A Sun And a Moon escrita por velgoncalves


Capítulo 22
Capítulo 21.1 Compromisso (2ª parte)


Notas iniciais do capítulo

Oláááá, meus agradecimentos a Liana que me ajudou muiiiiito nesse capitulo, sabem como é né? Poucas lemons. Não sabia como fazer então recorri a uma salvadora...rsrs. Ela ajudou D+... Liana... Capítulo dedicado a você que fez grande parte dele....
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Boa leitura!



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21.1 – Compromisso.

 

- Por favor - ela tentou outra vez. Estava mais complicado escapar de suas investidas.

 

- Bella - balancei a cabeça lentamente, com aparente negativa, mas aquilo não era nenhuma negação, era apenas eu querendo clarear meus pensamentos, buscando uma forma de convencê-la do óbvio, enquanto o rosto dela era lívido, aguardando uma resposta.

 

Meus lábios se moviam pra frente e pra trás em sua garganta. Era como se lá fosse uma redenção. Um meio de eu conseguir escapar de dar-lhe vitória. Enquanto isso o seu coração, batia freneticamente. De novo, ela tomou toda a vantagem que podia. Quando virei o rosto em direção ao dela com o leve movimento da minha indecisão, ela se virou rapidamente em meus braços até que os seus lábios alcançaram os meus.

 

Segurei o seu rosto, ele tinha uma expressão de medo, pensando que eu fosse me afastar de novo. Ela estava errada. Eu estava na verdade, sucumbindo ao desejo. O Beijo não era nada gentil; Eu a queria tanto quanto ela me queria, havia uma nova extremidade de conflito e desespero na forma como os meus lábios de moviam. Ela ciente de minha indecisão, aproveitou-se do momento e travou os braços no meu pescoço e sua pele emanava cada vez mais calor e mais desejo, fazendo com que a minha pele parecesse mais fria do que nunca. Ela estremeceu, mas claramente não era pelo frio. Ela agora era pura luxúria. A criatura mais tentadora da face da terra.

 

Eu não parei de beijá-la. Foi ela quem parou, ofegando por ar. Mesmo assim não desgrudei os lábios da sua pele, eles só se moveram para a sua garganta. A sensação de vitória estava evidente em sua expressão; isso a fez poderosa. Corajosa. E muito, muito Sexy. Aquele corpo primoroso, líneo em suas formas. Ela não fazia idéia do apelo que tinha pra mim, como homem. Eu nunca havia conhecido o corpo de uma mulher, nunca havia tocado numa como tinha a oportunidade de fazer naquele momento. Bela era a minha tentação, era a luxúria que tentava domar meus sentidos, tentando me fazer cometer um desatino. Meu corpo todo também dizia que a queria. Mas minha razão tomava o lugar me lembrando de que eu não poderia.

 

As mãos dela agora estavam inquietas; passeando pelos botões da minha camisa, com facilidade dessa vez, e os seus dedos traçando as linhas do meu dorso frontal, provocando sensações incríveis por todo o meu corpo. Suas mãos em mim, traçando um rastro de fogo por onde deslizavam. Eu parecia liberar um calor que nada tinha a ver com temperatura, quando ela me desbastava por meu peito gelado.

 

Ela tinha agora muito mais desejo em seus olhos. Insuportável, isso é o que era. A beleza dela, associada ao seu cheiro e seu calor, me extraía o ar, mesmo que não me fosse necessário respirar, era demais pra suportar... Levei novamente meus lábios em direção aos dela, e ela como era de se esperar estava mais ansiosa, mas tanto quanto eu estava.

 

Uma das minhas mãos ainda segurava o seu rosto, enquanto meu outro braço estava apertado na sua cintura, trazendo-a mais pra perto. Eu a queria, tanto quanto ela me queria, isso era fato, mas eu não poderia mais me deixar levar. Eu poderia machucá-la. Eu jamais me perdoaria se algo de ruim viesse a acontecer. Se por acidente, no clímax, eu sem querer a esmagasse, tamanho seria o prazer que estar com ela, como homem e mulher poderia gerar.

