Atraída por um Darcy escrita por Efêmera


Capítulo 6
Perigosa Coabitação – Parte 3


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente, como estão? Bom, eu tentei trabalhar de uma forma que fosse possível acabar com "Perigosa Coabitação" aqui, mas, foi triste, vai demorar um pouco pois ainda tenho muitas ideias para futuras brigas. HAHAHA Desculpem. :/ Mas prometo altas risadas! E a demora foi causada pela faculdade, como sempre, além de outras coisas que nos afasta das fanfics... Como HQ da Marvel, DC, etc. Eu sei, sou a estranha que curte clássicos da literatura inglesa, mangás, animes, doramas e HQ. :p kkk Boa leitura!



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Me arrumei o mais rápido que pude e desci para o jantar, que se seguiu muito tranquilo comparado ao do dia anterior. Quando já estava quase terminando, lembrei-me de avisar a Sra. Darcy do meu destino no dia seguinte.

― Hm... Sra. Darcy. ― A mulher olhou para mim um pouco séria demais.

― O que eu falei, Lizzie? ― Meu rosto ficou vermelho no mesmo instante.

― Errr, sim... Desculpe, Maggie. ― suspirei constrangida. ― Só gostaria de avisar que depois da aula de amanhã eu terei que comprar alguns livros para poder estudar. ― Eu esperava a resposta da Sra. Darcy, mas fiquei surpresa quando foi o Sr. Darcy que respondeu.

― Comprar Livros, Lizzie? Ninguém nesta casa se preocupa com isso. ― Eu tentei compreender o que ele quis dizer, assim como também o riso que todos na mesa compartilharam, mas não consegui. Como assim não se preocupavam com livros? Que mundo era aquele? O jeito era perguntar...

― O que o Senhor quis dizer com isso, Sr. Darcy? Eu não compreendi. ― Todos riram com mais vontade e eu me vi ficando mais vermelha do que julguei possível.

― Lizzie... ― Agora foi Georgiana quem respondeu. ― Venha, irei lhe mostrar o porquê não nos preocupamos em comprar livros. ― E nisso ela se levantou, me chamando para que lhe seguisse, o que o fiz. Quando chegamos a um corredor largo e com pouca iluminação, ela tornou a falar: ― Sei que deveria ter lhe mostrado todos os cômodos da casa, mas achei que estava cansada demais para vê-los. Assim que se sentir descansada o suficiente me avise, terei o prazer de lhe mostrar. ―

Assim que terminou de falar, abriu uma enorme porta dupla e eu me vi de cara com estantes e mais estantes repletas de livros. Não, não era bem simples "estantes", mas paredes enormes repletas de estantes tão grandes quanto elas. E, o que me deixava ainda mais admirada, era que havia escadas que levavam a andares superiores, onde era possível encontrar ainda mais dessas estantes, que também estavam cheias de livros.

― Os antepassados dos meus pais eram fãs da literatura, então as duas famílias tinham muitos livros. No caso da família da minha mãe o fato dela ser filha única ajudou bastante quando meu pai decidiu começar uma biblioteca aqui. Ela contribuiu com quase a metade dos exemplares. Por outro lado, temos a família do meu pai... Foram gerações contribuindo para formar o que vemos aqui, além do que podemos encontrar na nossa outra casa... ― Georgie mantinha o olhar distante enquanto explicava. ― Você poderá encontrar os livros que procura naquela direção. ― apontou para a esquerda, em uma estante que tinha no mínimo uns cinco metros. ― Todas as estantes estão catalogadas, você pode usar algum desses computadores para encontrar a localização exata do livro que desejar, embora as próprias estantes já estejam divididas por categorias. ― E voltando-se para mim. ― Só peço uma coisa, Lizzie... Não enlouqueça feito o Will! ― Finalizou me lançando um sorriso.

