The system of factions escrita por Bruh Sevilha


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora! Mas aqui está um capítulo ENORME e com a primeira cena Fourtris além da roda-gigante. Ta, não é a primeira então hahahaha'. Mas espero que gostem mesmo assim



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Acordo tão feliz que saltito do dormitório ao refeitório. Tris parece feliz e igualmente leve. Rimos de qualquer coisa a qualquer momento. Deixo que Chris, Will, Al e todos vão na frente menos ela.

— Preciso falar com você. — eu digo sem tirar o sorriso do rosto.

— Está bem. — diz Tris.

Nós paramos no corredor e eu seguro minha energia o máximo que posso enquanto conto a ela como foi desde minha paisagem do medo até o final do beijo com Zeke, detalhe por detalhe.

— Fico pensando que isso aconteceu cedo demais e agora eu não sei como ele vai agir lá no refeitório. — eu digo. — E no resto do dia.

— Eu agiria normalmente e esperaria para ver como ele lidou com isso. — ela diz. — Então entre naquele refeitório e seja a Sam que você é.

Nós rimos e caminhamos até o refeitório.

— E você? O que houve? — eu pergunto.

— Posso te contar no dim da iniciação. — ela diz.

— Nem vou tentar insistir. — eu digo levantando minhas mãos em sinal de rendição.

Nós rimos novamente.

+++

Eu e Tris, pouco atrasadas, entramos no refeitório dando risadas da nossa própria conversa.

Chegamos na mesa e me sento ao lado de Zeke, dando um beijo na bochecha de todos na mesa, menos de Lynn, que se afasta e dou um bom-dia coletivo. Al não está aqui, mas ignoro isto.

Quando Quatro entra no refeitório, Tris o chama mas ele nem olha para ela. Ela se senta novamente, vermelha e confusa.

— Nossa, enquanto todo mundo se reprime com o começo do segundo estágio, você fica cada dia mais animada. — diz Uriah para mim.

Seguro uma gargalhada dentro da minha garganta e digo:

— Quanto mais cedo acabar, mais tempo eu vou ter pra cuidar da minha nova vida, certo?

Ele ri, ainda desconfiado e vejo que Zeke está com a boca franzida, segurando uma fala ou uma gargalhada, não sei ao certo.

Olho para Tris e ela assente com a cabeça num recado silencioso de "relaxa".

Todos conversam, mas ainda tenso com as lembranças da simulação.

Eu, Zeke e Uriah terminamos de comer e empilhamos as bandejas.

Shauna chega e se senta no outro lado de Zeke.

— Vou me sentar com os amigos da minha irmã hoje, não é Lynn? — diz Shauna sorridente.

Será que Zeke ter me beijado foi um erro ou algo apenas de atração? Não posso atrapalhar nada entre eles, ela conheceu ele primeiro e tem esse direito.

Só tem que parar de abraçar ele. Isso não pode. Só eu.

Fico repentinamente cabisbaixa e depois de um tempo quieta eu me levanto e murmuro quase inaudível:

— Com licença.

Ouço Zeke falar alguma desculpa para o pessoal da mesa e pedir licença também.

Já estou fora do refeitório, virando para a direita e atrás da parede que separa o Fosso do refeitório quando sinto ele puxar meu braço. Me viro e vejo sua expressão confusa.

— O que houve que está brava comigo? — ele pergunta.

— Zeke... — eu digo e suspiro. — Nada do que aconteceu ontem deveria realmente ter acontecido.

Olho para os meus dedos que se enroscam.

— Ah. Você... — ele começa a dizer, limpa a garganta e seu rosto é tomado por um rubor. — Só tinha atração por mim, não é?

— Não, Zeke. É bem mais do que só atração e este é o problema.

Um bolo se forma cada vez maior em minha garganta.

— Sam, me explica direito por que eu sinceramente não sei sobre Código Morse.

— Você e a Shauna, não quero atrapalhar nada entre os dois, me desculpe.

Eu me viro para ir embora e ele me segura de novo.

— Eu e a Shauna? — ele diz e ri excessivamente. — A Shauna é uma amiga de infância por causa da Lynn. Como a própria e a Marlene. Acha que sou apaixonado por todas as minhas amigas?

— Então por que ela te abraçou ontem?

— Por que eu dei um bolinho de abacaxi que eu não gosto pra ela antes dela sair correndo pelo Fosso gritando "Eu tenho um bolinho de abacaxi!". Sei que você também gritaria se eu te desse um bolinho de abacaxi.

— Menta. — eu digo e rimos de leve. — E não sei se estou convencida. — eu faço manha.

— Você confia em mim? — ele pergunta segurando meu queixo com as pontas dos dedos gelados que me fazem arrepiar.

— Infelizmente, sim. — eu digo e sorrio. — Você ainda duvida?

— Você quem está duvidando a si mesma. — ele diz.

— Sabe com quem foi o meu primeiro beijo?

— Ãhn? Quem? — ele pergunta ofendido.

