Há exatos sete anos eu conhecia a pessoa dona da minha felicidade, dona dos meus dias, dos meus sorrisos e até do meu sono se assim posso dizer. Olhos castanhos, sorriso fácil, doce e encantadora, assim eu descrevia a aos quatro cantos do mundo. Apesar de tão pequena quando chegou aos meus braços, fez mudar radicalmente a minha vida, por ela eu larguei as baladas e as milhares de mulheres que passavam pela minha cama noite após noite e assim continuará sendo pelo resto da minha vida.

Quem é ela? Valentina. Porque esse nome? Decidi que colocaria o nome de Valentina na minha princesa, pelo fato de que em Latim significa Valente, e é assim que eu a considero, por tudo que ela passou para estar aqui comigo forte e saudável e aprontando todas.

Para inicio de conversa meu nome é Edward Cullen, tenho 29 anos, sou formado em medicina em Harvard University com pós-graduação em pediatria, sou apaixonado pelo meu trabalho, afinal desde que me entendo por gente tinha em mente que quando crescesse iria seguir a profissão do meu pai.

Aos dezoito anos fui aceito em uma das melhores universidades do mundo, lembro-me que fiquei radiante afinal de contas esse era o meu sonho. Logo me mudei para uma pequena casinha em Massachusetts para ficar perto da universidade. Lá conheci muitas pessoas influentes, tive bons amigos, aproveitei tudo que eu tinha para aproveitar.

Cinco anos depois eu tive uma surpresa um pouco inusitada, na minha porta havia um pequeno ser, embrulhando em uma manta rosa, no inicio fiquei desesperado, entrei em choque, como uma pessoa pode fazer tamanha crueldade com uma criança, imediatamente lhe tirei as roupinhas que estavam um pouco úmidas e pelo que vi pude constatar que ela deveria ter nascido prematura, pois era muito pequenininha, fiz um breve exame nela e constatei que a mesma tinha dificuldade para respirar, imediatamente a levei para o hospital para que pudessem fazer exames mais detalhados e saber o que ela tinha.

Fiquei com ela durante dois meses na UTI neonatal a mesma precisou ficar em uma incubadora por ter nascido prematura, e para tratar de uma pneumonia adquirida por ter ficado tanto tempo no frio, quase a levando a morte. Durante esse tempo que fui ficando com ela, a cada dia que passava eu me afeiçoava mais a menina, mas foi ao ver seus olhos cor de chocolate que eu tive a certeza. Eu havia me apaixonado por ela, e lutaria contra o mundo se necessário, mas eu seria o pai que aquela menina não teve.

Entrei com toda a papelada necessária para a adoção, o processo felizmente foi rápido, sei que muitas famílias não tem a mesma sorte que eu, claro que minha família me ajudou bastante, todos apoiaram a minha iniciativa. Com um ano consegui a guarda provisória e mais um ano e eu já estava com a guarda definitiva.

Depois de me formar decidi fazer à pós-gradação em Forks, Lugar onde eu cresci e morei durante tanto tempo com a minha família, afinal de contas seria bem mais fácil cuidar da minha pequena com ajuda da minha família, não gosto de deixa-la com babás. Claro que existem muitas pessoas boas, mas não são todas.

Hoje minha pequena completa sete anos e com ajuda da minha irmã Alice, teremos uma grande comemoração.

- PAPAI! Onde o senhor está? – Corri pelas escadas que davam acesso ao quarto da minha filha, chegando a porta escuto a voz do meu irmão mais velho.

- Por favor, me deixa pentear os seus cabelos, prometo que ficará linda. – Suplicava Emmett. Agora eu entendia o desespero da minha filha.

- Da ultima vez que deixei pentea-los a titia Alice teve que cortar um pedação bem grandão. – Falou gritando e pulando na cama de um lado para o outro, correndo do Emmett.

- Pare já com isso vocês dois ou vou coloca-los de castigo – Disse tentando ser sério.

- O tio Emm também? – Gargalhava Valentina

- Ele Principalmente – Disse

- Olha o meu tamanho e olho o seu, te pego com um dedo Edward – Respondeu Emmet com cara de deboche e mostrando o dedinho mindinho.

- Vamos o que a Rosalie vai achar de tudo isso... – Peguei o telefone e comecei a discar o número da mulher dele.

- Parei, não estou mais brincando, estou indo embora, eu me rendo – Falava o grandão levantando as mãos para cima e saindo do quarto.

- Ebâ! Nós vencemos – Gritava e batia as mãos em alegria e eu é claro entrei na onda dela.

- Bom, agora que o tio Emm foi embora e já está quase na hora da sua festa, que tal me dizer o que vai querer de aniversário? Já faz dias que você está me enrolando para dizer, e até agora nada. Prometeu que me diria no dia, e me fez prometer que não ficaria bravo. Então porque não diz logo para o papai ir comprar!? – Falei inocente

- Bom é que... É que, esse presente dinheiro nenhum no mundo pode comprar, mas somente o senhor pode me dar, papai. – Disse misteriosa, estava ficando com medo do que vinha a seguir.

- Então diz minha filha – Insisti ansioso

- Eu quero conhecer a minha mamãe... ou pelo menos saber dela, como ela é? O que aconteceu? Se ela está bem? – Eu sabia que uma hora esse dia iria chegar, o difícil é que eu não sei o que responder, dizer que ela é adotada e que a encontrei na porta da minha casa, não faria bem a ela. E mentir também não é uma opção.

- Meu anjo... Imagino como deve ser difícil crescer sem ter a presença da sua mãe, mas no momento é melhor não falarmos sobre esse assunto. – Disse

- Então, quando? – Perguntou

- Um outro dia, está bem? – Falei

- O senhor promete? – Falou

- Prometo, mas agora vá chamar a sua tia para lhe ajudar a te arrumar, porque penteados e essas coisas de cabelo e eu não sei fazer – disse.

- Tudo bem, papai – Disse, mais pela sua voz pude perceber que ela não estava satisfeita com a resposta que lhe dei, e em algum momento terei que lhe dizer a verdade.