A Sun And a Moon escrita por velgoncalves


Capítulo 12
Capítulo 12 - A história




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Capitulo 12 – A história.

 

 

 

 

 

A noite passou rápido e sem muitas novidades, naquele dia ela não falou meu nome... e nem o Jacob Black aquele lobo maldito que teimava em estar no meu caminho. Tudo o que eu queria era poder apagá-lo da vida dela, afinal ele era o único além de mim que ela citava em seus sonhos “meu Jacob” ela murmurava enquanto dormia.

 

Não sei quanto tempo fiquei observando seu sono, nem mesmo sei como consegui me desligar dos pensamentos furiosos do lobo sarnento que nos observava do lado de fora da casa, mesmo acordado foi como se naquele dia eu estivesse dormindo... imaginar Bella como um ser sem alma como eu era doloroso demais, consegui ouvir os passos de Charlie e seus pensamentos ainda confusos no começo da manhã, precisava tirar da cabeça tonta de Bella a necessidade doentia de se tornar uma vampira. Na verdade nunca entendi o que se passava na sua cabeça não só por não conseguir ler a sua mente, também por causa de sua necessidade patológica de se meter em confusão, a busca pelo perigo e por tudo que pudesse lhe fazer algum mal.

 

Bella era um ser confuso, muitas vezes as suas expressões denunciavam seus sentimentos mais ultimamente estava difícil decifrá-los, a maneira como ela olhava e falava do lobo defendendo-o era difícil e muitas vezes doloroso. Eu sabia que tinha que me acostumar afinal eu a tinha deixado e agora pagava o preço pela minha tolice, um alto preço.

 

Tudo o que me importava naquele momento era a segurança dela e não me importava como ou de que maneira eu iria fazê-lo, ao menos sabia que poderia contar com o amor desenfreado e juvenil de Jacob Black e seu bando de lobinhos saltitantes, quase sorri com o meu pensamento naquele momento me senti como Emmett que é capaz de brincar em toda ou qualquer situação. Brincadeiras a parte eu só queria poder fazê-la ver que as emoções humanas desapareceriam no instante da sua transformação.

 

Com aquela certeza de que o cão de guarda estava do lado de fora assegurando que Bella estaria bem até que eu voltasse da minha casa desci pela janela do quarto, eu precisava trocar de roupa caso quisesse permanecer vivo, com a minha irmã pequena e irritante cuidando do nosso guarda-roupa e a sua necessidade doentia de que andássemos sempre com uma roupa nova. O dia já estava amanhecendo quando finalmente cheguei em casa e encontrei minha família toda reunida na sala, ao me ver entrar eles me olharam preocupados, pelos pensamentos pude perceber que Alice havia tido uma visão mais nada que indicasse algo sobre os recém nascidos e Seattle, ela continuava tentando em vão encontrar uma resposta para a sua cegueira, entretanto não conseguia os vampiros novatos deviam ter acessoria de alguém que conhecia o dom de Alice tão bem quanto nós.

 

- Filho que bom que você está aqui – Carlisle me disse expressando sua sinceridade, os pensamentos do meu pai eram sempre verdadeiros e condizentes com as suas palavras. Jasper como sempre estava preocupado com Alice, ele sofria com ela cada vez que minha irmã se sentia impotente em relação as suas visões. Emmett e Rosálie tinham ido caçar e estariam fora nas próximas horas, me sentia culpado por ter colocado minha família numa guerra que não era deles, mais todos nós acreditávamos que se os Volturi viessem tão perto de Forks certamente eles gostariam de nos visitar e isso poderia nos causar muitos problemas.

 

- Pensei em trazer Bella para que você possa contar sua história a ela Jasper- disse finalmente.

 

- Mais por que você faria isso? – ele perguntou confuso.

 

- Para tentar tirar daquela cabeçinha tola que a idéia de tornar-se uma de nós não é nada poético- respondi – mais só posso fazer isso se você estiver de acordo.

 

- Você acredita realmente que isso fará diferença? – ele questionou.

 

- Edward eu posso ver que nada disso fará com que Bella mude de idéia – Alice nos interrompeu.

 

- Mesmo assim eu quero tentar, se Jasper aceitar é claro!

 

- Sem problemas traga Bella aqui e eu direi tudo que ela precisa saber sobre ser uma recém nascida. - Tentei encontrar respostas para as visões borradas de Alice em vão, melhor seria manter Bella segura, mesmo com os quileutes lá para assegurar que estaria bem eu preferia estar perto afinal estar com ela era a melhor coisa dos meus dias.

 

Voltei para a casa de bella e a encontrei parada olhando algo que segurava em suas mãos, ela estava de costas mais parecia estar bastante concentrada - Bella? – ela respirou fundo e virou-se para me olhar seu rosto demonstrava medo, horror “será que a assustei?” me perguntei enquanto me aproximava numa velocidade muito grande, não havia ninguém lá, nem mesmo charlie por isso eu não precisava fingir, e mais ainda por isso eu a amava, com bella eu podia ser eu mesmo, entretanto naquele momento acho que a assustei... “droga porque eu não podia ler sua mente?” - Eu assustei você? Eu lamento. Eu não batí...- disse segurando sua mão.

 

- Não, não – ela disse num fôlego - Você já viu isso? – ela mostrou o jornal, eu já imaginava quais seriam as noticias do dia e definitivamente concordava com meu pai, nós teríamos que fazer algo para acabar com aquele recém nascido de Seattle se quiséssemos que os Volturi ficassem longe de Forks.

 

- Eu ainda não ví as notícias de hoje. Mas eu sabia que estava piorando. Nós vamos ter que

 

fazer alguma coisa... rapidamente. – percebi desaprovação em seus olhos, no entanto nós precisávamos agir.

 

- O que Alice diz?

 

- Esse é o problema! Ela não consegue ver nada... – gesticulei sem humor - apesar de já termos decidido um milhão de vezes que nós vamos investigar. Ela está começando a perder a confiança. Ela sente como se estivesse perdendo muito esses dias, que alguma coisa está errada. Talvez as visões dela estejam desaparecendo.

 

- Isso pode acontecer?

