Premonição: Catedral escrita por MV


Capítulo 4
Mentes Destruídas


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é para um desenvolvimento maior de alguns personagens, enquanto outros devem sair de cena momentaneamente. Mas não quer dizer que não tenha ação e sangue HEHE Espero que gostem!



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27 de novembro de 2013.

16:00.

Natasha estava parada, no meio de um grande congestionamento na via expressa que ligava Nova York a Mt. Abraham. Esse grande congestionamento tinha um motivo óbvio: no dia seguinte, seria o feriado de Thanksgiving, e muitas pessoas estavam querendo sair da vida agitada de Nova York. Ela se reuniria com a família no dia seguinte, mas antes iria falar com Katie. Dentro da empresa onde trabalhava Natasha não conseguira falar com Katie.

Bom, já que tá tudo parado, vou ligar pra ela.

Natasha pegou sua bolsa, e então achou seu celular. Discou o número de Katie, e enquanto esperava, o carro da frente andou, sendo seguido por Natasha. Do outro lado da linha, alguém atendeu.

– Alô?– Uma voz masculina disse, e Natasha estranhou de imediato. Não era normal ligar para a sua amiga e então uma voz masculina responder.

– Ah... Eu queria falar com a Katie.

– Qual é o nome dela?

– Ora, é Katie. Acabei de falar! Você poderia passar pra ela?

– Qual é o nome da senhorita?

– Eu estou querendo falar com a Katie!

– Responda, por favor.

– Natasha, agora passa pra Katie, por favor?

– Senhora Natasha, eu sinto lhe dizer... Mas, a Katie com quem você gostaria de falar faleceu hoje de manhã.

– O quê? - Natasha falou. – Você só pode estar brincando comigo.

– Infelizmente isso é mentira. Estou falando aqui do...

Natasha não escutou mais nada, porque ela simplesmente largou o celular que caiu sobre o seu colo. A Katie morta? Não, não podia ser verdade...

Mas quanto mais ela queria acreditar que era mentira, mais ela se convencia de que não era uma simples brincadeira de Katie. Não, ela nunca brincaria com isso, Natasha tinha certeza absoluta.

Ouviu uma buzina vinda de trás, mas Natasha não conseguia mais se mover. Estava totalmente chocada, e então deixou as lágrimas escorrem livres pelo seu rosto.

...

18:00.

Jeff estava atravessando os corredores centrais da Build It!, saindo do seu expediente, que se encerrou mais cedo, resultado do feriado que viria no dia seguinte. Thanksgiving, grande merda.

O dia de Thanksgiving era um feriado onde a família se reunia para confraternizarem as graças que Deus tinha feito durante todo aquele ano. Para Jeff, aquele feriado não tinha um sentido claro: separara-se de sua família, e também não acreditava em Deus, Buda, Ganesha, Alá ou qualquer força que regesse a nossa vida. Era apenas mais um dia como qualquer outro, mas que não haveria trabalho qualquer.

Virou em mais um corredor, quando viu um garoto vindo à direção dele com um carrinho vazio. O garoto vinha cabisbaixo, mas Jeff conseguiu perceber quem ele era. Era o irmão de Martin, o mesmo que tivera a visão.

Aquele evento havia deixado Jeff cheio de perguntas, afinal o mesmo era fascinado por coisas do sobrenatural, mas nunca esperara ver algo tão sobrenatural bem na sua frente. Quando o garoto começou a gritar, Jeff não tinha acreditado, e saíra por conta própria, mas depois que tudo aconteceu, ele realmente ficou intrigado. O poder de ver as coisas antes de elas acontecerem... Parecia até que Jeff estava dentro de um episódio de Arquivo X, apenas esperando Fox e Scully aparecerem em sua vida.

Ele passou direto pelo garoto, que pareceu não notar absolutamente nada, nem perceber quem passava ao seu lado.

Subitamente Jeff percebeu que já era o terceiro sobrevivente que estava vendo em apenas um dia, e o estranho era que já tinha visto os três antes do acidente acontecer, mas só agora percebeu que estes três estavam no acidente e na sua vida o tempo inteiro. Natasha morava no mesmo prédio que ela, Logan era irmão do seu chefe, e Stuart trabalhava na mesma loja que ele.

Eram muitas coincidências. Até demais.

...

20:30.

Courtney estava assistindo ao noticiário local, quando uma notícia chamou a atenção imediata da garota.

Hoje pela manhã um estranho acidente aconteceu numa loja de modas, localizada no centro de Mt. Abraham. Segundo a sua colega Lana Merrlyn, a jovem Katie Powell foi morta por uma van, que invadiu a vitrine da loja. Katie estava na mesma vitrine, e foi atingida em cheio pela van. A garota teria sobrevivido ao choque, mas acabou por ser esmagada por um manequim.

Courtney levou as mãos à boca, e subitamente o pensamento da morte de Carly voltou á sua mente. Seria uma simples coincidência a morte de Katie? Afinal, pessoas morriam todos os dias, e mais uma seria normal. Inclusive Courtney entendia que a morte da Katie somente fora noticiada por conta do seu bizarro acidente.

Vale lembrar que a jovem Katie foi uma das sobreviventes relatadas do incidente na catedral...

