[Dramione] - Revelações escrita por Mione Malfoy


Capítulo 1
Minha Missão


Notas iniciais do capítulo

Escrevi essa que será uma Short Fic, durante um surto de inspiração (que infelizmente ou felizmente não tinha nada a ver com a outra fic). Resolvi dar desenvolvimento as ideias que iam aparecendo e quando percebi tinha 3 capítulos prontos com um quarto capítulo pela metade. Esse será o primeiro capítulo de um total de 8, espero que gostem.



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Minha missão

Era noite e eu estava sozinho andando pelo castelo, estava fazendo, ou deveria estar, meu trabalho como monitor de patrulhar os corredores. Havia saído das masmorras e inconscientemente acabei indo parar no sétimo andar, em frente a um quadro onde uma mulher grande e vestida em sedas dormia. Eu sabia que a pessoa que eu procurava não estava ali. Ela provavelmente estava fazendo sua patrulha também, e talvez acompanhada do garoto ruivo que não desgrudava dela. Eu sabia que ele a amava, sabia que ela correspondia e sabia que eles ainda não estavam juntos, sabe-se lá porquê.

Intimamente eu agradecia por isso, afinal eu odiaria se eles estivessem juntos. Só de imaginar aquele idiota tocando nela ou beijando sua boca me dava náuseas. Era minha, devia ser minha. Mas não era, e talvez nunca chegasse a ser. Eu jamais cheguei a pensar em como seria me apaixonar por alguém, sempre pensei que acabaria casado com alguém escolhido por meus pais, alguém que seria perfeita e digna de carregar o sobrenome Malfoy. Mas eu havia me apaixonado justamente pela última pessoa que eles achariam digna. Eu não podia amá-la, jamais tive esse direito, não com ela.

Mas por mais que eu tentasse era em vão. Vê-la todos os dias, os cabelos castanhos caindo em seus ombros, os olhos de mesma cor que pareciam brilhar o tempo todo, a voz melodiosa que me encantava, os risos que ela dava quando estava com aqueles amigos idiotas que ela tinha, até a mania de ter respostas pra absolutamente tudo, quer fosse lhe perguntado quer não, só faziam com que eu me apaixonasse mais e mais. Mas eu não poderia e nem posso amá-la.

Desde o dia em que ela havia me dado aquele soco tudo mudara. Só depois de receber aquele soco eu comecei a pensar no porquê de eu implicar tanto com ela. Não era só pelo sangue, nem pelos amigos que ela tinha. Eu não entendi no começo e só notei depois de mais algum tempo a verdade que já estava escrita no meu coração há muito. Percebi que tudo que eu fazia, desde as constantes ofensas até as implicâncias com o ruivo e o pateta de óculos, era pra chamar a atenção dela. Sou um idiota é claro, afinal eu só fiz com que ela me odiasse por tudo isso, e foi aquele soco que me fez perceber o quão estúpido eu estava sendo.

Só que daí pra frente eu simplesmente não sabia o que fazer. E apesar de saber que continuar agindo daquela maneira não ia ajudar em nada, eu não conseguia parar, sempre irritando o Cicatriz, sempre diminuindo o pobretão, e por mais que eu tentasse não fazer, ofendendo-a. Meu orgulho não me permitia que eu a deixasse sair por cima em nossas discussões, então eu a ofendia e humilhava. Mas isso tinha seu preço, porque para cada vez em que eu a magoava eu sentia a dor em dobro no meu peito. E eu me perguntava que tipo de pessoa eu estava me tornando, afinal, quem machuca a pessoa de ama de propósito?

Então eu recebi a notícia, aquela que eu sabia que nos separaria para sempre, o Lord havia me convocado, e eu seria agora oficialmente seu servo, um Comensal da Morte. Eu havia finalmente me tornado o que eu fui criado pra ser.

Tudo havia me levado até aquele momento, saí então da frente do quadro e tomei a direção do corredor do sétimo andar onde certa sala ficava. Eu tinha que ir cumprir com a tarefa que me havia sido designada. Andava e tentava pensar em minha missão, mas só o que vinha em minha cabeça naquele momento era se ela estava segura. Eu sabia que ela acabaria entrando na batalha quando começasse e tudo o que eu pedia era para que ela saísse com vida.

Você precisa viver!

Cheguei a porta da Sala Precisa e apenas fui e voltei três vezes esperando que ela aparecesse e se abrisse pra me dar passagem. Não dei atenção quando a porta se abriu, apenas entrei, e assim que o fiz percebi que não era ali o lugar em que eu devia estar. Eu tinha que sair da sala e pedir pra que a Sala abrisse o cômodo onde o Armário estava, aquilo era bem óbvio, mas a curiosidade de saber onde eu estava e porque estava ali eram maiores, a Sala nos dá aquilo que precisamos, então pra onde ela tinha me levado?