 

- Quem sabe? Ninguém nunca fez um estudo... mas eu realmente duvido. Essas coisas tendem a intensificar com o tempo. Olhe pra Aro e Jane.

 

- Então o que há de errado?

 

- Profecias auto-realizáveis, eu acho. Nós continuamos esperando que Alice veja alguma coisa pra que possamos ir... e ela não vê nada porque nós não iremos até que ela veja alguma coisa. Então ela não pode nos ver lá. Talvez nós tenhamos que fazer isso às cegas.

 

- Não.

 

- Você tem um forte desejo de assistir aula hoje? Nós só estamos a dois dias das provas finais; eles não vão nos ensinar nada novo.

 

- Eu posso viver sem escola por um dia. O que vamos fazer?

 

- Eu quero falar com Jasper.

 

Fomos direto para minha casa, quando chegamos meus pais estavam de frente para a televisão acompanhados por Jasper, eles assistiam o noticiário que falava sobre a serie de assassinatos, discutiam com especialistas sobre o que levaria um assassino a atacar assim de maneira tão leviana e disforme, a TV estava tão baixa que só consegui ouvir graças a minha audição de vampiro. Os pensamentos de Alice me pegaram em cheio, ela estava sentada na escada do mesmo jeito que eu a havia deixado quando saí ela não estava tão confiante quanto ao fato de termos que agir como os volturi e irmos exterminar alguns vampiros arruaceiros. Minha irmã irritante de repente não estava tão irritante assim, alice estava realmente preocupada. Emmett entrou sala adentro como sempre com os seus pensamentos tranqüilos, sua mente era realmente uma piscina muito rasa. - Ei, Edward. Faltando aula, Bella? – ele brincou.

 

- Nós dois estamos – eu respondi.

 

- Sim, mas é a primeira vez dela no colegial. Ela pode perder alguma coisa. – ele gargalhou.

 

Peguei o jornal que havia trazido da casa de charlie e o entreguei ao meu pai, ele saberia o que fazer, carlisle sempre sabia.

 

- Você viu que agora eles estão considerando um serial-killer? – perguntei.

 

- Eles estavam com dois especialistas no CNN debatendo essa possibilidade hoje. – meu pai respondeu.

 

- Nós não podemos continuar assim.

 

- Vamos agora - Emmett disse esmurrando o ar fazendo passos de luta - Eu estou morto de chateação. – ouvi passos na escada e um pensamento muito peculiar “vamos todos morrer em Seattle” Rosalie disse por entre dentes, pela maneira como bela olhou percebi que ela não captou as palavras rápidas demais da minha irmã.

 

- Ela é tão pessimista - Emmett murmurou para si mesmo.

 

- Nós vamos ter que ir alguma hora. – eu afirmei concordando com as palavras de Emmett.

 

- Eu estou preocupado. Nós nunca nos envolvemos nesse tipo de coisa antes. Não somos Volturi.

 

- Eu não quero que os Volturi venham aqui – eu disse. - Isso nos dá muito menos tempo de reação.

 

- E todos aqueles humanos inocentes em Seattle - Esme murmurou. - Não é certo deixá-los morrer desse jeito.

 

- Eu sei - Carlisle disse.

 

“Deixe-me contar minha história para ela Edward” - Oh – o pensamento de Jasper foram dirigidos a mim. - Eu acho que não tinha pensado nisso. – na verdade eu estava tão preocupado com as novas noticias que não me lembrei do nosso propósito naquele dia.

 

“Precisamos desvendar a forma como os recém nascidos agem, sob o comando de quem, por que eles estão matando tão desenfreadamente, temos que estudá-los e depois matá-los” ele pensou.

 

- Eu entendo. Você está certo, tem que ser isso. Bem, isso muda tudo. Eu acho que é melhor você explicar aos outros. Qual seria o propósito disso? – eu via cada pensamento daquela sala, percebia a confusão de cada um dos presentes.

 

- Por que ele está vagando? O que você está pensando? – Alice perguntou confusa como todos estavam naquela sala, embora todos já soubessem o que viria a seguir, aquela historia que todos nós conhecíamos tão bem.

 

- Você está confusa - ele disse olhando diretamente nos olhos de Bella.

 

- Nós estamos todos confusos - Emmett murmurou.

 

- Vocês têm tempo pra ser pacientes Bella devia entender isso também. Ela é uma de nós agora. Quanto você sabe sobre mim, Bella? - Jasper perguntou enquanto Emmett esperava impaciente pelas próximas palavras de Jasper.

 

- Não muito – ela respondeu.

 

Jasper olhou pra mim buscando uma autorização para começar a contar sua historia “você tem certeza de que nunca contou essa historia para ela?” ele perguntou mentalmente.

 

- Não – respondi a sua pergunta mental - Eu tenho certeza que você entende porque eu nunca contei essa história pra ela. Mas eu acho que ela precisa saber agora.

 

Jasper parou de frente para ela levantando as mangas do suéter que vestia enrolando as mangas para cima, percebi a expressão confusa de Bella, ela não parecia estar com medo, isso sim seria uma atitude anormal para ela, Alice estava ao seu lado segurando sua mão. Jasper aproximou-se e mostrou uma das cicatrizes que tinha em seu corpo passando o dedo por sobre ela.

 

- Oh! Jasper, você tem uma cicatriz exatamente igual a minha. – ela sussurrou levando a mão até o seu braço e mostrando a sua cicatriz para ele.

 

- Eu tenho muitas cicatrizes como as suas Bella. – Jasper sorriu, ele começou a subir mais a manga do seu suéter, a principio fiquei apreensivo porque não sabia qual seria o grau daquela impressão para Bella ou o que ela poderia fazer com sua cabeça já tão cheia de coisas. Diante da face assustada e perturbada dela eu imaginei o que estaria pensando, ela olhava surpresa para todas aquelas marcas que nós todos conhecíamos bem.

 

- Jasper, o que aconteceu com você?

 

- A mesma coisa que aconteceu na sua mão - Jasper murmurou – Repetido mil vezes o nosso veneno é a única coisa que deixa cicatriz. – percebi que aquelas lembranças o faziam sofrer mais ele queria ajudar, fiz menção de ir em sua direção mais seu pensamento me freou “não se preocupe Edward estamos bem” ele assegurou “posso captar os sentimentos dela, fique tranquilo esta tudo bem”

 

- Por que? – ela perguntou confusa e visivelmente assustada.

