The system of factions escrita por Bruh Sevilha


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Gente as notas finais são TOTALMENTE IMPORTANTES!



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O dia seguinte se seguiu muito tranquilo, até a hora do almoço.
Estou sentada com meus amigos inciandos transferidos.

Estamos conversando animadamente sobre cachorros.

— Não, eu não teria cachorros! — protesta Will pela quarta vez.

— Eles só servem para sujar a sua casa e lhe dar mais trabalho. Estudos dizem que...

— Sem essa de estudos dizem. — diz Christina. — O que você diz?

Eles se encaram e Will fica vermelho.

— Bom, eu pensei duas vezes antes de ter um cachorro após o teste de aptidão. — diz Christina. — Não gostei tanto de matar aquele cachorro.

Eu ri apenas para disfarçar a dúvida, já que o cenário do meu teste foi modificado diferentemente dos deles. Talvez seja isto.

— Você teve que matar o cachorro, não é? — pergunta Christina.

Tris hesita antes de responder. Hesita até demais...

Mexo minhas pernas e encosto na dela, com um tom de alerta. Minha perna dói por conta dos arranhões mas ignoro.

— Eu não matei o cachorro. — ela diz finalmente.

— Como não? — pergunta Will desconfiadamente.

— Meu teste... — ela gagueja um pouco, limpa a garganta e continua: — Deu Abnegação.

A primeira palavra que me vem a mente é Divergente. Ela, Tris, é Divergente. Será que eu poderia arriscar contá-la que também sou? Acho que seria arriscado demais. Afinal, por que alguém viria subitamente da Abnegação para a Audácia sem pelo menos um resultado do teste ser Divergente.

Jeanine! Ela deve suspeitar! Tris está em perigo, principalmente no segundo estágio.

Não posso puxá-la para conversar agora, mas ainda hoje, ainda breve preciso alertá-la.

Cameron... Cameron! Ah meu Deus eu preciso vê-lo.

— E por que escolheu a Audácia? — pergunta Will desconfiadamente.

Fico tensa, o que Tris responderá?

— Vocês sabem... O hambúrguer, o bolo... — ela diz descontraída e todos rimos, começando a falar sobre a comida da Audácia.

Após um tempo de conversa, ouço gritos do quais parecem raivosos e não iguais às conversas diárias. Olho ao redor e vejo Zeke segurando Peter pela gola da camisa.

Saio correndo em direção a eles e quando chego perto, Zeke grita:

— Seu filho da puta, você é um covarde! Já parou para pensar em pelo menos uma das coisas que faz!? Repita isso de novo e não sairá vivo. Está me entendendo?

— Zeke! — eu o chamo. — O que é isso?

Ele solta a gola da camisa do Peter violentamente, fazendo-o cambalear. Olha para Peter com o maior ódio estampado no rosto e Peter apenas está paralisado. Depois Zeke me encara seriamente e sai do refeitório como um furacão.

Vejo que Uriah estava em pé perto deles, apenas para evitar grandes problemas, mas o deixou brigar.

Peter me olha e eu o digo:

— Não fale nada! — elevo o tom de voz. — Sai daqui. — eu rujo.

Para minha surpresa, Peter sai. Por mais que com um sorriso de vitória, ele sai.

Encaro Uriah que está observando odiosamente Peter. Me aproximo e pergunto:

— O que aconteceu aqui?

Ele se senta novamente em sua mesa e, por mais que não estivesse silêncio no refeitório, o som das conversas aumenta.
Me sento desajeitada e apressadamente ao lado de Uriah e pergunto novamente:

— O que aconteceu, Uriah?

Ele solta um gemido de raiva com frustração.

— Peter é um idiota. — diz Marlene. — Acho melhor você não saber disso, acredite, não queira saber.

— Oh Deus. — diz Lynn revirando os olhos. — Peter esbarrou em Zeke e disse "Olha só... Zeke, certo?" e Zeke respondeu com os punhos já cerrados "O que é que você quer?" "Nada, que recepção eles tem aqui na Audácia, hein. Uma das transferidas me bate e ainda sou culpado por revidar com apenas uma brincadeira de criança." Zeke estava se controlando para não bater no Peter, até que ele sussurrou audivelmente apenas para eu, Mar, Uriah e Zeke ouvir "Aposto que ela te deu uma boa recompensa depois, não é?". O resto você viu.

Eu a encaro incrédula. Murmuro um 'obrigada' e saio em disparada até a porta.