Percebi que não estava em uma sala, mas sim em um corredor, e a frente dele havia uma escada em espiral que descia até sumir de vista. Peguei minha varinha e acendi com um movimento displicente enquanto começava descer os degraus. Desci e desci até achar que já estava praticamente no nível das masmorras, então a escada chegou ao fim e pude ver um pequeno corredor com uma porta no fim. Andei até chegar a porta e a abri, vi apenas o verso de uma imensa tapeçaria e luzes esparsas de tochas que se encontravam cada uma a um lado do tecido. Estava perdido e já quase fazendo o caminho de volta quando ouvi um suspiro baixo vindo do lado esquerdo da tapeçaria. Devagar eu afastei um pouco para que pudesse ver onde eu estava e quem havia feito o barulho e de repente eu a vi, encostada do lado de fora do que parecia ser a sala do Snape.

– O que está fazendo aqui Granger? – perguntei saindo de trás da tapeçaria.

– Malfoy? Você não estava lá em cima? Pensávamos que você... O que faz aqui?

– Perguntei primeiro, não foi?

– Não é da sua conta.

– Olha, é melhor você voltar pro seu salão comunal.

– Quem você pensa que é pra me dar ordens?

– Quer calar a boca? Eu estou tentando proteger você!

– Me proteger? – deu um sorriso irônico – Que piada mais sem graça, Malfoy tentando me proteger. – e riu novamente.

– Olha, esses corredores não serão seguros hoje, volte pra sua comunal e não deixe que saiam de lá e talvez nada de mal lhes aconteça.

– Como você... Harry tinha razão não tinha? Você virou mesmo um Comensal da Morte?

– E de quê isso importa agora? Por favor, faça o que eu estou pedindo, se quiser leve o pobretão com você, mas por favor, fique longe da batalha, fique segura.

– Que batalha? E porque você se importa com a minha segurança agora?

– Hermione presta atenção porque eu só vou dizer uma vez e provavelmente vou me arrepender disso depois então... – dei uma pausa enquanto ela me encarava um tanto surpresa um tanto nervosa – Eu... Bem, eu não sei como dizer isso. Olha a última coisa que quero é que você se machuque, eu não me perdoaria se algo lhe acontecesse essa noite. Eu preciso que você esteja segura. Volte pra sua comunal e leve aquele Weasley com você se isso te fizer feliz, mas se proteja. Por favor.

Dei um beijo em sua testa e sumi atrás da tapeçaria voltando pra passagem que a Sala Precisa havia criado. Eu podia sentir as lágrimas correndo por meu rosto enquanto subia de volta a escada que me levara até ali. A Sala me levara até o que eu mais precisava, e o que eu mais precisava era Hermione.

Por favor Hermione, tomara que você tenha me escutado.

Cheguei novamente ao pequeno corredor onde a Sala havia se aberto. Sequei as lágrimas do rosto e me dirigi até a porta. Eu iria sair para que a Sala pudesse voltar a sua forma e eu pudesse abrir a sala do Armário, mas não foi preciso. Quando eu estava bem próximo da porta a Sala mudou seu interior e eu me vi na imensa sala abarrotada onde o Armário Sumidouro ficava. Corri para ele e o abri, peguei um livro qualquer que estava por perto e coloquei dentro, seria o sinal de que eles poderiam entrar. Fechei a porta e quando a abri já não havia mais o livro em seu interior; minha tia Bella havia tomado seu lugar.

– Rápido Draco, feche de novo, os outros aguardam.

Fiz o que me foi mandado até ver os seis Comensais a minha frente. Greyback estava como sempre, fedendo como um cachorro e com suas roupas puídas. Amico e a irmã Aleto tinham vindo logo atrás e pareciam sedentos por sangue, minha tia olhava a sala procurando a saída e os outros aguardavam as ordens.

– Onde está Dumbledore, Draco?

– Ele saiu, já faz algum tempo, Rosmerta me avisou. Avisará novamente quando ele voltar.

– Precisamos usar a Marca Negra para atraí-lo ao lugar certo. Hoje é sua grande noite, Draco. Você dará imenso orgulho a sua família. Já escolheu seu palco? – As palavras de tia Bella me deixaram nauseado e eu apenas sussurrei.

– A Torre de Astronomia.

– Ótimo, então teremos que abrir caminho até lá.

– Sim. Mas temos que ter cuidado. Tenho certeza de que Dumbledore mandou que os membros da Ordem patrulhassem os corredores, ele tirou os monitores de circulação mais cedo hoje, a ronda terminou há quinze minutos. Ele jamais arriscaria seus alunos e sempre que ele sai deixa a Ordem tomando conta do lugar.

– E eu achando que poderia pôr as mãos em algumas crianças hoje.

– Não viemos aqui pra você se satisfazer, Fenrir. – Tia Bella repreendeu o lobisomem. – Gibbon, quando sairmos iremos direto pra torre, se o que Draco diz estiver certo encontraremos resistência. Quero que você suba até a torre e conjure a Marca, vai atrair Dumbledore para o lugar certo. Draco você vai com ele e fica lá esperando. Assim que você conjurar a Marca volte pra nos ajudar, quem sabe não sobra alguém pra você matar.