 

- Eu não tive a mesma... criação que os meus irmãos adotivos aqui. O meu começo foi uma coisa inteiramente diferente. - A voz dele mudou na ultima frase. - Antes que eu te conte a minha história - Jasper disse. - Você precisa entender que existem lugares no nosso mundo, Bella, onde o tempo de vida daqueles que não envelhecem é medida em semanas, e não em séculos.

 

Como já era de se esperar a paciência de Emmett se esgotou e ele voltou a ver o documentário sobre os assassinatos em Seattle junto com meu pai. Alice estava mais próxima a Esme e eu fiquei para auxiliar em algo se fosse necessário. - Pra entender realmente o porque, você tem que olhar para o mundo por uma perspectiva diferente. Você tem que imaginar o jeito como ele parece para os poderosos, os gananciosos... os perpetuamente sedentos. Entenda, existem lugares no mundo que são mais desejáveis para nós do que outros. Lugares onde nós podemos ter menos restrições, e ainda evitar a detecção. Imagine, por exemplo, um mapa do hemisfério oeste. Imagine cada vida humana como um pequeno ponto vermelho. Quanto mais vermelho, mas facilmente nós, bem, aqueles que vivem desse jeito, podem se alimentar sem atrair atenção. Não que os grupos ao sul liguem muito se os humanos vão notar ou não. São os Volturi que mantêm um olho nisso. Eles são os únicos que os grupos do sul temem. Se não fossem os Volturi, o resto de nós seria rapidamente exposto. – ela fez uma careta quando Jasper citou o nome dos Volturi mais estava atenta a todos os detalhes daquela historia que mais parecia saída de um filme de terror. - O Norte é, em comparação, muito civilizado. A maioria de nós daqui são nômades que gostam do dia tanto quanto da noite, que permitem que os humanos interajam conosco sem levantar suspeitas, anonimato é muito importante pra todos nós. É um mundo diferente no Sul. Os imortais de lá só saem à noite. Eles passam o dia planejando seu próximo passo, antecipando seu inimigo. Como houve guerra no Sul, guerra constante por séculos, sem nenhum momento de trégua. Os grupos de lá mal reparam na existência dos humanos, a não ser como soldados que notam um rebanho de vacas no lado de uma pista, comida pra pegar. Eles só se escondem do conhecimento do rebanho por causa do Volturi.

 

- Mas pelo quê eles estão lutando? - ela perguntou.

 

- Lembra do mapa com os pontos vermelhos? – ele sorriu levemente, enquanto ela fazia que sim com a cabeça. - Eles lutam pelo controle do maior número de pontos vermelhos. Veja, se ocorresse que uma pessoa, se ele fosse o único vampiro, digamos no Novo México, então, ele poderia se alimentar toda noite, duas vezes, três vezes, e ninguém nunca repararia. Ele planeja as formas certas pra se livrar da competição. Outros tiveram a mesma idéia. Alguns apareceram com táticas mais efetivas do que outros. Mas a tática mais efetiva foi inventada por um vampiro bastante jovem chamado Benito. Da primeira vez que qualquer um ouviu falar nele, ele tinha vindo de algum lugar a norte de Dallas e massacrou dois grupos pequenos que dividiam uma área perto de Houston. Duas noites depois, ele pegou um clã muito mais forte de aliados que controlava Monterrey no norte no México. De novo, ele venceu.

 

- Como foi que ele venceu? – ela perguntou novamente com receio.

 

- Benito havia criado um exército de vampiros recém nascidos. Ele foi o primeiro a pensar nisso, e, no começo, ele era impossível de parar. Vampiros jovens são muito voláteis, selvagens, e quase impossíveis de controlar. É possível ser razoável com um recém-nascido, ensiná-lo a se controlar, mas dez, quinze juntos são um pesadelo. Eles vão se virar um contra o outro com tanta facilidade como se fosse um inimigo para o qual você aponta. Benito teve que ficar fazendo mais à medida que eles se destruíam, e os grupos que ele derrotava matavam metade de sua força antes de perderem a luta. Veja, apesar dos recém-nascidos serem perigosos, eles ainda são possíveis de derrotar se você souber o que está fazendo. Eles são incrivelmente poderosos fisicamente, pelo primeiro ano ou coisa assim, e se eles forem permitidos a usar a força pra aguentar, eles podem derrotar um vampiro mais velho com facilidade. Mas eles são escravos de seus instintos, e por isso são previsíveis. Geralmente, eles não têm nenhuma habilidade com luta, apenas músculos e ferocidade. E nesse caso, maior número. Os vampiros ao Sul do México se deram conta do que estava vindo pra eles, e fizeram a única coisa que podiam pra enfrentar Benito. Eles mesmos fizeram exércitos... E o inferno correu solto, e eu estou falando da forma mais literal que você possa imaginar. Nós imortais temos as nossas histórias também, e essa guerra em particular nunca será esquecida. É claro, também não era uma época muito boa para se ser humano no México. Quando a contagem dos corpos tomou proporções epidêmicas, de fato, as suas histórias culpam as doenças pela baixa na população, os Volturi finalmente interviram. A guarda inteira veio junta e acabou com todos os recém-nascidos na metade de cima da América do Norte. Benito estava escondido em Puebla, construindo seu exército o mais rápido que podia pra poder tomar o seu prêmio, a Cidade do México. Os Volturi começaram com ele, e depois passaram para o resto. Qualquer um que fosse encontrado com vampiros recém-nascidos era executado imediatamente, e, já que todos estavam tentando se proteger de Benito, México ficou esvaziada de vampiros por algum tempo. Os Volturi ficaram limpando a casa por quase um ano. Esse é outro capítulo da nossa história que será sempre lembrado, apesar de que houveram poucas testemunhas restantes pra falar de como foi. Eu falei com uma pessoa que uma vez tinha, à distância, observado o que aconteceu quando eles visitaram Culiancán. – aquelas ultimas palavras fizeram Jasper sofrer um pouco mais, porem seu dom era muito bom ele captou minha preocupação e me tranqüilizou novamente “não se preocupe Edward estou bem” e ganhou fôlego para continuar - Isso foi o suficiente pra que a febre de conquista não se espalhasse pelo Sul. O resto do mundo ficou são. Nós devemos aos Volturi pelo nosso estilo de vida atual. Mas quando os Volturi voltaram para a Itália, os sobreviventes foram rápidos pra apostar em suas posses ao Sul. Não demorou muito tempo pra que os grupos começassem a disputar novamente. Havia muito sangue ruim, se você perdoa a expressão. Vinganças por todo lado. A idéia dos recém-nascidos já estava lá, e alguns não foram capazes de resistir. Porém, os Volturi ainda não haviam sido esquecidos, e os grupos do sul foram mais cuidadosos dessa vez. Os recém-nascidos eram escolhidos entre os humanos com mais cuidado, e eram mais treinados. Eles eram usados circunspectamente, e os humanos continuaram, em grande parte, sem saber de nada. Os criadores deles não deram aos Volturi nenhum motivo pra voltar. As guerras foram reassumidas, mas em uma escala menor. De vez em quando, se alguém ia muito longe, especulações começavam a aparecer nos jornais dos humanos, e os Volturi voltavam pra limpar a cidade. Mas eles deixavam os outros, os mais cuidadosos, continuarem...