Courtney desligou a televisão neste momento, e sentiu uma dor de cabeça começando a se formar. Dirigiu até a cozinha da casa onde vivera com os pais anteriormente, que agora estava ocupada apenas pela garota. Não tinha mais parentes em Mt. Abraham, todos estavam na costa leste, de modo que passaria o feriado com Sarah e Leo. Pegou uma aspirina, e um copo com água e tomou rapidamente. Deixou o copo com um pouco de água em cima da mesa, e suspirou.

Quando viu, a água do copo estava rubra. Balançou o rosto, e viu que não era absolutamente nada. A água continuava transparente.

É sua mente pregando peças em você, Courtney.

Mas Courtney conseguia se convencer. Ela podia sentir algo estranho, rondando sua vida desde o dia em que saíra da catedral. Ela precisava saber mais sobre isso.

Pegou o seu notebook, sentando-se no sofá e esperou o mesmo ligar. Entrou no Google, e digitou: Premonição. Obviamente milhares de resultados passaram sobre os seus olhos, e nenhum deles parecia corresponder ao que a garota pesquisava. No final da primeira página, achou um site que chamou a sua atenção imediata.

The Twilight Zone: O Mistério do Voo 180.

Atendendo aos pedidos, hoje vou contar a história de um dos acidentes mais trágicos que já ocorreram na nossa nação. O Voo 180 partiu no dia 13 de maio de 1999 do aeroporto John F. Kennedy, em direção a Paris, mas nunca chegou ao seu destino. Pouco depois de decolar, o avião teve um problema de despressurização na cabine e explodiu no ar. Mas o mistério começa pouco antes: um jovem chamado Alex teve uma suposta premonição e retirou junto dele mais alguns colegas de classe e uma professora. Pouco depois, eles viram o avião deles explodir no ar. Mas o mais bizarro veio depois: Na cidade de Mt. Abraham, arredores de Nova York...

Courtney gelou naquele mesmo instante. Quando começara a ler sobre o Voo 180, realmente achara tudo muito familiar, mas não tinha absolutamente nenhuma certeza, até ler esta frase. Ela lembrou-se que na escola existiam dois memoriais e um deles era dos estudantes do Voo 180. O segundo era de um suposto acidente de ônibus que envolvera diversos alunos, e deste Courtney se lembrava claramente, que uma sala inteira foi dizimada em um passeio ao zoológico. Ela continuou a ler, ávida por informações.

...onde os jovens moravam, estranhos acidentes começaram a acontecer, por vezes pequenos, mas que acabavam por levar a vida de cada um desses jovens. Ao fim de tudo, todos morreram inclusive o visionário Alex, atingido por um tijolo na cabeça. Então, fica-se a pergunta: o que ocorreu a estes jovens?

O que é de consenso comum é de que tudo isto foi uma estranha coincidência, mas convenhamos, sete mortes de sete jovens destinados a morrer em menos de um ano é muita coincidência. Eu acredito que depois desse acidente, eles acabaram por enganar a morte. Ou seja, eles não morreram no local que era previsto. Diante disso, algo os matou. E esse algo supostamente não era uma pessoa, mas sim uma força, a própria Morte que caçou a vida desses jovens. Sei que isto é bizarro, mas pode ser a única explicação para os estranhos eventos do Voo 180.

Eu pesquisei um pouco mais e descobri muito mais coisas macabras sobre esse acidente. Esse foi apenas um dos acidentes macabros que envolveram premonições. Os outros não são muito conhecidos, mas todos tem uma estranha ligação: Todos ocorreram na mesma área do Voo 180, ou seja, nos arredores de Nova York, nas cidades de North Bay, White Plains, Nova York e Mt. Abraham.

Será que existe alguma aura maldita em torno dessas cidades? Não sabemos. Mas não foi somente o Voo 180 que tem seus mistérios. A queda da ponte North Bay Bridge, um engavetamento na Rota 23, o naufrágio do barco Okanagan. Todos eles se seguiram com estranhos eventos, com mortes inexplicáveis e por vezes macabras. E como disse, todas ocorreram na área de Mt. Abraham. Poucos sabem as ligações entre esses diversos acidentes, e menos ainda, sabem das premonições. Podem ser que ocorreram mais acidentes nestes tempos, mas que não foram relatados. Estes três citados foram documentados.

Bom, é isso. Em breve, devo fazer um novo post sobre esses três bizarros acidentes. Deixo aqui em aberto a opinião de vocês sobre o que realmente aconteceu.

Porque o mistério do Voo 180 nunca será desvendado de fato.

...

Lindsey não conseguia tirar da cabeça aquilo que vira na televisão. Estava assistindo o mesmo na casa de sua mãe e irmãos, já que Lindsey decidira por ficar com a mãe durante os dias, ajudando a mesma a superar a morte de Martin. Naquele dia, estava assistindo ao noticiário local quando viu a notícia da morte de Katie. Já não era muito normal a garota ter morrido dias depois de Stuart ter tirado a garota com vida do acidente, mas o mais anormal foi a cena do local.

A van que matara a garota invadira a vitrine, e o manequim caíra em cima da garota. Instantaneamente Lindsey pensou no que vira no banheiro da instituição naquele dia. Jurava que tinha delirado, mas ela vira um manequim e um caco de vidro caindo dele.