 

Isso tornou as coisas um pouco mais difíceis, mas tive que detê-la. Segurei seus pulsos, com minhas mãos, feito algemas se fechando, e puxando-as para cima da sua cabeça, que eu cuidadosamente deitei em cima de um travesseiro. Então para não magoá-la novamente sussurrei em seu ouvido de novo.

 

- Bella - usei também minha voz mais sedutora, quente e macia.  

 

- Você pode, por favor, parar de tentar tirar as suas roupas?

 

- Você quer fazer essa parte? - ela perguntou confusa. Seu rosto era rubro.

 

- Essa noite não - respondi suavemente, tentando ser o mais sutil possível. Então encostei suavemente os lábios em sua bochecha, escorregando por sua mandíbula, transparecendo o fim de toda a urgência.

 

- Edward, não… - ela começou a rebater.

 

- Eu não estou dizendo não - eu a assegurei, e isso era bem verdade.  

 

- Eu estou dizendo não essa noite - Ela pensou nisso por um momento, pela sua expressão estava sendo difícil aceitar que precisávamos manter nosso controle. Depois de algum tempo, a sua respiração se acalmou.

 

Agora que eu sabia o gosto que mel tinha, queria mesmo era me lambuzar todo. Isso seria uma idéia para o futuro, ao menos pra ela, enquanto humana. Depois de transformada poderíamos pensar em algo como sangue de leão da montanha. Ah isso seria bem conveniente… Eu realmente estava escutando muito as idéias de Emmett, meu irmão pervertido. Será mesmo que Rosalie permitiu isso?

 

- Me dê uma razão pela qual essa noite não é tão boa quanto qualquer outra noite - ela ainda estava sem fôlego; A frustração na sua voz agora menos aparente.

 

- Eu não nasci ontem - gargalhei no seu ouvido. Talvez ainda me lembrando de Emmett. Mas a risada saiu mais estridente por ver sua expressão curiosa.

 

 - Entre nós dois qual é aquele que está com mais vontade de dar ao outro o que ele quer? Você só prometeu se casar comigo antes de qualquer mudança, mas se eu fizer isso essa noite, o que me garante que você não vai sair correndo pra Carlisle de manhã? Eu sou, claramente, muito menos relutante em te dar o que você quer. Portanto... Você primeiro - Ela exalou num alto acesso de ira.

 

- Você vai me fazer casar com você antes? - ela perguntou, sem acreditar.

 

- Esse é o acordo… É pegar ou largar. Compromisso lembra? - Ela havia vencido, eu sabia que não aguentaria por muito tempo suas investidas.

 

Ela tinha razão quando pedia para ter essa experiência como humana. Além do que eu não conseguiria negar-lhe nada. Eu a amava. Então entrelacei meus braços ao seu redor, e comecei a beijá-la de uma forma doce, gostosa e porque não… Convincente. Aquilo deveria funcionar como compulsão, coação. Ela bem que tentou manter o nexo, mas seus hormônios naquela noite estavam a meu favor, então... Ela falhou rápida e absolutamente.

 

- Eu realmente acho que essa é uma má idéia - ela ofegou quando a deixei respirar.

 

- Eu não estou surpreso que você se sinta assim - Dei-lhe um sorriso malicioso. Essa seria a hora exata para fazer o pedido. As cartas estavam na mesa, bastava uma jogada final e eu teria um Royal Straight Flush, como se diz nas mesas de poker.

 

- Você tem uma cabeça pouco aberta - Ela não teria como resistir, eu faria a minha melhor cara de cão abandonado. Não, cão não. Talvez leão manso, à espera de um afago.

 

- Como foi que isso aconteceu? - ela murmurou.  

 

- Eu pensei que ia fazer as coisas do meu jeito essa noite, pra variar, e agora, do nada…

 

- Você está noiva - eu terminei. Pronto! Venci! As cinco cartas de “As” estavam na mesa.