 

- Foi assim que você foi transformado. – Bella finalmente murmurou.

 

- Sim - ele concordou. - Quando eu era humano, eu viví em Houston, Texas. Eu estava quase com dezessete anos quando eu me juntei ao Exército Confederado em 1861. Eu mentí pra os recrutadores e disse que tinha vinte anos. Eu era alto o suficiente pra escapar com a mentira. A minha carreira militar foi curta, mas muito promissora. As pessoas sempre... gostaram de mim, escutaram o que eu tinha a dizer. O meu pai dizia que era carisma. É claro, agora eu sei que provavelmente era algo mais. Mas, qualquer que fosse a razão, eu fui rapidamente promovido entre as patentes, acima de homens mais velhos, mais experientes. O Exército Confederado era novo e estava começando a se organizar, então, isso também promoveu oportunidades. Na primeira batalha em Galveston, bem, foi mais um disfarce, na verdade, eu era o Major mais novo do Texas, sem que sequer soubessem minha verdadeira idade. Eu fiquei com a responsabilidade de evacuar as mulheres e as crianças da cidade quando os barcos do morteiro Union atracaram no porto. Eu levei um dia pra prepará-los, e então eu parti com o primeiro grupo de civis pra carregá-los até Houston. Eu me lembro daquela noite muito claramente. Nós chegamos à cidade quando já estava escuro. Eu só fiquei por tempo suficiente pra ter certeza se o grupo inteiro estava seguramente situado. Assim que isso foi feito, eu peguei um cavalo novo pra mim, e voltei pra Galveston. Não havia tempo pra descansar. A apenas um metro fora da cidade, eu encontrei três mulheres a pé. Eu pensei que elas estavam perdidas e desmontei imediatamente pra oferecer-lhes meu auxílio. Mas, quando eu conseguí ver o rosto delas na luz difusa da lua, eu fiquei silenciosamente fascinado. Elas eram, sem dúvida, as três mulheres mais bonitas que eu já havia visto. Elas tinham uma pele tão pálida, que eu me lembro de ficar maravilhado. Mesmo a garota pequena de cabelos pretos, de quem as feições eram claramente mexicanas, pareciam porcelana à luz da lua. Elas pareciam jovens, todas elas, ainda jovens o suficiente pra serem chamadas de garotas. Eu sabia que elas não eram membros perdidos do nosso grupo. Eu teria me lembrado de vez aquelas três. ‘Ele está sem voz' disse a garota mais alta com uma voz adorável, delicada, era como uma brisa de vento. Ela tinha bastante cabelo, e a pele dela era branca como neve. A outra era mais loira e mesmo assim, sua pele era igualmente branca. O rosto dela era como o de um anjo. Ela inclinou na minha direção com os olhos meio fechados e inalou profundamente. ‘Mmm' ela suspirou. 'Adorável'. A menor, uma morena pequena, colocou a mão no braço da outra e falou rapidamente. A voz dela estava muito suave e musical pra ser ríspida, mas isso parecia ser o que ela pretendia. ‘Se concentre Nettie', ela disse. Eu sempre tive uma boa sensação de como as pessoas se relacionam umas com as outras, e ficou claro imediatamente que a morena estava no comando das outras. Se elas fossem militares, eu diria que ela se sobressaía às outras. ‘Ele parece ser certo, jovem, forte, um oficial...' a morena pausou, e eu tentei falar sem sucesso. 'E tem mais alguma coisa... vocês estão sentindo?' ela perguntou às outras duas. 'Ele é... coagente'. ‘Oh, sim' Nettie concordou rapidamente, se inclinando na minha direção de novo. ‘Paciência', a morena avisou ela. 'Eu quero ficar com esse'. Nettie fez uma careta, ela pareceu aborrecida. ‘É melhor você fazer isso, Maria', a loira mais alta falou de novo. 'Se ele é importante pra você. Eu os mato duas vezes mais do que os crio'. 'Sim, eu vou fazer isso', Maria concordou. 'Eu realmente gosto desse. Leve Nettie pra longe, tá? Eu não quero ter que proteger as minhas costas enquanto estou tentando me concentrar'. O meu cabelo estava arrepiando na minha nuca, apesar não se eu não entender o significado de nada do que aquelas lindas criaturas estavam falando. Os meus instintos me diziam que eu estava em perigo, que aquele anjo estava falando sério quando falou em matar, mas meu julgamento dominou os meus instintos. Eu nunca fui ensinado a temer mulheres, e sim a protegê-las. ‘Vamos caçar', Nettie concordou entusiasticamente, pegando a mão da garota alta. – naquele momento me lembrei de quando Bella chegou a Forks, de quando entrou na sala de aula e o seu cheiro exalou penetrando pelo meu nariz despertando em mim os instintos mais selvagens, lembro de como tentei me controlar e de como a presença do meu pai foi importante, pois a sua lembrança foi responsável pelo meu controle... quantas vezes pensei em matar a todos para beber o seu sangue? Hoje ele me causa efeitos ainda dolorosos, minha garganta ainda fica seca mais finalmente já possuo auto controle suficiente para não querer matá-la, voltei do meu devaneio a tempo de ouvir Jasper contar o resto da sua história tão macabra - Elas foram embora, elas eram tão graciosas! E saíram em direção à cidade. Elas pareciam prestes a levantar vôo, de tão rápidas que eram, seus vestidos brancos esvoaçavam atrás delas como se fossem asas. Eu pisquei pasmo, e elas foram embora. Eu me virei pra encarar Maria, que estava me olhando com curiosidade. Eu nunca havia sido supersticioso em minha vida. Até aquele segundo, eu nunca havia acreditado em fantasmas e nessas bobagens. De repente, eu não tinha certeza. ‘Qual é o seu nome, soldado?' Maria me perguntou. ‘Major Jasper Withlock, madame', eu gaguejei, incapaz de ser mal educado com a mulher, mesmo se ela fosse um fantasma. ‘Eu realmente espero que você sobreviva, Jasper'. Ela disse com uma voz gentil. 'Eu tenho um bom sentimento sobre você.' Ela deu um passo mais pra perto, e inclinou a cabeça como se ela fosse me beijar. Eu fiquei congelado no lugar, apesar dos meus instintos estarem gritando pra que eu corresse. Alguns dias depois eu fui apresentado à minha nova vida. Os nomes delas eram Maria, Nettie, e Lucy. Elas não estavam juntas ha muito tempo, Maria havia encontrado as outras duas, todas as três eram sobreviventes de batalhas recentemente perdidas. A parceria delas era de conveniência. Maria queria vingança e ela queria seus territórios de volta. As outras duas estavam ansiosas pra aumentar suas... terras de rebanho, eu acho que você pode dizer. Elas estavam criando um outro exército, iriam ser mais cuidadosas com isso do que o normal. Foi idéia de Maria. Ela queria um exército superior, então ela escolhia humanos específicos que tivessem potencial. Aí ela nos deu muito mais atenção, muito mais treinamento do que outra pessoa tinha se incomodado em fazer. Ela nos ensinou a lutar, e nos ensinou a ser invisíveis para os humanos. Quando nós fazíamos direito, nós éramos recompensados...