Não era a primeira vez que Lindsey sentia isso, já havia sentido algumas vezes estranhas sensações, mas pouquíssimas. Uma delas foi no dia em que seu hamster morreu. Naquela noite, Lindsey sonhou com seu hamster morrendo em sua mão. Quando acordou, o mesmo estava morto.

Não sabia, e nem podia explicar o que era aquilo que acontecia com ela, mas nunca falara para nenhum dos seus irmãos. O que a levava até Stuart. Lindsey não tinha ficado assustada com o irmão, como ele acreditava que pensava. Ela tinha ficado intrigada com o que acontecera com o irmão, que de certa forma era semelhante com o que acontecia com ela.

Seria alguma espécie de conexão entre os dois? Apenas uma estranha coincidência? E onde a morte de Katie se encaixava em tudo isso? A cabeça de Lindsey dava voltas e mais voltas, diante de todos esses fatos.

...

23:35.

Os carros passavam com uma velocidade fulminante por Matt.

E ele simplesmente não ligava para nada disso.

Ele estava na região costeira da cidade, andando ao lado do grande mar que chegava à cidade. Uma pequena barreira, uma mureta de pedra, dividia o grande mar de uma via expressa. Ao fundo, Matt podia ver as luzes de Nova York reluzindo.

Ele estava vestido como sempre, com uma grande capa cobrindo o seu rosto deformado. Não só seu rosto, como o resto do seu corpo também, repleto de cicatrizes e enxertos. Foi considerado por muitos como um verdadeiro milagre o garoto ter saído vivo do incêndio. Matt só lembrava-se do momento em que o teto desabou sobre ele, mas o que Lisa não havia visto, ele sentiu. Antes de o teto desabar, o chão acabou por ruir totalmente, levando o quarto de Tommy para baixo junto dele, e logo depois o telhado caiu. Matt acabou caindo numa área segura, não sendo totalmente esmagado pelas madeiras flamejantes.

Mas mesmo assim, o incêndio foi tão grande que Matt não conseguiu sair ileso. Teve boa parte do corpo queimado por queimaduras de terceiro grau, e quando o corpo do garoto foi achado, foi quase dado por morto. Matt passou mais de um mês internado em estado gravíssimo, mas por um milagre conseguiu escapar com vida. O que acontecera com Matt por muitos era considerado um milagre, mas para ele era o resultado de um pacto. Ele já estava morto desde aquele tempo, o que o mantinham eram as vidas de Lisa e de Tommy. Era quase um morto-vivo, tal como sua aparência repugnante.

Quando percebeu, Matt começou a chorar, e olhou para o lado. O mar batia revoltoso contra a barreira. Sabia o que fazer, mas não sabia se daria certo.

Naquele momento, uma música que a mãe de Matt adorava, e que o garoto fora obrigado a ouvir durante diversos anos, veio a sua mente.

Somewhere beyond the sea

Somewhere waitin' for me

My lover stands on golden sands

And watches the ships that go sailin'.

Somewhere beyond the sea

She's there watchin' for me

If I could fly like birds on high

Then straight to her arms I'd go sailin'.

Matt subiu na mureta e então pulou.

...

28 de novembro de 2013.

03:05.

Stuart abriu os olhos, e viu que ele estava novamente na catedral. Sentado naquele mesmo lugar, porém totalmente sozinho, somente com a catedral. A mesma estava totalmente escura, tirando as pequenas lâmpadas que iluminavam a imponente cruz, e a lua, que iluminava os grandes vitrais da igreja. Ele se levantou e continuou a andar sem rumo, pelo local.

Quando chegou no corredor central viu do outro lado uma figura semelhante a ele. Ela olhava fixamente para Stuart, e ele já sabia quem era. Colin.

Os dois ficaram se olhando, sem parar apenas um instante. E então, ao contrário do que Stuart esperaria, Colin sorriu. Uma voz ecoou pela catedral inteira.

Finalmente você vai se juntar a mim.

Stuart não conseguia criar absolutamente nenhuma palavra, enquanto ouvia uma música tocar ao fundo. Conhecia aquela música fazia tempo, tinha inclusive o CD que a continha.

Those who are dead are not dead,

They're just living in my head.

And since I fell for that spell,

I am living there as well.

Time is so short

And I'm sure,

There must be something more.

Ainda paralisado, viu Colin correndo na direção dele. Quando chegou perto dele, Stuart abriu os olhos, quando sentiu algo batendo contra ele. Era o celular de Will.

– Desliga isso. - Will falou meio sonâmbulo, na outra cama do quarto dos dois irmãos.

Quando Stuart se sentou na cama, viu que o celular dele havia ligado estranhamente, e estava tocando a mesma música. 42.

You thought you might be a ghost,

You thought you might be a ghost,

You didn't get to heaven but you made it close,

You didn't get to heaven but you made it close,

Stuart estremeceu completamente, enquanto sentiu um arrepio gelado percorrer seu corpo. Só então passou a mão pela sua camiseta, e percebeu que estava totalmente suada.

– Já não falei pra desligar essa porra? - Will falou, novamente.

– Desculpa Will. - Stuart falou, desligando o celular.

– Ah, assim tá melhor. - Will se virou na cama, virando para o outro lado. - Vai dormir agora.

