Take Care escrita por iamthesavior


Capítulo 8
Oitavo Capítulo.


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões pela demora para postar, Outlaw Queen está me impossibilitando de pensar Swan Queen nesses últimos dias.
Aproveitem o capítulo!



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Emma acordou com o susto do celular tocando desesperadamente ao lado da cabeceira de sua cama. O número desconhecido a intrigou e ela atendeu a chamada ainda sonolenta para ouvir a voz de Mary pedindo com suavidade para que ela tirasse seu fusca da entrada principal da garagem da mansão. A garota cambaleou escada abaixo e se dirigiu á entrada da casa ainda de pijamas, a Mercedes de Regina parada logo atrás de seu pequeno carro amarelo. O vidro aberto mostrava a morena impaciente, e a loira tentou ignorar a palpitação acelerada de seu coração na hora em que viu a mulher.

Emma contornou a entrada e ligou seu fusca, pisando no acelerador com força para tornar o ronco do motor ainda mais alto, sorrindo ao imaginar a expressão de Regina.

Mary Margaret se esforçava para abrir a cadeira de rodas enquanto Emma foi até a porta de Regina e a abriu, estendendo a mão para a mulher lá dentro.

“Bom dia, Srta Mills. Como vai?”

“Estaria melhor se não tivesse que ouvir o ronco do seu carro em pleno domingo.” Regina disse firme, sem perder o tom de brincadeira em sua voz. “E como vai você, Swan?”

“Estaria melhor se não tivesse acordado para tirar o carro daqui.” Emma segurou nos braços da mulher e a ajudou a sentar-se na cadeira de rodas.

“Da próxima vez não o deixe estacionado de qualquer jeito.”

“Vejo que está de bom humor...” As duas mulheres sorriram no mesmo instante, gostando da sensação. “Ah, bom dia Mary Margaret!” Emma abraçou a amiga que fechava a porta da Mercedes, arrancando um olhar curioso de Regina.

As mulheres se dirigiram até a casa, Emma empurrando a cadeira lentamente enquanto Mary tagarelava sobre a consulta de Regina. Ela não conseguiu prestar atenção no que a amiga dizia, os olhos presos nas unhas feitas pintadas num tom intenso de vermelho de Regina em suas mãos cruzadas apoiadas no colo e seu cabelo agora mais curto e sedoso.

“...é impossível, digo, se alguém está morrendo dentro do carro vamos ter que esperar o manobris...”

“Você foi ao salão, Regina?” Emma interrompeu Mary Margaret.

“Sim.” Regina respondeu confusa, secretamente emocionada pela loira ter percebido sua mudança de visual. “Por quê?”

“Gostei do seu cabelo assim...” Emma admitiu, arrancando um forte rubor do rosto de Regina. Mary desistiu de falar e seguiu até a cozinha preparar o almoço, deixando as duas mulheres sozinhas na sala.

Com a ajuda de Emma, elas se sentaram no sofá, uma de frente para a outra, as pernas pálidas da loira quase tocando as morenas de Regina.

“Você dormiu bem?” A garota iniciou o assunto, se constrangendo logo em seguida. ‘Isso é quase tão ruim quanto falar sobre o tempo.’

“Sim, maravilhosamente. Algumas cervejas podem realmente me derrubar.” Regina respondeu sorrindo. “E você?”

“Muito bem, na verdade...” Emma mentiu, preferindo não admitir que não havia pregado os olhos durante a noite. “E como foi sua consulta? Algum diagnóstico novo sobre sua coluna?”

“Nada de novo...” Regina deu de ombros, um hábito que estava adquirindo pela convivência com a garota em sua frente. “Eles dizem que estou curada, e realmente estou. Sem fraturas, sem contusão, nenhuma lesão... Só a dor mesmo, mas disso você já está cuidando.” A morena sorriu, arrancando um sorriso ainda maior de Emma. “E cuidando muito bem, obrigada.”

“Eu só estou fazendo meu trabalho.” Mesmo desviando o olhar, Regina pode ver as bochechas da garota corando fortemente. Mais um sorriso arrancado.

“Você está fazendo muito mais...” Regina disse muito baixo, os lábios quase imóveis.

“O que?” As palavras não fugiram dos ouvidos atentos de Emma.