― Certo, farei de tudo para não enlouquecer... Mas essa biblioteca não está ajudando! Tem certeza de que não tem todos os livros do mundo aqui? ―

― Eu não faço ideia. Embora goste de ler, não faço isso com tanta frequência quanto o meu irmão, então não me importo muito com a quantidade. ―

― Mas ela está atualizada, não está? ―

― Oh! Sim... Até demais. William faz suas comprinhas, já que tudo isso um dia será dele. ―

― E você? Não herdará nada daqui? ―

― Lizzie, há uma coisa que você precisa saber... Mas antes eu preciso lhe perguntar algo, só para tirar uma dúvida. ― E me puxando para que pudéssemos sentar em duas poltronas que ficavam próximas a uma janela, me olhou nos olhos e ali eu tive certeza de que ela sabia mais do que eu gostaria que soubesse: ― Você gosta do meu irmão, não é? ―

― Georgie... ―

― Vamos, Lizzie, não tente procurar uma desculpa. Eu sei que você gosta, só quero ver se irá ser sincera comigo ou tentará me enrolar. Eu vi como olha para ele. ―

― Me desculpe... Er, eu gosto dele. ― O brilho nos olhos de Georgie deixava claro o quanto ela gostou de ouvir aquilo.

― Desde quando? De ontem? ―

― Tem mais de quatro anos. ― lamentei.

― Quatro anos? E ainda gosta dele mesmo depois de todo esse tempo? ― O brilho de felicidade foi instantaneamente substituído por um olhar de incredulidade. Eu definitivamente não conseguia acompanhar a velocidade de Georgie. ― E meu irmão nunca olhou para você? ―

― Sim, ele nunca olhou... Eu gosto dele, mas não quero gostar mais. ―

― Por quê? ― Sério que ela ainda estava me perguntando o motivo?

― Óbvio, porque o seu irmão não gosta de mim. ― Dei de ombros.

― Eu não tenho muita fé nisso, sabe. ― Eu nutri um pouco de esperança, mas no mesmo instante acordei. ― De qualquer forma, isso não é um motivo muito forte para esquecê-lo. ―

― Georgie, seu irmão não gosta de mim e deixa isso claro todos os dias. Ele chegou até a me dizer! ―

― Ele disse que não gosta de você? ― Um vinco se formou entre as minhas sobrancelhas, eu não me lembrava dele ter dito aquilo alguma vez. Ele tinha? Eu não fazia ideia!

― Bem... Não. Mas ele está sempre irritado comigo e me mandando ficar longe dele. ― Isso era verdade.

― Isso é interessante! ― Disse revirando os olhos como se aquilo fosse óbvio. ― Há outras pessoas que são inconvenientes demais e ele nunca se importa, como por exemplo... Caroline Bingley. Perfeito, esse é um ótimo exemplo! Ela persegue o William, mas ele é sempre educado e nunca diz nada abertamente, embora eu perceba os foras implícitos que ele sempre lança para ela. Se ele se deu ao trabalho de lhe dizer coisas horríveis como ficar longe dele, é porque você o incomodou de certa forma, porque ele deve se sentir perdido quando você está por perto e deve odiar essa sensação. ―

― Você viajou legal agora, Georgie. ―

― Não saí do lugar! ― Disse rindo. ― Tenho certeza de que William sente algo por você, mas ele é orgulhoso demais para admitir. Vamos dar tempo ao tempo! ― Eu não iria discutir mais com aquilo. Se ela achava que ele gostava de mim tudo bem, eu iria seguir com o meu plano. Até que me lembrei de um nome.

― Você falou Caroline Bingley? Quem é ela? ― Eu poderia dizer que era apenas curiosidade, mas no fundo eu sabia que não passava de ciúme.

― Ninguém importante, você deve se preocupar com coisas melhores. ― respondeu dando de ombros.

― Ok, mas você disse que queria me dizer algo logo quando entramos, certo?! ―

― Sim, é claro. ― Ela trocou o peso das pernas e continuou: ― Agora é mais importante do que antes, acho que você deve saber bem mais do que eu iria dizer antes. ―

― Vamos, Georgie, eu estou curiosa demais agora! ―

― Você promete que, apesar de tudo o que vou dizer, não vai deixar de gostar dele? ― Por que aquela pergunta?