– Trouxeram a Mão da Glória?

– Está aqui. – Aleto me deu o objeto embrulhado em um pedaço de pano. – Pra que diabos você queria isso?

– Pra ajudar. Eu tenho um pouco de Pó Escurecedor Instantâneo do Peru aqui comigo. Se houver alguém lá fora eu jogo o pó e uso a Mão pra nos guiar.

– Não é que esse seu sobrinho é inteligente, Bella? – Amico ria encostado no armário.

– Vamos logo. Dumbledore pode voltar a qualquer momento e a Marca precisa estar no alto da Torre quando ele chegar.

Dito isso, me dirigi até a porta com a mão no bolso onde estava o pó escurecedor. Assim que abri vi o imbecil do Longbottom, o pobretão e a Weasley fêmea a espera no corredor.

– Merda!

Joguei o pó escurecedor no chão quase que imediatamente e levei a minha mão até o pacote que Aleto havia me dado, desembrulhei a Mão da Glória e guiei os outros pra fora da fumaça preta. Saímos e seguimos o corredor seguinte na direção da torre, mas assim que viramos na esquina demos de cara com alguns membros da Ordem. O antigo professor de DCAT, Lupin, parecia estar a nossa espera, junto dele havia mais um Weasley, uma garota magricela, e os três que há pouco achávamos ter despistado. Lutamos. Feitiços voavam de ambos os lados explodindo ao se chocarem nas paredes ou no teto. Senti a moeda queimar no meu bolso.

– DUMBLEDORE!

– Vá, Draco. Nós os seguraremos. – Tia Bella duelava com a mulher magricela enquanto os outros comensais conjuravam maldições pra todos os lados.

A Ordem estava perdendo, eles usavam feitiços paralisantes ou de desarmamento enquanto os Comensais atiravam feitiços pra matar. Certo que ninguém acertava ninguém, mas mesmo assim a pressão dos Comensais era grande. Vi Fenrir pular em cima do Weasley mais velho e começar a lutar com ele e então corri pra torre. Do nada a fênix de Dumbledore entrou voando por uma das janelas e começou a sobrevoar minha cabeça tentando me impedir de subir até a torre. Tentei de todas as formas tirá-la de perto de mim e assim que ela desapareceu vi Gibbon descendo e soube que a Marca havia sido colocada no lugar. Não sabia há quanto tempo ele a colocara, mas precisava subir e esperar por Dumbledore.

Não precisei esperar na verdade, Dumbledore já estava lá, havia acabado de chegar ao que parecia e eu o desarmei de imediato. Mas a missão que me foi dada era matar Dumbledore, quando ele começou a conversar comigo agradeci por poder enrolar um pouco enquanto esperava a coragem aparecer. Eu não podia matar o diretor, não podia, simplesmente não era eu, eu não era mal, nunca devia ter me tornado um Comensal, mas que outra escolha eu tinha? Depois de alguns minutos vi os outros subindo, Gibbon foi o único que não apareceu.

Todos começaram a me caçoar enquanto tia Bella me incentivava a completar a tarefa que me havia sido dada. Eu tentava, mas a coragem não me aparecia e então ouvimos alguém subindo e Snape apareceu, vi o diretor lhe suplicar pela vida e então um brilho verde saindo da varinha de Snape. Dumbledore estava morto, precisávamos sair dali. Senti Snape me guiando pelo caminho enquanto passávamos incólumes pelos professores e a Ordem, olhei de relance o corpo inerte de Gibbon em um canto e vi minha tia e os outros começarem a lutar enquanto eu e Snape corríamos. O único pensamento que tive foi “Ela não está aqui. Ela está a salvo”, deixei que Snape me guiasse até os portões da escola e então desaparatamos com os outros Comensais. Todos haviam conseguido sair, menos Gibbon é claro, deveria estar morto, só não sabia quem o havia matado.

Eu estava na frente da Mansão Malfoy. Tia Bella me olhava e parecia desapontada, Greyback e Aleto seguravam um Amico bem machucado entre eles. E agora eu estava com medo, com mais medo do que jamais havia estado antes. Eu seria julgado, sabia disso, eu não tinha sido capaz de cumprir a tarefa que o Lord das Trevas havia me dado. Eu seria punido.


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Notas finais do capítulo

É isso, espero que tenham gostado. Por favor comentem pra me dizer o que acharam, se tá bom ou ruim ou o que vcs acham que dava pra melhorar. Comentários são sempre bem vindos.O próx capítulo já sai amanhã. "Amanhã? Como assim?" É. Eu escrevi essa Short e decidi que a postaria pras minhas leitoras da outra fic um capítulo por dia pra compensar os dois meses de hiato de UVD. Espero que vocês gostem suas lindas ♥



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