Na manhã seguinte Remo não viu Potter e a Weasley na sala por isso foi procurar no quarto do garoto e encontrou-os a dormir juntos na cama. Gina estava de costas para Harry e o garoto estava virado pra ela com uma mão debaixo da cabeça a servir de almofada e outra por cima dos braços de Gina como se estivesse a abraça-la, resumindo, estavam quase a dormir de conchinha.

Remo não queria estragar aquele momento por isso preparou-se para ir embora no momento em que Harry começou a despertar.

–Remo? - chamou o garoto quando olhou para trás e o viu parado ao pé da porta. Poucos momentos depois deu conta que dormira agarrado a Gina e separou-se dela rapidamente dela levantando-se da cama e dizendo tremendamente corado. - Não é aquilo que você está a pensar.

–Eu acho que é. Aquilo que você acha que estou a pensar é que vocês gostam muito um do outro e ficavam bonitos juntos então tem razão. - Lupin vendo o rapaz encabulado continuou. - Só tem sorte que não foi nenhum dos Wesleys que veio aqui ao quarto. Não queria estar na sua pele.

–Ela não sente o mesmo por mim e também não posso colocá-la em perigo. Todos que eu amo são mortos por ele ou pelos comensais. Aconteceu com meus pais e com Sirius, não posso deixar que aconteça novamente. - Harry desabafou.

–Você é quem sabe. Eu não vou-lhe dizer o que deve fazer, mas não concordo com o que disse. Como tem a certeza que ela não sente o mesmo que você? Voldemort sabe que você tem os Weasleys como uma família, sabe que são muito importantes para você e consequentemente Gina também é. Se ele tiver que atacar alguém Gina já é uma das pessoas na sua lista.

–Mas Remo... - começou o garoto que logo foi interrompido-

–Acha mesmo que a protege afastando-a de si? Só vai estar a facilitar mais as coisas para Voldemort. Tem de meter na cabeça que mesmo estando longe o sentimento não vai diminuir, só contribuir para que as coisas possam correr mal.Vou fazer o pequeno-almoço, depois acorde Gina para treinarmos. - e Remo saiu do quarto.

Fechou a porta permitiu-se olhar novamente para a garota que dormia na sua cama. Ele perguntava-se porque não a tinha percebido antes. Sempre a viu como a irmazinha do melhor amigo mas ela já não era apenas uma garotinha. Gina tinha crescido e a cada dia tornava-se numa bela mulher.

Desde um pouco antes das aulas acabarem ele começou a ver a garota com outros olhos. Ela estava cada vez mais bonita, tinha mais garra, não era mais a garotinha assustada da câmara secreta. Era viva, um pouco resmungona e com um génio difícil mas fiel aos amigos e corajosa. Uma verdadeira Grifinória.

–Eu não tenho a certeza do que sinto por você. - desabafou olhando a garota dormindo. - É confuso. Você é irmã de meu melhor amigo e desde que os Weasleys me acolheram em sua casa que via você, Rony como meus irmãos e começar a pensar e ver você não como irmazinha mas como a garota linda e maravilhosa que é... Rony vai me matar se souber disso.

O garoto deu a volta a cama para o lugar para onde Gina estava virada e sentou-se ao pé de sua cintura e compôs uma mecha de cabelo que estava na frente da cara da garota que estava com um olhar sereno e continuou a falar:

–Eu não posso amar você. Todos os que amo acabam por morrer e a prova disso são meus pais e Sirius. Não posso deixar que isso lhe aconteça. Tenho que a proteger. Mesmo que eu não quisesse já é muito importante para mim. Tenho de esconder o que sinto por você principalmente de Voldemort porque ele não hesitaria em matá-la só por ser importante pra mim. Se depender de mim nunca saberá o que eu realmente sinto pelo menos nunca saberá até que eu derrote Voldemort que eu...amo você Ginevra.

E dizendo isso deu um selinho na garota e levantou-se dirigindo-se para o banheiro pra trocar de roupa e depois acordar Gina.

Quando Harry saiu do quarto Gina abriu os olhos e passou os dedos pelos lábios que tinham sido tocados pelos de Harry e disse:

–Pode ter a certeza Harry Tiago Potter, que vou fazer o que puder para ficarmos juntos, mesmo antes da guerra começar ou eu não sou uma Weasley. E já agora odeio quando me chamam Ginevra.

Gina levantou-se e reparou que as suas malas estavam ali, por isso tirou e vestiu uns calções curtos de ganga negra, uns botins pretos com saltos de 5 cm, uma camisa de meia-manga branca até ao umbigo, uma pulseira branca, lábios rosa e sombra marrom. O cabelo optou por ondular. Era a primeira vez que experimentava aquelas roupas.

Mione sabia da paixão dela por Harry e para o rapaz começar a reparar mais na amiga, Hermione levou Gina às compras e aquela roupa foi uma de muitas que comprou.

Gina colocou a varinha num bolso traseiro e saiu do quartode Harry rumo à cozinha.

–Bom dia pessoal! - cumprimentou Gina animada.

–Bom dia Gina. - respondeu Lupin.

