P.O.V Ally

Antes de abrir os olhos senti uma dor terrível na cabeça que, após alguns poucos minutos, passou. Eu estava deitada em uma cama branca, dentro de um quarto branco, estava de noite e havia uma senhora ao meu lado escrevendo alguma coisa em uma prancheta. Quando me viu abriu um sorriso amarelo.

–Bom dia, Allycia. Como se sente?

Como eu me sentia? Completamente perdida, eu não me lembrava de ter ido parar no hospital.

–Eu estou meio... Confusa. O que aconteceu comigo? Por quanto tempo eu dormi?

–Duas horas. Pode me falar sobre a última coisa de que você se lembra?

–Eu estava no meio de uma confusão, daí o Logan atirou no Austin e... Ai meu Deus! O que aconteceu com ele?

–Fica calma, está bem? Depois de toda essa confusão você acabou desmaiando porque ficou vários dias sem se alimentar direito, em seguida seus pais te trouxeram para cá. Quanto ao Austin, você poderá ter notícias dele assim que terminarmos aqui, okay? – Assenti.

Eu tinha alguns arranhados nas pernas e algumas manchas roxas na barriga, resultado da surra que a Miranda me deu. A enfermeira me ajudou a trocar os curativos e depois disse que chamaria os meus pais. Mal vi os dois entrarem e nós já estávamos envolvidos em um abraço, como eu senti a falta deles.

–Você está bem? Ai meu Deus, nós ficamos tão preocupados. – Minha mãe falou enquanto me soltava.

–Eu estou bem – limpei as lágrimas que nem vi escorrer – e como vocês estão?

–Bem melhores agora. Eu pensei que ia perder você. – Meu pai falou me abraçando mais uma vez.

Nós três ficamos conversando por um longo tempo e, mesmo assim, eu queria ter ficado mais com eles. Quando perguntei pelo Austin os dois se entreolharam por uns instantes e disseram que não haviam recebido notícias dele ainda. Eu senti que estavam escondendo alguma coisa de mim, porque ninguém queria me contar o que estava acontecendo? Antes de irem embora disseram que alguém estava lá fora quase tendo um ataque querendo me ver.

Trish.

–Meu Deus que saudade! – falou me abraçando MUITO apertado – Você ‘tá bem?

–Sim, Trish. Eu estou bem. – A abracei de volta – e você?

–Eu quase tive um ataque do coração quando soube que você tinha sido sequestrada! Você não pode assustar a gente desse jeito. – Ri, mas me arrependi porque senti uma fincada terrível no estômago.

–O que eu perdi nesse tempo todo?

–Aconteceu tanta coisa! Você conhece o Dez, não é?

–Conheço sim.

–Nós estamos saindo. – Minha boca se abriu em um perfeito ‘O’.

–Me conta tudo!

–Quando seus pais me contaram o que tinha acontecido com você eu fiquei muito preocupada e faltei á escola por alguns dias até que ele apareceu lá em casa, disse que uma amiga tinha lhe dado o endereço.

–E o que ele queria?

–Saber se estava tudo bem comigo, ele percebeu que eu estava mal e, acredite, ele também estava. Depois disso passamos a conversar todos os dias, ele me consolava e eu o consolava de volta, foi meio tenso por causa da situação, mas nós nos damos super bem.

–Que fofos, eu apoio vocês dois. A escola toda já está sabendo?

–Saiu nos jornais que dois adolescentes haviam sido sequestrados, a notícia se espalhou.

–Trish, o que aconteceu com o Austin?

–Eu não sei não me disseram. Só me mandaram esperar na recepção, mas ninguém sabe ainda. Eu preciso ir Ally, já está tarde.

–Tudo bem,

Aquela agonia já estava me matando, minha vontade era de sair daquele quarto e procurar por ele. Afinal, o que estava acontecendo? Por que, raios, ninguém me dava notícias dele? Quando a Trish foi embora e aquela mesma enfermeira voltou eu a perguntei novamente:

–Você pode me dar notícias do Austin Moon?

–Ele tomou um tiro no ombro e passou por uma cirurgia para remover a bala.

–Eu posso vê-lo?

–Assim que ganhar alta.

E eu estava contando os segundos para isso acontecer.