Mas Stuart sabia que não conseguiria dormir, apesar de precisar. Olhou para o relógio e viu que eram 03:07. Passou a mão pelo seu rosto e ficou ali, sentado. Não conseguia entender porque tinha essas estranhas visões com Colin. Nunca contara a mais ninguém sobre aquilo, exceto com Ernest. Essas visões aconteciam desde a morte súbita de Colin, mas naquele último ano tinha aumentado muito. E aquela estranha sensação que sentia agravara-se depois do acidente com a catedral.

Será que algo pior estava acontecendo?

Levantou-se da sua cama, e foi na direção do banheiro, que ficava no quarto ao lado. Enxaguou o rosto com a água fria, e tirou sua camiseta totalmente suada, ficando apenas com suas roupas íntimas. Então ele olhou para o espelho, e suspirou.

– Como eu queria que você ainda estivesse aqui, Colin.

...

09:45.

Julia estava sentada na mesa da cozinha de sua casa, enquanto Lindsey preparava o café da manhã. A senhora permanecia olhando a parede da frente, perdida nos seus próprios pensamentos. Já se fazia seis dias desde o desabamento na catedral, mas Julia ainda não tinha se recuperado totalmente.

Lindsey resolvera ficar com a mãe durante alguns dias, para ajudar na recuperação de sua mãe, que ainda não estava apta para voltar a fazer o que ela fazia normalmente. Julia trabalhava com costura, era sua verdadeira paixão. Mas o ateliê da senhora estava fechado desde o dia em que ocorreu o acidente com Martin.

Naquele dia era feriado de Thanksgiving, e Lindsey não deveria ir para o hospital, assim como Will, que não teria aulas naquele dia, mas que naquele momento ainda estava dormindo. Apenas Stuart estava longe de casa, ajudando na preparação da Build It! local, já que no dia seguinte seria Black Friday.

Julia refletia sobre o significado daquele dia. Era um dia festivo, onde as famílias davam graças á Deus pelo ano que passou. Eles iriam comemorar sim, porém com um gosto amargo na boca. Essa mesa poderia ter duas pessoas a mais. Martin e sua noiva.

– Mãe, tudo bem? - Lindsey falou, colocando a mão sobre o ombro de Julia.

A senhora olhou para a filha, e disse:

– Não, filha. É a mesma solidão de sempre.

– Mãe... Eu não sei bem como falar, mas... Nós estamos aqui pra tudo o que vier. Eu, o Stu e o Will vamos te ajudar a sair dessa barra.

Julia sorriu.

...

11:45.

Logan entrou apressado na filial da Build It! local, se dirigindo a gerência, onde seu irmão trabalhava. Apenas uma pessoa trabalhava naquele dia, e Logan identificou rapidamente quem era. Aquele cara que saiu da catedral.

No dia anterior, encontrara o mesmo garoto que tivera a terrível visão, mas não ousou falar qualquer coisa com ele sobre aquilo. Logan sentia medo do garoto e do que ele fizera, mas acabara por decidir que queria falar com ele. Stuart Garner. Não sabia se o garoto estaria na loja naquele dia, já que era feriado, então decidira por falar com ele no dia seguinte.

Logan bateu na porta do escritório do irmão, que o deixou entrar.

– Licença.

– Logan, tudo bem? - O irmão de Logan se levantou e então se abraçaram. - Eu sinceramente não estava esperando você hoje aqui, afinal, já tínhamos conversado sobre aquela quantia para repor os equipamentos...

– É que... Eu estou precisando de mais uma ajuda, Brett.

– Mais dinheiro, Logan? Por quê?

– Eu estou precisando, Brett. - Logan suspirou. - É pra pagar umas contas do apartamento, já que agora o dinheiro do caixa não vai dar conta de tudo.

– Mas Logan... Desculpa ser assim... Mas daqui a pouco eu vou ter que dar todo o dinheiro do filial. Eu também tenho que arcar com gastos, e muito gastos. Não posso ficar te ajudando assim desse modo.

– Brett... Por favor. Eu realmente preciso de uma ajuda.

– Logan, eu quero te ajudar, mas eu não posso mesmo... Já te ajudei bastante com o dinheiro dos equipamentos, e eu acho que você deve ter algum dinheiro no caixa, pelo menos pra pagar...

– Brett, você não vê? Eu estou atolado no meio dos problemas. Eu estou sem dinheiro, com uma fila de clientes querendo me matar... Eu estou com a mente quase destruída de tanto problema... - Logan parou, depois de quase gritar com o irmão. - Eu só preciso de um pouco de dinheiro, custa muito isso?

– Logan, já reparou o quanto você está sendo egoísta?

– O que, Brett? - Logan falou. - Como assim?

– Logan, você só está pensando em você. É sempre assim. Eu, eu, eu... - Brett deu uma pausa. - Quando você fala dos seus clientes, você não pensa neles. Você pensa no dinheiro que ganha em cima deles. E tem mais, vou falar uma verdade inegável. Você deveria agradecer por estar vivo, Logan. É isso mesmo, agradecer. Por que você poderia estar enterrado a sete palmos do chão nesse exato momento, e você não está.

Logan ficou sentado, olhando a face de Brett, enquanto absorvia tudo o que Brett tinha falado para ele.

– Mas dinheiro é essencial. Tudo gira em torno disso, Brett.