 

- Eca! Por favor, não diga isso em voz alta - Bella era mesmo muito obtusa.

 

- Você vai voltar com a palavra? - eu quis saber. Então me afastei para ler o seu rosto. A expressão dela estava divertida. Eu estava me divertindo. Ela me encarou, tentando ignorar a forma como o meu divertimento a fazia se aborrecer.

 

- Você vai? - eu insisti, pressionando-a.

 

- Ugh! - ela gemeu.  

 

- Não. Eu não vou. Você está feliz agora? - Humm, tão ranzinza, tão linda, tão… apetitosa… seria maravilhoso estar com ela, homem e mulher, juntos em um só corpo. Não pude conter um sorriso dominante.  

 

“Excepcionalmente” - Perfeito. Ela não voltou atrás em sua promessa. Eu também não voltaria na minha, mesmo porque agora eu também queria muito.  

 

- Você não está nem um pouco feliz? - Eu observei, mas a beijei de novo antes que ela pudesse responder. Outro beijo persuasivo demais.

 

- Um pouco - ela admitiu quando conseguiu falar.

 

- Mas não por estar me casando - Eu a beijei outra vez deixando-a ainda mais estimulada.

 

- Você está com a sensação de que tudo está ao contrário? - eu ri no seu ouvido.

 

- Tradicionalmente, não era você que devia estar discutindo no meu lugar, e eu no seu?

 

- Não tem muita coisa tradicional entre você e eu.

 

- Verdade - Eu a beijei outra vez e continuei até que o seu coração estava a galopes acelerados e a sua pele corando. Um rubor lindo. Pena que isso não iria mais durar por muito tempo.

 

- Olha, Edward… - ela murmurou, a voz lisonjeando, quando eu parei e me guiei pra beijar a palma da sua mão. Aquele perfume de frésias… Um néctar dos Deuses…

 

- Eu disse que me casaria com você, e eu vou. Eu prometo. Eu juro. Se você quiser, eu assino um contrato com o meu próprio sangue - Ela não sabia a força das suas palavras. Isso doía, porque era realmente como ela estava assinando.

 

- Isso não foi engraçado – murmurei sério, ainda inalando seu inebriante perfume.

 

- O que eu estou dizendo é isso. Eu não vou te enganar nem nada. Você me conhece melhor que isso. Então não há razão pra esperar. Nós estamos completamente sozinhos… com que frequência isso acontece? E você arrumou essa cama tão grande e confortável... – ela tinha razão, minha família sempre estava presente, e o Emmett sempre estava atento ao que fazíamos. Na verdade, ele sempre esperava o momento em que me veria tomar a iniciativa... O que eu, definitivamente não faria enquanto ela fosse tão quebrável.

 

- Essa noite não - eu disse de novo, tentando parecer seguro.

 

- Você não confia em mim? – ela perguntou languida.

 

- É claro que eu confio - Usando a mão que eu ainda estava beijando, ela ergueu meu o rosto de volta pra onde ela podia ver a minha expressão.

 

- Então qual é o problema? Não é como se você não soubesse que vai vencer no final - Ela fez uma careta e murmurou.

 

- Você sempre ganha - Eu havia ganhado, mas ela, no fim das contas, barganhou mais coisas. Mesmo que tudo que ela tenha ganhado seja de meu inteiro usufruto.

 

- Só estou garantindo as minhas apostas - eu disse calmamente.

 

- Há mais alguma coisa - ela adivinhou os olhos estreitando. Tentei me defender através do olhar, uma leve pista de um motivo secreto que eu estava tentando esconder com o meu jeito casual. Eu esperava agora colocar-lhe o anel que meu pai deu à minha mãe quando ficaram noivos.

 

- Você está planejando dar para trás na sua palavra? - Ela realmente tinha dúvidas.

 

- Não - prometi solenemente.

 

- Eu juro para você, nós vamos tentar. Depois que você casar comigo - Ela balançou a cabeça, e riu bobamente. Eu comecei a me sentir mal pela chantagem.

