O ataque parecia durar uma eternidade.

Maxon, falou com Aspen. O qualquer que tenha sido o assunto, o deixou nervoso. Maxon, se sentou no único banco do abrigo ao lado de Giovane, que parecia estar em outro mundo.

E eu, fiquei ali brincando com o meu pingente de morango, tentando que isso me fizesse esquecer por algumas aonde eu estava e que poderia morrer a qualquer momento.

#POV MAXON

–Soldado Leger.

Sabia que tinha alguma coisa errada. O soldado sabia e eu precisava saber.

–Senhor . - Ele me fez uma reverencia que eu ignorei.

Tive a leve impressão de que o conhecia.

–Qual é a intensidade do ataque? - Tentei parecer firme, do jeito que meu pai ensinara.

–Senhor, sinto em dizer mas, - Um tom de medo assumiu sua voz. - Ao meu ver, durante o caminho até aqui, rebeldes sulistas e nortistas estão atacando juntos.

Ele era esperto, sabia o que isso queria dizer tanto quanto eu.

–Obrigado Leger.

Bem, isso queria dizer que ambos os rebeldes estavam atrás de algum propósito igual. Mas qual?

Esse concurso insano atiçava cada vez mais o instinto de justiça dos rebeldes. E eu até concordo com eles mas, há pessoas que não precisam se machucar por nada.

Olhei para o canto onde ficava as selecionadas, ambas 3 dormiam, como se nada estivesse acontecendo. America estava no outro canto, virando e revirando o pingente da corrente que eu lhe dera, sabia que estava nervosa. Então olhei para a figura ao meu lado, tão perdida que até senti um pouco de pena. Giovane, teria um prazo para escolher sua esposa.

Eu já tenho minha escolha.

#POV GIOVANE

Samanta. Samanta. Samanta.

Samanta está no meio do ataque. Continua perfeita, e luta com a mesma bravura de sempre.

Mas as circunstâncias mudaram. Tudo mudou.

Se isso tudo acabasse, os ataques diminuiriam? Tenho que defender os rebeldes sou parte deles. Mas há pessoas boas aqui dentro, que também necessitam de proteção.

Vou dançar conforma a música, por enquanto.

Samanta vai ter que entender, só teremos um possível futuro, com certas decisões tomadas.

#POV AMERICA

De repente, tudo ficou em silencio. Eu parei de brincar com meu pingente e levantei.

Fiquei um pouco atrás de Maxon, mas ouvia perfeitamente o que Aspen dizia.

–Príncipe Maxon, vou sair. Preciso de sua chave. Voltarei assim que tiver a certeza que está tudo bem.

O olhar de Aspen, caiu sobre mim. Senti um aperto no peito. E se lá fora não estivesse tudo bem?

Senti meu coração doer, ao ouvir um disparo preenchendo o silencio. Isso fez as meninas estremecerem, mais continuaram de olhos fechados, mas sabia que não dormiam mais.

Meu coração diminuía, mais um disparo. Aspen. Outro disparo. Não posso perdê-lo . Disparo. Não assim. E o último disparo. Ele continua sendo importante.

Provavelmente já se passara horas, até um guarda abrir a porta do abrigo.

Segurei a língua para não perguntar sobre Aspen.

–Soldados.

–Príncipe Maxon.

–E o soldado Leger?

–Ele está na enfermaria senhor.

Senti um nó na garganta.

–Mas passa bem. Capturou uma rebelde, mas ele consegui fazer alguns cortes em sua perna. Mas ele é forte vai sair dessa.

Foi impressão minha, ou o olhar do guarda se direcionou a mim ?

Não importava, o nó se desfez na mesma velocidade que se formou.

–Tudo bem. Amparem a família dele no que for preciso. - Maxon respondeu.

–Tudo bem senhor. Licença.

–Meninas, vocês voltem a seus quartos. Se quiserem pesam o jantar em seus quartos.

Maxon fez uma pequena pausa, e mexeu na pontinha da orelha. Fiz o mesmo, quando seu olhar encontrou o meu.

–Giovane vamos. Licença.

Voltei ao meu quarto e ajudei as meninas a acalmar Lucy.

#POV MAXON

–Majestades.

–Soldado. - Giovane continuava tenso. - Meu pai está ai? - Perguntei, mas já sabia a resposta.

Meu pai era um tanto invencível. Prefira ficar no escritório, ao ficar com mamãe.

–Sim senhor.

–Vamos entrar.

...

–Mas senhor..

–Giovane não!!

Nossa, nunca pensei que veria aquela cena.

Meu pai negando algo, a Giovane. E por Giovane ter tomado a palavra e falado o nome de sua escolhida.

Mas o nome que saiu de sua boca não me agradou nem um pouco.

America. Como ele ousa pensar que ela algum dia seria a sua? Se conhecem a tão pouco tempo. E aliás, America era minha.

–Não e não se fala mais nisso. Vocês 2 tem algum tempo ainda. Espero, que façam suas escolhas sabiamente.

Sai do escritório do jeito que entrei, calado. Giovane andava lado a lado comigo.

Quando chegamos no terceiro andar, percebi que era a hora certa.

–Então - o quarto de Giovane era em frente ao meu, foi construído as pressas, mas era igual. - Você está apaixonado por America? A ponto de escolher ela assim? - Estalei os dedos no ar, para enfatizar a frase.

#POV GIOVANE.

Nossa, aquilo me pegou de surpresa. Não estava esperando uma afronta assim. Não de Maxon.

Mas lá estava ele. Me exigindo explicações, que eu não queria e nem poderia dar.

–Bem nutro, algo por ela. E quero acabar com os ataques..

Maxon, parecia perplexo.

–Então é só algo .. Calculado?? Não há sentimento?

Eu sou uns 2 centímetros mais alto que ele. Mas a raiva que ele praticamente cuspiu as palavras, dei um passo involuntário para trás.

–Não.

Não menti, afinal sentia algo por America desde de que a vi tentar proteger sua amiga. Mas não era o mesmo com Samanta, isso eu posso afirmar.

Sabia que uma briga era inevitável. Mas fomos interrompidos.

–Meninos, - Era a rainha Amberly - seu pai pediu para avisar que as famílias reais da Itália e da França, virão passar umas 3 semanas aqui. Chegaram provavelmente amanhã, de madrugada. - Ela fez uma pausa. E Maxon parecia nervoso. - Também há uma rebelde, para os dois interrogarem. Boa noite.

Gelei. Samanta não estava aqui. Não era ela.

Entrei no meu quarto, e vi que Maxon fez o mesmo.

Adormeci, agarrado a ideia de que amanhã seria qualquer um, menos Samanta.

O dia com certeza, seria longo.