Atraída por um Darcy escrita por Efêmera


Capítulo 5
Perigosa Coabitação - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

E aí, como foi a Páscoa de vocês? A minha foi péssima, estou até agora doente e toda vez que como chocolate a minha garganta piora, ou seja, vivendo à base de remédios porque ficar longe do chocolate é meio impossível. UAHEUHAE De qualquer forma, consegui finalizar mais um capítulo. o



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― Como assim, primos? Primos, primos... Ou primos não muito primos? ― indaguei nervosa.

― O que deu em você, Lizzie? É claro que Darcy e eu somos primos muito primos. Ele é como se fosse meu irmão! ― Merda! Merda! Merda!

― Nada... Desculpa. Podemos voltar para a sala? Acho que o sinal já vai tocar e eu ainda preciso me organizar. ― eu precisava fugir para ficar um pouco sozinha.

― Ainda falta quase meia hora, mas vamos sim. Você já deve ter se cansado de mim. ― Novamente aquele sorriso preencheu a sua face. Eu iria entrar na brincadeira.

― Sim, claro, porque você é muito chato e me fez ficar em pé o intervalo todo! ― repliquei e logo tive que aguentar outra gargalhada. ― Você é impossível, Rich. ―

Ao chegar à sala, notamos que só havia nós dois ali... Exceto por outra presença que eu esperava não encontrar naquele momento. O outro presente, no entanto, parecia bastante confortável, pois logo se aproximou e virou-se para o seu primo.

― Ricky, você trouxe? ― Rich deu de ombros ao fato de Darcy ter me ignorado, talvez acostumado com a falta de educação do primo, e prontamente o respondeu.

― Claro, está na minha bolsa, irei pegar. ― E voltando-se para mim: ― Se me dá licença, Lizzie, assim que você voltar poderemos conversar mais. ― falou, lançando uma piscadela na minha direção. Como eu não seria a única humilhada daquela situação, ignorei completamente a presença de Darcy e respondi no mesmo tom e com a mesma piscadela.

― Claro, Rich. Nos vemos daqui a pouco. ― e fui até a carteira para pegar a minha bolsa, indo direto para o banheiro feminino.

Passei longos minutos ali refletindo sobre tudo o que havia acontecido. Será que eu deveria alimentar uma amizade com Rich e ter como consequência mais uma ligação com Darcy, ou seria melhor afastar tudo o que me ligasse a ele e apenas esperar o dia que poderei ir para a minha casa? Eram dúvidas que para algumas pessoas poderiam ser idiotas, mas eu já não aguentava mais não poder dar um passo sem encontrar algo que me lembrasse dele. E eu sabia que tudo estava apenas começando...

Depois de algum tempo, voltei para a sala e esperei a aula terminar. Assim que me vi livre, despedi-me de Rich e acelerei os passos para o exterior da escola; eu havia decidido que não mais ficaria no pé dele. Se ele queria me ignorar, não havia motivo algum para eu precisar andar grudada a ele. E embora não tivesse um motorista, eu ainda poderia ir de metrô e depois andar, afinal eu havia nascido com duas belas pernas, hein? E ainda tinha os livros... Como eu iria comprá-los? Vasculhei a minha bolsa e carteira assim sentei no banco do metrô para enfim levar um choque ao notar o quanto a última estava recheada de dinheiro. Bem, eu não tinha uns milhões, mas para quem estava acostumado a trocados, encontrar quase mil euros em sua carteira era algo muito louco.

Fiquei tentando entender aquilo tudo por um tempo... O meu pai não poderia ter sido, ele não tinha dinheiro algum; Darcy... Não; Georgie, por favor; Sr. Darcy, de forma alguma, ele não invadiria a minha privacidade... Só poderia ter sido uma pessoa: Sra. Darcy! Só ela se consideraria tão intima a ponto de abrir minha bolsa e rechear de dinheiro. Bem, depois eu falaria com ela, por hora eu ainda tinha que decidir o que faria com relação a ele. Eu precisava comprar meus livros, mas não tinha dinheiro e muito menos como conseguir, sem falar que nunca iria levar isso até o meu pai. Droga, só haveria uma alternativa! Foi enquanto pensava se colocaria em prática ou não o que havia imaginado que lembrei do meu celular. Droga, droga, droga! Jane e Char! Alcancei o aparelho, que estava no modo vibrar, e logo vi quantas ligações havia perdido, além das mensagens:

Jane: Lizzie, como você está? Estou preocupada, me liga!

Jane: Li, por favor!