 

Jasper sentiu que eu estava muito tenso com aquela historia que eu já conhecia tão bem, já a havia vivido em suas lembranças tantas vezes mais daquela forma, sendo contada a Bella eu me sentia um monstro. Relaxei um pouco, acredito que devido ao fato dele ter manipulado a atmosfera ao nosso redor, então ele continuou. - No entanto, ela estava com pressa. Maria sabia que a força massiva dos recém-nascidos ia diminuindo no período de um ano, e ela queria agir enquanto éramos fortes. Haviam seis de nós quando eu me juntei ao bando de Maria. Ela fez mais quatro no período de uma noite. Nós éramos todos homens, Maria queria soldados, e isso fez com que fosse um pouco mais difícil não brigarmos entre nós mesmos. Eu lutei minhas primeiras batalhas contra os meus próprios camaradas no exército. Eu era mais rápido que os outros, melhor no combate. Maria estava satisfeita comigo, apesar de ter que continuar repondo aqueles que eu destruía. Eu era recompensado com frequência, e isso me deixava mais forte. Maria era uma boa juíza de caráter.

 

Ela decidiu me colocar no comando dos outros, como se eu estivesse sendo promovido. Isso servia perfeitamente com a minha natureza. As brigas diminuíram dramaticamente, e o nosso número aumentou até que éramos cerca de vinte. Esse era um número considerável levando em consideração os tempos cuidadosos em que vivíamos. A minha habilidade, ainda que indefinida, de controlar a atmosfera emocional ao meu redor era vitalmente efetiva. Em breve nós começamos a trabalhar juntos de uma forma que os vampiros recém-nascidos jamais haviam cooperado antes.

 

Até Maria, Nettie, e Lucy eram capazes de trabalhar juntas com mais facilidade. Maria ficou muito apegada a mim, ela começou a depender de mim. E de algumas formas eu adorava o chão em que ela pisava. Eu não fazia idéia de que outra vida era possível. Maria nos disse que esse era o jeito como as coisas eram e nós acreditamos. Ela pediu que eu dissesse a ela quando os meus irmãos e ela estivéssemos prontos pra lutar, e eu estava ansioso pra me provar. Eu havia juntado um exército de vinte e três no final, vinte e três vampiros inacreditavelmente fortes, organizados e habilidosos como nenhum outro antes. Maria estava extasiada. Nós nos movemos em direção à Monterrey, sua antiga casa, e ela no soltou em cima de seus inimigos. Naquela hora eles só tinham nove recém-nascidos, e um par de vampiros mais velhos controlando eles. Nós os derrotamos mais facilmente do que Maria podia acreditar, perdendo apenas quatro no processo.

 

Eu estava na ponta da margem de vitória. E nós éramos todos bem treinados. Nós fizemos isso sem atrair atenção. Naquele primeiro ano, ela estendeu seu controle pra controlar a maior parte do Texas e do norte do México. Então os outros vieram do Sul para enfrentá-la.

 

A luta foi intensa. Muitos começaram a se preocupar que os Volturi fossem voltar. Dos vinte e três originais, eu fui o único a sobreviver nos primeiros oito meses. Nós tanto perdemos quanto vencemos. Eventualmente Nettie e Lucy se viraram contra Maria - mas essa nós vencemos. Maria e eu fomos capazes de segurar Monterrey. As coisas se acalmaram um pouco, apesar das guerras continuarem. A idéia de conquista estava morrendo; agora a maioria era por vingança e por terras. Muitos deles haviam perdido seus parceiros, e isso é uma coisa que a nossa espécie não perdoa. Maria e eu sempre mantínhamos cerca de doze recém-nascidos prontos. Eles significavam pouco pra nós, eles eram moeda de troca, eram descartáveis. Quando eles não eram mais úteis, nós mesmos nos livrávamos deles. A minha vida continuou o mesmo padrão violento e o ano se passou. Eu já estava de saco cheio de tudo muito antes das coisas mudarem... Décadas depois, eu desenvolvi uma amizade com um recém-nascido que continuou sendo útil e sobreviveu aos seus três primeiros anos, apesar das chances. O nome dele era Peter. Eu gostava de Peter; ele era... civilizado, eu acho que essa é a palavra correta. Ele não gostava de lutar, apesar de ser bom nisso. Ele foi encarregado de lidar com os recém-nascidos, ser babá deles, pode-se dizer. Era um trabalho de tempo integral. E aí era hora de fazer uma limpeza de novo. Os recém-nascidos iam perdendo a força; eles precisavam ser repostos. Era pra Peter me ajudar com isso. Nós cuidávamos deles individualmente, entende, um por um... Era sempre uma noite muito longa.

