Trouble. escrita por Caroles
Notas iniciais do capítulo
oi lindas e lindos
Entendam que quando uma de suas amigas diz: ‘’ temos que conversar’’, nada de bom está por vir. É que nem quando sua mãe chama você pelo seu nome completo, você sabe que fez algo de errado e vai pagar bem caro por isso.
Pois bem, Taylor está com uma cara nada boa, como se quisesse estourar os miolos de alguém ali mesmo. E o pior de tudo é que ela havia trancado a porta, assim não daria nem para fugir, fora o som alto que tocava lá fora.
– Taylor, o que foi? – perguntei exasperada.
– Bom, digamos que seu irmão, é um babaca! – ralhou ela.
– Diga uma novidade – rebati. – Qual foi a da vez?
– Ele está fazendo uma brincadeira nada legal com as meninas do colégio. – ela fez uma pausa, tentando absorver tudo para poder contar – Bom, o negócio é o seguinte, ele e os amigos estão apostando dinheiro pelas garotas que eles ainda não conseguiram pegar, eles fizeram uma verdadeira jogatina, e parece que é só o começo, isso vai dar um problema danado.
– Como você sabe disso? – perguntei.
– Mensagem anônima – respondeu ela, dando de ombros em seguida.
– Então pode ser mentira não é? – perguntou Ava esperançosa. Às vezes eu me esquecia do seu amor platônico por Jared, e quanto as ações dele machucavam o coração dela.
– Talvez, mas isso pode ser verdade também. Vi o Jared outro dia recebendo um papel e dando dinheiro para outro cara, nos corredores da escola. – disse Taylor. Não respondi de imediato, fiquei pensando em como Jared era burro, mas não à esse ponto, de ficar apostando em várias garotas, por dinheiro fácil, ele não fazia esse tipo, ou será que fazia? Foi quando minha mente deu um estalo.
– Taylor, você disse que ele estava dando dinheiro para um garoto, e que ele estava pegando um papel, certo?
– Sim. – ela deu de ombros e me olhou atentamente.
– Você se lembra em que dia foi isso mais ou menos?
– Lá pela terça, quarta.
– O que isso tem a ver? – perguntou Ava.
– Ele estava pagando para alguém dar o gabarito da prova de física, tenho certeza disso – certeza eu não tinha, mas era isso que eu esperava, por mais que Jared fosse idiota muitas vezes, ele era um ótimo irmão, e eu não gostaria de acreditar que ele seria capaz de fazer uma coisa assim – Ele sempre paga alguém para fazer seus trabalhos, ou dar o gabarito das provas, é bem a cara dele.
Ava que estava enrijecida ao meu lado, pareceu relaxar, mas Taylor tinha o gênio forte, e ainda tinha suspeitas, porém, consegui convence-la de que isso não passava de uma brincadeira de mal gosto de alguém.
– AH! – ela gritou – falando em brincadeira, que história é essa de fazer uma festa surpresa e nem me contar? – ela fez um biquinho magoado e todas começamos a rir.
– Se era surpresa, como iriamos contar?
– Vocês são boas em guardar segredo. – ela resmungou.
– Isso é bom, certo? – perguntou Ava confusa.
– Claro – respondeu Taylor, não sendo muito convincente. – Mas vamos voltar, quero curtir a night.
*
Já passava das 3 horas da manhã, e ainda estávamos jogados na sala, bebendo tudo que podíamos encontrar pela casa, bêbados e felizes, rindo como se não houvesse amanhã.
Sentei do lado de uma pessoa que estava com a cabeça entre os joelhos e ainda segurava a bebida na mão.
– Ei – cutuquei-a
– Quieta – a pessoa resmungou.
– Tá passando mal é? – perguntei rindo, e bebendo mais um pouco da garrafa, já vazia nas minhas mãos.
– Se você continuar falando, vou vomitar em você. – dessa vez a pessoa emitiu um rosnado.
– Uau, que agressivo que você é – mudei de posição, e invés de ficar ao seu lado, fiquei de frente para a pessoa. Tentei focar meus olhos na pessoa, mas não consegui olhar atentamente.
– Para de me encarar – resmungou a pessoa.
– Qual é o seu nome? – perguntei atropelando as palavras.
– Não te interessa – resmungou a pessoa.
– Ok não interessa, mas me diz uma coisa, porque você ainda está aqui? Não sabe que a festa ficou intima agora? – soltei uma risadinha, e ele bufou, ainda sem mostrar o rosto.
– Sim, e eu sou muito intimo da aniversariante, caso você não saiba – ele levantou o rosto e me encarou. Consegui focar meus olhos em seu rosto, e confesso que fiquei boquiaberta. O cara parado na minha frente era lindo, tipo, um deus grego, não tinha nem como descrever tamanha beleza.
