The Bear escrita por JMcCarthyC


Capítulo 5
Quatro - Conexões




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/49643/chapter/5

Capítulo Quatro - Conexões

 

How did I get there?

What did I do?

-      Pretend, Secondhand Serenade

 

 

Ainda permaneci parada ao lado da carcaça do urso por um tempo considerável. Eram suposições demais no meu cérebro, todas parecendo – incrivelmente – fazer algum sentido.

Deixei o galho cair no chão e inspirei o ar com força. O cheiro do humano ainda estava li.

Fraco, quase imperceptível. Mas estava.

E era um cheiro bom. Não um cheiro bom no sentido presa, mas era simplesmente... agradável. Sem ter para onde ir, deixei me levar por ele.

Eu não sabia para onde estava indo e, sinceramente, àquela altura eu nem me importava mais. Eu sabia que poderia alcançá-lo se quisesse, mas havia alguma coisa estranhamente convidativa em apenas segui-lo de longe. Em rastrear o cheiro, em permanecer a uma certa distância.

As folhas não faziam barulho sob os meus pés, mas, ainda assim, os animais pareciam obstinados a fugir do meu caminho. Não que eles precisassem se preocupar, eu estava satisfeita.

Demorou menos do que eu esperava para que as luzes fracas de uma cidadezinha ficassem visíveis. Eu não conseguia ouvir muito barulho, o que talvez significasse que era um lugar calmo. Sem muita pressa, fui me esgueirando pelas sombras até alcançar a borda da floresta. Foi então que eu ouvi o barulho de um motor.

Eu podia dizer que o carro estava perto, e que estava indo para o oeste. E podia dizer que o humano estava dentro dele.

O barulho diminuiu bem rápido, ficando cada vez mais fraco. Ele devia estar com pressa, assustado. Não era para menos.

Tomei o cuidado de olhar se não havia ninguém na rua quando saí. Não que houvesse algum problema, mas eu normalmente chamava a atenção. E em condições normais eu realmente gostaria daquilo, mas eu estava me sentindo especialmente... diferente naquele dia.

Segui para o oeste, sem pressa. Eu sabia que o cheiro do humano voltaria a aparecer a qualquer momento. Eu ia encontrá-lo.

Foi quando ouvi um carro se aproximar de mim.

- Olá, moça. – uma voz masculina e provocativa atingiu meus ouvidos. Decidi ignorá-la. – O que uma moça bonita como essa faz andando sozinha uma hora dessas? Sabe o que vão dizer por aí...

- O que vão dizer ou não – eu o cortei – Não é da sua conta.

O dono da voz ficou mudo por alguns instantes. Eu não o encarei, não quis me dar o trabalho.

- Desculpa, moça... eu não quis ofender a senhorita. Posso saber qual é o seu nome?

- Não.

Continuei andando.

- Tudo bem... mas por acaso você não quer uma caron... –

- Se – eu o interrompi outra vez, dessa vez, me abaixando para encará-lo – eu quisesse qualquer coisa, eu teria pedido. Ou melhor, não. Eu já teria conseguido. – ele arregalou os olhos, assustado. Eu gostava daquilo. Gostava de intimidar as pessoas – Agora me deixe em paz.

Foi imediato.

Assim que me levantei, o carro arrancou com força pela estrada, deixando uma trilha de fumaça cinza.

Bufei e acelerei o passo.

Humano idiota. Definitivamente, eu não queria trombar com mais nenhum deles. Eu estava cheia de aborrecimentos desnecessários.

E me senti imensamente melhor quando comecei a correr – não rápido demais, mas só o suficiente para sentir o vento contra o meu rosto – pela estrada. Me senti ainda melhor quando o cheiro tão familiar voltou a invadir minhas narinas.

Diminuí a velocidade, tentando identificar com precisão de onde ele vinha. Não foi uma tarefa exatamente fácil, já que o cheiro dos outros humanos se misturavam desordenadamente no ar, fazendo uma combinação de aromas que às vezes chegava a ser ligeiramente irritante.

Mas eu consegui.

No final da estradinha, eu avistei um barzinho. As luzes estavam acesas, dava para ouvir as vozes brigando para sair pelas frestas de portas e janelas. O lugar estava cheio.

Comecei a caminhar na direção do lugar, ignorando os olhares que eu sabia que estavam caindo sobre mim. Os olhares que sempre caiam.

Ou quase sempre.

Meu cérebro arriscou pensar em Edward mais uma vez e eu bloqueei a ação antes que ela pudesse ser terminada. Eu não queria. Não queria sequer ouvir o nome dele furar meus tímpanos outra vez.

Nunca mais, se possível.

Cheguei à porta do barzinho antes que pudesse me dar conta daquilo. As vozes estavam insuportáveis, os cheiros todos misturados. Ainda assim, eu sabia que ele estava lá.

Entrei devagar, tentando varrer o lugar com cautela. Gente demais. Eu não gostava de multidão, estar entre pessoas nunca tinha sido meu passatempo preferido. Talvez essa fosse a única vantagem de ser vampira: Não precisar estar entre pessoas.

