The Chase escrita por Oswin Oswald


Capítulo 2
Baby Blue


Notas iniciais do capítulo

Então, já devem ter percebido que não sou criativa com títulos. Por isso os títulos dos capítulos vão ser sempre músicas u.u
Espero que gostem, estou me divertindo com essa fic :33



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Sra. Hudson! Abra a porta! – Sherlock batia incessantemente na porta do apartamento da senhoria. – Sra. Hudson!

Ela abriu a porta subitamente, sua expressão tentando mascarar falhamente a surpresa. Atropelando a mulher e entrando no apartamento sem ser convidado, o detetive olhou em volta, analisando os cômodos que podiam ser vistos dali, desde a cozinha até as almofadas arrumadas às pressas no sofá da sala.

– Quem esteve aqui? – Ele perguntou. – Alguém esteve aqui, no andar de cima.

– Alguém... Sherlock, o que você está querendo dizer? – A mulher franziu as sobrancelhas, sua mão cobrindo a boca enquanto ela reparava no estado do homem a sua frente e associava peças óbvias um pouco rápido demais. – Oh, meu Deus. Molly, ela está bem?

Ele suspirou, revirando os olhos. – Acredito que alguém levou Molly. Querendo me atingir, é claro. E agora John também sumiu— o que significa que esse alguém quer me atingir de todas as maneiras.

– E do que você precisa, Sherlock? Deixe-me ajudar.

– Do que eu preciso? – Ele riu. – Ah, eu preciso ter Molly e John de volta. Preciso acordar e perceber que nada está acontecendo. Eu preciso de um novo cortador de frutas e um novo shampoo. Preciso que Mycroft saia da minha cabeça com seus pequenos lembretes de como controlar a minha vida. Preciso de pessoas que não sejam tão incrivelmente estúpidas como a maioria é. Eu preciso, Sra. Hudson, de espaço.

Sherlock Holmes correu para fora do apartamento, parando no meio da calçada com as mãos na cabeça e observando o movimento de carros passando pela Rua Baker. Já vira tudo o que precisava ser visto lá dentro, e sabia que não importasse a pergunta, Sra. Hudson não teria a resposta. Aliás, ela trazia mais perguntas sobre o assunto. Ele precisava de Mary.

Mary e aquela linda garotinha Watson— Avery. Ele não sabia que tinha jeito para lidar com bebês até conhecer a brilhante garota. Era uma oportunidade de ouro, criar uma criança com pensamentos lógicos e com a metodologia que deveria ser aplicada em todas as crianças, e não podia ser desperdiçada tão facilmente. Por isso Sherlock se apegara tão facilmente a ela. E a pequena não o desapontava. Aprendia rápido, como era comum nas crianças. Isso o encantava. Não que ele admitira isso para alguém, apesar de saber que Mary conhecia esse seu segredo.

Os táxis não o decepcionaram dessa vez, e ele se pôs a caminho de Mary Watson. Sua mente estava a trabalhando como nunca, entre todas as possibilidades de encontrar Molly, uma deveria funcionar. Ele não tinha muito com o que trabalhar. Mas tinha pelo menos uma certeza: Se Molly Hooper morresse, ele não sobreviveria. Somente o pensamento dessa hipótese o corroia por dentro, como ácido correndo em suas veias. Mycroft não estava assim tão errado, talvez. Pensando por um lado, teria sido muito mais fácil nunca ter se envolvido com ela. Mas... por outro lado, os momentos felizes que tiveram estavam gravados em sua memória aidética. As risadas, os sorrisos dela. Seus olhares, seu toque. Molly era tudo o que ele tinha agora, o que fazia essa situação inaceitável. Quem quer que seja a pessoa que fez isso com ela, iria pagar caro. Muito caro.

– Sherlock! – Mary correu de encontro ao detetive assim que ele saiu do táxi. – Sherlock, o que está acontecendo? Encontrou John? E Molly, o que aconteceu com ela?

– Eu não... sei, Mary. Tenho hipóteses, mas nada concreto. Temo que John e Molly tenham sido levados para o mesmo lugar e que isso é algum tipo de jogo, preparado especialmente para me atingir. – Ele segurou a loira pelos braços, sério. – Desculpe-me por envolver você e sua família.

