Simplesmente Escolha escrita por Ju


Capítulo 39
"Eu sabia da verdade."


Notas iniciais do capítulo

ALGUÉM VIVO AINDA?

ME DESCULPEM MESMO!

Não tenho como me desculpar, eu sei. Mas esse capítulo demorou a sair!

Enfim, Simplesmente Escolha, entrando em reta final :'/

Nesse capítulo, certas coisas são esclarecidas... Coisas descobridas...

Espero que goste!



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No capítulo anterior:

E mesmo que eu tenha continuado tremendo e chorando, nos braços de Giovane o nó de minha garganta, se desfez.

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Depois que o almoço acabou e que todos saíram da mesa, retornamos ao Salão das Mulheres. Silvia estava com um sorriso de orelha a orelha. Ela disse que a rainha concordou que as coisas andavam meio desanimadas. Decidiram que estava na hora de dar uma agitada nas coisas – palavras de Silvia, não minhas – enfim, essa “agitada” seria gravada e exibida no próximo Jornal.

–Senhorita America? – A voz da rainha ecoa pelo Salão das mulheres.

Pensar que, à apenas alguns meses atrás a rainha sequer se dava ao trabalho de falar com alguma de nós. E hoje sua voz é tão familiar.

–Sim majestade. – Levanto da poltrona. Deixando ali, o livro que estava apenas folheando.

–Sua vez. – Ela sorriu animada.

–Ah, obrigada. – Me forcei a sorrir de volta. Fiz uma breve reverencia e me dirigi às portas do Salão.

Suspirei quando cheguei ao jardim. Havia uma alta tenda branca. Aparentemente o próximo Jornal de Illea seria importantíssimo.

Mesmo assim, eu não estava nem um pouco no clima. Passaram-se duas semanas desde que Samanta havia morrido. Na verdade, eu estava basicamente em um modo automático. Não me dava ao trabalho de mais nada. Mas, sempre acabava chorando todas as noites, porque a culpa era minha.

Aspen havia partido. Sinto saudades, mas ele não era nem de perto o que eu imaginava. Somos pessoas completamente diferentes e queremos coisas diferentes. De um jeito ou de outro, não havia mais um futuro a pensar ao lado de Aspen. Gostaria de dizer que ainda amava-o e queria me casar com ele, desistir dessa loucura de rebeldes e dar minhas responsabilidades a qualquer outra pessoa. Mas, a vida nunca foi fácil, bem com toda certeza a minha nunca foi.

Entrando na tenda me sentei em uma cadeira. Logo duas mulheres e um homem aproximaram-se de mim. A mulher que claramente a mais velha, chegou atrás de mim e segurou meu cabelo entre os dedos.

–É natural? – Percebi a surpresa em sua voz.

–Sim. – A encarei pelo espelho que havia há minha frente.

A outra mulher também tocou meu cabelo e disse:

–Não temos muito que fazer com ele. É lindo garota! Mas, precisamos ter alguma coisa sua gravada para o Jornal.

–Você já pensou em usar franja? – Indagou o homem.

–Não. – Respondi, sem emoção alguma.

–Gostaria de experimentar?

Dei de ombros.

O homem tirou do bolso do avental que, usava uma tesoura prateada; agitando a mesma no ar, me encarou pelo o espelho.

–Me chamo Charllie. E você, é claro que não precisa de apresentações. – Ele piscou.

–Hã... Prazer. – Não sabia o que responder, e isso foi o melhor que eu consegui.

Charllie girou minha cadeira e eu fiquei de frente para ele. Depois de ajustar a altura da cadeira, molhou meu cabelo e penteou-o. Colocando um pouco de minhas madeixas ruivas na frente do meu rosto, ele sorriu para mim. A tesoura passou como um vulto prateado na frente dos meus olhos e um bocado de cabelo cai em minhas pernas.

Arregalo os olhos para Charllie e ele dá de ombros.

–Calma querida.

“Não sou sua querida.” – Penso, mas seguro minha língua.

Depois de mais alguns minutos da tesoura em meus cabelos, Charllie começa a seca-lo e alisa-lo. As mulheres se aproximam e uma começa a fazer as unhas dos meus pés e a outras as das mãos.

Então eu vejo as câmeras ali. Todas bem escondidas em pontos estratégicos. Então é isso, eles queriam nos pegar desprevenidos, nos embelezando. Queriam nos pegar naturais. Por Deus, odeio essa necessidade de agradar a todas, mas isso é exatamente o que eu mais quero.