– Inclusive sua vida, não é Logan? Pensa nisso. - Brett falou. - E repito: não vou te dar mais nada, já dei o que considero suficiente.

Logan mordeu os lábios, e se levantou, sem ao menos olhar para Brett.

– Logan? - Brett tentou falar com o irmão, mas foi recebido por um dedo do meio. Logo depois, Logan bateu a porta da gerência.

Brett suspirou, mas então um vento gelado entrou pela janela de seu escritório. Ao se virar, Brett acabou derrubando um porta-retrato, com ele e Logan, da sua mesa. Quando o pegou, sentiu um arrepio passar pelo seu corpo.

O vidro tinha se esmigalhado em torno do rosto de Logan.

...

– O que você tinha pra mostrar pra gente, Courtney? - Leo perguntou.

O trio de amigos estava sentado em um banco na frente do parque municipal, que por sua vez ficava de frente para a via expressa que ligava a cidade até Nova York. O fluxo de carros não era muito grande, já que era feriado mesmo nas grandes cidades. O céu estava nublado, já que era sabido que uma grande frente fria estaria vindo nos próximos dias.

– Primeiro prometam que vão me deixar falar tudo de uma só vez. - Courtney começou. - Só depois falem o que pensam.

– Tudo bem, Courtney. - Sarah falou. - Pode falar amiga.

– Sarah... Você lembra-se do que eu havia dito? Sobre aquela sensação agourenta que estava sentindo...

– Aquela coisa que você falou? Das mortes? - Sarah perguntou.

– Do que vocês estão falando, afinal? - Leo perguntou.

– É daquilo que te falei pelo telefone, Leo. - Sarah falou.

– Então... Ontem eu estava assistindo o noticiário local e vi que uma pessoa que saiu da catedral viva morreu. O nome dela era Katie, amiga da Natasha. Então, veio a minha mente o que aconteceu com Carly. Então, resolvi pesquisar um pouco sobre esse assunto. Deem uma olhada no que eu achei. - E então Courtney retirou uma folha que imprimira do site The Twilight Zone, e deu a Sarah e Leo.

– O que é isso, Courtney? O mistério do Voo 180? O que isso tem a ver com a gente? - Leo perguntou confuso.

– Deem uma lida, e então falem o que acham. - Courtney falou.

Ao terminar, Leo fez cara de desconfiado.

– Segundo isso aqui então... Todos nós vamos morrer, é isso?

– Courtney... Isso é... - Sarah falou, sem desgrudar os olhos da folha que segurava.

– Eu sei, eu sei... É meio estranho... Mas isso aconteceu de fato. Não se lembram? Na nossa escola, tinha um memorial aos jovens que morreram nesse acidente.

– Tá, isso eu sei. - Leo falou. - Mas isso aqui está muito... Absurdo. Só pode ser uma coincidência. E essas histórias da ponte, da estrada, do... Caralho.

– O que foi Leo? - Sarah falou.

– Sua irmã não escapou da explosão do Okanagan, Sarah? - Leo falou. - Olha aqui Sarah. - Leo falou, apontando para o nome do barco.

– Eu nunca fiquei sabendo disso... - Sarah falou. - Nunca mesmo. Mas era Okanagan mesmo, Leo. Esse é o barco que a Carly pegou.

– E pra completar, deem uma olhada nesse arquivo que eu achei. Aí lista todos os sobreviventes do Okanagan, e também do Voo 180. - Courtney falou, entregando o papel aos dois.

Carly Watkins, Cooper Trejo, Daniel Beltran, Derek O'Connor, Freddie Anthony, Jim Holloway, Kristy Browning, Lauren Beltran, Miranda Riley, Molly Byrd, Roy McKenzie.

Estão vendo? Eu dei uma pesquisada nesses nomes, e descobri que todos esses estão mortos. Aliás, tiveram bizarros acidentes que levaram a vida deles. Somente dois permanecem vivos, Kristy Browning e Molly Byrd.

– Courtney... Isso é... - Sarah falou. - Você acha que isso vai acontecer com a gente mesmo?

– Eu tenho medo que realmente aconteça de fato. - Ela respondeu.

...

Quando Will percebeu, ele estava dentro de um grande salão. E somente havia uma figura do outro lado, um homem, olhando fixamente para Will.

Will olhou para o chão e viu que o mesmo estava recoberto de uma substância vermelho-rubra, que identificou como sangue. Quando olhou novamente para a figura, ela colocou a mão sobre a cabeça, e então a cabeça de Will começou a doer absurdamente. Ao colocar a mão sobre ela, percebeu que estava cheia de sangue.

Tentou olhar para o homem novamente, mas dessa vez não havia mais a cabeça dele. Era apenas um corpo sem cabeça, que caiu no chão sangrento. Quando caiu, Will sentiu o seu corpo ser jogado contra o sangue, enquanto gritava.

– Will, você tá bem? - Lindsey falou alto, ao chegar no quarto do garoto que ainda dormia.

Will se sentou na cama, ofegante, percebendo que seu peito nu estava repleto de suor. Passou a mão pela cabeça, e suspirou, caindo na cama novamente.

– Viu alguma coisa, maninho? - Lindsey falou, chegando na beirada da cama de Will.

