The system of factions escrita por Bruh Sevilha


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Gente, é a primeira vez que escrevo fics.
Estou acostumada a escrever livros, por isso desculpem se eu detalhar muito as coisas, é costume.
Vou tentar dar meu melhor nesta fic.
Mais uma coisa: meu computador quebrou e eu estou escrevendo pelo tablet, por isso não dá para colocar travessões para falas. Por isso escolhi usar "_" para indicar a fala dos personagens.
Espero que gostem, obrigada!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/500557/chapter/1

Acordo exausta. Não sei se é o peso que sinto pelo meu teste de aptidão ser hoje, ou se é pelo bom, velho e famoso "ânimo matinal".

Levanto-me da cama e vou cambaleante ao banheiro, fazer minha higiene matinal. Quando volto, minha calça social preta e minha blusa estilo "canoa" azul estão à minha espera esticadas na cadeira da escrivaninha. Trajo minhas roupas e vou até a cozinha para tomar meu café da manhã.

_ Bom dia. - diz meu pai casualmente lendo seu jornal que parece extremamente interessante. Ele me dá um beijo na testa.

_ Bom dia. - eu digo ainda exausta.

Dizem que a Erudição usa roupas azuis por que estimulam a produção de hormônios calmantes. Mas continuo exausta por acordar. Parece não tão eficiente, certo?

_ Bom dia. - cantarola meu irmão, entrando na cozinha.

Cameron, meu irmão gêmeo, não parece nervoso. Às vezes penso que o resultado de seu teste já é o de esperar; Franqueza. Talvez Franqueza ou Erudição.

_ Cameron, bom dia querido. - diz minha mãe dando um beijo na testa de Cameron.

_ Oi Pesley! - Cameron diz, sentando-se ao meu lado da mesa.

Tento gravá-lo na minha mente, e nunca mais deixá-lo sair. Hoje pode ser nosso último dia inteiro juntos. Eu não quero perdê-lo mas é assim que funciona o sistema de facções por aqui.

Eu termino meu café e saio de casa com Cameron, em direção ao ponto de ônibus. Enquanto esperamos, eu me viro para ele e pergunto:

_ Por quê não está nervoso?

_ Por quê estou pensativo. Tenho que revezar minhas emoções sabe? - ele diz sem me encarar e fitando o horizonte.

_ Cameron... Eu acho que sei seu resultado. - eu digo cabisbaixa.

_ Sério? Então somos dois. - ele diz indiferente.

_ Acha que isso é simples? Sei que mudará para a Franqueza, mas não faço ideia do meu resultado está bem? Não faço! E não sei o que farei na cerimônia!

Ele passa as mãos por meus ombros e puxa-me para si.

_ Pode dizer se quiser ajuda. Mas por favor, se for Divergente, me avise. - ele diz quase num sussurro as últimas frases. - Se for Divergente, eu juro não vir para a Erudição, e juro te ajudar.

_ Essa caça nunca vai acabar, não é? Jeanine parece ter algo a mais que isso para matá-los. Acho que ninguém seria tão sádico a ponto de matar pessoas que apenas resistem à simulações.

Ele me solta e o ônibus chega. Como sempre, vazio. Há apenas dois idosos. Um da Franqueza e outro da Abnegação. Eu e Cameron vamos para o fim do ônibus e nos sentamos nas últimas cadeiras.

O ônibus vai lotando cada vez mais e as cadeiras ficam todas ocupadas. Estamos quase chegando na escola e então um senhor de aparentemente 60 anos, vestindo as roupas cinzas da Abnegação, entra no ônibus. Ele olha discretamente à procura de lugares, mas não acha. Se agarra na barra de metal.

Cameron está distraído, olhando para a janela. Eu me levanto e aproximo-me do senhor.

_ Senhor, tem um lugar ali. - eu digo apontando para meu antigo lugar. - Não quer sentar lá?

_ É muita gentileza sua, minha jovem. - diz o senhor. - Mas estou bem, não preciso...

_ Eu faço questão, senhor. Por favor. - eu o interrompo com um olhar pedinte no rosto.