Esbarro em alguém na porta da saída do refeitório e quando me viro para pedir desculpas, vejo Zeke de braços cruzados encostado na parede com uma perna dobrada, apoiando o pé atrás de si.

— Zeke... — eu começo mas... Não sei por onde começar.

Enterro meu rosto nas mãos suspiro, balanço a cabeça e suspiro novamente.

Posso encará-lo? Não me importo e o encaro.

Sua expressão parece ser paciente mas ao mesmo tempo, parece que pode explodir a qualquer momento.

— Eu também não sei o que dizer. — diz Zeke, com um rubor tomando conta de seu rosto.

— O problema... — eu digo. — Talvez seja eu.

— O que você...

— Sim, sou eu. Já pensou como estaria bem se não houvesse me conhecido? — eu digo com um bolo enorme na garganta, que dói. — Estaria talvez fazendo coisas que membros nascidos da Audácia fazem na iniciação, não precisando socorrer garotas desmaiadas duas vezes em nem cinco dias inteiros. Seria tão mais fácil, não é? Talvez eu devesse me afastar, por que eu dou problemas demais e...

Ele se aproxima muito de mim e me cala com um dedo nos lábios.

Sorri e encosta sua testa na minha. Prendo minha respiração.

Acho que acabei de perder a consciência. Só o que consigo fazer é mandar minhas pernas não cederem, já que estão fraquejando tanto. Eu mexo minhas mãos inquietas com uma vontade incessante e inconsciente de tocá-lo e... Nossa.

Meu coração dá solavancos. Devo estar ficando doente, resfriada talvez. Estou zonza, e ele não diz nem faz nada, só fica com a testa apoiada na minha, sorrindo. Ele para de sorri e diz lentamente ainda com a testa na minha e olhos fechados.

— Talvez se você fosse o problema, eu nunca gostei tanto de ser problemático.

Um grunhido de frustração baixo escapa da minha garganta. Abro os olhos e o encaro. Seus olhos cor de mel estão lá, me encarando. Uma energia estranha toma conta de mim e eu não me movi um músculo.

Eu estou com uma vontade, uma ansiedade mas não a encontro.

Tenho vontade de beijá-lo.

Não. Não posso.

Zeke é meu amigo, imagine como seria se apenas por vontade eu o beijasse. Ele agiria estranho e será que nossa amizade seria a mesma? Será que nós nos divertiríamos, riríamos e agiríamos como sempre um com o outro?

Luto contra todas as minhas forças e ,me torturando, consigo me afastar um pouco, pelo menos, dele. O abraço pelo pescoço, enterrando minha cabeça em seu pescoço e uma lágrima solitária rola por meu rosto. O motivo dela, meu subconsciente sabe. Mas, no momento, meu consciente não faz a menor noção dela.

Estou sendo dramática demais ultimamente. Eu e meus pensamentos temos que ter uma conversa mais tarde.

Zeke foi o melhor amigo que já tive em toda a minha vida. Ele é tão presente, atencioso, engraçado, radiante e... Bom. Ele me conquistou em tão pouco tempo, nem na Erudição; Cara, Fernando, Tommy, Ivy... Ninguém nunca se comparou a ele.

Suspiro e me desvencilho de seus braços, tortuosamente.

— Eu não poderia pedir um Zeke melhor. — eu disse sorrindo.

Ele riu um pouco e nós voltamos para o refeitório e nos sentamos na mesa com Uriah, Marlene e Lynn. Conversando como se não houvesse acontecido nada.

Tenho de confessar: amo isto.

+++

— Hoje teremos um jogo surpresa. — diz Eric em cima de uma mesa no jantar. — Caça-bandeira. Explicaremos tudo no trem. Esperamos vocês nos trilhos daqui exatamente 1 hora. Os atrasados perdem.

E sai novamente, como sempre, da mesa.

Nós juntamos as mesas. Tinha espaço de sobra com Uriah, Zeke, Marlene e Lynn então eu tive a ideia de juntar, já que todos nos conhecíamos menos Will e Al, mas iriam conhecê-los, claro.

Al estava agindo muito carinhoso com Tris, mas não carinhoso amigável, acho que meio exagerado. Mas deve ser jeito de ser dele, ignoro, pois sei que Tris não gosta dele.

Até Quatro está na nossa mesa, mas com uns outros amigos além de nós. Ele é muito legal e até mesmo um pouco engraçado. O pequeno problema é que ele é quieto, pois esconde sua vida. Assim como respondeu mal a Tris quando ela perguntou sobre sua facção, ele a esconde. Eu não ligo por ele não dizer as coisas, talvez seja algum tipo de trauma e só quer esquecê-lo. Entendo e não pergunto.
Talvez possamos ser amigos algum dia.