Abro um meio sorriso pensando que, eu era outra pessoa. Eu só tinha que descobrir, se isso era bom ou ruim.

De repente, minha cadeira gira rapidamente e eu encaro meu reflexo no espelho. Cubro a boca com a mão e suspiro. Ficou muito bom. Por Deus! Eu estava com cara de mais velha. Meu cabelo era o mesmo, dava pra ver só que estava mais sofisticado... Mais da realeza.

– E então senhorita America? – Charllie espera minha aprovação.

–Eu amei. Obrigada Charllie. – Abro um pequeno sorriso.

Passo a mão pelo cabelo e brinco com a franja. É, combinou mesmo comigo.

Na volta ao Salão das Mulheres, sinto uma nova faísca de esperança. Afinal, eu tinha uma decisão a tomar em relação ao plano nortista. Afinal eu ainda, estava na Seleção. Afinal, eu amava Maxon... Afinal, tinha Giovane como amigo. Afinal, queria um futuro no castelo.

Acho que Samanta sorriria diante a minha decisão, de ser mais forte do que nunca.

Assim que entro no Salão, percebo que sou a última a voltar. Então, começo a reparar nas mudanças das outras.

Kriss havia enrolado seus cabelos e os deixara mais volumosos; tinha as unhas feitas de um rosa claro e estava contente. Elsie não havia feito nada de mais, a não ser cortar um pouco do comprimento do cabelo e claro, unhas com um esmalte branco. Celeste, sem dúvida era a que mais havia mudado entre nós; seus cabelos estavam pretos como carvão, completamente lisos, mas combinavam com suas unhas perfeitamente vermelhas. Olhei para mim; assoprei a franja e olhei minhas unhas francesinhas. Podia não estar tão maravilhosa quanto elas, mas era isso. Estávamos todas nos olhando. Mesmo meio que diferentes, continuávamos a ser: a perfeccionista, a queridinha, a diva... E eu*.

–Senhoritas? – A rainha chama e todas nós, nos viramos em sua direção. – Como sabem, tenho amigas até hoje da minha Seleção. Com a mesma faixa etária de idade que eu tenho, elas têm filhos na faixa etária de Maxon. Estava conversando com uma delas essa semana e tivemos uma ideia no mínimo... Intrigante. Senhoritas, por favor, recebam com muito carinho, minhas amigas e seus filhos.

POV MAXON

Dias antes...

–Daphane? – A porta do quarto onde ela ficou, estava entre aberta. – Sabe, você deveria fechar a porta. – Virei-me para em direção a porta. - Não é apropriado que uma princesa, seja tão descuidada e... POR DEUS DAPHANE! Ponha uma roupa.

Ela estava usando apenas uma camiseta larga demais para seu corpo, que ia até metade de suas coxas. Daphane me olhou e olhou para seu corpo. Soltando uma gargalhada e me olhando ela disse:

–Você que está no meu quarto há essa hora Maxon. Já estava indo para a cama e a porta entre aberta foi um pequeno descuido.

–Tudo bem. Bom... Preciso da sua ajuda. – Falei coçando a nuca.

–O que posso fazer por vossa majestade? – Daphane piscou e sentou na cama. – Pera. – Então, pegou um travesseiro e colocou em cima de suas coxas.

–Obrigada. Bom, amanhã é a festa de America e...

–Giovane?

–Sim. Bom... – Ela me interrompeu levantando a mão.

–Se disser a palavra: “bom” mais uma única vez, pode sair. – Daphane falou sério, mas piscou.

Suspirei e continuei:

–Tenho duas opções de presente para Ela, e simplesmente não sei escolher.

–Você à ama não é? – A pergunta veio tão do nada, que eu engasguei com a minha própria saliva. – Calma. Eu só preciso de uma resposta.

–Bo... – Me interrompi e respirei fundo. – Amo.

–Por quê? – Ela indagou e percebi que estava surpresa.

Dei de ombros.

–Não faço ideia. Mas, é ela sabe? Ela é tudo. – Fecho os olhos e respiro profundamente. - Eu daria tudo, faria tudo, seria qualquer coisa para ela, por ela. Acordo querendo ver seus sorrisos e querendo ir dormir, sabendo que eu fui o responsável por eles. Quando brigamos, não tenho ideia do que fazer. E quando ela chora? Por Deus! Fico tão perdido. Eu quero estar lá quando ela precisar. Também quero que ela precise de mim. Por que eu sei que, sempre precisarei dela.

Quando abro os olhos, vejo os de Daphane cheios de lágrimas. Arregalo os meus olhos imediatamente.