 

- Você está me fazendo parecer um vilão de um melodrama, revirando o bigode enquanto tenta roubar a virtude de uma pobre garotinha. - Mantive o olhar cauteloso, enquanto examinei sua expressão, aí rapidamente me abaixei pra pressionar meus lábios na sua clavícula. Eu não poderia me dar ao luxo de beijar seus lábios, eu certamente cederia.

 

- É isso, não é? - o riso curto que escapou dela era mais chocado que divertido.

 

- Você está tentando proteger a sua virtude! - ela cobriu a boca com a mão pra abafar as gargalhadas que se seguiram. As palavras para ela eram tão... Antiquadas? Sim… Talvez… O que eu poderia esperar? Mesmo sendo Bella, ela era uma adolescente do século 21. Pra ela respeito e consideração, talvez nunca tivesse nada a ver com tesão.

 

- Não, garota boba - eu murmurei contra o seu ombro.

 

- Eu estou tentando proteger a sua. Você está tornando isso espantosamente difícil – na realidade, virtude não era o ponto principal naquela conversa, eu nunca havia estado com ninguém antes, nem mesmo com uma vampira. Imaginar Bella despida me fazia sentir coisas que nunca havia sentido antes. Seu rosto na hora do êxtase... Eu precisava afastar aqueles pensamentos, caso contrário iria ceder mesmo antes do casamento.

 

- Entre todas as ridículas…

 

- Me deixe te perguntar uma coisa - eu a interrompi rapidamente.

 

- Nós já tivemos essa discussão antes, mas me distraia. Quantas pessoas nesse quarto têm uma alma? Uma chance no céu, ou o que quer que haja depois dessa vida?

 

- Duas - ela respondeu imediatamente, a voz furiosa.

 

- Tudo bem. Talvez isso seja verdade. Agora, existe um mundo cheio de dissenções sobre isso, mas a vasta maioria acha que existem algumas regras que precisam ser seguidas.

 

- As regras dos vampiros não são suficientes pra você? Você tem que se preocupar com as dos humanos também? – ela questionou intranquila.

 

- Isso não pode fazer mal - afirmei dando de ombros.

 

- Só na dúvida – Continuei. Ela me encarou através de olhos apertados.

 

- Agora, é claro, pode ser tarde demais pra mim, mesmo se você estiver certa sobre a minha alma.

 

- Não, não é... - ela controverteu, com raiva.

 

- Não matarás é comumente aceito pelos maiores sistemas de crenças. E eu já matei muitas pessoas, Bella.

 

- Só as pessoas más – Ela falou. Dei de ombros outra vez.

 

- Talvez isso conte, mas talvez não conte. Mas você não matou ninguém… - repliquei.

 

- Que você saiba - ela murmurou. Eu sorri, mas de outra forma, ignorando a interrupção.

 

- E eu vou fazer o meu melhor pra te manter fora do caminho da tentação. – afirmei.

 

- Ok. Mas nós não estávamos brigando por cometer assassinatos - ela me lembrou. Não havia dado certo. Eu não consegui desviá-la do assunto principal. Mas eu tinha que tentar.

 

- O mesmo princípio se aplica, a única diferença é que nessa área eu sou tão imaculado quanto você. Será que eu não posso ter uma regra que não quebrei?

 

- Uma? - estava mesmo difícil.  Bella naquele dia permanecia impossível.

 

 - Você sabe que eu já roubei, eu já mentí, eu já cobicei... A minha virtude é tudo o que me sobra - Eu dei um sorriso torto. Ela não ia cair na distração hoje. Não mesmo.

 

- Eu minto o tempo todo - Ela afirmou.

 

- Sim, mas você mente tão mal que isso nem conta. Ninguém acredita em você – desmereci.

 

- Eu realmente espero que você esteja errado quanto a isso, porque senão Charlie pode estar prestes a invadir esse quarto com uma arma carregada.

 

- Charlie fica mais feliz quando ele finge engolir as suas histórias. Ele prefere mentir pra si mesmo a olhar muito de perto - eu afirmei sorrindo para ela, pelo visto sua percepção também andava falhando.

