“Vamos jogar”.

Chris chama uma das criadas e pede uma garrafa de vidro vazia. Enquanto a mesma não vinha, as meninas e eu arrumávamos almofadas para todos sentarem no chão.

–O que vocês esperam desse jogo? – Celeste faz a pergunta, mas nenhuma de nós responde.

–Meninas? – Giovane chama. – A garrafa já está aqui.

–Senhoritas, se não quiserem jogar, fiquem a vontade... – Maxon fala.

–Todas nós topamos, todas irão jogar. – Kriss dispara e senta-se em uma das almofadas.

Bem, parece que estou disputando “título” de respondona com ela. Todos se sentam.

(N/A: Ordem das posições, de onde a America sentou).

A minha esquerda, estava Chris, seguido por Elsie, Park, Kriss, (para a minha “sorte”) Maxon se sentava logo e seguida, ficando na minha frente. Depois, Celeste, Dave, Giovane e Travor.

Depois de decidimos que o bico da garrafa seria para a pessoa perguntar e obviamente o outro lado era para responder, o jogo iria começar.

–Quem começa? – Maxon me encarou e levantou a sobrancelha. Qual era o problema dele?

–Eu. – Park disse, mas Travor pegou a garrafa, mais rápido e girou-a.

A garrafa caiu com o bico na direção de Dave, ele perguntaria a Kriss.

–Bom... Verdade ou consequência?

–Verdade. – Kriss respondeu sem hesitar.

Todos olharam enquanto Dave alisava o queixo e pensava.

–É verdade que seu primeiro beijo, foi durante A Seleção? - Kriss arregalou os olhos, ajeitou os cabelos (ganhando tempo).

–Sim. – Curta e ríspida.

Mordi a bochecha, enquanto olhava para as expressões de cada um na rodinha. Eu já tinha quase 100% de certeza, mas ela confirmando assim, era bem estranho.

Kriss girou a garrafa. Era a vez de Elsie perguntar a Celeste. As duas se encararam, Celeste escolheu consequência.

–Me diga seu propósito de vida. – Elsie disse séria.

–Sério? Você sabe que “consequência”, nesse tipo de jogo é quase sempre algo sem noção. – Celeste revirou os olhos. – Bem... Sei lá... – Seu olhar se perdeu por alguns instantes, mas ela logo abriu um sorriso charmoso e disparou: Depois que A Seleção acabar, espero já quero estar casada e sendo a mulher mais feliz do mundo, no castelo, é claro. – Seus cílios piscaram rapidamente e ela girou a garrafa.

Giovane perguntaria a Park.

#POV GIOVANE

O jogo teve um inicio legal, mas eu não queria mais olhar na cara de Celeste. Sério, como Maxon há manteve tanto tempo? Tá certo que, ela é linda. Porém, até o cara de fora do palácio via que ela queria apenas se dar bem.

Era a minha vez de jogar. Mas que droga de pergunta eu faria? Ou que droga de consequência eu escolheria? Ainda mais para Park. Ele parecia um cara legal, mas eu não o conhecia.

Maxon parecia estar se divertindo, ele provavelmente passará por algumas coisas com esses garotos que estão aqui. Se as circunstâncias fossem outras, acho que “Maninho” e eu nos daríamos bem. Mas como não são, bem, estou jogando.

–Verdade ou consequência? – Indago, olhando para Park.

Peço mentalmente para ele escolher a segunda opção. Seria bem mais fácil o mandar fazer alguma coisa idiota, do que formular uma pergunta, sabendo quase nada.

Enquanto Park pensa, eu analiso America. Ela já não tem olheiras gigantes, mas ainda usa maquiagem para tapar as que restaram. Seu sorriso já não é tão fraco. E seus ombros estão erguidos novamente. Ela continua lutando. E eu estou esperando ansiosamente pelo Jornal de Illea, na próxima sexta. Dia da resposta...

–Consequência. – Park me encara e sorri satisfeito.

Tudo bem, o que ele pode fazer? Fico pensando, e meu sorriso se alarga conforme a ideia se forma em minha mente.

–Beije uma das garotas. – Falo sem hesitar.

–Isso é contra as regras da Seleção! – Kriss dispara e levanta-se.

–Ele não é adepto a regras, Kriss. – America fala, seu tom de voz é de discordância, mas seus olhos mostram que ela está se divertindo.

–Maxon! – Kriss pede ajuda pelo olhar.

Para minha total surpresa, Maxon diz:

–O que fizermos aqui, fica aqui. Se todos estiverem em consentimento, não vejo mal algum. Ninguém é criança.

Nenhum de nós diz alguma coisa; derrotada, Kriss se senta novamente.

Park olha para as meninas e por fim, surpreende todos, quando coloca sua boca contra os lábios de Elsie; que é pega de surpresa e assim que Park se ajeita, ela fica toda vermelha.

Park gira e Chris deve perguntar a Maxon (que escolheu verdade). Chris respira fundo e dispara:

–Você já encontrou seu amor verdadeiro?

Uau. Essa foi forte.

#POV MAXON

Droga! Entre tudo que poderia ser uma “verdade”, porque essa? Chris me paga.

Eu estava analisando minhas respostas.

Um “Sim” resultaria em:

*Estar dando falsas esperanças;

*Estaria dizendo que eu já estava entregue a alguém (o que não deixa de ser verdade);

*Estaria entregando, que, já tenho uma escolha.

Um “Não” resultaria em:

*Decepções;

*Mágoa;

*Confusão;

*E eu estaria mentindo.

O que me restou foi um:

–Talvez. – Respondi e dei de ombros pegando a garrafa. Mas, Chris pega a garrafa de volta e diz:

–Como assim talvez? Verdade ou Mentira?

Suspiro, exasperado.

–Chris, pare de ser criança. Dê-me a garrafa. –Ele já está cedendo, arrependido. Porém America me encara e fala:

–E você Maxon? Não está sendo criança também? Apenas diga verdade ou mentira.

Uau.

Ela já estava magoada. Mas eu também estava! Ela havia me traído em minha casa.

–Nenhum dos dois, apenas talvez. – America ergue a sobrancelha e percebo que todos estão esperando por uma explicação mais detalhada. – Talvez eu tenha encontrado o amor, e ele tenha me machucado de mais. Talvez o amor não seja para mim. Não sei, só talvez, eu tenha desistido de sempre estar indo atrás, daquilo que está sempre fora de alcance.

Acho que eu acabei falando demais. Droga! Que se dane, giro a garrafa. O bico para America. Ela iria me desafiar (como sempre está fazendo) ou queria saber uma verdade?

–Verdade ou consequência? – America Singer indaga e eu percebo que está na hora de sair da minha zona de conforto.

–Consequência.

America sabe de todas das minhas verdades. Eu aguardo impaciente pela consequência, vendo quando seu rosto se ilumina e seus lábios me desafiam:

–Beije quem lhe deu seu “talvez”.