travesseiro poderemos fazer. O verdadeiro amor nunca divide: uma lealdade, dois corações num leito, sem maldade.” — O garoto de cabelos escuros azulado estava extremamente desconfortável no palco, o que para ele pareceu muito estranho já que era um músico e já tinha se apresentado em pequenos shows com sua banda. Talvez fizesse tempo demais sem pisar em um palco com uma plateia, ou ele não conseguisse focar pois sua mente só conseguia pensar em duas pessoas. Mesmo não sendo do jeito que gostaria e gaguejando no começo, fez sua voz se sobressair e não errou sua fala. Ao sair mirou um olhar frio, quase raivoso para a Haruno e ela corou e abriu um pouco a boca, parecendo confusa sem saber o porquê de estar sendo fuzilada. Ele abaixou a cabeça e se arrependeu de estar sendo tão infantil, mas não conseguia se controlar.

— Um irmão um pouco menos talentoso. — Sussurrou Kakashi para Jiraiya.

— Obrigado. Próxima, Haruno Sakura.

A jovem de cabelos rosa entrou no palco e fechou os olhos, respirou fundo e ao abri-los novamente disparou.

— “[...] Bom Lisandro, não foste ora encontrado com o auxílio da vista. Se ao teu lado me vejo, é que tua voz estremecida de guia me serviu nesta corrida. Por que me abandonaste tão sozinha?” — Ela havia feito uma pequena performance com movimentos corporais, como se incorporasse o personagem e estivesse contracenando com mais uma pessoa no palco. Sua voz assumiu um sotaque um pouco mais antigo se encaixando com o texto clássico e não tinha nenhuma hesitação, apenas a aflição que pedia a cena. Quando terminou, todos aplaudiam e algumas pessoas tinham ficado de pé para tal, como seu irmão, que havia entrado atrasado no teatro pouco antes da apresentação dela começar. A felicidade percorreu por todo o seu corpo, estar de volta aos palcos era extremamente importante para ela. Dessa vez, a diretora se levantou e ameaçou encerrar os testes, mas até o professor Kakashi a estava aplaudindo.

— Perfeita minha querida, perfeita! Próximo, Haruno Sagi, ah, mais um irmão! — Exclamou Jiraiya.

— “Que fizeste? Houve engano manifesto; foi posto o suco em um amante honesto; deixaste falso um fido namorado, sem que o remisso fosse castigado.” — O Haruno tinha uma boa presença de palco natural, recitou a sua fala de forma limpa como se conversasse com um amigo. A energia que colocou na sua performance prendeu a todos, como se subitamente ele pudesse pular do palco e interagir com o público como em um flash mob. Teatro não era bem a sua praia, mas depois de tanto ser usado como “cobaia” para os ensaios da sua irmã mais nova ao longo dos anos, acabou absorvendo muitos conhecimentos úteis para a encenação. Algumas garotas na plateia se empolgaram tanto com a apresentação quanto com a sua beleza e se levantaram para aplaudir e exclamar algumas frases do tipo “É solteiro?”, “Qual o seu telefone?”, à essa altura Tsunade havia afundado um pouco em sua cadeira e se fazia alheia a indisciplina. O rapaz alto de cabelo rosa saiu do palco acenando e sorrindo para as garotas, o que causou um pouco mais de comoção.

Ao longo da tarde outros foram se apresentado e meia-hora antes de bater o sinal de saída os testes se encerraram e recomeçariam no dia seguinte dessa vez a partir do primeiro período pela manhã.

...

— VOCÊS FORAM ÍNCRIVEIS! — Naruto gritou totalmente animado para mim, Ino e Hinata.

— Obrigada, até que você se saiu bem também, maluco. — Agradeci.

— Obrigada, nem acredito que fui tão bem, ou será que foi porque eu sou extremamente linda? — disse Ino, e ela não estava brincando.

— Com certeza a sua beleza conta muito. — Inflei um pouco mais o seu ego.

— A mais surpresa aqui sou eu — falou Hinata — estar no palco foi muito diferente pra mim, minha ansiedade não me dominou.

— Essa é a minha namorada! — Exclamou Naruto, abraçando-a com força a tirando do chão, ela começou a rir.

— E não foi só você que surpreendeu, Hina, eu não esperava que o Itachi fosse tão bom ator. — Falei e logo em seguida me arrependi de estar falando dele assim tão casualmente e com tanta curiosidade na frente deles.

— E parecia que ele estava contracenando com você. — Constatou Ino.

— Parecia mais é que ele ia pular em cima dela. — Naruto falou com um tom de repreensão.