Diferente de Dylan que tinha olhos escuros, o Sr. Não te interessa, tinha olhos cor de mel, quase dourados. Cabelos castanhos claros, e uma boca, ah meu Deus do céu, que boca era aquela? E esse sorriso que ele está me dando nesse momento? Alguém me socorre, por favor, tragam o balde, acho que posso acabar com a crise hídrica de tanto que eu to babando aqui.
– Quer um lenço? – perguntou ele rindo.
– An? – perguntei embasbacada.
– Perguntei se você quer um lenço – ele riu – está escorrendo baba pelo seu queixo.
Puta merda, não acredito, eu estava babando literalmente. E ele estava rindo na minha cara, e com toda a razão né. Passei a mão pelo queixo e limpei o liquido da vergonha. Levantei com todo o resto de dignidade que ainda tinha sobrado em mim, e dei às costas ao Sr. Não te interessa.
– Opa – tropecei nos próprios pés e fui de encontro ao chão, e nem pensem que o gostosão veio me ajudar, ele já estava no chão também, mas rolando de rir.
– Pena que eu não gravei isso Evans – disse uma voz acima de mim.
– An? – perguntei para a voz superior.
– Vem logo ruiva – só havia uma pessoa que me chamava de ruiva, nesse tom autoritário, como se fosse meu dono...
– Me solta Dylan – me desvencilhei do aperto de suas mãos e fiquei de pé. Mas Dylan, não contente, tentou me segurar de novo.
– Acho que você não ouviu ela não é mesmo McCallen? – disse o Sr. Não te interessa, se intrometendo na conversa.
– Cala a boca Adams – resmungou Dylan, apertando mais meu braço.
– Solta ela – retrucou o outro.
– Ela está solta – ele tirou a mão do meu braço, e deu aquele sorrisinho sacana, que ele sempre dá antes de fazer ou falar algo indecente.
– Seu nome não é Sr. Não te interessa – disse quebrando o silencio que tinha pairado entre nós como um nuvem negra.
– Não Evans, mas para você, isso ainda não é da sua conta. – rebateu ele.
– Foda-se vocês dois! Idiotas! – sai batendo o pé firmemente e dei de cara com Todd, que ia em direção ao quarto com uma garrafa, e resmungava sozinho.
– Ruivinha – disse ele animado.
– Cadê a sua irmã? – perguntei esbaforida.
– Com algum garoto por ai. – disse ele e deu meia volta.
Decidi rodar pela casa, para ver se achava alguma de minhas amigas, e desejei não ter feito isso, quando encontrei com Ava e seu namoradinho dando uns pegas. Nojento. Não imaginava minha pobre amiga santa e pura fazendo algo desse tipo. Desisti de ir atrás da Taylor também, todas estavam acompanhadas, até o Sr. Não te interessa... opa, ele não estava acompanhado. Fui me aproximando e vi que ele estava sozinho, sentado em uma das cadeiras de praia no quintal, ao lado da piscina.
– Oi – disse me aproximando sorrateiramente.
– Você de novo babona? – disse ele sorrindo. E que sorriso.
– Tem algo contra pessoas que babam?
– Sim, elas babam, e isso é nojento.
Sentei em uma cadeira ao seu lado e fiquei quieta, falar algo poderia me prejudicar, mas eu queria conversar. Nota mental: nunca mais beber.
Depois de minutos de silencio, ele se pronunciou:
– Você quer transar?
– An?
– Perguntei se você quer transar babona – ele riu – de preferência comigo.
– Claro – dei um sorrisinho e mordi os lábios.
– Sério? – ele me olhou assustado.
– Não. Eu babo lembra? – fechei a cara e virei o rosto para o outro lado.
– Pode babar em mim, dessa vez eu deixo. – olhei para a cara do safado, e joguei uma toalha na cara dele.
– Cala a boca.
– Ok, a gente não transa então – ele deu de ombros.
– Ótimo, não faço isso com estranhos.
– Só com conhecidos? Não tem problema, posso te dar meu telefone e a gente troca umas ideias, posso deixar o sexo para depois.
– Você não tem escrúpulos né? – disse rindo
– Não, mas você tem uma coisa que eu quero.
– Pena que não vai rolar.
– Uma pena mesmo – ele se levantou.
– Aonde você vai? – perguntei curiosa. Ele não podia ir embora.
– Para casa, sinto que amanhã vou sofrer uma grande ressaca. – ele suspirou e coçou a cabeça, e a luz da lua, seus cabelos refletiam de uma cor castanha clara.
– Pelo visto, não vai ser só você – suspirei e encostei a cabeça no joelho, quando levantei o garoto já estava a bons passos de distância. – Ei! – gritei.
– Que foi babona? – disse ele ainda andando.
– Não sei seu nome ainda.
– Para você, é rei Arthur – ele me mandou um beijo e voltou a andar.
– O meu é Lidia! Lidia Evans, mas pode me chamar de Guinevere.
Ele olhou para trás mais uma vez, e depois disso partiu.
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Hmmm, eai? Quem será o tal Sr. Não te interessa? KKKKK segredoooooooo