― Eu não sei se eu poderei deixar de gostar dele algum dia, mas por que a pergunta? ―

― Err... Lizzie, eu não vou herdar esta biblioteca, assim como a maior parte dos bens da família, porque tudo passa para o primogênito e isso acontece porque nossa família tem sangue real, ou seja, Darcy é um futuro Duque, mais especificamente o Duque de Dorset. Ele é muito importante, por isso leva nas costas muitas responsabilidades. ― Naquele momento eu já estava pálida.

― Como assim... Darcy é um Duque? ―

― Não ainda, mas será... por hora ele é apenas um Marquês. ― “Apenas”?

Como se a minha vida já não estivesse em um estado lamentável, ainda tinha mais aquilo. Eu já achava difícil que ele, por ser popular, inteligente e rico, olhasse para mim. Depois, quando descobri a extensão da sua fortuna, achei ainda menos provável que um relacionamento entre nós surgisse. E agora Duque? Ainda que ele pudesse olhar para mim, acabaria por ir atrás de uma "sangue azul" para continuar a sua "linhagem pura". Todos faziam isso!

Não sei por quanto tempo fiquei em silêncio refletindo sobre tudo o que havia me acontecido nos últimos tempos, mas devo ter permanecido naquele estado por bastante tempo, pois Georgie tornou a falar:

― No que você está pensando, Lizzie? ―

No que mesmo eu estava pensando? ― Não faço ideia. ―

― Acho que você precisa ficar um pouco só, então irei me retirar. ― falou e logo depois levantou, mas antes de se afastar tornou: ― Só não se esqueça do que falei: não desista dele. E... depois eu gostaria de falar sobre outras coisas com você, posso ir até seu quarto mais tarde? ― Eu assenti e com isso ela foi embora.

Eu não sabia realmente se as últimas frases que Georgie falou deveriam ser consideradas. Já me havia acontecido tantas coisas, eu não precisava de mais aquilo para desviar a minha atenção e me deixar deprimida. E ainda tinha o meu orgulho... Que sentimento é esse que Darcy poderia ter que não o deixava me tratar bem? Eu nem queria algo extraordinário, apenas que não me olhasse como se eu fosse um saco de lixo que foi jogado dentro do seu quintal pelo vizinho. Não era nada demais, certo?! Não importa a sua resposta, leitor, eu sei que não era.

Com essa e outras reflexões pairando sobre mim, permaneci naquela mesma poltrona na qual Georgiana havia me colocado. Eu tinha aquele peso que só aqueles que amam de verdade, e que esse amor é impossível, podem compreender. Bem... É isso. Eu estava perdida. E tão perdida que não ouvi quando alguém se aproximou, só me dei conta de que não estava sozinha quando uma voz que eu amava fazia muito tempo tomou a sala (eu poderia ouvi-la por dias e ainda assim não enjoar).

― Você veio aqui para estudar ou olhar para o teto? ― inquiriu. ― Se foi para o primeiro, acredito que deva pegar o livro que desejar e escolher qualquer lugar longe de mim. Mas se foi para o segundo, há tetos mais agradáveis de olhar nesta casa. ―

― Você tem estado bastante incomodado com a minha presença, huh? ― O que foi que deu em mim? Acho que até ele notou a mudança do meu comportamento, que sempre abaixava a cabeça para as suas afirmações, pois logo mudou sua postura e fitou-me ao replicar.

― Você não faz ideia. ― respondeu dando de ombros. Não sabia se aquilo era uma confirmação ou não, mas decidi considerar que sim.

― E eu me pergunto por quê. ― respondi o encarando, escondendo o furacão de sentimentos que existia dentro de mim.