— Nada a ver, gente. É normal achar um foco na plateia para se concentrar quando não se está totalmente seguro. — Eu estava tentando não corar, era óbvio que Itachi estava me provocando e conseguira minha total atenção — a última coisa que ele tinha era insegurança.

— Ah é, então por que você se levantou? — Ino estreitou os olhos e falava rindo. — Pensei que você é que ia pular em cima dele.

— Quem ia pular em cima de quem? — Sagi surgiu atrás de Ino.

— Ninguém, que? — desconversei e Ino riu ainda mais.

— Que o que? O que aconteceu?

— O Itachi passou todo o teste contracenando diretamente com a Princesinha Jujuba. Uau, vocês quase pegaram fogo, hein? Como era mesmo? Lábios tentadores como pedaços de cereja! — A voz da Karin soou atrás de mim, quando me virei ela estava chegando junto com Sasuke, que ainda me olhava com cara de que eu tinha pisado no pé dele.

— Não fala bobagem, Karin! — Respondi rispidamente, mas meu rosto estava vermelho eu podia sentir.

— Aquele metido a Don Juan... — Sagi começou a praguejar.

— Com certeza eu sou o assunto. — Itachi apareceu sorrindo e eu pensei seriamente em sair correndo, mas me contive.

— De onde você sempre sai, hein? E eu já te falei pra ficar longe da minha irmãzinha.

— Você não manda em mim. Nem nela. Eu paro de falar com ela quando e se ela quiser. — Ele chegou mais perto de mim deixando meu irmão inquieto.

— E lá vamos nós de novo, dattebayo.

— Você não tem outra garota pra perseguir não?

— Falou o lobo mau. Como tá indo a caçada com a chapeuzinho roxo?

Sagi segurou Itachi pela camiseta então Naruto interveio.

— Opa, opa, opa, podem parar. Vocês são grandes mesmo hein — disse o loiro que se interpôs entre os dois fazendo Sagi soltar Itachi — Ahn, Sasuke, uma ajudinha aqui.

— Para com isso, irmão. — Sasuke suspirou e colocou a mão no ombro de Itachi e apertou mais do que era necessário. — Já teve confusão demais por hoje.

— O.K. — Itachi levantou as mãos para cima em sinal de rendição, Sasuke tirou sua mão. Sagi se afastou dando um passo para trás, todos relaxaram.

— Fica longe dela. — Meu irmão apontou o dedo na direção de Itachi como uma ameaça.

— Antes, ou depois do jantar de amanhã? — Itachi perguntou debochado e meu coração disparou, todos olharam para mim, Karin soltou uma risada cínica, Ino e Hinata levaram a mão até a boca surpresas e até Naruto me olhou com ar de interrogação.

— A-a-aahn, e-e-eu não... — engoli em seco.

— Como é que é? — Sagi e Sasuke perguntaram juntos.

— Ah é, ela ainda não aceitou meu convite, desculpem, me empolguei. — Ele desconversou com naturalidade. — Vou esperar sua resposta. — Retirou um aparelho do bolso e olhou pra mim daquele jeito cheio de malícia e intensidade, apontou para o celular indicando que esperaria uma mensagem de confirmação. — Até breve, gatinha selvagem.

— Ora, seu filho da p— Sagi avançou para cima de Itachi que apenas saiu andando, Naruto segurou meu irmão para que não fosse atrás dele.

Sasuke, Karin, Ino e Hinata ainda me olhavam, como se esperassem alguma explicação.

— G-Ge-gente, pa-parem de me encarar, okay?

— Não é que você até fica bonitinha quando tá nervosa? — Karin zombou.

— Já chega, o tabasco. Deixa-a em paz. — Ino retrucou e elas se fuzilaram com o olhar.

— É verdade? Você vai jantar com ele? — Sasuke perguntou diretamente e soou um pouco aflito, chamando até a atenção de Naruto e Sagi. Àquela altura eu já não raciocinava direito de tanta vergonha.

— Eu... eu ainda não aceitei.

— Ainda? “então você vai aceitar?!”

— Ele disse que eu poderia pensar até hoje à noite, então... — Desviei o olhar, não conseguia encarar seu olhar de clara reprovação. “por favor, pare...”

— Entendi. — Ele disse e apenas saiu. Karin saiu em silêncio atrás dele. O restante do grupo ficou em silêncio e eu não tinha coragem de erguer o olhar e encarar ninguém, me sentia constrangida pela cena de Itachi e Sagi e confusa pela atitude de Sasuke. Senti meus olhos marejarem, só o que me faltava era começar a chorar.