Ele assente com a cabeça e vai até meu antigo lugar. Chegando na escola, Cameron fica me perguntando por que cedi meu lugar e que o homem tinha condições de ficar em pé. Eu o respondo dizendo que não foi nada, ele tinha idade, e necessitava mais.

Tenho aula de História das Facções e ouço a mesma baboseira da professora.

_ Vocês devem seguir o sistema de facções e escolherem as facções que seu resultado lhe indicou. Não pode compartilhar seus resultados com ninguém. - diz repetidamente, minha professora.

A aula passa rápido, pois eu fico desenhando em meu caderno distraída. Esta aula foi basicamente a mesma em toda essa semana. O mesmo sermão de que não podemos de jeito algum escolher uma facção que não corresponda ao teste, e atrapalhar no êxito do sistema político.

Não é o que a professora fale que mudará nossa escolha. Acho inútil este sermão.

Enfim a aula acaba e eu vou para o refeitório esperar pelo teste. Não podemos nos preparar para o teste, mas como se preparar para algo que não sabemos o que vai acontecer? Não somos médiuns!

Vários alunos são chamados, e após um tempo, ouço:

_ Pesley Southyn.

Caminho cabisbaixa até a sala de teste. É uma sala que nunca entrei, toda espelhada e com uma grande cadeira de metal moderna que nunca vi na minha vida. Há uma máquina que parece ser um tipo de computador específico.

Um homem da Abnegação está a minha espera. Ele está com um copo de líquido transparente nas mãos. Este homem da Abnegação é o homem que cedi o lugar do banco do ônibus.

_ Ah, olá novamente. - ele diz um pouco surpreso. - Meu nome é George e eu irei monitorar seu teste. Seu nome?

_ Pesley Southyn. - eu digo.

_ Pesley... Sente-se por favor.

Ele permite minha passagem e eu sento na gélida cadeira de metal. Ele conecta alguns eletrodos na minha cabeça e me entrega o copo.

_ Beba. - ele diz.

_ Por que? - eu pergunto hesitante.

_ Diríamos que a Srta. deverá confiar em mim. - ele diz de certa forma reconfortante.

Eu bebo o líquido. Fico muito tonta e pisco lentamente. Quando abro os olhos, George não está mais aqui.

Olho ao redor, e ele sumiu. Estou na mesma sala espelhada, mas ela está sem portas. Eu saio da cadeira e ela some logo após.

Fico nervosa, mas ao mesmo tempo... Tranquila. Ficarei aqui por quanto tempo? Serei analisada? Se tudo sumiu, deve ser algo parecido com os soros que Jeanine Matthews cria. Algo psicológico, hipnótico, não sei a palavra a ser usada.

Duas mesas redondas e ocas sobem do chão e parece que os espelhos viram tridimensionais. Meus reflexos estão aparentemente tocáveis em minha frente.

Estou curiosa sobre estes reflexos, mas tenho que focar na mesa, eu acho. Um dos meus reflexos fala comigo, mas eu não me mexo. Como se ele fosse um clone.

_ Escolha. - ela, que é eu reflexo, diz.

_ Por que? - eu pergunto.

_ Escolha! - ela diz um pouco mais desesperada.

Olho para o prato que há uma faca, e o outro que há um pedaço de queijo.

Em questões de sobrevivência, o queijo seria uma resposta mais inteligente.

Mas não ficarei aqui por muito tempo, tenho certeza. Eu pego então a faca. Ela é leve, e é mais um punhal que uma faca.

Um punhal. Esta foi minha escolha.

A mesa enterra-se no chão do mesmo jeito que apareceu e eu me encontro sozinha.

Opa! Cedo demais para pensar nisso.

Um cachorro que me parece um pastor alemão, rosnando ferozmente para minha direção. Olho ao redor, mas não adiantaria fugir, ele me alcançaria. Olho para o punhal em minha mão.

Eu deveria matá-lo, mas não consigo fazer isso.

Sou incapaz.

Não vou matá-lo! Não vou! Jogo o punhal para longe de mim e dou passos ligeiros para traz.

Estou em pânico e devo me acalmar para conseguir raciocinar.

No que a Erudição me serve agora? Certo, conhecimento biológico. Não devo encará-lo ou ele vem para cima de mim. Mas posso tentar algo novo.