 

- Mas o que você já cobiçou? - ela perguntou duvidosamente.

 

- Você tem tudo.

 

- Eu cobicei você - meu semblante agora era cabisbaixo, embora eu tivesse lutado com todas as minhas forças contra aquele sentimento feroz, ele havia me arrebatado tão intensamente que eu não consegui me libertar, era um laço apertado praticamente impossível de ser desfeito, não deveria tê-la cobiçado, teria sido melhor não tê-la conhecido. Mas me perguntava a todo instante, se eu não a tivesse conhecido como poderia sonhar? Ou até mesmo descobrir esse sentimento tão intenso? Como seria minha vida sem Isabela Marie Swan?

 

- Eu não tinha o direito de querer você – eu disse

 

- mas eu fui lá e te peguei do mesmo jeito. E agora veja o que você se tornou! Tentando seduzir um vampiro - Balancei a cabeça com horror de brincadeira, ela realmente não tinha noção do quanto era perigosa, eu também a desejava, aquilo era óbvio. Porém eu precisava ser forte.

 

- Você pode cobiçar o que já é seu – ela me disse num tom sedutor.

 

- Além do mais, eu pensei que era com a minha virtude que você estava preocupado.

 

- E é. Se é tarde demais pra mim... Bem, eu serei amaldiçoado, sem pretensão de trocadilho, se eu deixar eles te pegarem também. – seu bem estar era tudo que me importava.

 

- Você não pode me fazer ir para um lugar onde você não vai estar – ela prometeu. Talvez porque ainda acreditasse na salvação da minha alma.  

 

- Essa é a minha definição de inferno. De qualquer forma, eu tenho uma solução fácil pra isso: não vamos morrer nunca, está certo? -

 

- Isso parece fácil o suficiente. Porque eu não pensei nisso? – sorri gentilmente para ela, na verdade vê-la como eu a via naquele momento era uma tortura, ter que controlar meus instintos e meu egoísmo para não transformá-la e me livrar definitivamente dos lobos. Entretanto, caso eu o fizesse, não teríamos uma batalha somente contra os recém nascidos. Teríamos que nos defender dos cachorros também.

 

- Humph – ela finalmente se calou com um rosnado raivoso.

 

- Então é isso. Você não vai dormir comigo até que estejamos casados. – ela afirmou.

 

- Tecnicamente, eu não posso dormir com você nunca. - ela revirou os olhos, aborrecida.

 

- Muito maduro Edward. - Mulheres… Sempre tão insistentes e persuasivas quando querem conseguir alguma coisa. Bella era humana e jamais poderia ser diferente.

 

- Mas, todos os outros detalhes, sim, você os entendeu corretamente.

 

- Eu acho que você tem um motivo escondido. – ela disse para minha surpresa. Arregalei os olhos inocentemente.

 

- Mais um? – perguntei modesto, perto dela eu era sempre casto, talvez pelo fato de não poder ler sua mente isso me deixar completamente indefeso.

 

- Você sabe que isso vai apressar as coisas - ela acusou, enquanto eu tentei não sorrir.

 

- Só há uma coisa que eu quero apressar, o resto pode esperar pra sempre... Mas por isso, é verdade, os seus hormônios humanos impacientes são os meus maiores aliados nesse momento. – contive meu sorriso.

 

- Eu não posso acreditar que estou caindo nessa. Quando eu penso em Charlie... e Renée! Você consegue imaginar o que Angela vai pensar? Ou Jessica? Ugh. Eu já posso ouvir a fofoca agora. - Ergui uma sobrancelha pra ela, e ela sabia porque.

 

O que importava o que eles dissessem sobre ela quando estaríamos indo embora em breve pra nunca mais voltar? Será que realmente ela era tão sensível que não poderia aguentar umas semanas de olhares de lado e de ser motivo de perguntas? Talvez isso não incomodasse tanto se ela soubesse que todos estariam fofocando tão condescendentemente se outra pessoa estivesse se casando nesse verão. Humm... Casado esse verão! Seria o melhor verão de toda a minha existência. Ela estremeceu. Será que ela também havia se imaginado casada esse verão? Bem, talvez isso não a incomodasse tanto se ela não estremecesse só de pensar em casamento. Talvez ela estivesse pensando nas festas de Alice. Eu tive que intervir antes que ela desistisse.