Jane: Lizzie, por que você não veio para a aula? Está acontecendo alguma coisa? Irei te ver amanhã, certo?! Dá sinal de vida, sis.

E tinha a última, que havia sido enviada poucos minutos atrás.

Jane: Ei, você está com vergonha de aparecer na escola? Ninguém deve se importar mais, logo surgirá uma nova fofoca.

Ah, mas ainda tinha as da Char:

Char: Liz, em qual hotel você está? Eu gostaria de ir te visitar, me manda o endereço. X

Char: Ok, se não quiser eu não vou.

Char: A verdade é que eu gostaria de ir. :/

Char: O Collins está sendo um mala, ele não te encontrou novamente. Você não vem de metrô?

Char: Eu, Collins e Jane estamos preocupados. Liz, você não vem nem para o tempo da tarde?

Char: ELIZABETH BENNET, OU VOCÊ ME MANDA A DROGA DE UMA SMS OU EU IREI BATER EM TODOS OS HOTÉIS DA PORRA DESTE PAÍS!

Char: NÃO, DA EUROPA! DROGA!

Fudeu!

Procurei rapidamente o número de Jane e coloquei para chamar. Nunca vi alguém atender tão rápido...

― LIZZIE! VOCÊ ESTÁ BEM? ―

― Ei, não grita, Jane! ―

― NÃO GRITA? VOCÊ AINDA ESTÁ ME DIZENDO PARA NÃO GRITAR? E NÃO É A PORRA DA JANE! ― Era a Char?

― Ai... Desculpa, Char, mas, por favor, pode não gritar? ―

― OK, OK. EU IREI PARAR DE GRITAR, DROGA! ―

― Char, você ainda está gritando. ― Houve um silêncio do outro lado e depois ela retornou.

― Onde você está? Está bem? Por que não nos ligou antes? ―

― No metrô. Bem na medida do possível. Esqueci que tinha um celular. ―

― PORRA, LIZZIE! POR QUE VOCÊ SUMIU ASSIM? ―

― Char, você voltou a gritar... E foi sem querer, aconteceu muita coisa e tive que administrar tudo em tempo recorde. ―

― Ok, desculpa... Mas me fala, como é a casa do amigo do teu pai? ―

― Onde vocês estão? Irei até aí. ―

― Sério? Estamos no lugar de sempre. ―

― Ok, já chego aí. Até. ― Não demorei muito para chegar ao Starbucks próximo à minha antiga escola, que era onde eu e as meninas nos encontrávamos. Por sorte, Collins já havia ido embora, o que nos deixava mais a vontade para conversar sobre tudo o que quiséssemos.

― Vamos falando logo... Que história é essa de você não ir para a escola? ― indagou Char assim que entrei no lugar, mas, antes que eu respondesse, ela notou a minha roupa e tornou: ― E que porra de uniforme é esse, Lizzie? ―

― Oi, meninas... Saudade de vocês! Como estão? Eu estou bem, obrigada por perguntar. ― Aproveitei para fingir um pouco de drama também. Jane começou a rir da minha péssima atuação, mas Char não era muito fácil de dobrar.

― Que porra de tudo bem, me responde logo!

― Ok, ok... ― suspirei resignada. ― Como falei para vocês, estou morando na casa de um amigo de infância do meu pai. E, como o filho deles estuda na minha antiga escola, resolveram me colocar lá para que eu não ficasse indo sozinha para a escola todos os dias. Fim.

― Fim? Está com merda para o meu lado, Elizabeth? Nomes! Eu quero nomes!

― Sem nomes, amiga.

― Sem nomes? Mas eu quero saber onde minha amiga está morando!

― Char, eu não posso... Por favor, entenda... ―

Eu mal havia terminado de falar quando senti meu telefone vibrar. Apesar de ser um número desconhecido, atendi no mesmo instante.

― ONDE DIABOS VOCÊ ESTÁ? ―

― O quê...? Q-quem fala? ―

― QUEM FALA? VOCÊ ME DEIXOU ESPERANDO NA DROGA DA ESCOLA E AINDA PERGUNTA QUEM FALA? MINHA MÃE ESTÁ AQUI GRITANDO COMIGO PORQUE VOCÊ AINDA NÃO CHEGOU! ― Ai, merda!