Mary ficara um pouco surpresa com aquilo. Não esperava ver Sherlock Holmes assim tão abalado. John era importante para ele, mas isso era diferente da primeira vez. Sim, ele estava com o mesmo olhar focado e destemido. Mas dessa vez, ela conseguia ver uma certa... raiva neles. Oh, então ele realmente sentia algo por Molly. Não iria desistir até encontrá-los. Por um lado, isso era bom. E ela iria segui-lo para onde é que fosse.

– Pegue Avery, nós vamos deixá-la com meus pais.

– Desculpe-me? Com seus pais? O que aconteceu com a Sra. Hudson? Vamos deixá-la com ela, já fizemos isso antes. – Mary respondia enquanto pegava a filha e uma pequena mala já preparada ao lado.

– Não, a Sra. Hudson não é a melhor pessoa para se confiar agora.

– Não seja ridíc—

– Mary. Confie em mim. Hudson está fora da equação aqui.

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– Filho! – Sr. Holmes os recebeu com um grande sorriso, erguendo os braços quando os dois saíram do carro. – Mary! É bom vê-los novamente!

– Pai, olá. Tenho algo pra você. – Sherlock pegou a bebê com cuidado e a entregou para seu pai, não deixando alternativa para o outro a não ser segurá-la. Ele havia praticamente jogado a garota em cima dele. – Cuide dela. Não fale com ninguém até eu ligar dizendo que está tudo bem. Não diga a Mycroft que eu vi aqui pedir isso. Voltaremos assim que pudermos.

– As coisas dela estão aqui dentro. Qualquer coisa que precisar, é só ligar. Avery não dá muito trabalho. – Mary completou. – E obrigada, Sr. Holmes. O senhor é de grande ajuda.

Antes mesmo que o Holmes mais velho pudesse se recuperar do choque, os dois já estavam de volta no carro. – Vocês vão ficar bem? – ele conseguiu perguntar.

– Há uma grande chance de que vamos morrer. Mas, se não houvesse, qual seria a graça? Tchau, pai.

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– Tudo bem, fizemos o que você queria, “sem perguntas”. – Mary começou enquanto Sherlock dirigia o carro dela por entre as ruas de Londres. – Mas agora as perguntas começam. O que está acontecendo? O que você descobriu? Não espera que o ajude sem saber de nada. Você vai me contar tudo o que sabe e vai fazer isso agora, Sherlock Holmes.

O detetive ficou em silêncio por algum tempo. Não queria expor tudo o que havia descoberto, principalmente por nada estar claro em sua cabeça. Mas ela tinha razão, de qualquer maneira. Mary não era exatamente alguém de extrema confiança, contando pelo seu passado de mentiras. Mas ele sabia que poderia compartilhar as informações agora. A vida de John também estava em jogo. E além do mais, ele tinha a filha dela com seu pai. Um ponto a seu favor, caso as coisas dessem errado.

– Bom, alguém entrou em meu apartamento e levou Molly para algum lugar à força. Essa pessoa usava um perfume cítrico masculino, típico para certas pessoas que frequentam uma específica parte do continente – para onde estamos indo agora. O mesmo perfume que senti quando fui à sua casa. E você não havia notado o pen drive jogado nos arbustos perto da porta, mas eu notei. Como a pessoa que o colocou lá sabia que eu o faria. – Sherlock introduziu o pen drive no rádio, e uma música começou a tocar.

Guess I got what I deserve

Kept you waiting there

Too long for my love

All that time without a word

Didn’t know you’d think,

That I’d forget

Or I’d regret

The special love I had for you

My baby blue

Escutar essa música só o deixava ainda mais irritado. Sim, ele achava ter ganhado o que merecia por ter se envolvido tanto. Sim, ele achava que esperara muito tempo para notar Molly e para dizer o que realmente sentia. Mas, no final da estrofe, lá estava o que ele precisava. A pista que completava a informação retirada do perfume. A primeira peça do quebra-cabeça.

– Para onde estamos indo? – Mary levantou as sobrancelhas. Ela já havia escutado a música, era antiga. Mas ainda não conectara as informações.

– Mary, por favor. Escute a música.

Nesse momento, os dois passaram uma placa: Escócia – 130 km.

– Estamos a caminho da nossa “baby blue”.


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Notas finais do capítulo

Se quiserem escutar a música, aqui está o link:
https://www.youtube.com/watch?v=TkA7xQb6uPk

Terceiro capítulo está a caminho! Espero não receber muitas ameaças até lá kkkkkkkk'