Will não conseguia arquitetar nenhuma palavra para dizer o que acabara de sentir e ver. Repentinamente, um vento gelado entrou pela porta do quarto, fechando a porta do mesmo num estrondo.

Will olhou para Lindsey e falou:

– Eu acho que... Eu vi alguém morrer.

Lindsey estremeceu.

...

– Cuidado aí com as coisas, James.

– Relaxa, tá tudo de boa, Stuart. - James respondeu.

James estava no alto de uma empilhadeira, arrumando algumas coisas no alto de uma estante. Stuart o acompanhava, no chão. Estavam terminando de arrumar algumas coisas para a Black Friday, no dia seguinte.

– O que precisa pegar mesmo, Stu?

– Umas coisas de bricolagem. Martelo, furadeira... Essas coisas aí.

Quando olhou na outra direção do corredor, Stuart se espantou com o mesmo fotógrafo que vira outras vezes, e que tirara da catedral. Ele estava parado próximo do garoto, e falou;

– Posso falar com você? Meu nome é Logan Sanders, tudo bem? - Logan falou, apertando a mão de Stuart.

– Tudo bem, Logan. O que quer falar?

– Então... - Logan abaixou a cabeça, levantando em seguida. - Eu queria dizer que... Eu queria agradecer na verdade, por ter me tirado da igreja com vida.

– Ah, isso. - Stuart falou. - Não precisa agradecer não. Afinal, eu só tirei minha mãe...

– Mas se você não tivesse tido a tal da visão... Não haveria saída nenhuma para nós e ainda...

Logan parou, quando sentiu um vento gelado batendo contra eles e Stuart. O vento gelado fez um barulho forte pelo corredor, gelando os dois. Todos sabiam o quanto aquela unidade da Build It! era fria por dentro, mas aqueles ventos não eram característicos da loja. Stuart se virou e acabou olhando o número daquela empilhadeira. 018. Sentiu um arrepio maior, seguido de um barulho estranho.

– O que aconteceu? - Logan perguntou.

– Eu, eu...

– Cuidado! - Stuart ouviu o grito de James e Logan olhou para cima naquele exato momento, e não teve nem como ver o que acontecia. Stuart apenas sentiu algo quente espirrando no seu rosto.

Quanto percebeu, uma furadeira portátil tinha atingido o rosto de Logan. A mesma fazia um barulho infernal, e podia se ouvir a furadeira entrando cada vez mais dentro da testa de Logan, que tinha sido brutalmente atingida pela mesma. A furadeira elétrica tinha sido ligada e após a queda, atingiu a testa de Logan como um alvo certeiro.

A furadeira ainda não tinha parado e sua broca, continuava a literalmente entrar pela testa de Logan, fazendo um barulho horrível que Stuart nunca tinha ouvido na vida. Dava pra ouvir a broca triturando todos os miolos de Logan, enquanto muito sangue era espirrado na cara de Stuart.

Finalmente, a furadeira parou, e o corpo de Logan caiu na frente do garoto. O rosto de Logan ainda estava reconhecível, embora agora muito sangue e pedaços de massa encefálica cobrissem o rosto do homem morto. As feições de Logan ainda estavam surpresas com o que acontecera, gravando a sua última sensação.

Antes de ter a sua mente destruída.

Stuart se abaixou próximo do corpo, ainda horrorizado, quando a furadeira fez um último barulho, espirrando um pedaço de massa encefálica na cara lavada de sangue de Stuart.

...

12:15.

– O que aconteceu ali na frente? - Leo perguntou para as duas garotas, que estavam um pouco á sua frente.

– Não sei... - Sarah falou. - Vamos dar uma olhada.

Leo arfou.

– Andem mais devagar, por favor. - Ele falou.

Os três foram andando até uma certa comoção que acontecia um pouco á frente. Quando Sarah chegou perto, acabou por esbarrar em uma pessoa.

– Ah, me desculpe! - Então congelou quando viu quem era. O Stuart, o garoto que me tirou da catedral.

O mesmo parecia acontecer com Stuart, que estava de certa forma, chocado pelo encontro inesperado.

– Olha só quem nós achamos. - Courtney falou. - Prazer, eu sou a Courtney, deve lembrar-se de mim. Esse é o Leo e essa é a Sarah. - Disse apontando, para os dois.

– Tudo bem, cara? - Leo falou, apertando a mão de Stuart.

– Ahm... Olá. A Sarah eu já conhecia.

– Desculpe a indiscrição, mas realmente precisávamos falar com você mesmo. Foi uma coincidência te encontrar. - Courtney falava, antes de ser interrompida por um barulho que saía de dentro da loja. Um saco preto que embalava um corpo vinha sido trazida por uma maca. O trio ficou olhando espantado enquanto colocavam o saco preto dentro de um carro de uma funerária. Então, um homem negro fechou a porta de trás, e olhou para eles.

Stuart sentiu se fuzilado, como se aquele homem conhecesse todos os seus problemas, toda a sua vida. O olhar daquele negro era algo que Stuart nunca tinha visto durante toda a sua vida. Ele veio andando na direção do grupo, e ao chegar perto deles apenas disse, sorrindo:

– Boa sorte. - A voz dele entrou nos ouvidos dos quatro, assustando-os, e Stuart sentiu os pelos da sua nuca se eriçarem. O mesmo entrou no carro, e foi embora.