― Dar... ― Daí eu me lembrei de que não estava sozinha... ― Err... Calma... Desculpa, estou com minhas amigas, mas pode avisar à sua mãe que estou chegando... Só preciso comprar uns livros. ―

― Esquece a droga dos livros, ela não vai me deixar em paz enquanto você não estiver aqui. E pegue um táxi! ― E desligou antes que eu respondesse. Merda, eu devia ter ligado para a Sra. Darcy e avisado que chegaria tarde e que isso não seria totalmente culpa do William. Apressada e com medo do que Darcy poderia me dizer quando eu chegasse na casa dele (como se ainda existisse algo pior para ser dito), me levantei e tentei o mais rápido possível me despedir das minhas amigas.

― Meninas, olhem, eu tenho que ir... Ou terei problemas. Sinto falta de vocês duas e prometo ligar. ― Me aproximei de Jane e dei um abraço apertado, como sentia falta da minha “irmã” mais velha... E voltando-se para Charlotte, apertei sua mão direita e tentei acalmar seus nervos: ― Ei, é sério, está tudo bem, mas não posso explicar agora. No futuro... ― Depois me afastei das duas e peguei o primeiro táxi que passou.

Cheguei à mansão alguns minutos mais tarde e encontrei uma Sra. Darcy muito nervosa, além de um Darcy muito emburrado sentando à sua frente e escutando contra vontade algumas repreensões que eu sabia ser a culpada. Tentei me aproximar, mas antes disso Georgie apareceu na escada.

― Ei, Lizzie, você está aí! Como foi o dia na escola? Meu irmão não quis falar nada, está ali emburrado enquanto a minha mãe ensina a ele como tratar uma mulher. ― Ela fazia a situação parecer tão natural, mas eu sabia, assim que notei que as duas outras pessoas no âmbito estavam me olhando, que estava longe disso.

― Lizzie! ― Gritou a Sra. Darcy. ― Estava tão preocupada com você. O que o meu filho fez para você desaparecer assim? ― Enquanto pensava no que iria dizer, notei que Darcy estava sério esperando pela a minha resposta. Eu poderia mentir, ou colher coisas piores depois...

― Errr... Ele não fez nada, eu só precisei encontrar umas amigas que estavam preocupadas comigo. Você sabe, mudei de escola e não avisei a ninguém. ―

― Oh! É verdade... Então, como elas lidaram com isso? ―

― Elas sentem a minha falta, claro, nos víamos todos os dias. Mas irão aceitar com o tempo. ―

― Olhe, a casa está aberta para elas. Vamos marcar um chá no sábado! ―

― Ótima ideia, mamãe! Faz tempo que não recebo visitas, isso será ótimo. ― exclamou Georgie. Eu estava tão entretida na conversa que não notei que Darcy não estava mais ali, mas também não me importei. Que conversa, eu me importei sim... Eu, mesmo sem querer, ainda tinha esperanças.

― Esse sábado não é uma boa ideia, quem sabe no outro? Estou precisando estudar para as provas da próxima semana. ― lamentei com sinceridade.

― Ok, no outro sábado então! ― tornou Georgie. ― Agora vá se trocar porque estou faminta. ― Aquele bom humor dela era tão contagiante. Sorrindo, subi para o meu quarto, mas antes de poder entrar tive que enfrentar uma figura que me esperava encostada à porta.

― Olha, eu não me importo com o que você faz, mas há coisas mais importantes aqui do que sair com amigas sem avisar. Então da próxima vez que resolver sumir, deixe claro onde estará! ― Seu tom cortante me causou medo, assim como a fúria nos seus olhos. Para piorar, ele se aproximou ainda mais de mim e, quando estava a poucos centímetros, tornou: ― Passei os últimos minutos escutando a minha mãe falar como eu deveria proceder com você, mas não dou a mínima. Assim como você não considera as necessidades dos outros, não irei considerar a sua! ― E me deixou lá olhando para a porta com cara de idiota. Levei alguns segundos para me recuperar, mas assim que o fiz entrei logo no quarto.

― Quem ele pensa que é? Um idiota orgulhoso que pensa ser alguém só porque fica em primeiro lugar em um quadro tão idiota quanto ele? Pois ele vai ver, eu irei mostrar quem é Elizabeth Bennet e irei tirá-lo da sua posição de prestígio! ― Eu passava tanta convicção nas minhas palavras que qualquer um poderia jurar ser possível, menos eu... ― Certo, certo... Eu sei que isso é pedir demais, mas definitivamente eu irei fazer parte daquele quadro!


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Notas finais do capítulo

Tenho notado que, considerando o tempo em que foi lançado, Atraída por um Darcy anda fazendo mais sucesso do que Ironias do Destino. Será por causa do Darcy mau? Estou curiosa horrores. Até breve!



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