― Talvez porque você seja inconveniente? ― replicou andando para se sentar em uma poltrona um pouco mais afastada, mas ainda sem ter pegado nenhum livro, o que significava que ele desejava aquela conversa – eu queria que ele desejasse outras coisas também. Eu iria aproveitar!

― Eu não vejo dessa forma... ― respondi me inclinando para o lado a fim de ficar um pouco melhor acomodada na poltrona e passei a olhar para as estantes que ficaram atrás dele. ― Não me recordo de ter feito nada que lhe incomodasse... Exceto aquilo quando eu tinha 14 anos, mas não creio que atitudes de uma criança sonhadora devam ser consideradas. ― E voltei a encará-lo. ― E agora a única criança entre nós dois é você, que não consegue deixar o passado no lugar dele. ― OMG, alguém me explica como tive coragem de dizer aquelas coisas? Nem eu conseguia entender o que me levou aquilo... Talvez o fato de achar impossível ele olhar para mim, mas ainda assim aquela não parecia eu (Não a "eu" normal, porque era bem capaz de dizer aquilo para outra pessoa, mas a "eu" na frente de Darcy... essa "eu" era muito covarde. Você me entendeu, certo?!).

Eu esperei que ele mais uma vez fosse liberar o seu veneno, mas apenas balançou a cabeça em sinal de negação, se ergueu e começou a rir (era um som assustador quando vindo dele) vindo na minha direção e se abaixando na minha frente.

― Agora vejo que é como dizem... Se quer conhecer alguém, durma sob o mesmo teto... ― E se aproximou mais um pouco de mim, apoiando a sua mão no braço da poltrona onde eu estava. ― Isso sempre esteve aí, não é?! Mas você queria bancar a boa moça que não questiona... ― falou, depois levantou-se e passou a andar em uma direção contrária à minha. ― Prefiro bem mais pessoas assim, que mostra quem realmente são, mas... Pode sair da minha biblioteca? Já me cansei de você. ―

O quê? Que desgraçado bipolar!

Mas eu já tinha ido longe demais, não achava que seria capaz de enfrentá-lo de frente outra vez sem antes recuperar um pouco das minhas forças, então me levantei e caminhei até a porta, mas fui impedida de sair por sua voz que me questionava.

― Você ficou muito amiguinha do Richard, certo?! Eu lhe subestimei, é bem mais rápida do que eu pensei. Mas seja lá o que deseja com isso, não vai dar certo. ― Ele queria dizer o que com aquilo? Era idiota ou o quê?

― Sobre o que você está falando? ―

― Sobre você e o meu primo. ― respondeu dando de ombros.

― Sim, essa parte eu entendi, mas o que você acha que eu estou fazendo com ele? ―

― Sei lá, procurando outro herdeiro da minha família? É uma pena que ele não vá receber muito, já que terá que dividir com outros irmãos... ― Ele realmente achava que eu era aquele tipo de pessoa? Eu me vi ficando de todos os tons possíveis enquanto a raiva pelo que ele havia dito tomava conta do meu corpo.

― Você, seu almofadinha desprezível ― comecei apontando meu dedo indicador para ele e elevando o tom da minha voz ―, não sabe droga nenhuma sobre mim, então pare de criar conjecturas que me envolvem. E pode ter certeza que farei o possível para não entrar novamente no seu caminho! ―

Enquanto eu o olhava nos olhos procurava entender o porquê dele me tratar daquela forma. Embora realmente tivesse feito algo no passado, no presente eu fazia o possível para não atravessar o seu caminho, então por que ele me tratava daquele jeito? Qual era o seu real problema comigo? Eu não esperei por uma resposta, pois logo me vi quase correndo na direção do meu suposto quarto com a raiva ainda queimando forte e um coração que a cada dia ficava mais partido... E eu tinha medo de não conseguir mais colá-lo.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Eu que não quero coabitar com eles! HAHA. Até breve e obrigada pelos comentários! Como falei, irei postar independente de comentários, só o fato de ver que andam acompanhando e favoritando já é suficiente, mas também adoro poder interagir com vocês. Bjs. s2