Pelo escuro escrita por Olavih


Capítulo 8
American Pie


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, estou de volta como prometido. Então, eu sei que a fic não está empolgante e eu estou me esforçando ao máximo pra reverter essa situação. Eu prometo que a fic tem sim um objetivo é só que eu ainda não me acostumei com ele. Sei lá, pra mim não está tão interessante. O que vocês acham que vão acontecer mais pra frente? Por favor, mandem suas opiniões vou amar saber o que pensam. Aí está um capítulo. Particularmente, eu gostei desse. Não tem aquele ar de amor infantil que eu vejo que acontece com a Eva e o Ethan. É mais maduro e suave. Ok, não vou contar o capítulo a vocês, apenas leiam kk. E me digam o que acharam ok? Beijos beijos.



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Acordei cedo no outro dia. Mesmo com o corpo doendo e a cabeça latejando, eu tinha uma entrevista de emprego. Por isso fiz meu melhor para levantar da cama e chegar ao banheiro. Depois de um banho bem tomado desci a cozinha e preparei o café da manhã. Kyra e Ethan demorariam a acordar, e quando o fizessem precisariam de um bom café da manhã a sua disposição.

Quando terminei de arrumar tudo que era preciso, saí de casa. Havia escolhido minha melhor roupa séria e fui andando em direção ao restaurante. O caminho era tranquilo, sem muito movimento e eu fui escutando música. Quando finalmente cheguei, o restaurante estava sendo limpo.

—Com licença, estou procurando o gerente. Vim para uma entrevista pelo cargo de garçonete. — o rapaz que estava a minha frente me analisou por completo antes de sorrir e responder.

—Andar de cima ao da casa noturna, primeira porta a esquerda. — agradeci com um aceno e entrei no local. Subi os diversos lances de escadas e cheguei ao lugar desejado. Bati antes de entrar.

—Oh, aí está você. — o homem que estava sentado perto de uma mesa rodeado de papéis e um notebook era o próprio Jacob, o barman de ontem.

—Parece que as pessoas sobem de cargo muito rápido aqui. — brinquei ainda assustada.

—Porque o espanto?

—Achei que gerentes que não trabalhassem de barman. — respondi cruzando os braços.

—Estava substituindo um colega. Enfim sente-se, por favor! — ele pediu e eu o fiz. Tirei meu currículo da bolsa e pus a sua frente. Ele o pegou, analisando-o. —Modelo?

—Sim senhor. Porque o espanto?

—Não estou espantado, apenas curioso. Porque não procurou algo do ramo então?

—Bem até procurei. Mas fui rejeitada. Como pode ver aí, eu já trabalhei em restaurantes.

—Sim, estou vendo. Bem, vamos fazer uma experiência. Você pode vir trabalhar hoje?

—Agora se quiser! — ele riu.

—Certo. Vamos fazer assim: depois dessa experiência nós acertamos os detalhes, pode ser?

—Sim, pode. — concordei. Apertamos as mãos e depois eu saí. Voltei para casa cantando happy o caminho inteiro, rindo para os estranhos.

Abri a porta e entrei em casa, ainda cantando happy. Estava tão feliz que nem vi quando Ethan apareceu bem na minha frente. Esbarrei nele com tal força que ele quase caiu. Segurei-o e ri.

—Achei que estivesse na faculdade.

—Achei que tinha fugido. Onde estava? — ele estava bravo. Franzi o cenho.

—Fui arrumar um emprego. Você me quebrou ontem. — tentei descontrair a situação. Ele continuava com uma carranca.

—E não podia ter colocado um bilhete? Fiquei preocupado. — ele cruzou os braços tentando dar uma de durão. Sorri docemente e apertei sua bochecha. Depois andei até a cozinha.

—Desculpe. Acontece ora. Além do mais, não estou a fim de te ouvir reclamar. Eu consegui um emprego. — disse quase cantarolando. Ethan sorriu.

—Parabéns Evangeline.

—Quer comemorar comigo?

—Claro! O que vamos fazer?

—Brigadeiro. E assistir um filme. O que acha?

—Se você me vier com Titanic... — eu ri.

—Não, não será Titanic. Você escolhe, pode ser? — por que eu fui sugerir mesmo?

Ethan escolheu American Pie. Fala sério, o que as pessoas acham de engraçado em um bando de babacas fazendo pornografia? Sinceramente, posso até gostar de fazer sexo, porém fazer e ver são duas coisas diferentes. Ethan ria a cada cena enquanto eu apenas saboreava meu brigadeiro.