– Quem era... Ele? - Courtney falou se virando para o grupo.

– William Bludworth, vai me dizer que nunca ouviram falar dele. - Um rapaz com uma jaqueta de couro apareceu ao lado deles.

– Quem é você? - Leo perguntou. - Pera...

– Eu também saí no dia em que a catedral ruiu sim. - Jeff falou, abrindo um sorriso mórbido.

– Então, você o conhece? - Sarah perguntou.

– Conhecer, não conheço. Já ouvi falar dele. Ele é bem sinistrão mesmo, sempre aparece quanto acontece uma morte estranha, tipo essa que teve aqui. Por que perguntam, querem o endereço da funerária dele?

– Calma. O que aconteceu aqui? - Courtney perguntou.

Dessa vez foi Stuart quem respondeu.

– Vocês lembram-se do fotógrafo que saiu da igreja? O Logan. Então... Ele se encontrou comigo na loja, e começou a conversar comigo. De repente... - Stuart fechou os olhos.

– Uma furadeira caiu, e triturou os miolos dele. - Jeff falou, parecendo pouco se importar.

Automaticamente, Sarah e Leo olharam para Courtney, que ainda processava as informações. Primeiro tinha sido Katie, agora Logan, o fotógrafo. Estava tudo se repetindo assim como aconteceu no Voo 180, no naufrágio do Okanagan, do acidente em North Bay e na Rota 23...

Courtney não queria acreditar em nada daquilo que lera, mas quanto mais relutava mais tinha certeza de que eles estavam na mesma sina da morte.

...

19:00.

Stuart estava sentado na mesa da cozinha de sua casa, com o prato ainda cheio. Tinham feito uma refeição de Thanksgiving, como era comum, mas Stuart não sentira a menor vontade de partilhar disso. O pedaço de peru ainda estava no prato, mas toda vez que ele tentava se aproximar do mesmo, a cena daquela manhã voltava a mente do garoto, e sua mente lhe pregava peças. Stuart não via o pedaço de carne, via um pedaço de massa encefálica.

– Stu, você realmente está bem? - Lindsey perguntou. - Não quer comer nada?

– Não, não... - Stuart passou a mão no rosto. - Eu não tô me sentindo bem, hoje sabe...

Stuart não contara para ninguém o que se passara naquela terrível manhã com ele. Tinha dado seu depoimento a polícia do que realmente acontecera naquela manhã, e saíra de lá o mais rápido possível. Mas a imagem do funerário ainda persistia em sua mente, e decidira que iria visitá-lo no dia seguinte, ao pegar o endereço com Jeff. Não somente ele, mas o trio de jovens que encontrara decidira por também ir atrás do misterioso homem. Sentia algo estranho, algo que pairava no ar desde o dia em que a catedral tinha se reduzido a pedras, e descobrira através do trio que a jovem Katie também tinha morrido no dia anterior, aumentando ainda mais o medo do garoto. Mas ele ainda considerava tudo uma simples coincidência.

– O Will também estava estranho hoje de manhã, filho. - Julia falou. - Será que vocês dois estão doentes? Tá sentindo algo ruim, febre, vontade de vomitar?

– Não mãe, pode ficar tranquila. - Stuart falou. - Só falta de fome mesmo. Eu vou lá pro meu quarto.

– Aproveita e chama o Will. Ele tá trancado lá desde que chegamos do supermercado. - Lindsey falou.

Stuart percebeu que a porta do quarto estava trancada. Bateu uma vez, e nada. Outra, e nada aconteceu. Resolveu ir pelos fundos da casa. Ao sair no quintal, de noite, percebeu que a janela estava entreaberta. Ao entrar, deu de cara com Will esparramado no chão. O garoto estava vestido somente com uma cueca preta, enquanto várias garrafas estavam esparramadas pelo chão. Stuart percebeu que o abajur estava quebrado no chão, e que o videogame de Will estava ligado.

Stuart pulou no quarto, e começou a bateu no rosto de Will, tentando acordar o irmão. Finalmente os olhos de Will piscaram lentamente.

– Will, tá me escutando? - Stuart tentou falar.

Will tentou balbuciar qualquer coisa, mas apenas um gemido saiu da boca do irmão de Stuart. Era claro que o irmão tinha passado da conta.

– Will, se a mãe ficasse sabendo disso... - Stuart falou, preocupado. - Por que não faz isso amanhã?

– Um amigo meu... Trouxe...

Stuart riu, enquanto pegava as garrafas jogadas no chão.

– Isso é normal mesmo.

– Eu tava mal, meio mal... - Will começou a falar, levantando o rosto. - Eu tinha morrido... Tinha uma coisa na minha cabeça...

Stuart se virou na direção de Will que ainda estava caído no chão, pensando no que ele dissera. Como assim tinha algo na cabeça de Will? Parecia muito parecido com a morte de Logan. Ele se abaixou até o irmão, e então pegou o braço do garoto e praticamente o arrastou até a cama, após com a ajuda do mesmo, levantá-lo e colocá-lo na cama. Quando o irmão já estava deitado, falou:

– Will, o que você viu?