 

- Não tem que ser uma grande produção. Eu não preciso de festa. Você não precisa dizer a ninguém e nem mudar nada. Nós vamos à Las Vegas, você pode usar jeans velhos e nós iremos a uma capela com uma janela drive-thru. - Eu prometi, sabia que ela não gostava de grandes festas ou acontecimentos. Mas Alice… Ela iria querer minha cabeça.

 

- Eu só quero que seja oficial, que você pertença a mim e a mais ninguém. – justifiquei.

 

- Isso não podia ser mais oficial do que já é - ela murmurou ao mesmo tempo em que afirmava veementemente que já era minha. Aquela idéia me fez sentir um arrepio que percorreu todo meu corpo.

 

 - Nós veremos isso – sorri com o desejo que eu sentia, nunca imaginei que pudesse me sentir novamente vivo, como se o sangue ainda estivesse correndo em minha veias, mantendo meu corpo quente.

 

- Eu suponho que você não queira o seu anel agora? - rezei para que ela não negasse enquanto ela tentava encontrar as palavras que pareciam presas em sua garganta.

 

- Você supôs corretamente – ela respondeu indo contra meus desejos, mas eu não iria pressioná-la, não naquele momento.

 

- Está bem. – eu disse um tanto desapontado.

 

-Eu vou colocá-lo no seu dedo em breve. – ela me encarou com uma expressão horrorizada.

 

- Você fala como se já tivesse um. – ela parecia amedrontada, não só pelo suborno do casamento, também pelo fato de ter um anel de noivado em seu dedo.

 

- Eu tenho – afirmei prontamente no intuito de vê-la corar.

 

- Pronto pra ser forçado em você ao menor sinal de fraqueza. – continuei sem vergonha de dizer o que eu sentia.

 

- Você é inacreditável. – ela disse nervosa.

 

- Você quer vê-lo? – perguntei ansioso, mesmo percebendo que ela não tinha o mesmo sentimento que eu. Seus olhos me diziam que ela não estava nem um pouco interessada, embora eu já soubesse qual era sua posição no que dizia respeito ao casamento. Um súbito desanimo começou a tomar conta de mim. Seria justo ser egoísta como eu estava sendo mesmo que aquilo fosse para seu próprio bem?

 

- A não ser que você realmente queira me mostrar – ela disse finalmente, trazendo de volta minha alegria, meu grito de vitória. Eu havia vencido definitivamente.

 

- Está tudo bem? – suspirei percebendo seu desconforto.

 

- Eu posso esperar. – minha vitoria tinha um gosto meio amargo.

 

- Me mostra a droga do anel, Edward. – ela ordenou impaciente.

 

- Não – murmurei, não faria nada que ela não quisesse, ou, que só quisesse para me agradar. Ela parou por alguns instantes, para mim pareceram longas horas, visto que, não podia ler sua mente, aquele sofrimento mortal me consumiu até o momento em que ela finalmente se pronunciou.

 

- Por favor? – ela pediu baixinho, usando todo seu poder de persuasão, seu poder de sedução. Eu sabia que ela provavelmente estava mentindo, que nada daquilo era realmente verdade, que ela só estava fazendo porque eu havia pedido. Entretanto, eu não conseguia negar quando ela me pedia daquele jeito, tão menina, tão mortalmente mulher.

 

- Por favor, eu posso vê-lo? – ela pediu mais uma vez.

 

- Você é a criatura mais perigosa que eu já conheci – e de fato era, a forma como ela olhava e falava me fazia ficar totalmente sedento dos seus encantos, dos seus prazeres.