Ultimamente comer se tornou mais fácil. Não que eu tivesse deixado de ter meus relapsos, ou que tivesse largado de fazer exercícios. Mas comer agora era mais natural, quase prazeroso e eu até estava gostando do meu rosto novo. Um pouco mais cheio, sem aqueles ossos aparecendo gritantemente e aquele ar de: “não como há anos”.

—Podemos trocar de filme se quiser. — disse Ethan, tirando-me de meu transe.

—Se você não se importar. — ele sorriu. Parou o filme e levantou-se para tirá-lo.

—Ainda sou eu quem escolhe?

—Se você não me vier com alguma comédia besteirol eu aceito. — ele riu.

—Que tal meu passado me condena?

—Nunca ouvi falar.

—É estrangeiro. Às vezes gosto de ver filmes estrangeiros, para saber como é a comédia de lá.

—E qual a sua nota para ele?

—Sete e meio. — ele sorriu. Colocou o filme e se sentou ao meu lado. Então bocejou.

—Sono?

—Um pouco. — concordou. Coloquei uma almofada em meu colo e bati nela como gesto para ele se deitar. Vi suas bochechas corarem.

—Ah qual é Ethan, não estamos fazendo nada de mais. Deita aqui logo, quero mexer no seu cabelo. — sorri. Ainda envergonhado ele deitou-se no meu colo.

Continuamos vendo o filme. Era engraçado mesmo, como Ethan dissera. Porém o moreno estava tão cansado que dormiu no meio do filme. Sorri observando seu rosto. Ele parecia mais novo ainda quando estava dormindo. O rosto estava sereno, as sobrancelhas livres para ficarem em seus lugares e não juntas em uma carranca habitual. Acariciei suas bochechas sentindo sua pele macia. Passei minha mão por seu nariz pequeno sentindo sua expiração. Desci para sua boca fina e reta, mas que agora costumava sorrir mais. Tão macia tão perfeitinha. Nunca beijei uma boca assim...

Balancei a cabeça estranhando a aceleração de meu coração. Olhei para o filme tentando distrair minha mente e esquecer o pensamento anterior.

***

—Olha quem finalmente apareceu! —cumprimentei. Estava lavando louças deixando os pensamentos voarem enquanto Ethan não acordava. Kyra deixou sua bolsa em cima da mesa da cozinha. Ela se aproximou e me abraçou depois se sentou na cadeira ao meu lado.

—Estava pedindo desculpas a Caio. Não sei o que deu em mim ontem.

—Você devia estar nervosa.

—Devia. — ela concordou triste. Sorri tentando animá-la.

—E como foi?

—Bom. Ele estava ocupado quando cheguei, mas pediu que eu esperasse e assim eu o fiz.

—Você foi à empresa dele? — perguntei espantada.

—Ele mesmo sugeriu quando lhe liguei para pedir desculpas. — ela levantou as mãos inocentando-se. — mas depois saímos de lá e tivemos um almoço tranquilo. — ela sorriu. — ele é tão fofo. Nem sequer parecia bravo comigo. Até riu do meu estado. E falamos sobre tantas coisas. Combinamos em quase tudo sabia? — ela continuou falando enquanto eu segurava um sorriso. A morena percebeu. — porque está sorrindo?

—Seus olhinhos estão brilhando. — cantarolei. Ela arregalou os olhos.

—Não estão não. — negou.

—Você está sorrindo.

—Ilusão a sua.

—E está negando tudo.

—Eu não... — ela ia continuar, mas calou-se. Caímos na gargalhada.

—Parece que logo alguém aqui vai estar extremamente apaixonada.

—Não, não vou.

—Vai sim, para de negar. Tá louquinha pra beija-lo.

—Eva! — ela praticamente gritou. Fiz um sinal para que ela calasse.

—Ethan está dormindo criatura. — saí de perto da pia e fui até a sala silenciosamente. Ethan ainda estava dormindo tranquilamente como se não estivesse escutado Kyra gritando. Voltei e continuei lavando as louças. Kyra abriu um sorriso malicioso. — O que? Ele teve uma noite ruim sabia?

—Evangeline preocupada com alguém é?

—Eu sempre me preocupo com as pessoas.

—Não, não sempre. — Kyra negou. Continuei incrédula.

—Desde quando tem esse pensamento sobre minha pessoa? — perguntei. Minha amiga começou a rir enquanto eu ainda a encarava sem acreditar.

