Segredos de um passado obscuro escrita por Bianca Romanoff


Capítulo 19
Noite na praia


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei pra postar esse capítulo, e eu disse que nessas férias ia ter mais tempo, mas acaba que eu estou fazendo maratona de séries, vendo os filmes que eu quero ver, saindo com os amigos, acordando tarde... Enfim, aproveitando as férias porque esse segundo semestre vai ser muito corrido. Mas como prometido, esse capítulo teve momentos do Capitão com a Nat, e a decisão de como ficaria a Angie. Não sei se todos vão apoiar, mas eu recebi essa sugestão e já estava penando nela, então, aproveitem o capítulo!



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Antes de pegarmos o avião, eu volto na mansão para pegar minhas bagagens. Ainda não resolvi onde Angie vai ficar, o que me deixa mais aflita. Steve já está pronto. Me despeço dos outros, mas quando estou de saída, vejo Angie parada na soleira da porta.

— Você vem comigo? — eu pergunto.

— Na verdade, Natasha, podemos conversar por um instante? — é Pepper quem responde.

Tony me olha de um jeito estranho, sem o olhar zombeteiro de sempre. Angie se junta a eles, e eu já sei o que vão dizer.

— Eu e Tony temos pensado... — ela olha para ele em busca de algum apoio. — Quer dizer, você é uma mulher muito ocupada, cheia de missões, muito perigosas, e não tem...

— Uma estrutura materna. — Tony completa. Pepper dá um tapa de leve nele por ser tão direto.

— E talvez fosse melhor se deixasse a Angie conosco por um tempo. Vamos colocá-la de volta a escola, e ela vai ser muito bem tratada.

— Pepper. — eu começo.

— Olha, eu sei que você deve achar que sua irmã ia querer que ficasse com ela, mas....

— Pepper! Escute, por favor. Se tem uma coisa que essa garota merece, é estar cercada de pessoas que a amam e podem cuidar dela. Eu seria uma das últimas pessoas capazes de fazer isso. Mesmo eu não achando que Stark é uma boa influência, eu confio em você, e vi que vocês três têm um laço especial. Então, é claro que ela pode ficar com vocês. Desde que concorde com isso.

Angie sorri e me abraça.

— Eu quero ficar com eles, tia Natasha. Foi bom conhecê-la.

Dentro do avião, tudo que consigo pensar é se fiz uma boa escolha. Steve está de frente para mim, lendo um livro antigo. Sharon, ainda bem, está na cabine de comando, e Sam não veio conosco.

— Então... quer jogar xadrez?

— Claro, não jogo faz... Muito tempo.

Eu pego o tabuleiro de madeira e o arrumo sobre a mesinha. Reparo que Steve tem certa dificuldade de se lembrar as funções de cada peça. Jogamos tranquilamente, sendo que eu ganho todas as partidas, e chegamos a Washington pela madrugada.

Procuramos um hotel barato para dormir, e ficamos em um que tem vista para o mar. As camas são de solteiro, mas o quarto é o mesmo. Tenho dificuldades para dormir, os pesadelos me atormentam assim que prego os olhos. Eles se resumem a batalha de Nova York, porém com um rumo mais trágico para mim. Depois, imagens da minha irmã brincando no orfanato onde vivíamos, e a explosão do avião. Eu acordo gritando e suada.

— Natasha! Está tudo bem, eu estou aqui! Fique calma. — é Steve, ele está na beirada da cama, segurando meus ombros na tentativa de tentar me fazer parar de tremer violentamente. — Tudo bem... Shh...

Eu enterro o rosto em seu peito, enquanto ele afaga meus cabelos com uma mão e me puxa mais para perto com a outra.

— Quer conversar sobre isso? — ele pergunta gentilmente, secando minhas lágrimas e levantando meu queixo, fazendo-me fitar seus olhos azuis cristalinos.

— Aqui não.

— Que tal uma volta pela praia? — ele oferece, já pegando o casaco.

Eu visto o meu por cima do pijama e calço a primeira sandalha que tateio no escuro. Passamos pelo quarto de Sharon, onde está tudo apagado, e saímos pela recepção.

A praia, obviamente, está deserta. Há algumas luzes de postes lá em cima, na estrada, e poucas cabanas fechadas. Eu e Steve vamos até a beirada do mar, e eu retiro meus sapatos e os seguro em uma mão, e ofereço a outra a Steve.

— Está gelado aí! — ele exclama.

— Vamos, não seja bobo, você ficou congelado por 70 anos!

Ele ri e tira os sapatos também. A água está realmente fria, na altura dos meus tornozelos, as ondas indo e vindo, e às vezes respingando água em outras partes do meu corpo, me provocando calafrios.

— Quem está com frio agora? — ele pergunta, sarcástico.

— Ah, cale a boca! — eu sorrio e o empurro de leve, mas o pego de surpresa, e ele quase cai na água. Eu começo a rir, e ele também.