— Um menino idiota, insuportável e maravilhoso. — eu digo zombando.

Ele segura minha cintura e eu passo meus braços ao redor de seu pescoço.

— É, meu primeiro beijo foi com uma garota imbecil, maluca e maravilhosamente linda. — ele diz.

— Hum... E essa garota vai te dar o seu segundo beijo?

— É, acertou.

Então nos beijamos em um beijo calmo e gentil, diferente de antes. Ele aperta minha cintura de leve e eu mordo seu lábio inferior, puxando levemente. Finco minhas unhas, levemente, em sua nuca

Ele solta uma risada nasalada.

Meu ponto fraco é ele apertando minha cintura e o dele é morder o lábio inferior ou fincar as unhas levemente na nuca.

Deixo uma mão em seu ombro e outra na sua nuca enquanto ele fica com as mãos firmes em minha cintura.

Paro o beijo e fico com minha testa colada a dele. Eu adoro ficar assim, misturando nossas respirações ofegantes pós-beijo e perdendo minha consciência aos poucos. Acho que perder a consciência com ele vale a pena.

+++

Depois do almoço, estamos todos amontoados na tal sala de espera.

Eu já sou a próxima e esta é a penúltima simulação que teremos de passar até o terceiro estágio. Não tenho ideia do que me espera, mas acho que estou pronta. Só preciso manter minha consciência com o pensamento de que nada daquilo é real.

— Sam. — chama Quatro.

Me levanto e entro na sala.

Quatro fecha a porta que parece pesada.

Observo Quatro programando o computador e presto atenção melhor em seu rosto. É familiar, eu já o vi em algum lugar e já reparei faz tempo mas eu não consigo lembrar de onde eu o vi.

— Lembro de quando você estava treinando os tiros — diz Quatro distraído. — E disse que o segundo estágio era fácil.

— Pois é, um erro. — eu digo dando de ombros.

— Eu vi você e o Zeke ontem na sala de treinamento. — ele diz dando de ombros.

Levanto abruptamente de susto e pergunto:

— Espera, você estava nos espiando?

— Ei, calma. — ele diz rindo e eu não consigo não rir junto. — Ouvi os gritos dos dois e pensei que estivessem brigando à pancadas e fui checar as coisas. Só vi você imprensando ele numa pilastra. Deselegante.

— Quatro! — eu digo dando um tapa nele. — Que droga! Você é um idiota.

— Pois é, eu sou. — ele dá de ombros.

Nós rimos e ele indica a seringa e a injeta em mim.

— Boa sorte. — ele diz.

Eu pisco e já estou num cenário diferente.

Vejo um casebre e estou em pé, rodeada de mato do qual parece trigo.

Estou com sono, mas isso deve ser minha preguiça constante mesmo. Olhoao redor e está apenas ventando. O que eu tenho que fazer? Morrer de tédio?

Dou de ombros e vou em direção a casa. Abro a porta e me deparo com uma casinha tão fofa com os móveis rústicos, panos de mosaicos cobrindo os sofás e quadros de natureza morta. Qual é o problema com tudo isso?

Adentro a casinha que não parece com nenhum cenário de filme de terror, por que eu morro de medo deles.

Tudo está arrumado, calmo, até que apenas olho para a direita e vejo um homem velho, muito assustador, com um facão na mão.

— Puta que pariu. — eu murmuro com o susto. Eu apenas me viro até a porta para sair e aparece o mesmo velho.

São 2 deles.

Meu Deus, eles começaram a andar em minha direção. Fodeu.

Começo a entrar num desespero que ninguém entenderia. O rosto deles são realmente medonhos, não estou sendo dramática. Ouço um barulho estrondoso e vejo um monte de velhinhos entrando e fico totalmente em choque quando vejo os homens se multiplicarem.

— Socorro. — murmuro.

Apenas me deito em posição fetal e tremo não tanto por medo mas por pânico. Um dos velhos me atacam e fico arranhada no braço. O outro dá uma facada na minha perna e isso dói tanto que grito. Meu grito afasta eles um passo. Reparo que seu gritar eles se afastam.

Grito em plenos pulmões, até eu não ter mais ar para gastar. Eles vão cambaleando e saindo aos poucos da sala. Sobra o primeiro que continua parado no mesmo lugar, me encarando assustadoramente. Olho ao redor e pego uma espingarda que apareceu em cima da mesinha de centr, arma usada a muitos e muitos séculos atrás nas caçadas pela mata.

Miro e atiro na cabeça do velho. O sangue dele se espalha pelo cômodo e... Eu o matei.

Acordo na cadeira mas não faço nada. Apenas pairo por lá.

— Pode ir. — diz Quatro.

Apenas me levanto e vou embora, sem falar, olhar ou dar cerimônias a ninguém.

+++

Após um tempo no dormitório, Eric chega e anuncia que teremos um treino para o terceiro estágio, com Lauren, daqui 1 hora e é para avisar os outros iniciandos quando eu os ver.