— Tá tudo bem, Saki. — Naruto me abraçou de frente, fazendo com que eu escondesse meu rosto em seu peito, se alguém poderia prever que eu desabaria ali mesmo, esse alguém era ele. — Ahn, nós vamos tomar alguma coisa, nos vemos no portão de saída daqui a pouco? — Ele falou por fim.

— Tudo bem, eu vou pegar o material de vocês. — disse Hinata. — Cuida dela. — Ela sussurrou para Naruto antes de sair e pude sentir que ele assentiu.

— Sakura... desculpa, eu... — Meu irmão começou a falar mais Ino o interrompeu.

— Vamos indo, Sagi, você precisa esfriar a cabeça. — Ela disse suavemente e o levou pelo braço.

— Já pode mostrar o rosto agora, ‘ttebayo... — Naruto me avisou, mas eu balancei a cabeça negativamente, não estava chorando, mas precisava ficar um pouco mais em um abraço amigo.

Alguns minutos depois estávamos sentados em um banco de um dos corredores externos no andar térreo do prédio principal, em frente a uma máquina de sucos e refrigerantes, cada um com uma Coca-Cola.

— Sinto muito por terem te colocado nesse fogo cruzado.

— Não precisa, eu só não queria que todo mundo ficasse sabendo do jantar daquele jeito...

— Todo mundo, ou o Sasuke?

— Todo mundo... e o Sasuke. — Suspirei. — Você viu o jeito que ele me olhou? O que ele quer afinal? Que eu saiba não temos nada.

— Eu vi... E você vai aceitar?

— Eu não sei...

— Mas você... — Eu sabia o que ele estava querendo perguntar.

— Gosto do Itachi? Hm... Acho que atraída por ele é a melhor resposta... — Corei.

— Hm... Então você não... — Ele coçou a cabeça e me olhou.

— Eu ainda gosto do Sasuke. — Ele me olhou surpreso, era difícil me ouvir admitindo abertamente. — Gosto muito, demais. Mas Naruto... O que ele sente por mim? Eu não sei. Às vezes penso que ele gosta de mim, muitas vezes penso que não... Com o Itachi é diferente, entende? Ele me faz sentir desejada... Pode falar, eu sou uma idiota que não sabe o quer.

— E aí você arranca o meu braço? Não, obrigada! — ele riu e eu ri junto. — Mas é sério, você não é idiota e eu meio que te entendo. É bom quando alguém repara na gente, agora eu sei disso... — ele corou, estava pensando em Hinata. — Faz muito tempo que a sua relação com o Sasuke é complicada... Ter alguém com o objetivo claro interessado em você pode ser mais atraente eu acho.

— Uau. Quer dizer que você só precisava de uma garota na sua vida para ficar inteligente?

— Vocês não me levam a sério mesmo, né? Dattebayo!

— Obrigada, me fez sentir um pouco menos maluca...

— Mas eu ainda sou team sasusaku.

— Team o que?

— Sasusaku, é como Hinata e eu shippamos você e o Sasuke. — Ele ergueu as mãos e uniu os dedos em um formato de coração.

— Vocês são ridículos. — Eu não pude deixar de rir. “sasusaku, é?”

...

— Sasuke! — Chamei quando o vi passar do portão de saída.

— Oi. — Ele disse quando me aproximei.

— Posso te acompanhar até em casa?

— Não. — Fui pega de surpresa, não esperava aquela resposta tão seca, mas ele continuou. — Eu não vou direto pra casa, vou ir ver a Karin. — E isso me pegou ainda mais de surpresa, ele estava dando muita informação sem que eu perguntasse, parecia ser de propósito, me empertiguei.

— Problemas com o carro de novo? — Tentei não parecer furiosa.

— Não.

— Ahn, tudo bem então, deixa pra lá. Tchau. — Eu estava um pouco atordoada, ele continuava com o olhar de repreensão, estava mesmo fazendo de propósito. Quando eu virei as costas e ia começar a andar, ele disse:

— Tenha um bom jantar amanhã. — Sua voz era fria e distante, senti como se a ponta de uma lança envenenada me atingisse pelas costas e eu pudesse sentir o veneno se espalhando pelas minha veias, me virei devagar.

— Eu não...

Antes que eu pudesse falar ele completou:

— Eu não me importo.

O Uchiha saiu andando e me deixou atônita no meio da calçada. Pensei em reagir e segurar o seu braço, mas o meu corpo não se movia, meu coração batia acelerado e tudo parecia estar se distorcendo ao meu redor, suas palavras ecoavam em minha cabeça: “eu não me importo”.

...