 

Dessa vez, ele tentou me convencer de que alguns tinham potencial, mas Maria havia me dado instruções pra me livrar deles. Eu disse não a ele. Nós estávamos quase na metade, e eu podia sentir que isso estava exigindo uma grande carga de Peter. Eu estava decidindo se eu devia ou não mandá-lo embora e acabar com tudo sozinho enquanto eu chamava a próxima vítima. Pra minha surpresa, ele ficou com raiva de repente, furioso. Eu suportei o que quer que fosse que o humor dele queria dizer, ele era um bom lutador, mas não era páreo pra mim. O recém-nascido que eu havia chamado era uma fêmea, que havia acabado de completar um ano. O nome dela era Charlotte. Os sentimentos dele mudaram quando ela apareceu; eles o traíram. Ele gritou pra que ela corresse, e ele mesmo correu atrás dela. Eu podia ter perseguido eles, mas não persegui. Eu senti... aversão a destruí-lo. Maria ficou irritada comigo por isso. Cinco anos depois, Peter voltou pra me ver. Ele escolheu um bom dia pra aparecer. Ela estava confusa com o meu humor já deteriorado. Ela nunca sentia uma depressão momentânea, e eu me perguntei porque eu era diferente. Eu comecei a notar a diferença nas emoções dela quando ela estava perto de mim – as vezes ela ficava com medo... e com malícia. Eu estava me preparando pra destruir a minha única aliada, a semente da minha existência, quando Peter retornou. Peter me contou sobre sua nova vida com Charlotte, me contou sobre opções que eu nunca sonhei que tivesse.

Em cinco anos, eles nunca tiveram uma briga, apesar deles haverem conhecido muitos outros no norte. Outros que podiam co-existir sem viverem em um caos constante. Em uma conversa, ele convenceu. Eu estava pronto pra ir embora, e um pouco aliviado por não ter que matar Maria. Eu fui companheiro dela por tantos anos quantos Carlisle e Edward estiveram juntos, e mesmo assim, o laço entre nós nem de perto era tão forte quanto o deles. Quando você vive para a luta, para o sangue, os relacionamentos que você forma são tenazes e facilmente quebrados. Eu fui embora sem olhar pra trás. Eu viajei com Peter e Charlotte por alguns anos, tento uma sensação desse mundo novo, mas pacífico. Mas a depressão não foi embora. Eu não entendia o que havia de errado comigo, até que Peter começou a reparar que eu sempre ficava pior depois de caçar. Eu pensei nisso. Em tantos anos de matança e carnagem, eu havia perdido praticamente toda a minha humanidade. Eu era inegavelmente um pesadelo, um monstro do tipo mais odiável. Toda vez que eu encontrava outra vítima humana, eu sentia uma leve pontada de semelhança com aquela outra vida. Observando os olhos delas se abrirem impressionados com a minha beleza, eu me lembrava de Maria e as outras em minha cabeça, o que elas haviam parecido pra mim na última noite em que eu fui Jasper Withlock. Era mais forte pra mim, essa memória emprestada, do que era para os outros, porque eu podia sentir tudo o que a minha presa estava sentindo. E eu vivia as emoções deles enquanto os estava matando. Você já experimentou a forma como eu consigo manipular as emoções ao meu redor, Bella, mas eu me pergunto se você se já imaginou o quanto as emoções de uma sala me afetam. Eu vivo todos os dias em uma variação de emoções. Pelo primeiro século de minha vida, eu viví num mundo de vingança sangrenta. Ódio era o meu companheiro constante. Isso se acalmou um pouco quando eu deixei Maria, mas eu ainda sentia o horror e o medo da minha presa. Isso começou a ser demais. A depressão ficou pior, e eu me afastei de Peter e Charlotte.

 

Mesmo civilizados como eles eram, eles não sentiam a mesma aversão que eu começava a sentir. Eles só queriam paz das lutas. Eu estava cansado de matar, matar qualquer um, até meros humanos. E mesmo assim eu tinha que continuar matando. Que escolha eu tinha? Eu tentei matar com menos frequência, mas aí eu ficava com muita sede e desistia. Depois de um século de gratificação instantânea, eu achava a auto-disciplina... desafiadora. Eu ainda não havia aperfeiçoado isso. Eu estava na Filadélfia. Houve uma tempestade, e eu havia saído durante o dia, coisa com a qual eu ainda não estava completamente confortável. Eu sabia que ficar de pé na chuva ia chamar a atenção, então eu entrei numa lanchonete meio vazia. Os meus olhos estavam escuros o suficiente pra ninguém reparar neles, apesar disso significar que eu estava com sede, e isso me preocupou um pouco. Ela estava lá, me esperando, naturalmente. - Ele gargalhou uma vez. – Ela pulou do banco alto no balcão assim que eu entrei e veio andando diretamente em minha direção.

 

Isso me chocou. Eu não tinha certeza se ela queria atacar. Essa é a única interpretação de comportamento dela que o meu passado tem a oferecer. Mas ela estava sorrindo. E as emoções que emanavam dela eram uma coisa que eu nunca havia sentido antes. 'Você me deixou esperando por muito tempo', ela disse. – finalmente o pior da historia havia passado, aquele era o ponto o qual minha irmã pequenina e irritante entrava na historia, ela levantou-se de onde estava e se colocou atrás de Bella 

 

- E você abaixou a cabeça, como um bom cavalheiro do Sul, e disse 'Eu lamento, madame' - Ela disse sorrindo.

