Segredos de um passado obscuro escrita por Bianca Romanoff


Capítulo 21
Um Natal perfeito


Notas iniciais do capítulo

Eu disse que ia me ausentar por um tempo, mas como sou muito legal vou postar um capítulo hoje antes de viajar kkk. Essa semana não vai ter capítulo, eu chego no sábado e posto no domingo que vem se der. Aí tá um capítulo tranquilo e fofo, aproveitem!
P.S: obrigada aqueles que responderam minha pergunta no capítulo anterior, porque eu ganhei a aposta!



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Sharon está sentada em uma cadeira giratória, numa sala de computadores vazia. Em seu braço há um curativo, e sua expressão é solene.

— O que houve? — eu pergunto, a sobressaltando.
— Ah, não foi nada, só arranhei na gruta, sabe como é, estava escuro.
— Sinto muito. — eu digo.
— Sem problemas, foi só um arranhão.

Um silêncio intimidador paira sobre nós. Sinto que devo ver como Natasha está, mas então me lembro que discutimos.

— Como está a Natasha? Ela parecia bem... Viúva Negra quando estávamos naquela caverna.
— Ela está... Doida. — eu concluo, e Sharon ri. — Está movida pela vingança, é assustador.
— Eu sei.
— Mas sabe, eu não quero brigar com ela, quero ajudá-la, mas ela não me deixa...
— Sabe Steve, não quero tomar partido nisso, mas você não acha que está tentando algo impossível?
— Como é?
— Quer dizer, você e Natasha, nunca vai rolar. Ela é uma assassina fria, você um cavalheiro. Você está desesperado para mudá-la, mas talvez ela não queira mudar. Não me leve a mal, não estou tentando me jogar para cima de você, só acho que ela não devia ser sua primeira opção.
Fico pasmo ao ouvir isso. Quer dizer, ouvir isso do passarinho é uma coisa, mas dela, que eu considerava uma amiga, é outra totalmente diferente. Mas me contenho ao xingá-la, porque ela não fez por mal, só queria ajudar-me.
— Entendo seu ponto, Sharon, mas eu a amo. E eu devia estar lá agora dizendo isso... Preciso ajudá-la, não quero mudá-la, só quero mostrá-la que ela não quer ser essa pessoa. E se ela quiser, bem... Vou continuar ao lado dela.

Com isso, eu saio da sala, caminhando pelo meu caminho de ida. De volta ao quarto de Natasha.

Ela agora está no telefone, e eu sem querer escuto um pedaço da conversa:

— Então você está se adaptando ao novo colégio? Stark não te ensinou nenhuma besteira, né?

Não quero interromper, porque sei que é Angie, mas ela já me ouviu, e desliga com um beijo.

— O que faz aqui? — ela pergunta, cética.
— Mudei de ideia.
— O quê?
— Mudei de ideia quanto a isso. Quero ficar com você, e se você quer matar os caras, vamos matar os caras! — ela abre um sorriso divertido.
— Onde você foi? Alguém está controlando seu cérebro?!
— Natasha! Eu... só não quero que você fique brava. Me lembro da última vez que brigamos e... — eu me aproximo, acariciando sua face. — não posso perder você.
— Você não vai, Steve, você não vai. Ela era minha última parente viva, minha única... chance. E eles a mataram. Eu só...
— Eu sei. Sei como é perder alguém que ama, e vou ajudá-la nisso. Menos na parte violenta, isso é com você.

Ela ri.

— Então temos um acordo?

— Temos um acordo. — eu aperto sua mão, sorridente e triunfante.

Não era a melhor ideia para mim, afinal, eu era totalmente contra a ideia de vingança e violência, mas eu sabia que Natasha precisava daquilo, e eu precisava dela.

Pov Natasha

Eu e Steve começamos a caça aos Ultimato. O primeiro achamos em um cacino em Nevada, Las Vegas. Depois dois em Vermont, quatro em West Virgínia... E agora, três semanas depois, faltam dois apenas.

Estamos em um posto de gasolina em Nova Jersey, não entendo porque seguimos esse rumo, já que os últimos estão no Texas. Steve está abastecendo o carro e eu entro na loja de conveniências para comprar algum salgado. A loja está totalmente enfeitada para o Natal, pisca-pisca, Papai Noel de plástico e seus elfos... E a neve lá fora também é típica.

Natal nunca foi minha data favorita, porque as famílias se reunem no Natal e eu não tenho uma família desde que tinha seis anos.

— Boa viagem e um feliz Natal. — a senhora no caixa diz, sorridente.

Eu volto para o carro com um pacote de salgados e eu e Steve o dividimos no caminho.

— Para onde está indo?

— Ah, Tony me pediu para buscar umas coisas em Nova York, vai ser coisa rápida.

— Tudo bem.

Quando me dou conta, já estamos descendo na casa de Tony. Não entendo porque tenho que sair do carro, mas Steve insiste. O frio cortante me atinge quando saio do carro, e tenho que enrolar o casaco em volta do corpo para não tiritar.

— Por que estamos entrando? — pergunto quando Steve e eu passamos pelo porteiro.

— Eu já disse, Tony me chamou.

Steve nunca foi um bom mentiroso, e eu sei que ele está mentindo agora. Mas então, quando abrimos a porta da sala, ouvimos um grito coletivo:

— Feliz Natal!