Se não posso matá-lo, posso chegar perto dele e ver o que pode me acontecer. Ninguém nunca morreu num teste de aptidão, não poderei ser a primeira.

Chego devagar e hesitante perto do cachorro, e ele apenas continua rosnando ferozmente para mim. Mas para de andar em minha direção.

Chego mais, e mais perto lentamente. Fecho os olhos e vou mais e mais perto...

Ouço um choro agudo, olho para baixo e o cachorro está se esfregando carinhosamente pela minha perna. Agacho e faço carinho em sua cabeça.

_ Mais que coisa fofa que você virou hein? - eu digo. Então uma garota da Amizade aparece na sala e grita:

_ Cachorrinho!

Eu sorrio, ela é fofa.

Olho para o cachorro novamente e ele começa a entrar em estado de alerta, e rosnar. Então ele corre em direção à garotinha.

Eu levanto e começo a correr. Esbarro minha perna no cachorro e ele cai no chão.

Tudo some.

Estou numa biblioteca antiga desta vez. Móveis rústicos completam o ambiente, e longas estantes de livros que vão do chão ao teto fazem corredores pela sala.

Uma bibliotecária aparece, e sei disso por seu crachá, mas ele não diz seu nome. Seu rosto é comum, não me lembraria dele se eu saísse daqui. Não é algo marcante ou sequer lembráveis. Ela caminha em minha direção e para há dois metros de mim. Ela se ajoelha no chão e começa um choro.

_ Este homem! - ela diz entre soluços e me entrega uma foto revelada. - Conhece este homem? Preciso saber! Por favor, diga-me.

Eu conheço este homem de algum lugar, mas não quero dar-lhe esperanças de qualquer coisa que ela precise dele.

_ Desculpe, nunca o vi. - eu digo convincente.

_ Você precisa me salvar! Você precisa me salvar!

Eu balanço a cabeça e pisco. Abro os olhos e estou de volta à sala do teste de aptidão.

George ao meu lado com uma cara estupefata.

_ Precisa sair. Agora, desculpe. - ele diz pegando meu braço com força.

_ Ei! Espere! Qual foi meu resultado? - eu digo e ele me solta.

_ Desculpe pelo braço, não posso te tocar. - ele diz limpando as mãos na larga calça cinza. - Seu resultado...

_ Sim, meu resultado. Qual é o problema com ele? - eu falo indignada.

_ Foi Divergente. - ele diz cabisbaixo. - Aposto que já deve ter ouvido falar, afinal é da Erudição.

Balanço a cabeça de um lado para o outro e seguro seus braços.

_ Por favor, diga que não falará para ninguém! Não me entregue! - eu digo desesperada. - Só me diga quais facções deram e não me entregue!

_ Eu não iria lhe entregar! - ele diz. - Por mais que não acho... Apropriado o que a líder de sua facção faz, não vou lhe entregar por que nasceu nela. Seu teste deu três facções. Audácia por ter escolhido o punhal e por ter a coragem de se aproximar de um cachorro perigoso. Amizade por que não conseguiu matá-lo, mas não por covardia e sim por pena da indefesa do animal que não estava armado. E Abnegação por ter se importado com a garotinha indefesa. Erudição não poderia ser, por que não teve uma resposta inteligente para o cachorro raivoso, e não poderia ser Franqueza por que mentiu para a bibliotecária.

Eu balanço a cabeça novamente.

Não é possível.

Eu sou... Divergente. É quase o que mais temia. Vão me pegar.

_ Vou colocar seu resultado como Audácia. - ele diz. - Mas pode escolher qualquer um na cerimônia de escolha. Agora tem que seguir sua linha da pensamento. Agora vá! Agora!

Eu saio confusa da sala. Olho para os lados e vou para o refeitório.

Sento-me na mesa dos eruditos e fico pensando.

Não pertenço nenhum pouco à facção da minha família.

Sou Divergente. Sou Divergente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Valeu por ter lido galera!
Comentem, pois isso incentiva-me para escrever os capítulos mais depressa.
Obrigada! Até o próximo capítulo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The system of factions" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.