 

- Você levantou a mão, e eu a peguei sem me dar conta do que estava fazendo. Pela primeira vez em um século, eu senti esperança. –Jasper disse sorrindo enquanto segurava a não de Alice que deu uma gargalhada.

 

- Eu estava aliviada. Eu pensei que você não fosse aparecer nunca.

 

- Alice me disse que tinha visto sobre Carlisle e a família dele. Eu mal podia acreditar que uma experiência assim fosse possível. Mas Alice me fez otimista. Então nós fomos encontrá-los.

 

- E matá-los de susto também – eu disse enquanto eles se olhavam apaixonadamente. - Emmett e eu estávamos fora caçando. Jasper aparece, coberto de marcas de batalhas, acompanhando essa estranha pequena que se refere a todo mundo pelo nome, sabe tudo sobre eles, e quer saber em que quarto ela vai ficar. – eu disse brincando com Alice cutucando-a com o cotovelo em sua cintura, todos rimos. - Quando eu voltei pra casa, todas as minhas coisas estavam na garagem.

 

- O seu quarto tinha a melhor vista. – nós todos rimos novamente.

 

- Essa é uma história legal. – nós nos viramos para olhá-la novamente, definitivamente Bella precisava ser internada num manicômio com uma camisa de força e ter a chave jogada fora, como ela podia achar aquela historia “legal” percebi que os pensamentos de Jasper e o de Alice eram compatíveis com o meu.

 

- Eu estou falando da última parte. O final feliz com Alice.

 

- Alice fez toda a diferença esse é um clima que eu gosto.

 

- Um exército - Alice disse. - Porque você não me contou?

 

Dessa vez toda família estava atenta, naquele dia Jazz contou coisas de seu passado desconhecida de muitos de nós, eu já conhecia por que eu tinha um dom que muitas vezes gostaria de descartar, não gostava de invadir a privacidade dos outros e muito menos roubar seus momentos.

 

- Eu pensei que pudesse estar interpretando os sinais incorretamente. Por que, qual é o motivo? Por que alguém criaria um exército em Seattle? Não existe história lá, nada de vinganças. Uma disputa por um lugar de destaque também não faz sentido. Os nômades passam por lá, mas não há ninguém pra lutar por isso. Não há ninguém pra defender isso.

 

- Mas eu já ví isso antes, e não existe outra explicação. Há um exército de vampiros recém nascidos em Seattle. Pouco menos de vinte, eu acho. A parte difícil é que eles estão completamente destreinados.

 

- Quem quer que os tenha criado deixou eles soltos. Isso só vai piorar, e não vai demorar muito até os Volturi intervirem. Na verdade, eu estou surpreso por estar demorando tanto.

 

- O que podemos fazer? - Carlisle perguntou.

 

- Se nós queremos evitar o envolvimento dos Volturi, nós vamos ter que destruir os recém nascidos, e nós vamos ter que fazer isso em breve. - O rosto de Jasper estava duro. Agora que ela conhecia a história dele, talvez pudesse entender o quanto essa avaliação o perturbava. - Eu posso ensinar vocês agora. Não vai ser fácil na cidade. Os jovens não estão preocupados em manter segredo, mas nós temos que estar. Isso vai nos deixar limitados de formas que eles não estão. Talvez possamos atraí-los.

 

- Talvez nós não tenhamos que fazer isso! Já ocorreu a alguém que o único motivo pra se montar um exército nessa área... somos nós? – Perguntei com uma voz dura e sem humor.

 

- A família de Tânia também está por perto - Esme justificou.

 

- Os recém-nascidos não iam querer tomar um Ancoradouro, Esme. Eu acho que devemos considerar a idéia de que nós somos os alvos.

 

- Eles não estão vindo atrás de nós. Oh... eles não sabem que estão. Ainda não. – Alice lembrou-se das roupas que foram, roubadas do quarto de Bella, aquele pensamento me acertou em cheio, o quê? Ela estava pensando que...

 

- O que é isso? – perguntei em voz alta algo que estava gritando em minha mente - O que é isso que você está lembrando?

 

- Vestígios - Alice disse. - Eu não consigo ver uma imagem clara quando eu tento ver o que está acontecendo, nada concreto. Mas eu estou tendo esse flashes estranhos. Não é o suficiente pra entender o sentido deles. É como se alguém ficasse mudando de idéia, movendo de um curso de ação pra outro tão rapidamente que eu nem consigo ter uma boa imagem...

 

- Indecisão? - Jasper questionou confuso.

 

- Eu não sei...

 

- Não é indecisão! Conhecimento. Alguém sabe que você não consegue ter uma visão até que uma decisão seja tomada. Alguém está se escondendo de nós. Brincando com os buracos das suas visões.

 

- Quem saberia disso? - Alice murmurou.

 

- Aro sabe tanto sobre você quanto você própria. – eu falei lembrando quando fomos à Itália pela ultima vez, as insinuações dele no que se referia a Alice e a mim...

 

- Mas eu teria visto se eles decidissem vir... – ela explicou.

 

- A não ser que ele não quisesse sujar as mãos.

 

- Um favor, alguém do Sul... alguém que já tenha tido problemas com as regras. Alguém já devia ter sido destruído e a quem uma segunda chance foi oferecida, se eles cuidarem desse pequeno probleminha... isso explicaria a resposta lenta dos Volturi. – Rosalie falou algo pela primeira vez desde que chegamos em casa. Aquela idéia fazia sentido, afinal os Volturi conheciam vampiros no mundo todo

 

- Por que? Não há motivo pra os Volturi... – Carlisle perguntou quando eu interrompi seus pensamentos.

 

- Há sim! Eu estou surpreso por isso ter vindo tão cedo, porque os outros pensamentos eram mais fortes. Na cabeça de Aro, ele me via em um dos seus lados e Alice no outro. O presente e o futuro, como se fossem um só. O poder da idéia o intoxicou. Eu teria imaginado que ele levaria muito mais tempo pra desistir daquele plano, ele o queria demais. Mas aí havia o pensamento em você, Carlisle, na nossa família, crescendo e ficando mais forte. A inveja e o medo: você tendo... não mais do que o que ele tinha, mas ainda assim, coisas que ele queria. Ele tentou não pensar nisso, mas não conseguiu esconder completamente. A idéia de eliminar a competição já estava lá; além da deles, o nosso grupo é o maior que eles já encontraram...