Agora, por exemplo, ele está fazendo parte da nossa conversa sobre a Jeanine.

— Ela é meio doente pelos objetivos. — diz Quatro. — Meio não, muito.

Nós rimos.

— E ela é toda sensata, calma e parece simpática. — diz Zeke. — E fica por aí, caçando os Divergentes por pura diversão. Como se fosse um jogo de tabuleiro matar os outros.

Rimos novamente.

— War! Já jogaram War? — eu pergunto pegando uma batata frita e falando empolgada. — Gente, a Jeanine devia ser tão viciada nesse jogo que ela deve ter esse tabuleiro igual ao mapa da nossa cidade.

Todos riem e assim que se segue a conversa, nós caçoando da Jeanine.

— Vocês não ligam de nós falarmos mal da antiga líder da facção de vocês? — pergunta Zeke, apontando para mim e Will.

— Eu já disse que nunca pertenci realmente à Erudição. Nunca fui inteligente. Talvez você tivesse notas maiores que as minhas. — eu digo sorrindo e apontando a batata frita para Zeke. Ele se estica e dá uma dentada na mesma. Eu dou um tapa no seu braço e ele ri.

— Eu sou inteligente, mas não pertenço mais àquela facção, por isso não ligo. — diz Will.

— Eu ligo se vocês falarem mal da Abnegação! — diz Tris rindo.

— Mas lá tem pessoas boas, com aptidão para serem boas. — diz Christina.

— Na Erudição tem pessoas ruins. Tipo a Jeanine e os seus 'seguidores' — diz Lynn.

— Meu irmão se transferiu pra lá. — diz Tris tentando forçar indiferença mas percebo seu tom nostálgico.

Mas continuamos a conversar normalmente, sem interrupções.

Não acho que Tris seja o que pareça. Parece alguma coisa paranóica mas ela não parece ser alguém que abaixa a cabeça para qualquer coisa. Preciso conversar com ela a respeito da conversa sobre o teste de aptidão que tivemos e ela ficou totalmente tensa.

Será que ela também é... Divergente?

Cutuco-a com a costela e digo:

— Você pode vir pegar um casaco comigo, Tris? Esqueci no dormitório e se teremos jogos de guerra, acho melhor me preparar.

Ela assente com a cabeça e nos despedimos. Saímos do refeitório e olho bem atentamente pelos cantos, para ver se não há realmente ninguém nos espionando.

— Tris... Seu resultado do teste de aptidão não foi Abnegação, não é? — eu sussurro.

— O que te faz pensar isso? — ela pergunta tentando ser convincente.

— Por que... — eu olho para os lados. — Eu não sei. Só não quero que meus amigos se machuquem pela Jeanine descobrir algo sobre eles. Se algum dos meus amigos forem Divergente, eu não ligo, juro, mas não quero deixá-los sem saber o que são e como lidar com isso. É mais perigoso do que parece.

Ela parece pensativa. Caminhamos até o dormitório e eu pego minha jaqueta, caminhamos de volta para o refeitório.

— É... Eu também ficaria feliz em ajudar algum amigo que fosse pego por Jeanine. — ela diz cabisbaixa.

— Você... Pode contar comigo, está bem? Para qualquer coisa. Eu sempre estarei aqui. Não importa o que aconteça. — eu digo e ela me abraça.

Entramos no refeitório e Quatro não está mais na mesa.

— Vamos nos atrasar, vamos! — diz Uriah saindo desajeitado do refeitório.

Corremos em direção ao trem.

Parece que não sou a única Divergente desta iniciação.


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Notas finais do capítulo

Uuuuuh as coisas ficaram tensas não é?
Bom gente, eu tenho duas coisas em mente MUITO IMPORTANTES.
Em primeiro, como vocês devem ver, eu vou torturá-los com o casal Zeke e Sam. Queria opiniões de como eu vou montar o primeiro beijo deles, por que eu fiquei a fic toda — pois é, desde o começo eu já monto este casal, até mesmo antes da iniciação começar jehvdkhv maligna com vocês — pensando como seria este momento e eu ainda não descobri um perfeito para fazê-lo. Como o primeiro beijo do casal sempre é o mais importante, marcante e momentos 'ownnnt', queria fazer algo bem feito. Dêem opiniões nos comentários



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