“Eu disse...” A morena pigarreou com a tensão que subia em sua garganta. “Que o almoço está demorando demais.”

Emma não tinha certeza sobre o que tinha ouvido, sua incerteza aumentando ainda mais conforme Regina desviava o olhar e varria a sala com os olhos, evitando contato visual.

“Sobre as cervejas...” Regina disse mudando de assunto. “Acho que poderíamos repetir a dose hoje, não?”

“Eu adoraria.” Emma sorriu, um pouco menos entusiasmada que antes. “Mas realmente preciso estudar...” Ela admitiu tristemente, pensando no desperdício da chance de usar seu tempo livre com Regina.

“Estude durante a tarde e fazemos algo depois do jantar.” A morena sugeriu. “Não aceito não como resposta.”

“Mas eu trabalho amanhã cedo...” Emma disse triste, cada vez mais intrigada com a possibilidade de estar com Regina.

“Eu te libero da primeira sessão se prometer não arranjar mais nenhuma desculpa desnecessária.” A mulher sorriu. “Minha proposta final.”

“Parece que alguém está se esforçando duro para ter minha presença hoje...” Emma sorriu arqueando as sobrancelhas conforme a expressão de Regina se tornava mais nervosa. A morena apoiou o cotovelo nas costas do sofá, encostando a cabeça levemente na mão enquanto encarava a loira nos olhos. Uma expressão um tanto quanto intimidadora. “Aceito sua proposta... Mas tem um porém.”

“Desde quando você tem 'poréns’?”

“Vai ouvir minha condição?” Emma fingiu impaciência, recebendo um olhar divertido de Regina. “Quero jantar pizza.”

“Pizza?” Regina riu alto. “Tudo bem, pizza então... Porém...”

“Com você sempre tem um porém.” Emma revirou os olhos, o sorriso nunca saindo de seus lábios.

“Vai ouvir minha condição?” A morena repetiu as palavras que a garota havia lhe dito segundos atrás no mesmo tom de diversão.

“Qual é sua condição?”

“A sobremesa é por minha conta.” Regina disse séria, um sorriso um tanto quanto malicioso nascendo e morrendo em seus lábios no mesmo segundo.

“E como vai fazer isso, madame Mills, já que não consegue se mover?” Emma disse num tom desafiador, a brincadeira fugindo de suas palavras e adquirindo seriedade.

“Eu posso me mover perfeitamente, Srta Swan.“ Regina a desafiou, desviando o olhar por um milésimo de segundo para os músculos tensos do pescoço da garota engolindo em seco. “Você ficará surpresa quando provar o que tenho para lhe oferecer...”

Emma sentiu a tensão pairando sobre suas cabeças conforme as palavras ganhavam duplo sentido em sua mente. Sem perceber, as duas haviam inclinado seus corpos em direção uma à outra, o rosto a poucos centímetros de distância. Ela não sentiu necessidade de recuar, tampouco estava intimidada pelas palavras de Regina. Ela estava disposta a provar o doce que a morena estava disposta a lhe preparar.

“Negócio fechado.” A loira respondeu lentamente, arrastando sua voz um pouco mais do que o necessário. “Oito horas passo no seu quarto para te buscar.”

Regina sorriu em resposta. Um sorriso diferente do habitual, carregando um brilho diferente em seus olhos que disparou o coração da loira em sua frente de maneira audível.

Ambas as mulheres estavam presas em sua própria bolha de tensão, jamais quebrando o contato visual, sem mais pronunciarem uma palavra sequer. Mary Margaret entrou na sala e se deparou com a cena intrigante, notando o sorriso em Regina que a fez recuar e refletir sobre o quão corajosa Emma era por encarar aquele olhar intimidador tão de perto. Ela anunciou o almoço pigarreando e mantendo distância, voltando para a cozinha sem ousar interferir novamente no contato das duas mulheres.