 

Bella nos olhava nim mestiço de medo e incredilidade, eu não sabia o que fazer...ninguém sabia... mais não podiamos deixar que ela percebesse nossa insegurança, esse era um pensamento coletivo.

 

- Eles estão comprometidos demais com sua missão. Eles jamais quebrariam as regras. Isso vai contra tudo o que eles trabalharam. – Carlisle contestou a minha idéia.

 

- Eles vão limpar tudo depois. Uma traição dupla nenhum prejuízo. – conclui meu pensamento.

 

- Não, Carlisle está certo. Os Volturi não quebram as regras. Além do mais, é muito descuidado. Essa pessoa... essa ameaça, eles não tinham idéia do que estavam fazendo. É um iniciante, eu posso jurar. Eu não posso acreditar que os Volturi estejam envolvidos. Mas eles vão estar. – Jasper disse concordando com meu pai, podia ver em seus pensamentos que eles não acreditavam que os Volturi estivessem envolvidos na criação de novos vampiros, ao menos não sem lhes ensinar suas regras.

 

- Vamos lá! O que estamos esperando? – Emmett gritou.

 

- Nós vamos precisar que você nos ensine, Jasper – eu e meu pai nos olhamos - Como destruí-los – ele disse por fim a contragosto, em todas essas décadas como vampiro nunca vi o meu pai matar ou agir com violência contra quem quer que fosse, em seus pensamentos eu podia perceber o seu sofrimento.

 

- Nós vamos precisar de ajuda - Jasper disse. - Você acha que Tânia e sua família estão a fim...? Outros cinco vampiros maduros fariam uma enorme diferença. E Kate e Eleazar seriam enormemente vantajosos para o nosso lado. Seria quase fácil, com a ajuda deles.

 

- Eu vou perguntar - Carlisle disse pegando o telefone que Jasper lhe deu naquele momento.

 

- Precisamos nos apressar. – Jasper falou.

 

Meu pai pegou o telefone e ligou para a família de Tânia em Denali, ele estava sofrendo por ter que tomar aquela decisão, segurei Bella pela mão, não tinha percebido sua expressão amedrontada até que a vi parada sem dizer nenhuma palavra, aquilo não devia ter acontecido, não enquanto Bella estivesse conosco. O terror estampado em seus olhos me fez endurecer.

 

Meu pai conversava com Tânia, pedia ajuda – Tânia nós temos um problema, precisamos da ajuda de vocês! – o ouvi dizer rápido demais para que os ouvidos humanos captassem o som das suas palavras. Não conseguia ouvir Tânia mais podia entender suas decisões pelos pensamentos do meu pai “não poderemos ajudar” ela disse – mais estamos com problemas, alguns vampiros foram criados no intuito de acabar com a nossa família – ele falou calmamente – “na verdade Carlisle, desde que Laurent morreu atacados por lobos ai em Forks, Irina está um tanto abalada” ela respondeu.

 

- Oh! Nós não havíamos nos dado conta... que Irina se sentia assim. – meu pai disse baixinho.

 

- Maldição. Que Laurent seja amaldiçoado às profundezas do inferno onde ele pertence.

 

- Laurent – ouvi Bella dizer mais naquele momento não podia responder precisava me focar nos pensamentos de Carlisle, captar as respostas de Tânia.

 

“Acredito que minha irmã não iria gostar muito da nossa união nesse momento, ela ainda está sofrendo muito” ela disse - Não há dúvida disso - meu pai respondeu quando a voz feminina do outro lado o interrompeu “Nós poderemos ajudar" ela apusou  "...se vocês nos permitirem nos vingar desses lobos malditos exterminando-os de uma vez” ela concluiu - Nós temos um acordo.- meu pai justificou - Eles não o quebraram e nós também não iremos.

 

“Então meu amigo, nada poderemos fazer para ajudar” - Eu lamento ouvir isso... – Carlisle lamentou.

 

“Sinto muito não poder ajudá-lo diante da sua negativa em relação aos lobos” ela ainda completou - É claro. – meu pai respondeu num tom abatido - Teremos que fazer o melhor sozinhos e fechou o telefone rapidamente. Todos estavam apreensivos com o que Carlisle iria dizer mais ele só ficou pensativo olhando para o lado de fora buscando outra solução.

 

Meu pai não conseguia odiar ninguém mesmo os amigos que lhe negavam ajuda no seu pior momento, ele ainda os entendia.

 

- Qual é o problema? - Emmett murmurou se aproximando para que eu dissesse o que tinha ouvido através dos pensamentos do meu pai.

 

- Irina esteve mais envolvida com o nosso amigo Laurent do que pensávamos. Ela está com rancor dos lobos por terem destruído ele pra salvar Bella. Ela quer ... – parei de falar para ter certeza de que Bella estaria bem.

 

- Vá em frente – ela ordenou.

 

- Ela quer vingança. Destruir o bando. Eles trocariam sua ajuda pela nossa permissão.

 

- Não! – ela murmurou.

 

- Não se preocupe – eu a acalmei - Carlisle jamais concordaria com isso- pausei para respirar - E nem eu. Laurent sabia que isso aconteceria e eu ainda devo aos lobos por aquilo. – “além do que se alguém tem que fazer Jacob Black sofrer esse alguém sou eu”

 

- Isso não é bom. É uma luta apertada demais. Nós teríamos uma vantagem com habilidades, mas não em número. Nós venceríamos, mas a que preço? – Jasper questionou.

 

Aquela luta nunca poderia terminar em baixas, não com a minha família... qualquer que fosse o preço eu pagaria mais não iria perde-los, não para um bando de vampiros recém nascidos,  isso eu não iria permitir, Carlisle e Esme meus pais tão carinhosos e dedicados, Rosalie que mesmo com seu egoísmo eu aprendi a amar “certamente ela jamais saberia disso” pensei, Jasper e Emmett meus irmãos sempre tão presentes para qualquer coisa que eu precisasse e Alice a minha irmã tão pequena e irritante... eu iria protegê-los custasse o que custasse, nem que para isso que precisasse recorrer aos lobos Quileutes, recorrer a Jacob Black.


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