Senti os olhares curiosos se amontoando sobre mim e me esgueirei para uma mesa vazia. A visão não era das melhores, mas eu conseguia enxergar o lugar todo, pelo menos.

Tentei inspirar o ar para ver se o cheiro que eu procurava se destacava, mas era impossível. Frustrada, corri os olhos meticulosamente por cada ser humano do sexo masculino daquele lugar.

Foi então que alguma coisa a algumas mesas de mim me chamou a atenção. O homem estava ofegante, parecendo frenético. Ao lado dele, uma menina de cabelos castanhos encaracolados tinha lágrimas nos olhos.

Ele levantou a cabeça e eu vi.

Os olhos azuis, absurdamente azuis, brilhando com uma mistura de terror e excitação, desfocados em um horizonte inexistente. Horizonte inexistente no qual eu me vi presa.

Ele falava com a voz trêmula, engasgada. De vez em quando fazia caretas de dor e duas covinhas fundas eram sulcadas em suas bochechas rosadas, dando-lhe um ar tão infantil que chegava a ser um crime. Era estranho, era... deslocado demais.

Adultos não deviam ser daquele jeito.

Senti vontade de levantar. Eu queria ir até ele e ter certeza de que ele estava bem. Ter certeza de que ele...

Ameacei arrastar a cadeira e o homem desviou o olhar para mim.

Era ele.

Era ele na floresta e eu não tinha dúvidas.

Foi como se depois daquilo, como se depois da associação, meu cérebro conseguisse se concentrar apenas nele. Eu podia sentir o cheiro que emanava do seu corpo, podia ouvir o arfar da respiração carregada, momentaneamente suspensa pelo encontro de nossas pupilas.

Ele tinha me visto e eu sabia que seu cérebro devia estar fazendo as mesmas associações que o meu. Eu não desviei o olhar, eu queria continuar ali.

- O que foi, Emm? – a garota sussurrou para ele, correndo as mãos pequenas pelos braços fortes do homem que ainda parecia perdido em mim.

Sem obter uma resposta, ela se virou.

Senti que olhava para mim, mas eu não me importava. Eu só queria continuar a decifrar o que havia por trás daqueles olhos.

- Emmett! – ela grunhiu entre os dentes e a conexão foi quebrada.

Emmett.

Ele piscou algumas vezes e, relutante, voltou os olhos para ela.

- Não é nada, Claire. – ela falou e eu quase consegui sentir a voz grossa sendo gravada em meus ouvidos. Quase consegui sentir meus lábios se contorcendo involuntariamente em um sorriso que eu reprimi – Eu... eu acho que eu vou no banheiro, tudo bem?

Não percebi quando a garota assentiu, só percebi quando ele se inclinou para pressionar os lábios contra os dela em um beijo rápido. Em seguida, ele se levantou, ainda lançando alguns olhares desconfiados a mim.

Antes que pudesse me dar conta, eu já estava de pé ao lado da mesa.

Aquilo era ridículo e eu sabia. Eu o havia salvado, não era nada demais. Poderia ter sido com qualquer um.

Ainda assim, não reprimi meus passos quando eles começaram a me levar na direção dele. Não reprimi minha respiração que parecia querer absorver o aroma que vinha dele com tanta intensidade. Não reprimi minhas pupilas de focá-lo e desfocar todo o resto. Não reprimi minhas cordas vocais de lhe dirigirem uma palavra quando ele parou.

- Olá.

O azul dos olhos dele fuzilava o dourado dos meus com uma intensidade quase palpável. A expressão era séria, intrigada.

Ele sabia quem eu era. Eu sabia quem ele era.

Fiquei esperando que ele respondesse.

Ele simplesmente abriu a porta do banheiro e desapareceu atrás dela.

 

***

 

N/A: Leitores! o/

 

Deixa eu falar: CADE TODO MUNDO? *corre em ziguezague*

Olha, só perdôo vocês porque eu gosto dessa fic, ok? Mas eu preciso de apoio *chora*

CLARO, obrigada a todo mundo que comentou e que está acompanhando, de uma forma ou de outra.

Bom, mas chega de mimimi u_u

 

Capítulo 4 em mãos e o 5 já está pronto... hehe

E aí, o que acharam? A Rosalie tá convencendo? Hehehe

 

Eu sei que parece que ela está enrolando e tal, mas pensem que tudo aconteceu muito rápido. Pense no choque pros dois. Pensem que – apesar de eu não gostar de idéia ¬¬’ – eles foram feitos um pro outro e tinham que se encontrar de alguma forma. Pensem no que isso significa pros dois.

Ok, parei. ._.

 

Por favor, COMENTEM! Ó... 5 CINCO C-I-N-C-O comentários pro próximo capítulo, pode ser? ._. Por favorzim... q

 

Beijos gelados,

JMcCartyC

ps: pra quem gosta do Kell *-*, fiz um fanblog: http://hisdimples.blogspot.com

Apareçam! E acompanhem ^^


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!