Depois de almoçar, Emma subiu as escadas e tentou se concentrar em seus estudos, sem obter sucesso algum. O coração disparado não se acalmou até que ela finalmente conseguiu se prender nos textos sobre anatomia humana. Ela seguiu as páginas dos livros, que traziam imagens da estrutura de uma coluna perfeitamente alinhada. Ela tocou a folha levemente, a mente vagando até a mulher que dormia no quarto ao lado. Perdendo todo o foco dos estudos, Emma sentia as informações recém-adquiridas indo por água abaixo conforme ela se concentrava na lembrança do corpo de Regina quente sob suas mãos. Ela perdia o controle na intensidade das lembranças agradáveis em sua mente, a respiração acelerando involuntariamente ao fechar os olhos e imaginar o toque sendo retribuído. Ela estava perdendo o juízo e não se importava, concentrando-se apenas nas cenas impossíveis que surgiam em sua cabeça. Sem perceber, ela havia deitado a cabeça na mesa, o rosto contra a madeira fria. Ela cravava as unhas curtas nas próprias pernas, imaginando o mistério que se escondia dentro das calças de seda que a mulher usava como pijama. Imaginou Regina retribuindo seus toques, imaginou um beijo o qual ela tinha certeza que jamais aconteceria em realidade.

Emma adormeceu em cima de seus livros, mas seus sonhos mantiveram a linha de seus pensamentos.

Ela acordou no susto pela segunda vez naquele dia, a luz da lua invadindo seu quarto pela janela aberta. Mary Margaret bateu na porta apenas para anunciar que estava indo embora, perguntando pela milésima vez se não seria útil naquela noite. Ela deu um beijo na amiga e foi embora.

Emma tomou um banho o mais rápido que pode. Sem ter certeza do que deveria usar, vestiu suas calças jeans e regata branca, calçando suas botas e ajeitando os cabelos na frente do espelho. As linhas pretas e finas do delineador marcavam suas pálpebras como de costume, uma última checada nos cachos loiros antes de fechar a porta e seguir para o quarto de Regina.

Ela bateu na porta e a voz da morena pedindo para que ela esperasse a deixou de repente centenas de vezes mais nervosa. Quando a porta se abriu, Emma se esforçou para manter a expressão calma que havia construído.

Sentada na cadeira que Emma havia furtado, Regina olhava carrancuda para a loira de pé em sua porta. Seu cabelo caía levemente sobre as alças finas de sua regata preta, mesclando os tons escuros dos fios perfeitamente alinhados. O preto da blusa era quebrado pelo grafite da saia alta da morena, voltando ao tom escuro com a bota em suas panturrilhas. Ela estava completamente á vontade, carregada da simplicidade mais elegante que Emma já vira na vida, fazendo-a imediatamente se sentir completamente mal vestida.

“Está atrasada, Swan.” Regina disse sem relaxar a pequena ruga de desaprovação entre seus olhos. A boca perfeitamente pintada de vermelho escuro formou um beicinho de desagrado.

“Qual é, eu estava no quarto ao lado...” Emma tentou recompor a coerência de seus pensamentos enquanto se abaixava para pegar Regina no colo.

Elas desceram as escadas, a tensão aumentando ainda mais com o mau humor da morena que encarava Emma em silêncio. As mulheres se sentaram no sofá e a loira analisava o catálogo das pizzas.

“Estava pensando...” Regina finalmente falou, tirando Emma de sua concentração. “Se talvez pudéssemos substituir as cervejas por algo um pouco mais sofisticado.”

“Tipo o que?”

“Cidra de maçã, por exemplo... Na minha adega você vai encontrar uma garrafa da melhor que existe.” Regina disse, recuperando o tom normal de voz aos poucos. “Você poderia ir busca-la enquanto faço o pedido, sim?”

Emma assentiu e se levantou em direção á adega, o sorriso se formando aos poucos com a cooperação da morena. Ela pegou a cidra nas mãos e se recompôs antes de voltar para a sala, os olhos diretamente para a mulher sentada no sofá.

Ela se sentou ao lado de Regina, permitindo seus olhos correrem pelo corpo perfeito mais uma vez antes de voltar para seus olhos. Regina sorriu, percebendo o efeito que causava na garota, intensificando a sensação de satisfação ao descer os primeiros goles da bebida forte em sua garganta.

As duas riram e tossiram com a intensidade da cidra em seus organismos. Em alguns minutos, Emma estava gargalhando de uma maneira deliciosa a qual Regina gostava mais do que era capaz de admitir.

A garrafa recém aberta es esvaziava aos poucos, indicando que noite estava apenas começando.


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Notas finais do capítulo

#AgoraVai



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