—Desde sempre Eva. Você nunca foi muito preocupada com as pessoas, apenas comigo e com seu pai. E muito menos teve dó de bêbado. Hum, parece que não sou só eu que estou em um relacionamento. — a acertei com o pano de prato.

—Boba. Ethan e eu somos só amigos.

—E desde quando você é só uma amiga de alguém? — a morena parecia se divertir com tudo aquilo.

—Ô garota chata. Vamos fazer assim: você vai secar e guardar essas louças, já que resolveu não comprar uma lavadora de louças. Agora!— lhe entreguei o pano de prato. Ela ainda mantinha aquele sorriso cínico no rosto.

—Tá bom. Você quem manda. — ela sorria ainda mais.

—Ethan e eu somos sim só amigos, está bem? Tanto que vou lhe arranjar uma namorada.

—Falando nisso, pretende mesmo procurar uma namorada para o Ethan em uma boate? — perguntou a irmã com uma cara de “sério?”. Bufei frustrada.

—Tem razão, não vai dar certo. Então, como vamos arrumar uma namorada para ele?

Ficamos em silêncio pensando. Eu não tinha ideia melhor que essa, mas pensando bem boate não era lugar de moça séria. E Ethan merecia uma moça séria. Uma garota legal como ele, que entendesse seu humor e tivesse paciência para sua “nerdisse”. Alguém que não ligasse para suas manias, como estralar os dedos quando fica nervoso ou limpar o óculo o tempo todo quando entediado. E que não se irritasse quando ele visse comédias besteirol. Mas quem seria poderia ser?

—Eu tenho uma ideia! — disse Kyra. Virei-me para ela.

—E qual seria?

—Eu tenho uma amiga que não sai há muito tempo. Ela é legal, mas pode ser um pouco grudenta de mais.

—Não sei não, Ethan gosta de privacidade.

—Ah vai dar certo. Além do mais, ele não tem que namorar a primeira, certo? Será apenas um primeiro encontro às escuras. — pensei um pouco em suas palavras. Pode ser que dê certo.

—Bem, ligue para ela então. — sorri e Kyra pescou o telefone do bolso.

***

—Não acho uma boa ideia Evangeline.

—É Eva. E sim, é uma boa ideia. Quer ou não uma namorada?

—É claro que eu quero. — Ethan se virou para o espelho. Ele estava usando algo mais formal, por ser um encontro sério. Seus óculos não combinavam muito com sua blusa xadrez preto e vermelho, calças beges e sapato preto, mas ele insistia em mantê-los. Alegava ser sua marca registrada. Teimoso.

—Então pronto, está resolvido. — ele se virou para mim e eu me levantei de onde estava sentada. Passei a mão no seu cabelo tentando arrumar os fios bagunçados. Estava tão concentrada no que estava fazendo que nem vi que ele estava me encarando. — o que foi?

—Hã... N-nada. — gaguejou. Franzi o cenho.

—Você gaguejou.

—Não gaguejei.

—É claro que gaguejou. Porque gaguejou?

—Sem motivo ora. — ainda estávamos próximos, seus olhos castanhos presos aos meus azuis. Minhas mãos que estavam em seus cabelos desceram para seus ombros e pousaram lá. Sua respiração acelerou levemente, assim como a minha.

Ia comentar algo, mas seus olhos me fizeram esquecer o que estava pensando. E ficamos assim, decifrando os olhos uns dos outros até Kyra abrir a porta e nos pegar no flagra.

—Ops. Eu sempre atrapalhando climas.

—Não sei do que está falando. — separei-me de Ethan, pegando minha bolsa da sua cama e abrindo-a, como forma de disfarce.

—Só quis avisar que já está perto da hora de você ir pro trabalho Eva. — comunicou Kyra que recebeu meu aceno como agradecimento. Ela saiu deixando a porta aberta. Caminhei até a tal.

—Evangeline? — chamou Ethan, pegando meu pulso e me puxando para ele levemente. Deixei meu corpo se virar encarando seu rosto novamente.

—Sim? — abri um sorriso, desconcertada.

—Obrigado pela ajuda. — meu sorriso se tornou afetivo.

—Disponha.

—Boa sorte no emprego.

—Boa sorte no encontro. — ele soltou meu pulso e eu sai sem olhar para trás.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Como será o encontro de Ethan com essa menina hein? Curiosos? Bem, não posso fazer nada a não ser dizer: vejo vocês semana que vem muahaha! Um beijo aos fantasmas e a todas as outras leitoras que aparecerão nas reviews.



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