Harry olhou para a garota e não emitiu um único barulho. Ficou apenas olhando a garota. Lupin que percebeu o estado de choque do garoto cutucou-o fazendo-o voltar à realidade.

–Bom dia. - respondeu ele por fim.

Os 3 sentaram-se à mesa e começaram a comer. Depois de estarem cheios, levantaram a mesa, limparam e arrumaram a cozinha e dirigiram-se à cave onde seriam dadas as “aulas” por Remo e Dumbledore.

–Sentem-se! - mandou Remo conjurando duas cadeiras, duas mesas e um quadro juntamente com o material de poções.

–Por favor, me diga que não vamos começar com Poções. - pediu Harry.

–É isso mesmo, já que não gosta nada de Poções, mas fique a saber que são fundamentais e ajudam imenso um bruxo em situações digamos apertadas. - esplicou Remo. - Vamos começar com a Poção Polissuco. Um de vocês pode-me dizer do que se trata a poção?

–A Poção Polissuco é usada para tranformar uma pessoa em outra completamente diferente mudando a sua aparência. Para que isso aconteça é necessário ter uma parte da pessoa, uma unha, um cabelo. - começou por explicar Gina. - O efeito dura apenas uma hora, não deve se usada em semi-humanos, por exemplo, meios-gigantes nem para assumir a forma de um animal.

–Muito bem. Quais os ingredientes da poção? Harry? - perguntou o professor.

–Hemeróbios, uma planta extremamente venenosa se não houver cuidado, sanguessugas, descurainia, uma planta rara e que deve ser cortada na lua cheia para surtir efeito na poção, sanguinária, pó de chifre de bicórnio, um animal extremamente raro, pele de ararambóia picada, que é uma aranha gigante extremamente rara e perigosa e algo que pertença à pessoa no qual queremos assumir a forma como por exemplo cabelo. - respondeu Harry com facilidade uma vez que havia visto Hermione preparar a poção no seu 2º ano.

–Muito bem. Podem começar a prepará-la. - Lupin disse escrevendo com a varinha as instruções da preparação da poção num quadro preto que tinha conjurado.

Os dois adolescentes começaram a preparar a poção e depois de algum tempo terminaram, colocaram o conteúdo num fraco e deram a Lupin.

–As poções não estão com a cor que deveriam ter antes de colocarmos descurainia, voltem a repetir. - mandou Lupin.

–Mas Remo... - começou Harry.

–Não há nenhum mas Remo. - interrompeu Lupin. - É importante que conheça e saiba realizar esta poção. Como acha que alguns espiões se conseguem infiltrar? Como acha que bruxos que estão sendo procurados conseguem ir a algum lugar sem os verem? No futuro esta poção pode salvar sua vida no caso de não poder ser visto e precisar de algo extremamente importante que apenas outras pessoas podem conseguir por não serem procuradas.

–Tudo bem. Me desculpe. - pediu o garoto.

–Imagine que Voldemort consegue se tornar mais forte ao ponto de conseguir indavir o Ministério e derrubá-lo. Nós teriamos de nos abrigar num local seguro pois ele poderia colocar nas ruas os comensais para patrulha e tentar apanhar-nos. Agora, se você está num lugar escondido com Gina, Rony, Hermione e seus outros amigos que não seja Hogwarts ou a sede da Ordem. Se um deles precisasse de algo como um medicamento e todos vocês estivessem a ser procurados como conseguiria arranjá-lo sem o apanharem? - perguntou Remo.

–Polissuco. Fazia a poção, tranformar-me-ia num trouxa ou bruxo sairia à rua para comprar o necessário. - Respondeu o garoto.

E assim tanto Harry como Gina começaram a preparar novamente a poção durante o resto da tarde até ficar perfeita aos olhos de Lupin. Por momentos os dois garotos se lembravam de Snape e suas aulas de poções que eram horríveis pois Lupin também estava a ser perfecionista como ele. Mas fazer o que? Remo só queria que eles estivessem bem preparados para quando fosse preciso e sempre era melhor que o “morcego das masmorras” que era como os Grifinórios lhe chamavam.

–Muito bem, antes de irmos jantar vamos fazer um pequeno duelo. - anunciou Remo. - Façam a vénia. - dizendo isto Harry e Gina obedeceram. - Podem começar.

Quando os dois menores ouviram começou um enorme duelo com Harry a gritar:

–Expelliarmus!

–Protego! - gritou Gina se defendendo e lançando uma azaração. - Petrificus Totalus.

–Incarcerous! - desviou-se Harry.

–Impedimenta! Rictumsempra!

–Estupore!

E o duelo continuou por mais de meia hora com feitiços a voar de um lado para o outro.

Já cansados os dois garotos gritaram ao mesmo tempo:

–Estupefaça!

A única coisa que viram depois o teto enquanto embatiam no chão com a força do feitiço lançado por ambos. Remo ajudou Harry se levantar já que estava mais perto dele e depois ajudou Gina. Ambos subiram, jantaram e cansados como estavam foram dormir.

E assim foi a rotina deles durante o resto das férias.