–Por que está chorando? Eu fiz alguma coi... – Mas, ela levanta mão me interrompendo mais uma vez. – Acho melhor escolher o presente sozinho. – Fui me dirigindo à porta...

–NÃO! – Daphane se levanta e limpa os olhos com as costas das mãos. – O que você tem aí?- Há olho confuso e ela revira os olhos. - As opções de presente Maxon.

Ela sorri, e eu também. Tiro de dentro do bolso do palito duas caixinhas de joias.

–America tem sorte de ter você. – Daphane diz e abre uma das caixinhas.

***

Ainda no Pov Maxon...

No dia em que, Aspen foi ao quarto da America para dizer que estava indo embora...

Vi a tristeza que America estava durante o velório. Todos sabiam que era o choque do momento. Mas, havia algo diferente em seu olhar.

Assim que deu para sair de meu quarto de noite (já de madrugada), desci praticamente correndo para o andar de baixo. Queria saber por que America estava com aquele olhar. Por que estava tão quieta. Seria o choque? O que mais havia acontecido?

Quando cheguei frente à sua porta, parei com a mão a caminho da maçaneta, assim que ouvi uma voz mais grave falando:

–Você sabe que em breve, partirei. E eu preciso lhe contar a verdade sobre mim. Então, não me interrompa.

Arregalei os olhos, mas continuei ali.

–Bem, meu envolvimento com você foi digamos... Profissional. Meri, você sabe que eu sempre quis mais para esse país. Seu pai também sabia disso. Shalom me convidou para participar dos rebeldes e eu aceitei de imediato. Minha missão? Proteger você, sempre que eu pudesse.

Droga! Deus. Ele era o ex-namorado de America! Ele estava no castelo esse tempo todo? E como ela pode nunca me contar?

Ele continuou:

–Mais de dois meses com você, e era impossível não me apaixonar. Acredite em mim, quando digo que ainda há amo. Mas, eu não poderia ser egoísta a ponto de deixar você vir para o castelo, sem a menor vontade de ganhar. Eu precisava seguir o plano, eu precisava terminar com você. Foi isso que fiz, desculpe se eu magoo você, mas sim eu faria de novo.

–Como você tem coragem de dizer que me ama? – America indagou. Mesmo eu estando do outro lado da porta, senti a amargura em sua voz.

–Samanta e eu ficamos próximos. Assim que eu fui ao acampamento sulista saber minha missão. Assim como ela, eu já tinha meu destino traçado. Mas, quando eu soube que viria para o castelo, pedi para sair dos planos sulistas. Afinal, minha missão já estava praticamente comprida. Mas Shalom fez questão de, dizer que minha tatuagem jamais seria completada. Mas o que uma tatuagem significa se, minha vida já havia sido marcada?

Samanta era irmã de Giovane! Meu Deus! America sabia! ELA SABIA!

Assim que alguém colocou a mão na maçaneta, eu praticamente corri para me esconder. Não entendi o que America disse para ele antes de abrir a porta. Meu maior desejo era correr e me esconder. Mas ainda sim, ouvi quando disseram:

–Adeus, America Singer. – O cara saiu do quarto e o reconheci imediatamente.

–Adeus, Aspen Leger.

Aspen Leger. Um de meus melhores soldados, um rebelde! Que cômico! Ele disse que estava partindo. Será que fazia parte do novo grupo de recrutamento para a guerra?

Aspen passou pelo corredor de cabeça baixa e seguiu assim até eu não conseguir mais vê-lo. Eu queria entrar no quarto de America e gritar. Dizer tudo o que estava sentido. Mas na verdade, eu não estava sentindo mais nada.

Saí correndo pelas escadas, sem me importar com os olhos curiosos dos guardas pelo caminho. Quando cheguei ao meu quarto, a ficha caiu. Eu sabia da verdade.

Meu coração estava acelerado demais e eu não conseguia pensar direito. Sabia apenas de uma coisa, aquela era a maior decepção da minha vida.

Em vez de começar uma guerra, naquela noite eu só queria me encolher e chorar.

E foi exatamente isso que fiz.


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Notas finais do capítulo

America de franja! :D :O

"...E seus filhos..." FILHOS ? :O

MAXON FINALMENTE SABE DA VERDADE! Mas, sinceramente eu estou morrendo de dó!

Te vejo nos comentários? Certo?

Bjbj, até o próximo :*

**Acho que saí essa semana mesmo.**
***Também, acho que postarei minha nova fic! ***

OBRIGADA! De verdade por ler até aqui!



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