— Você vai pagar por isso! — ele faz voz de malvado e tenta de todo jeito me puxar para a água. Eu me contorço tentando me livrar de suas mãos e ao mesmo tempo tenho uma crise de risos.

Tudo que podemos ouvir é o som das nossas risadas com o fundo das ondas se quebrando. Não me lembro da última vez que ri tanto assim, que me senti tão... Livre.

Finalmente ele consegue me empurrar na água, e é uma onda muito gelada. Mas estou tão feliz que nem noto isso, eu levanto a mão, como se pedindo sua ajuda, e ele cai direitinho na armadilha. Eu o puxo com força e ele cai do meu lado. Começamos uma batalha na água, jogando água um no outro.

— Devíamos estar sem roupa para isso! — eu exclamo. Ele cora, mesmo sem parar de rir.

Depois de um tempo, nós ficamos mais quietos. Paramos de rir tanto, e a distância entre nós diminui. Quando me dou conta, já estou em seus braços. O frio da água parece desaparecer com esse toque.

— Obrigada por isso. — eu digo.

— Não precisa agradecer. Nunca me diverti assim na vida!

— É, nem eu. — nós sorrimos um para o outro. Ele segura minha cintura e aproxima o rosto do meu.

Eu entrelaço os dedos em sua nuca e o puxo até nossos lábios se encontrarem. É um beijo suave, calmo, e ele pede passagem com a língua, que eu aceito. Então entramos em uma sincronia mais quente. Saímos da água, e ele me deita na areia molhada, sem interromper o beijo.

Só paramos quando é necessário reunir mais fôlego. Ele se deita ao meu lado, e eu recosto a cabeça em seu peito.

— Era sobre a Kiara. Os pesadelos, eu quero dizer. — eu confesso.

— Sinto muito, Natasha. Vamos descobrir logo quem fez isso.

— E quando descobrirmos, eu mesma vou arrancar o coração dessa pessoa.

— Acha que consegue dormir agora?

— Desde que você não saia do meu lado...

— Não vou, estarei aqui.

Eu me aconchego em seu corpo, me encaixando perfeitamente lá. É o meu lugar, naqueles braços, é o lugar onde eu me sinto segura e aquecida. E pela primeira vez em várias noites, eu consigo encontrar paz para uma boa noite de sono. Porque sei que ele estará ali por mim. Quando já estou praticamente dormindo, não consigo nem mais falar ou me mover, mas ainda posso sentir o meio externo, eu o ouço sussurrar:

— Eu te amo, meu anjo.

Eu também te amo, Steve. Eu também te amo.

Pov Steve
Natasha finalmente adormece nos meus braços, na areia seca da praia. Preocupado com sua saúde, eu a levo de volta ao hotel, secando-a em toalhas felpudas e colocando dois cobertores em seu corpo. Me deito na cama ao seu lado, mas não consigo dormir de imediato. Só consigo contemplá-la, admirar sues lindos cabelos ruivos, que já passaram da altura dos ombros, sua pele lisa e impecável, e o jeito como ela dorme como um anjinho.

Desperto com uma sacudida leve no braço, e acordo sorridente, pensando que é Natasha, mas não é. É Sharon. Ela já está vestida para um dia de trabalho, e carrega uma mala.

— Hora de ir, dorminhoco.

Olho para cama de Natasha e vejo que ela não está mais lá.

— Ela foi tomar café. Estamos saindo. Vamos direto pro quartel.

— Certo, eu só vou... Me trocar.

— Isso é areia? — ela pergunta, passando a mão no meu cabelo, e é exatamente o momento em que Natasha adentra o quarto. Ela pigarreia e cruza os braços, cerrando os olhos de forma ameaçadora. Eu começo a gaguejar algo do tipo "não é o que está pensando", mas ela diz:

— Estamos partindo. Ande logo.

Eu tomo um banho rápido e visto minhas roupas, pego as malas e vou para a recepção. Natasha está escorada no balcão, com uma xícara de café nas mãos e uma expressão bem séria.

— Ah, aí está o garanhão. — ela diz, sarcástica.

— Ela quem me tocou, eu só estava lá, parado.

— Sei. E vocês não têm nada?— Claro que não temos nada, eu estou com você, Natasha.

Ao ouvir isso, eu vejo os cantos de sua boca se contorcerem em um sorriso, mas ela finge dar de ombros. Eu rio e coloco os braços ao redor de seus ombros, enquanto ela me guia para o estacionamento.

— Hill está nos esperando no carro, temos uma missão, e infelizmente envolve a agente Carter.

— Não vai ser problema.

Entramos no carro e vamos em direção ao quartel. No meio do caminho, Maria nos conta sobre o que é nossa missão, e eu sinto Natasha congelar ao meu lado ao ouvir suas palavras:

— Descobrimos o culpado do incidente no aeroporto de Nova York, vocês têm que pará-lo.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Sobre a decisão, como foi dito, a Natasha não tem muito um jeito de mamãe, e isso iria atrapalhá-la nas missões, pelo menos é minha opinião. Espero que o momento deles esteja dentro das expectativas. Beijos!