 

Levantei e andei rapidamente até o criado mudo ao lado da minha cama, Alice já havia me dito que tudo daria certo. Entretanto, como suas visões poderiam mudar, preferi esperar acontecer... E agora estava acontecendo. Bella seria minha para sempre, por toda eternidade. Ajoelhei-me e peguei a pequena caixa preta que estava acomodada no fundo da gaveta. Mais rápido ainda voltei para me sentar ao seu lado. Coloquei a caixinha no seu joelho e esperei para ver a sua reação. –

 

 Vá em frente e olhe então – eu disse tão calmamente quanto consegui. Ela observou por longos segundos antes de finalmente pegar a pequena caixa. Ela passou os dedos sobre a tampa ainda hesitante.

 

- Você não gastou muito dinheiro, gastou? Minta pra mim, se você gastou – ela praticamente suplicou.

 

- Eu não gastei nada - afirmei

 

- É só outro presente ultrapassado. Esse é o anel que o meu pai deu para a minha mãe.

 

- Oh! – ela parecia realmente surpresa, as palavras pareciam presas em minha garganta como parecia na dela. Ela continuou com o dedo sobre a tampa sem abri-la.

 

- Eu acho que está um pouco ultrapassado – murmurei.

 

- Ultrapassado, exatamente como eu. Eu posso te dar alguma coisa mais moderna. Alguma coisa da Tiffany's? - Isso se é que ela iria querer algum anel.

 

- Eu gosto de coisas ultrapassadas – ela afirmou abrindo a tampa. Sua expressão de surpresa e admiração mudou totalmente o conceito que eu tinha sobre o que ela faria quando desse de cara com o anel de noivado dos meus pais biológicos. Aquilo me fez feliz, perceber que ela havia gostado apenas pelo seu olhar.

 

- É tão bonito – ela sussurrou surpresa.

 

- Você gostou? – eu precisava que ela me dissesse com palavras.

 

- É lindo - ela deu de ombros tentando não deixar transparecer o brilho que surgiu nos seus olhos, eu entendia, levaria tempo até que ela se adaptasse. Mas ela definitivamente tinha gostado e em contrapartida me feito muito realizado.

 

- O que há pra não gostar? – ela indagou.

 

- Veja se cabe – pedi.

 

– Bella – suspirei tentando entender o porque da sua aversão a casamento, sua mão se fechou no intuito de não permitir que provasse o anel.

 

- Eu não vou soldá-lo no seu dedo. Só experimente pra ver se o tamanho precisa ser ajustado. Depois você pode tirá-lo. – ela me olhou ressabiada.

 

- Tá bom – ela parecia uma menina birrenta, então ela tentou pegar o anel, mas sua mão tremia tanto que preferi eu mesmo colocá-lo em seu dedo, no dedo anelar da sua mão direita. Segurei sua mão delicadamente no intuito de admirá-la como minha noiva. Olhamos juntos para o anel que agora reluzia no seu dedo.

 

- Serve perfeitamente – eu disse tentando conter minha emoção.

 

- Isso é bom, me poupa de uma viagem até o joalheiro – eu tentava a todo custo não demonstrar meu grito de vitória. Mas eu não podia deixar que ela notasse, caso contrário ela poderia voltar atrás, daí, estaria tudo perdido.

 

- Você gostou dele, não gostou? – ela quis saber, havia algo em sua voz que me dizia que ela estava tensa, nervosa.

 

 - Claro – dei de ombros também escondendo o que eu realmente sentia. 

 

- Ele fica muito bem em você – eu disse mais uma vez.

 

Ela me olhou nos olhos, tentava decifrar alguma coisa, seria possível que eu estivesse sendo tão claro quanto aos meus sentimentos? Será que com ela a minha capacidade de mentir e enganar fossem tão frágeis a ponto de denunciar minhas reais intenções? Aproximei-me sorrateiramente do seu ouvido, sentindo seu aroma tão intenso e ainda mais tentador pela maneira como ela estava disponível.

 

- Sim, eu gosto disso. Você não faz idéia – sibilei como uma cobra em seu ouvido. Ela riu nervosamente tentando encontrar o ar que aparentemente havia lhe faltado.