— Está se saindo muito bem no segundo estágio, não é? — pergunta Eric com um ar de desconfiança. — Cinco minutos. Você e Tris estão muito bem. Bem até demais...

— Por favor não toque no assunto simulação. — eu digo fechando meus olhos. — Não quero lembrar do que passei lá.

— Por que? — ele pergunta de olhos semicerrados. — Está esquivando? Está sendo covarde?

— Aposto que atrás destas mil tatuagens e pircings você morre de medo de doces. — eu digo.

— Acho melhor parar de ser tão rebelde. Treinamos soldados, não rebeldes.

— É, eu sei, você já disse.

— E essa tatuagem? Significa ser diferente, certo? Em que sentido? — ele diz.

Está desconfiando do meu tempo. Está desconfiando sobre minha divergência. Hora de atuar.

— Na verdade, não. Este símbolo significa uma equação não resolvida. Sou um gênio não compreendido, Eric. — eu digo. — Ninguém entende que por trás de todas essas minhas piadas, há um ser dentro de mim que sabe falar mais sério que qualquer um.

— Nossa, que poeta. Mas qualquer um que veja essa tatuagem não vai metaforizar o significado.

— A tatuagem não é para os outros, é para mim. — eu digo.

— Qual foi o resultado do seu teste de aptidão? — ele pergunta diretamente.

— Audácia, por que? Não acha que sou corajosa o suficiente para pertencer aqui? Vamos esperar para o placar final, Eric.

Ele me analisa por alguns instantes e eu o encaro desafiando-o. Ele bufa e revira os olhos.

— Tanto faz. Boa sorte. — ele diz saindo do dormitório.

Quando ele some, eu suspiro aliviada. Ele se convenceu.

+++

Enquanto Zeke está na paisagem do medo de Lauren, não consigo ver o que ele vê mas ele está paralisado como se estivesse preso. Tenta gritar mas seu grito é abafado e seus olhos se enchem de lágrimas, mas ele não as solta.

A simulação se encerra e ele cai no chão, quase derrotado.

Quatro e Lauren o ajudam a sair dali e o deixam numa cadeira. Está petrificado. Nem tento falar com ele, seu olhar é distante e incompreensível.

— Tris. — chama Lauren.

Ela caminha até a porta, injetam o soro nela e ela entra.

— Oi, Sam. — diz Will ficando ao meu lado.

— E aí, Will? — eu digo. — Como foi a simulação da Lauren?

— Assustadora. — ele diz tremendo com os ombros e eu rio levemente. — Muita água.

— Muitas mariposas. — diz Christina chegando na conversa.

— Mas pelo menos ficamos conscientes de que tudo não é real, diferente do segundo estágio. — ele diz.

Conversamos sobre a simulação e depois quando Tris sai, Quatro caminha até ela e quase arrasta ela segurando-a pelo cotovelo.

— Péssimo Careta. — ele diz sério. — Recomponha-se.

Ela se solta dele e dá um tapa em sua cara.

— Cala a boca. — diz Tris.

Ela caminha até fora da sala e Quatro fica parado com cara de paisagem. Instantaneamente, quando repara que as pessoas o encaram, ele revira os olhos e volta para seu lugar, ao lado da paisagem do medo.

— Sam. — chama Lauren

Ela injeta o soro no meu pescoço e eu olho para Quatro antes de entrar com uma expressão de "o que foi isso?".

Espero a simulação começar.

Apareço em um campo rodeado de trigo, de novo. A diferença é que não há nenhum casebre.

Espero as coisas acontecerem e enquanto isso, me sento ao chão. Não tenho paciência e nem energia para gastar a toa. Vejo algo no horizonte cheio de trigo, um pontinho laranja se espalhando. Ele chega cada vez mais perto. Quando cresce o suficiente para eu vê-lo, me levanto e corro na direção oposta.

Fogo. Fogo.

Aparece mais fogo na minha frente e eu olho para os lados. Estou sendo cercada pelo círculo laranja de fogo. Não tenho para onde correr.

Penso um pouco e acho a saída. Penso e. Uma poça d'água, aqui bem embaixo de mim. Ela se abre e eu mergulho nela rapidamente. O silêncio cobre minha mente e eu relaxo. Nado um pouco para frente e imagino um buraco em cima de mim, sem fogo na superfície.

Ele se abre também e eu subo. Respiro fundo e me sento.

Acordo da paisagem do medo e estou sentada com pernas estIcadas sobre este chão frio. A porta se abre e eu levanto.

— Muito bem. — diz Lauren.

Eu saio. Este mede foi... Fraco. Talvez eu não tenha medo de ser rodeada por fogo e depois entrar em combustão, e por isso estou normal.

O que será que terá em minha paisagem do medo?


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Notas finais do capítulo

Gente eu vou deixar vocês um pouco ansiosos: próximo capítulo promete ser fofo ao quadrado!
Mas, para não torturar tanto assim vocês, eu já escrevi mais da metade dele. Portanto, eu não sou tão má assim hahahaha'
Até o próximo capítulo!
XOXO



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