Angie, Pepper, Tony, Thor, Jane, Bruce, Clint, Coulson, Skye, May, Fitz-Simmons, e mais uma tonelada de gente que eu não conheço, estão reunidos lá, vestindo roupas festivas. A decoração é incrível, muito melhor que a do posto.

— Mas o quê...?

— Pensei em te fazer uma surpresa, sabe? Você nunca teve um Natal de verdade e... Pensei que fosse gostar!

Eu não consigo conter o riso e o abraço.

— Obrigada, Steve! Você é o melhor!

Angie me conta como estão as coisas na escola, diz que Pepper e Tony são o casal mais fofo e que mais discute que ela já viu. Mas as discussões são divertidas, ela acrescenta.

Jane e Thor não se separam um minuto, e quando vou cumprimentá-los, Thor me saúda:

— Feliz Natal, Lady Romanoff. — ele beija minha mão.

Jane ri e me dá um abraço desejando um feliz natal.

Converso por um tempo com eles, e Jane se demonstra muito curiosa sobre minha relação com Steve. Bruce, sempre contido, não me faz perguntas sobre isso, mas me dá as condolências pela minha irmã e comenta como minha sobrinha é inteligente.

No final, eu já falei com todo mundo, já brinquei de banco imobiliário com os outros, já bebi muito eggnogg, e só não falei com Clint.

— Oi. — ele diz quando eu me aproximo.

— Como vai?

— Bem, e você?

— O mesmo.

— Então, você e o Capitão... Estão de volta né?

— Pois é...

— Bem, já é quase meia-noite, vou pegar os presentes no carro.

Os presentes! Eu não comprei presente para ninguém! Isso vai ser mais que terrível, porque eu realmente queria agradecer Steve por isso. E minha sobrinha é toda minha família restante, um presente de Natal não faria mal!

— Steve, eu vou sair rapidinho, está bem?

— O quê? Não gostou?!

— Não, eu amei! É sério, mas esqueci que queria devolver uma roupa numa loja aqui em Nova York.

— Tá, mas é Natal, nada vai estar aberto!

E ele tem razão.

— Ah, Steve... Eu só não queria aparecer sem nenhum presente!

— Ei... Tudo bem. Todos sabem que você foi pega de surpresa. Sem contar que eu comprei algo para você dar a Angie, pensei que fosse gostar.

Eu o sufoco em um beijo.

— Eu não sei o que fiz para merecer você...

— Não diga isso...

— Ei, pombinhos, falta um minuto para meia noite! Venham! — Tony nos chama.

Fazemos a contagem regressiva, e no zero, todos começam a se abraçar, os casais a se beijar. Como nunca fiz isso, fico meio perdida, mas então Steve me puxa pela cintura e me beija. Eu envolvo seus ombros e acompanho o rítimo de sua língua na minha boca.

Quando nos falta fôlego, eu me afasto devagar. Ele pega uma caixinha no bolso da calça e a abre. Eu fico ainda mais sem fôlego. É um bracelete de prata com diamantes, muito meigo e maravilhoso.

— Ai Deus! Isso é...

— Não é um anel, ou uma aliança, eu sei, mas pensei que isso fosse ir muito depressa. Isso pertenceu a minha mãe, e meu pai me disse para dá-lo somente para alguém que eu amasse muito, e se esse alguém não for você, não vai ser ninguém mais.

Meus olhos ficam marejados. Eu não sei o que dizer, mas murmuro um obrigada esganiçado. Ele abotoa o bracelete no meu pulso e beija meus dedos, um por um.

— Desculpe não ter presente nenhum.

— Sem problemas! Sua presença já é um presente. Aqui, dê isso aqui a Angie.

Ela está conversando com Bruce, Jane e Thor quando eu me aproximo. Ela sorri ao meu ver e me abraça.

— Adivinha só? Tony e Pepper me deram um carro!

— Uau! Isso é realmente incrível.

— Não é?!

— Eu também tenho algo pra você. Não é grandioso como um carro...

— Ah, deixe disso! O que é?

Eu pego a caixinha que Steve me entregou e a abro. É um medalhão em forma de coração pequeno, com um nome gravado. Angelina. Eu nem sabia que esse era o nome dela, e me sinto culpada por isso.

— Eu amei! — quando ela abriu, havia uma foto... Meu Deus, uma foto minha com Kiara no colo, tirada no orfanato há tantos anos... Até meus olhos ficaram lacrimejosos. — Obrigada, tia Natasha.

Angie me abraçou e permaneceu ali por um tempo. Eu não sei descrever o amor que sinto por ela. É tão puro e bonito que de repente sinto como se pudesse levá-la comigo. Mas sei que não posso.

Por mais incrível que pareça, Tony me dá um presente. É um vestido azul marinho de renda, maravilhoso.

— É pra você vesti-lo, ruivinha.

Eu rio. Realmente não estava vestida apropriadamente. Me sinto muito bem nele, e pelo resto da noite, envolta por aqueles que amo, eu me sinto bem. Me sinto confortável e mais importante... Me sinto amada. Aquelas pessoas podiam não ser meus parentes de sangue, mas ali, reunidos, eles eram minha família.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Espero que tenham gostado! Segui as sugestões de vocês de mostrar mais o lado da Nat que se importa com a Angie e nada de Capitão+Sharon rsrs. Beijos e até semana que vem!