 

 - Eu acredito em você. – ela disse.

 

- Você se importa se eu fizer uma coisa? – eu disse enquanto a abraçava trazendo-a para mais perto de mim.

 

- O que você quiser - eu a soltei me afastando, dessa vez lentamente.

 

- Qualquer coisa menos isso – ela suplicou. Segurei sua mão gentilmente trazendo-a para perto de mim novamente, coloquei-a de frente para mim. Olhei-a intensamente e embora fosse difícil me manter longe dos seus lábios por um instante que fosse, segurei seus ombros e forcei-a a ficar de frente para mim.

 

- Agora, eu quero fazer isso. Por favor, por favor, mantenha em mente que você já concordou com isso, e não arruíne o momento pra mim. – implorei.

 

- Oh, não – ela respirou fundo no instante em que me ajoelhei.

 

- Seja boazinha – sussurrei suplicando mais uma vez.

 

- Isabella Swan? – naquele momento eu senti como se o meu coração voltasse a bater, se ele estivesse galopando ou talvez, voando. Olhei para ela com desejo, com fervor... Tê-la como minha esposa seria a maneira mais rápida de afastá-la de Jacob, mas não era só isso que eu sentia. Não era por isso que eu a queria. Eu amava. Muitas coisas passavam pela minha cabeça naquele momento. A cumplicidade de Esme e Carlisle, o Carinho e devoção de Alice e Jasper, o fogo de Emmett e Rosálie... Tudo que podia ser parte da minha vida estava ali, parada na minha frente pronta para ser completamente minha. Então... Sem mais delongas eu completei:

 

- Eu prometo te amar pra sempre, todos os dias do pra sempre. Você quer se casar comigo? – os olhos dela não pareciam querer negar, então eu sabia que eu não podia ficar nem mais um segundo longe dela. Desde que a conheci, Bella não era só o meu sol, era também a minha vida. Uma vida que eu perdera a muito tempo e ao lado dela reencontrei.

 

- Sim – ela disse finalmente. Ah por DEUS, eu era naquele momento o vampiro mais feliz da face da terra.

 

- Obrigado - eu disse simplesmente.

 

Peguei a sua mão esquerda e beijei todas as pontas dos seus dedos antes de beijar o anel que já era dela. Da minha noiva, que em breve seria a Sra. Cullen. Minha respiração tão desnecessária era naquele momento uma necessidade, era como se eu fosse humano novamente, um ser preste a dar o passo mais importante na minha vida. Minha família já devia saber de tudo, Alice já devia tê-los alertado sobre o que estava acontecendo. Ela certamente já vira que Bella aceitou casar-se comigo em Vegas. Por mais que estivesse feliz, agora eu teria sérios problemas com Alice. Ela ficaria decepcionada por não fazer o que mais gostava. Dar grandes festas era mais um de seus talentos naturais.

 

Enfim, nisso poderíamos dar um jeito, dentre tantas coisas ruins que havia acontecido nos últimos meses, minha existência vazia finalmente havia se justificado. Eu estive destinado a ela por todo esse tempo. Bella me amava e eu a amava em retorno, logo estaríamos casados e com os recém nascidos fora do caminho, finalmente poderíamos existir em paz. Apesar do seu desejo insano de ser como eu, até que podia compreendê-la, iria chegar um determinado ponto em que eu não poderia mais negar-lhe seu desejo. Porém, nesse momento ninguém além de mim iria transformá-la e para isso teríamos que sair de Forks, caso contrário os lobos iniciariam outra guerra.

 

 

Era chegado o momento das decisões, até onde eu estaria disposto a negar o que ela mais desejava? Até que ponto eu seria egoísta a ponto de não lhe dar o que ela mais desejava? Não sabia. Eu havia feito uma promessa, não poderia mais voltar atrás na minha palavra. O importante naquele momento era que iríamos nos casar. Algo me dizia que no final de tudo...

 

 

 

Tudo daria certo...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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