O garoto parecia ainda pendurar entre o real e o irreal, e disse ainda meio grogue:

– Eu vi eu morrendo, tava num salão, e vi um cara sem cabeça... Não, ele tinha cabeça... - Will parecia se lembrar do sonho. - Eu vi ele apertando a cabeça dele, e daí minha cabeça doeu, doeu... Quando eu vi eu tava morrendo... Tinha algo na minha cabeça. Então, eu acordei. Tava mal... Muito mal... Muito mal...

– Will, fica acordado, por favor. - Stuart falou.

– Como eu tava mal... Aí eu pedi pro meu amigo colar aqui em casa, e ele trouxe umas bebidas, claro... A mamãe e a Lin tinham saído, então... - Will riu fracamente. - E continuei mal... Mas agora tô feliz... Mas mal... - Will encostou a cabeça no travesseiro, e ficou em posição fetal. Quando percebeu, o garoto estava babando e dormindo. A cena seria até engraçada, com o seu próprio irmão, bêbado, babando só de cueca e ainda dormindo em posição fetal, mas do modo que Stuart estava não era muito engraçado.

Então Will teria tido um sonho com a morte de Logan? Isso parecia extremamente bizarro, mas poderia ser verdade. Will estava sob efeito claro de álcool e poderia ser que estivesse delirando. Ou pudesse ser verdade. Stuart estava pensativo, não sabia que queria arrancar a verdade de Will no dia seguinte, ou se preferia não fazer nada. No dia seguinte seria aniversário do garoto, e Stuart não queria estragar a festa do garoto, perguntando algo que ele provavelmente queria esquecer, visto a zona que ele fizera.

Voltou a pegar as garrafas jogadas no chão, decidido a escondê-las de Lindsey e Julia, enquanto olhava para Will.

...

20:00.

Natasha estava sentada no sofá de seu apartamento, suspirando. A garota não tivera praticamente nada pra fazer naquele dia, visto o que acontecera no dia anterior. Naquele dia, ela e Katie sairiam para fazer um passeio como era de costume, mas o destino acabou interrompendo todos os planos da pior forma possível. Katie estava morta, e Natasha ainda não acreditava mesmo indo ao funeral da amiga. Não acreditava que nunca mais veria a amiga. Primeiro foi Madison, e agora Katie. Era alguma força superior, Deus talvez, a castigando por ter sido tão egoísta contigo mesmo?

Não, não pode ser isso. Esquece Natasha, esquece. Você tem que espairecer um pouco essa sua cabeça, ou então você somente vai ficar pensando em coisas estranhas desse tipo.

Decidiu que iria sair um pouco, e então se dirigiu ao banheiro, para tomar um banho. Natasha fechou os olhos, enquanto sentia a água quente cair sobre ela, e parecia a lavar não somente por fora, mas também por dentro, retirando todos aqueles pensamentos de sua mente. Trazendo a de volta para a realidade. Ela era Natasha, e tinha de ser Natasha. As mortes das amigas serviam de aprendizado para ela, mas como a garota falava, a vida tem que continuar. E ela continuaria para a garota.

Ao sair do banheiro, ainda enrolada na toalha, sentiu que a temperatura de fora do banheiro tinha caído consideravelmente. Foi até a janela do seu quarto, e observou que o tempo estava ficando cada vez mais nebuloso e frio. Fechou-a, e começou a pentear os seus cabelos longos e loiros.

Você é poderosa, Natasha.

...

29 de novembro de 2013.

10:00.

Algo atingiu o rosto de Will com força pela manhã. O garoto ainda estava imerso no mundo em que entrara na outra tarde, e não se lembrava de mais nada.

Ele não queria acordar, não queria mesmo, o sono estava tão bom... Então, algo bateu novamente no rosto de Will e ele se viu a abriu os olhos. O que ele viu foi Stuart.

– Bom dia, dorminhoco. - Ele disse, sorrindo.

– Que... Que... Aconteceu? - Ele falou ainda meio sonâmbulo.

– Ontem? Olha, é segredo nosso. Você passou dos limites mais uma vez, e eu que tive que limpar a sua sujeira, como sempre. Agora vai se vestir, que eu vou estar te esperando fora do quarto.

Alguns minutos depois, Will saiu do quarto.

– O que foi mano?

– Vem cá, Will. - Stuart falou, dirigindo-se para frente da casa. - Você realmente não se lembra de que dia é hoje?

– Não... Hoje é... - Então Will cruzou a soleira da porta, e se surpreendeu com o que viu. - Meu aniversário.

Tinha um novo carro na frente da casa da família Garner, além do de Lindsey.

Era o carro de Will.


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Notas finais do capítulo

As músicas tocadas no capítuo foram as seguintes: Beyond the Sea - Bobby Darin e 42 - Coldplay.
Acho que é tudo. Não tenho muita coisa pra falar nesse capítulo mesmo, sobre o título "Mentes Destruídas", faz referências ao impacto que a notícia das mortes iminentes fez no trio de amigos, ao impacto causado pela morte de Katie em Natasha e obviamente á morte do capítulo.
O próximo capítulo sai logo também, vou tentar adiantar o máximo que posso. Todas as reviews serão respondidas, assim como postarei as reviews que estou devendo pra vocês(Will e Peeh).
Ah, e sim, vai ter titio Blud no próximo capítulo sim!
Espero as reviews de todos vocês ^^



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